Setembro – História e curiosidades

Histórias e curiosidades do mês de Setembro

Imagem de yeon woo lee por Pixabay

Setembro é um mês especial. Por essas bandas, o frio se despede, dando início ao primeiro verão, ou primavera.

Setembro também traz o sorriso de Bell, minha irmã mais nova, que nasceu neste mês, no dia 16, assim como as saudades da minha irmã Léia, que também nasceu no dia 17 e que, neste mês, passou a viver apenas nos meus sonhos e memórias.

Setembro é também marcado como o mês dos atentados terroristas ao World Trade Center.

Que tal mergulharmos um pouco na história deste mês?

Apresentando…

Setembro é o nono mês do ano no calendário gregoriano, com duração de 30 dias.

Seu nome tem origem na palavra latina “septem” (sete), pois era o sétimo mês no calendário romano, que originalmente começava em março.

A introdução dos meses de janeiro e fevereiro em 451 a.C. reposicionou setembro como o nono mês do ano.

No hemisfério norte, setembro marca o início do outono, enquanto no hemisfério sul, é o início da primavera, sendo sazonalmente equivalente a março no hemisfério norte.

Em 21 ou 22 de setembro, ocorre o equinócio de setembro, quando o Sol cruza o equador celeste rumo ao sul, sinalizando o começo do outono no Hemisfério Norte e da primavera no Hemisfério Sul.

História

Historicamente, setembro era dedicado ao deus romano do fogo, Vulcano, devido às altas temperaturas associadas ao mês quando ainda era o sétimo mês do calendário.

Os anglo-saxões também o chamavam de “Gerst Monath” (mês da cevada) e “Haefest Monath” (mês da colheita), refletindo sua importância agrícola.

Acontecimentos na história

Setembro é rico em simbolismo e eventos históricos.

Em 1752, o Império Britânico omitiu 11 dias no mês, entre os dias 2 e 14, ao transitar do calendário juliano para o gregoriano.

O 1º de setembro de 1939 marca o início da Segunda Guerra Mundial, com a invasão da Polônia por Adolf Hitler.

Já em 11 de setembro, o mundo relembra dois eventos trágicos: os ataques terroristas nos EUA em 2001, que causaram a morte de 2.996 pessoas, e o golpe militar no Chile em 1973, liderado por Augusto Pinochet.

Mês de conscientização

Além disso, setembro é conhecido por suas campanhas de conscientização.

A campanha Setembro Amarelo, adotada no Brasil em 2015, visa prevenir o suicídio, conscientizando sobre a saúde mental e reduzindo o estigma associado a transtornos mentais.

Ela foi inspirada pela história de Mike Emme, um jovem que cometeu suicídio aos 17 anos, em setembro de 1994, nos Estados Unidos.

A campanha é simbolizada por fitas amarelas, e dados alarmantes da Organização Mundial da Saúde (OMS) revelam que mais de 700 mil pessoas morrem por suicídio anualmente no mundo. No Brasil, a taxa média é de 14 mil suicídios por ano.

Um mês cultural

O mês de setembro também tem relevância cultural e social.

É marcado pelo início do ano letivo em muitos países do hemisfério norte, além de abrigar o famoso Festival de Cinema de Veneza. Nos Estados Unidos, setembro é o mês nacional do mel, do frango e do piano.

As pedras de nascimento associadas a setembro são a safira e o lápis-lazúli.

Em resumo, setembro é um mês cheio de histórias, tradições e peculiaridades que vão muito além do que geralmente se conhece, destacando-se tanto por seu significado histórico quanto por seu impacto cultural e social.

Um setembro cheio de histórias para você…

Fonte: Wikipedia

Leia também As estações do ano – História ‣ Jeito de ver

Queimadas no Brasil: “100% Humanas”

Bombeiro em ação.

Imagem de Matthias Fischer por Pixabay

“O presidente do Ibama, Rodrigo Agostinho, declarou que todos os focos de queimadas florestais no Brasil são causados por ações humanas, mas ainda não há evidências de que sejam parte de uma ação criminosa organizada.

Durante uma reunião no Palácio do Planalto, ele mencionou que as investigações irão determinar se houve organização criminosa.

Agostinho destacou que a situação é crítica, especialmente nas regiões Sudeste e Centro-Oeste, devido à seca e baixa umidade, com muitos incêndios, inclusive com a fumaça atingindo cidades como Brasília.

