Cinquenta anos – muito ou pouco?

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Imagem de Mircea Iancu por Pixabay

O Tempo na Infância e na Adolescência

O tempo é estranho, e sua noção, perturbadora. Em uma corrente de milhões de anos, cinquenta anos podem não significar nem um único elo sequer. Mas, quando falamos sobre a vida, quantas coisas podem acontecer!

Na infância, geralmente, não se pensa no tempo. As crianças vivem o seu próprio tempo, sem tantas preocupações; a criatividade aflora enquanto o pequeno ser procura dar significado ao mundo ao seu redor. E este mundo, apesar das dificuldades, costuma ser belo. Pequeno, mas povoado por pessoas amadas que, normalmente, estão lá com preocupações e cuidados.

Nessa fase, a idade dos pais não existe, apenas um amor recíproco.

Com a chegada da adolescência, o tempo ganha um novo significado. Os jovens passam a conhecer a pressa e o desejo de realizar sonhos, e o tempo parece não ajudar. Querem dinheiro, liberdade, construir – querem experimentar de tudo. É um período de atitudes rebeldes e desilusões constantes.

É engraçado quando me lembro de quando era um menino de 12 anos e o meu irmão tinha 17; costumava achar a diferença de idade imensa. Como eu disse, as percepções mudam com o tempo.


Reflexões Sobre o Tempo e a História Pessoal

Você já teve a impressão de que o tempo está passando muito mais rápido? Na era da informação e da tecnologia, estamos ocupados e distraídos demais, e isso faz com que percamos a noção do tempo.

Se você, há algum tempo, achava que de um Natal a outro era um intervalo imenso, lembre-se de que as coisas mudaram – ninguém tem mais tempo para uma boa contemplação. Mas, por que é importante tomar tempo para contemplar?

Eu poderia contar um pouco da minha história. Quando nasci, meu pai tinha apenas 31 anos e mais sete filhos. Bem naquele tempo, eles não perdiam tanto tempo! Ele casou-se em 1963 e, em vinte e um anos de vida, já havia presenciado eventos marcantes como:

  • O auge e o fim da Segunda Guerra Mundial,
  • As bombas de Hiroshima e Nagasaki,
  • O suicídio do presidente Getúlio Vargas em 1954,
  • A guerra da Coreia,
  • A derrota do Brasil na Copa de 1950 para o Uruguai no Maracanã,
  • Os dois títulos mundiais da Seleção em 1958 e 1962.

Localmente, meu pai viu o desastre do engavetamento entre os trens Alagoinhas e o Peri-Peri, viu seu pai abandonar a família, trabalhou na infância vendendo cocadas nos subúrbios, até ser admitido na RFFSA, conhecer minha mãe, casar-se e sustentar tanto a nova família quanto a da minha avó.

Milhares de coisas podem acontecer em um espaço curto de tempo! Ele tinha apenas 21 anos. Se pudéssemos listar tudo o que ele vivenciou ao longo dos seus 72 anos, a lista seria imensa. Infelizmente, sua história foi interrompida por um câncer agressivo.

Eu jamais havia pensado nisso durante a adolescência. Costumava olhar meu pai e não o via como um velho. Cabelos brancos, voz firme, ele reclamava e ria. Acreditava que pais não envelhecem!


Ressignificando o Tempo

Os tempos mudaram e o modo como o percebemos também. Hoje sou pai de uma menina de 15 anos, e toda geração de 15 anos quer a mesma liberdade e a experiência de tudo. Fiquei espantado (e confesso, um pouco triste) quando ela, num ato de rebeldia, disse:
– “Você, com essa cara, um velho de 50 anos, não é uma pessoa legal…”

Isso me fez parar para pensar no tempo.

Trabalhamos a vida inteira, estudamos, nos preocupamos e esquecemos que o tempo não parou enquanto tudo isso acontecia. O tempo não parou nos dias de sol abrasador ou durante as tempestades. O tempo não parou quando as pessoas que amávamos partiram – ele continuou, frio, mas cheio de histórias.

A conclusão é que precisamos ressignificar o tempo. Ele não é inimigo, mas um amigo que precisa ser contemplado e aproveitado. Não espere o amanhecer para abraçá-lo. Faça agora!

O amanhã é um rascunho, e haverá muito a ser preenchido se aproveitarmos o tempo. Em um breve espaço de tempo, o mundo estará aberto para aqueles que se derem um pouco de sorte – e souberem contemplar a vida. Aprendam a viver o tempo!

 

Leia também Retratos da vida – o que deixamos passar ‣ Jeito de ver

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O domínio pela cultura e pelo medo

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Imagem de StockSnap por Pixabay

 

“O homem domina homem para seu prejuízo.”
Eclesiastes 8:9, Tradução do Novo Mundo da Bíblia Sagrada

 

Ao longo das décadas, o homem tem experimentado diferentes formas de expandir seu domínio sobre outros.

A manipulação das emoções tem sido um método bem eficaz.

Domínio Cultural

Quando países do Velho Continente, militarmente bem equipados, partiam para explorar e colonizar países mais pobres, enfrentavam a revolta e a resistência do povo local. Os constantes embates resultaram em incontáveis mortes locais e outras atrocidades.Visando minar aos poucos tal resistência, eles adotaram a conquista cultural como estratégia.

O primeiro passo era introduzir aos nativos sua forma de pensar e ver o mundo, por meio do ensino de sua língua e religião. Ainda que os mais velhos resistissem, a nova geração já estaria “domada” pela falsa sensação de fazer parte de uma nova cultura.

A eficácia desse método é historicamente comprovada, pelo fato de que muitas línguas faladas por alguns povos, bem como as suas histórias, foram esquecidas com o tempo, pois o principal objetivo do colonizador era explorar a nova terra e enviar suas riquezas ao país de origem.

O controle atravé do medo

“O melhor meio de dominar o povo é pelo medo.”
— Luc Ferry, filósofo francês

No intuito de expandir territórios, muitos países usam deste artifício, que, segundo Luc Ferry, tem sido o melhor modo de dominar um povo: O MEDO.

Os exercícios de guerra objetivam mostrar ao povo local, o poder bélico dos ‘novos conquistadores’, com isso mina-se a disposição a qualquer resistência a qualquer resistência. Eliminando-se a resistência, passam a impor novas regras.

Além dos Campos de Guerra – a cultura

Tais métodos podem e são usados com frequência por manipuladores de pensamento, pessoas que visam expandir seus negócios e sua influência sobre um povo ou povos.

Por exemplo, os filmes hollywoodianos recebiam incentivo do governo para vender ao mundo “o estilo de vida estadunidense e exaltar o poder se suas Forças Armadas“. Nestes filmes, o país é com frequência retratado pelo estereótipo de Salvador do mundo, seja de ameaças terroristas, seja de invasores alienígenas ou mesmo de super meteoros que acabariam com a vida no planeta.

Os filmes raramente abordam a pobreza, a corrupçao, o preconceito racial ou o problema dos habitantes sem teto nos EUA.

A realidade oculta neste país,  é a mesma que na maioria dos países: há pobreza, fome, preconceito, censura, espionagem — e o país fomenta  guerras ao redor de todo o mundo. Apesar do argumento de que os Estados Unidos ajudam humanitariamente países em necessidade, como os palestinos com suprimentos, tal argumento mostra-se míope quando não se considera que o mesmo país fornece armamentos pesados a países, como Israel. – Veja A indústria armamentista – um tema em debate ‣ Jeito de ver

Esse tipo de propaganda atinge seu objetivo quando pessoas deixam de encarar tais obras como entretenimento e passam a vê-las como reais, desprezando sua própria cultura por culturas enlatadas em forma de filmes.

O Domínio Sul Coreano

Outro exemplo de domínio cultural são enlatados sul-coreanos: doramas e grupos de k-pop.

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Imagem de wal_172619 por Pixabay

Grupos de meninos e meninas fofinhos, de aparência andrógina ou sensualizada, dançam perfeitamente sincronizados cantando canções “coreanamente” chicletes. Quem já não viu essa turma aparecer nas mídias?