Ele também mencionou que alguns estados apresentam situações suspeitas, com focos distribuídos de maneira uniforme ou em momentos de difícil controle, levantando preocupações sobre uma possível ação coordenada”. – FONTE:  G1 (globo.com)

A influência humana na degradação ambiental é evidente. Sabia que a legislação brasileira de proteção ao meio ambiente passou por alterações recentes? Vamos analisar neste post: Queimadas – 100% humanas*.

A Lei dos Crimes Ambientais (Lei 9.605/98) foi estabelecida no Brasil para proteger o meio ambiente, estipulando sanções penais e administrativas, como multas, detenção e serviços comunitários, para atividades prejudiciais ao ambiente.

Dentre os delitos definidos estão o desmatamento e queimadas ilegais, poluição, pesca e caça ilegais, tráfico de animais silvestres, destruição de áreas de preservação e contaminação de águas, além de infrações contra o patrimônio cultural e a biodiversidade.

Mudanças na lei

Propostas de alteração na legislação ambiental surgiram em 2021, visando flexibilizar as normas de licenciamento ambiental.

Incluíam a simplificação do processo, permitindo autodeclaração para licenças de alguns projetos e a redução dos prazos para emissão de licenças, o que poderia acelerar a aprovação de projetos, mas comprometer a qualidade das avaliações ambientais.

Também foram propostas isenções de licenciamento para atividades de baixo impacto, o que poderia beneficiar pequenos projetos, mas também permitir abusos.

As mudanças sugeridas abrangiam a centralização do licenciamento de grandes projetos no governo federal, o que pode padronizar critérios, mas diminuir a autonomia de estados e municípios.

Outras propostas defendiam a descentralização para “acelerar processos locais”, possivelmente com critérios menos estritos, e flexibilização na aplicação de penalidades por crimes ambientais.

Críticos alertavam que a flexibilização poderia aumentar o desmatamento e queimadas, especialmente na Amazônia, e enfraquecer a proteção ambiental.

Essas mudanças legislativas foram alvo constante de debate, pois os danos ao meio ambiente e à saúde pública podiam ser irreparáveis.

De fato, as alterações na legislação favoreceram aqueles que se beneficiam da degradação ambiental, não apenas por ganância, mas principalmente por desconsideração à saúde pública, liberando centenas de agrotóxicos banidos em outros países, enquanto consomem alimentos orgânicos.

Não surpreenderia se a ação nos incêndios recentes fosse um crime intencional.

Leia também Crimes e responsabilidades na tragédia no RS ‣ Jeito de ver

Ibama: 100% das queimadas no Brasil são ação humana, mas ainda não é possível falar em crime orquestrado | Política | G1 (globo.com)

Câmara aprova projeto que flexibiliza licenciamento ambiental no Brasil | CNN Brasil

*Queimadas acidentais são possíveis, mas neste post, analisamos as queimadas criminosas e como as alterações na legislação ambiental podem favorecer esses delitos.

O árbitro perfeito -uma crônica futebolística

A crônica bem humorada de Aristóbulo -o árbitro perfeito

O mais querido venceu – uma crônica.

Árbitros de futebol são imparciais.

Mas, nenhum foi tão perfeito quando Aristóbulo Duarte, este parecia odiar times de futebol!

Explica-se, não dava nenhuma demonstração de paixão ou a mínima quedinha por qualquer time em qualquer partida que arbitrou.

Mas, mesmo o coração dos árbitros pode ser traiçoeiro.

O campeonato não estava bom para o mais querido, a primeira partida da final foi difícil e o time da Fala Mansa, venceu por um gol de diferença.

O clima estava terrível, pois o futebol nunca fora tão equilibrado. O jogo da volta era uma incógnita.

Mas, chegou a data!

Todos temiam, menos a turma que venceu a primeira partida, Aristóbulo era o árbitro. Com ele haveria, no mínimo, uma partida justa. Mas, Aristóbulo tremia por dentro.

O Mais Querido, também era o mais querido do árbitro, que estava triste – nada podia fazer.

E começou a partida.

O time da casa, deu o pontapé inicial.

A pressão nos primeiros minutos era horrível, mas o João do Fala Mansa pegava tudo, o que queria e até mesmo o que não queria – Gripe foi uma delas.

A calma adversária irritava o Mais querido, que precisava vencer por dois gols de diferença. 30 minutos, o empate persistia.

Mas, num lance de pura sorte, Cabeludinho entra na área e algum fantasma adversário deu- lhe uma rasteira que o fez rolar por cinco metros.