Ou quem já não ouviu alguém falar com ternura dos doramas (séries coreanas)?

O governo sul-coreano consegue expandir sua influência no mundo por meio da cultura. Quantias enormes de dinheiro foram investidas para isso e os retornos comerciais compensam.

O Uso do Medo e da Revolta como método

Outro método usado com eficácia é estimular o medo e a revolta.

Um exemplo ocorrido no Brasil ajuda a ilustrar este ponto:

No púlpito de uma igreja, sem nenhuma prova ou convicção, uma senadora chocou os membros presentes com a afirmação de havia tráfico sexual de crianças  na ilha de Marajó, que eram submetidas desde bem pequenas a tratamentos cruéis e degradantes.

Tais declarações foram divulgadas entre os “fiéis” do país inteiro como sendo verdadeiras. O objetivo desta aberração era promover o medo e a revolta, junto com a ideia de divulgar um candidato político apoiado por ela,  este “Messias“, salvaria as crianças. A certeza da credulidade dos presentes naquela reunião e a confiança na impunidade deram-lhe a liberdade de mentir sem filtros.

O conteúdo daquela reunião vazou, repercutiu negativamente e a senadora admitiu não haver provas.

Mas o objetivo da mentira já havia sido alcançado: Expandiu a revolta e o medo. E apesar de desmentido, o assunto ainda repercute!

Aguardar a elaboração de leis que criminalizem e punam os divulgadores de mentiras seria esperar muito de parlamentares que em muitas vezes são eleitos utilizando os mesmos artifícios, apesar de muitos se auto-afirmarem evangélicos.

Pessoas sem consciência se tornam meros fantoches nas mãos de manipuladores.

O conhecimento da história, dos métodos de manipulação e e a disposição de questionar contribuem para decisões conscientes.

Esses três elementos fortalecem o debate se tornam armas poderosas nas mãos de um povo não disposto a se deixar escravizar.

 

Saiba mais: Imperialismo cultural – Wikipédia, a enciclopédia livre (wikipedia.org)

Veja também: Notícias de Guerras – o jogo da informação ‣ Jeito de ver

 

A difícil arte de organizar armários

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Imagem de Iván Serrano por Pixabay

Às vezes, dizem que é preciso correr na vida. Mas, pra quê tanta pressa? Ficar fazendo mil coisas, só pra no final perceber que esqueceu do principal: viver de verdade!

Viver de verdade é sentir cada momento, seja ele bom ou ruim.

Isso pede uma certa disciplina, porque dá vontade de sair atropelando tudo atrás de emoções. Mas é importante tirar um tempinho para relaxar e curtir o momento.

É claro que pensar no futuro é importante, mas não vale a pena ficar obcecado por ele e esquecer do agora.

Além das responsabilidades, é legal reservar um tempo para coisas novas: uma música diferente, um hobby, conhecer gente nova, ter experiências novas…

Que nesse tempo a gente consiga dar aquele abraço apertado, ter boas conversas e matar a saudade.

E que o trabalho não domine tanto a nossa vida a ponto de não sobrar tempo livre. É hora de organizar o armário, mas sem pressa!

 

Veja também: O Milagre da Atitude: O sentido no Cotidiano ‣ Jeito de ver

A estrada e o impossível – Caminhe! ‣ Jeito de ver

 

 

 

 

O Milagre da Atitude: O sentido no Cotidiano

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Imagem de Engin Akyurt por Pixabay

 

A forma como encaramos o dia
não mudará seu curso
ou a postura das pessoas

A maneira como enfrentamos o dia
não fará as nuvens pesadas sumirem
ou o sol diminuir seu brilho
no auge de um intenso verão.

Como encaramos o dia
não fará problemas desaparecerem
como coelhos de cartolas
aos olhos maravilhados de crianças num velho circo itinerante, no interior.

O modo de encarar o dia
não fará milagres, não…

Mas, o modo como encaramos as coisas
nos ajudará a entender o tempo e as atitudes,
nos ajudará a perceber o fluxo da vida e da natureza,
e entender a verdadeira mágica em superar cada obstáculo
e  sentir então a leveza de aprender a cada dia

Entender que crescer e superar
são os milagres que aguardamos com os olhos fechados a cada noite
e despercebemos na ansiedade do dia a dia

Aprender será sempre a melhor atitude.

Gilson Cruz

Veja também A estrada e o impossível – Caminhe! ‣ Jeito de ver

 

The road to impossible – now it’s yours

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Imagem de Tumisu por Pixabay

 

 

Now the road is yours!

People passing by may be indifferent to your style, your direction,

but the path to follow is independent of them.

Imagine how art would be if someone didn’t dare to challenge the conventional?

Or if someone had never said for the first time: It’s possible?

Yes, believing in the impossible, even if it exists, only limits our ability to dare

– and sometimes, that’s all you need.

Dare to believe in a project, even if others ignore it.

So…

Believe in the reasons, for there will always be one.

Believe in the possible, for there will always be a way!

Now, the road is yours – walk.

Outline your plans towards the impossible,

and if they are not achieved,

breathe, look back, see how much you have already conquered on this road.

So, keep going!

Gilson 

Read too: “How It Would Be… – Poem of a New Day” ‣ Jeito de ver

 

 

A estrada e o impossível – Caminhe!

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Imagem de Tumisu por Pixabay

 

 

Agora a estrada é sua!

As pessoas que passam ao seu lado podem ser indiferentes ao seu estilo, à sua direção, mas independe delas o caminho a seguir.

Imagine como seria a arte, se alguém não se atrevesse a desafiar o convencional? Ou como seria alguém não tivessem dito pela primeira vez: É possível?

Sim, acreditar no impossível, ainda que ele exista, apenas limita a nossa capacidade de ousar – e às vezes, isso é tudo o que se precisa.

Ouse acreditar num projeto, ainda que outros o ignorem.

Acreditar nas razões. pois sempre haverá uma.

Acreditar no possível, pois sempre haverá um meio!

Agora, a estrada é sua – caminhe.

Trace seus planos rumo ao impossível, e se estes não forem alcançados, respire, olhe para trás, veja o quanto você já conquistou nesta estrada.

Portanto, continue!

Gilson Cruz

Leia também Retratos da vida – o que deixamos passar ‣ Jeito de ver

 

 

 

“Março: História, Conscientização e Reflexão”

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Imagem de Dorothe por Pixabay

Um pouco do mês de março na história:
  • Acidente aéreo com o jato Learjet 25D prefixo PT-LSD, resultando na morte de nove tripulantes, incluindo todos os integrantes do grupo musical Mamonas Assassinas (25 anos).
  • Início das transmissões da TV Globo São Paulo (55 anos).
  • Nascimento do cantor e compositor mineiro Vanderli Catarina, conhecido pelo nome artístico Vander Lee (55 anos).
  • Nascimento da cangaceira baiana Maria Gomes de Oliveira, conhecida como Maria de Déa e, após sua morte, Maria Bonita (110 anos), companheira de Virgulino Ferreira da Silva, o Lampião, e primeira mulher a participar de um grupo de cangaço.
  • Prisão do escritor brasileiro Monteiro Lobato por criticar as torturas praticadas pelo Estado Novo (80 anos).
Algumas celebrações:
  • Dia Internacional da Mulher.
  • Dia Nacional da Comunidade Árabe.
  • Dia Nacional do Circo.
  • Dia Mundial do Teatro.

Fonte: Fatos históricos, datas comemorativas e feriados de março de 2021.

Origem do Mês de Março:

Março era originalmente o primeiro do calendário romano, marcando o início da primavera. O nome “março” tem origens no latim “Martius”, relacionado ao deus Marte, associado à guerra na mitologia romana.

Embora associado à primavera e à guerra na mitologia romana, neste mês atualmente percebemos os conflitos contemporâneos, incluindo as Guerras Civis Afegãs, a Guerra Civil na Somália, a Guerra Civil no Mali, a Guerra Civil Iemenita (desde 2014), a Guerra Civil Centro-Africana (desde 2012), a Guerra Civil no Sudão (iniciada em 2023), a Guerra Civil Síria e a Guerra Contra o Estado Islâmico.