Fantasma? Deve ter sido, pois ninguém viu o autor da falta, só o Aristóbulo. Gol do mais querido! Pênalti!

O Fala Mansa EC, se revoltou. Cercou o árbitro, reclamou, brigou.

Mas, não se ousou a dizer que ele estava roubando.

Perninha, o atacante adversário se ousou a dizer com ou sem juiz a gente vence. Foi a gota d’água! Aristóbulo sacou um vermelho imediato e mandou o Perninha pro chuveiro.

O engenhoso técnico Martins, não entendeu. E tratou de organizar o time. E acabou o primeiro tempo.

O mais querido ainda precisava de mais dois gols para levar o título, mas estava difícil.

Trinta minutos da mais pura pressão e nada. Já que o mais querido não podia fazer nada, cabia ao sobrenatural dar um jeito!

E aos trinta, Baixinho entra velozmente na área pelo lado esquerdo.

Sem marcação e também sem bola – e acidentalmente tropeça nas pernas de quem? Acho que do mesmo fantasma, pois ninguém viu – exceto Aristóbulo.

Pênalti.

Segundo pênalti em circunstâncias idênticas.

Algo deveria estar errado!

Mas, quem se ousaria a falar? O time já estava com um a menos!

Mas, Getúlio não suportou e reclamou. E de quebra levou o vermelho, no meio da testa.

A revolta foi geral e mais dois do Fala Mansa foram para o chuveiro!

Agora, estava fácil! Mas, o mais querido não ajudava.

Dois a Zero, e num lance absurdo, pra se livrar da bola., Antônio Grosso, dos visitantes chutou a bola pra cima… E ela morreu no fundo das redes do mais querido!

O goleiro, não esperava, o time não esperava…e Aristóbulo não esperava.

Acréscimo 3 minutos.

O mais querido foi pra cima, 2×1 no placar, quatro jogadores a mais…era tudo ou nada!

A pressão foi terrível…e naquelas maravilhas do futebol, Garotinho chuta a última bola, cruzada, o jogo iria para os pênaltis…

E a bola corre para fora no que seria o último lance da partida…

Ninguém para esticar a perna e colocar pra dentro…

E Aristóbulo, como um atleta, deu o seu último pique e se atirou como um herói… Deslizando no gramado do mais querido e como um artilheiro, colocando a bola pra dentro e apitando abruptamente o final do jogo, saindo pra comemorar com os jogadores…

Não houve quem reclamasse, todos inclusive os dirigentes do futebol amavam o mais querido, não haveria possibilidade de mudar!

E nas fotos do título, Aristóbulo realizava seu sonho:

Erguer a taça de campeão, pelo mais querido!

E ninguém mais se importou com o resultado…

Veja também Zé da Ladeira – uma história de futebol. ‣ Jeito de ver

Máfias da loteria e do apito: o que aconteceu nos outros escândalos de manipulação no Brasil | futebol | ge (globo.com)

A Evolução da Indústria Fonográfica

A evolução da indústria fonográfica e o consumo de música.

Imagem de Bruno por Pixabay

O Walkman completou 40 anos neste dia 1º de julho. Primeiro reprodutor portátil da história, o aparelho da Sony marcou diferentes gerações, totalizando mais de 385 milhões de unidades vendidas. Além disso, ajudou a criar a cultura de ouvir músicas em qualquer lugar, hoje algo super comum com os smartphones.

O dispositivo nasceu a partir da necessidade de executivos japoneses de ouvir ópera durante os longos voos internacionais. Com o passar do tempo, seu impacto na cultura popular foi tão importante que o nome Walkman resistiu em outros produtos, mesmo após o fim do cassete. Confira a seguir dez fatos sobre o aparelho para comemorar os 40 anos do som portátil”.
– Extraído do site Techtudo.

by Wikimedia

 

Interessante, não é verdade?
Os meios de consumo de música evoluem a cada dia, então, que tal falarmos um pouco sobre a evolução da indústria fonográfica?
Vamos lá…

A Revolução Fonográfica

Ao longo dos anos, a indústria fonográfica passou por transformações drásticas. Desde os tempos dos discos de vinil até os atuais serviços de streaming, a maneira como consumimos música mudou radicalmente. A evolução não envolve apenas tecnologia, mas também a forma como a música é produzida, distribuída e consumida pelos ouvintes.