Referência: Quais são as grandes guerras em curso no mundo – e por que algumas chamam menos atenção? – BBC News Brasil

Além desses conflitos, há o conflito Rússia versus Ucrânia, que em dois anos ceifou mais de 200 mil vidas, e uma crescente ameaça de conflito na Ásia.

Leitura adicional: A terceira guerra está na Ásia? China, Taiwan e Coreia do Norte estão em um barril de pólvora – Seu Dinheiro

Motivos da Guerra:

As guerras são motivadas por diferenças étnicas, rivalidades políticas, recursos escassos, questões religiosas e ideológicas. O desejo de expansão e domínio tem gerado conflitos em todo o mundo.

A paz pode parecer uma utopia quando se percebe que as nações investem muito mais em armamentos do que em saúde e educação.

MARÇO É REALMENTE UM MÊS PARA REFLEXÃO!

Veja também: Fevereiro e os seus 28 dias apenas… ‣ Jeito de ver

A indústria armamentista – um tema em debate ‣ Jeito de ver

O goleiro que pegava até pensamentos!

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Imagem de jotoya por Pixabay

 

A Origem do XV de Setembro e Seu Goleiro Lendário

Poucos goleiros foram tão bons na história do futebol quanto João Rodrigues, lá do XV de Setembro, embora muito poucos o saibam. Mas, XV de Setembro? Não seria mais apropriado e significativo o XV de Novembro, data em que foi proclamada a República naquele país?

Creio que ou o Sr. José Rodrigues não era muito bom em memorizar datas ou, quem sabe, na hora de registrar o nome do clube, Aurelino, o escrivão, não escutou muito bem. Por causa da animação de ver o novo time da cidade ganhar corpo, as conversas fluíram sem que ninguém percebesse o erro na bendita data! Apenas na hora de inscrever o XV no campeonato é que perceberam o equívoco.

Apesar disso, João Rodrigues, que por coincidência era filho do Sr. José, dono do time, era o goleiro. Antes que alguém fale de nepotismo, ele realmente era um grande goleiro! Enquanto a maioria dos goleiros reagia aos lances, João parecia adivinhar os pensamentos dos atacantes adversários. Jogadores mais inteligentes ficavam frustrados, pois nenhuma estratégia ou improviso funcionava. Como diziam: “Ele pegava até pensamento!”


As Primeiras Partidas e o Dom Misterioso

Na estreia contra o 2 de Novembro, famoso por “enterrar” adversários, a pressão era intensa. Aos 44 minutos do segundo tempo, o artilheiro Mestre Jorge teve a chance de consagrar-se frente a frente com João. No entanto, algo improvável aconteceu: Jorge parou, sentou no gramado e, visivelmente abalado, deixou a bola para trás. Depois, confessou que João havia capturado todos os seus pensamentos, deixando-o completamente desnorteado.

A vitória do XV no último minuto tornou-se um marco. A partir daí, o time continuou vencendo, frustrando adversários como Barra Rasa e Barra Funda. Contra o Barra Funda, um pênalti duvidoso foi marcado. Porém, mesmo diante das tentativas de suborno, nenhum jogador conseguiu superar João. Todos pareciam perder o foco no momento decisivo, e o XV saiu vitorioso novamente.


O Encontro Final com o Inerte Futebol Clube

Na final do campeonato, o XV enfrentou o Inerte Futebol Clube, considerado o time mais fraco do torneio. O Inerte era tão ruim que os jogadores eram conhecidos pela improdutividade em campo e por perderem todas as partidas por goleadas absurdas.

Surpreendentemente, o jogo começou com o Inerte marcando gols inesperados. João Rodrigues, o apanhador de pensamentos, ficou perdido. O motivo? Não havia nada para “pegar” das mentes vazias dos jogadores do Inerte. Eles simplesmente não pensavam! O XV venceu o campeonato, mas levou 11 gols e ficou claro que João precisaria ajustar suas habilidades.

João aprendeu uma grande lição: nem toda mente tem algo de valor para ser capturado. Para o próximo campeonato, ele decidiu estudar melhor seus adversários. Afinal, algumas mentes não oferecem absolutamente nada a aproveitar!

Gilson Cruz

 

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Quiprocuó Esporte Clube – Falando de futebol ‣ Jeito de ver

Zé da Ladeira – uma história de futebol. ‣ Jeito de ver

Ao Lado nos Belos Instantes

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Imagem de Catkin por Pixabay

 

Nos mais belos momentos de sua vida, de quem você se recordou?

Quem você gostaria que estivesse lá, ao seu lado,

contemplando o sol ao amanhecer ou o mesmo observando o despontar da lua atrás das montanhas?

Quem você gostaria que estivesse ao seu lado,

celebrando todas as conquistas,

dividindo as esperanças,

ou apenas abraçando sem motivo algum – se o amor não for o motivo?

Nos momentos mais extraordinários da vida,

de quem seria o riso, ou as palavras que você gostaria de ouvir?

De quem seriam as mãos e o rosto que você desejaria tocar?

Mesmo que pareça insano…

Ela esteve lá...sempre esteve lá.

Ela te acompanhou por todos estes momentos e em tuas alegrias ou frustrações esteve presente…

Ainda que apenas em teus pensamentos… em tuas memórias… em teus sonhos!

Gilson Cruz

 

Leia também Se pudesse voltar no tempo ‣ Jeito de ver

 

 

O mundo dos robôs – um pesadelo futurístico

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Imagem de Pete Linforth por Pixabay

O  Declínio da Humanidade

E no futuro, os robôs substituirão o trabalho humano…

Ninguém mais será escravizado.
Todos terão tempo para dedicar à família, aos amigos… à vida.

Assim, o primeiro trilhardário do planeta esbanjava seu otimismo para o futuro.

Suas imensas pastagens, antes cuidadas por humanos que reclamavam das péssimas condições de trabalho, que reclamavam do salário que não dava para comprar aquilo que eles ajudaram a plantar… e que adoeciam por causa disso – causando prejuízo ao amoroso patrão que, por anos, era, apenas, um pobre bilionário.

O mundo agora arruinado, com a população reduzida e ocupado apenas pelos que se beneficiaram da escravidão ao longo dos séculos, era um lugar tranquilo – sem pobres.
Os rios e mares agora tinham donos. Assim como os países e as cidades.

Marte não chegou a ser ocupado. A nave explodira com os primeiros bilionários que tentaram colonizar o planeta vermelho; ninguém soube o motivo.
A base lunar também não fora ocupada. Ficou apenas no sonho de veraneio de quem tinha muito a gastar.

Enquanto isso, um pobre milionário talvez não tivesse os robôs da última geração e comprasse, dos pobres bilionários, robôs usados.


Os Subumanos e o Ciclo da Exploração

Os subumanos, por outro lado, viviam à margem de tudo.
Antes conhecidos como pobres, agora não se designavam mais humanos.
Escondidos em territórios estéreis e abandonados, sobreviviam de restos que sobravam das máquinas ou das mãos generosas de algum “pobre bilionário”.
Eram menores que os robôs, que ao menos tinham tarefas definidas.

Agora, menos importantes que as máquinas, faziam o impossível para sobreviver…
Eram explorados nos limites da vida, forçados a realizar tarefas brutais, sem um propósito além da sobrevivência. Mas, mesmo assim, ainda sonhavam. Uma utopia esquecida, perdida no que restava da memória humana.

As máquinas do futuro eram condicionadas, assim como os pobres do passado.
Não tinham direito a sonhar, às aspirações que todo ser humano precisa ter para crescer, para se realizar. Recebiam ordens e distrações necessárias à cegueira de uma vida sem sentido – enquanto eram gradativamente substituídas!

Mais tarde, enquanto as máquinas faziam o trabalho, as fontes de energia cessaram – e elas pararam!
Pararam como humanos, mortos pelo cansaço e pela exploração.

Os subumanos foram então lembrados… quais escravos!
E voltaram a ser os escravizados, que se queixavam, que reclamavam – que eram condicionados, programados para isso!

E a vida continuou assim, sem rumo, até o fim – até que o pesadelo acabasse!

Gilson Cruz

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