Do Vinil ao Digital

No início, os discos de vinil eram a principal forma de reprodução musical. Esses grandes e frágeis discos prestaram enormes serviços à cultura musical, mas trouxeram limitações, como a durabilidade e a qualidade do som. A chegada das fitas cassete nos anos 70 e dos CDs nos anos 80 trouxe praticidade e melhor qualidade de áudio.

Porém, a verdadeira revolução aconteceu com a chegada da internet e do formato digital. MP3s e plataformas de compartilhamento de música mudaram completamente o jogo. Agora, não só a portabilidade aumentava, mas também o acesso e a diversificação musical às amplas massas.

O Impacto na Nossa Vida

Sem a evolução da indústria fonográfica, a forma como interagimos com a música seria completamente diferente. Podemos imaginar um mundo onde ainda dependêssemos exclusivamente de aparelhos físicos para ouvir música, limitando nossa capacidade de acesso e descoberta de novos artistas e gêneros.

Além disso, a globalização musical que presenciamos hoje seria muito mais lenta.

Artistas independentes, que hoje fazem sucesso graças à facilidade de distribuição digital, teriam muito mais dificuldade para serem ouvidos. Sem essa evolução, a variedade musical que nós experienciamos diariamente seria muito menos diversificada.

O Futuro da Música

Olhando para o futuro, podemos esperar ainda mais inovações na indústria fonográfica. Tecnologias emergentes como inteligência artificial e realidade virtual estão começando a fazer seu caminho na produção e na experiência musical, prometendo revolucionar ainda mais a forma como criamos e consumimos música.

Leia também Propaganda musical e Empobrecimento cultural ‣ Jeito de ver

Walkman faz 40 anos: veja curiosidades sobre aparelho ‘febre’ nos anos 90 (techtudo.com.br)

Preencha com detalhes o quadro do seu dia!

Uma mensagem positiva para o dia.

Imagem de Hans por Pixabay

O que fazer com o novo dia?

Cada novo dia que se apresenta é como um esboço a ser preenchido com os detalhes.

Se rabiscos errados acontecerem ou se as cores perderem o tom, haverá a possibilidade da inovação.

Sim, quando cometemos equívocos é natural gastarmos tempo e energia, pensando naquilo que poderia ter sido feito.

Muito mais, porém, conseguiremos se canalizarmos nossas preocupações naquilo que podemos fazer para melhorar numa próxima tentativa ou em uma próxima oportunidade.

Traços ondulares podem se transformar em belas montanhas ou incríveis ondas do mar…dependerá daquilo que se imaginar!

Assim, aproveite os deslizes e transforme cada movimento numa particularidade nesse novo esboço.

Cada erro, deve seer transformado numa lição.

Mas, não apague os detalhes!

Eles serão úteis na continuação deste esboço amanhã.

E quando a obra da vida estiver completa, se entenderá como cada traço contribuiu para uma arte única: A arte de viver.

Aproveite!

Leia também Ressignificar – A arte de inovar a mente ‣ Jeito de ver

 

 

 

Minha Pequena Cidade: Santa Terezinha

A Nova Praça Ápio Medrado

Fotografia Jeitodever.

Se me ponho a cismar em outras eras
Em que ri e cantei, em que era bela,
Parece-me que foi noutras esferas,
Parece-me que foi numa outra estrela”.

“A Rua” – Mario Quintana

 

Não sei se o prédio da Prefeitura era cinza ou se essa é a cor da minha memória, mas era verão quando lá cheguei, há muito tempo.

Os velhos bancos deteriorados numa velha praça de imensas árvores nativas, sem ladrilhos, castigada pelo andar de milhares de pessoas ao longo dos velhos anos.

De frente com a praça, a tradição de Seu João do Bar, a meiguice da Professora Marlene e os doces risos iluminados de Dona Lourdes.

Senti-me bem-vindo.

Dona Maria Medrado e as velhas fotografias falavam um francês perfeito e um belo inglês – privilégio de uma antiga elite.

Lembro das histórias que contava…
Suas fotografias me deixaram apaixonado e as histórias de sua vida, seu primeiro amor, seus pais, primos e irmãos me mostraram o quanto a vida muda em tão pouco tempo.

Caminhando mais à frente, havia o Paço Municipal e um espaço que seria, no futuro, a Câmara Municipal dos Vereadores.

Antes, as sessões eram realizadas num velho espaço na Praça da Bandeira, vizinho ao cadastro de Serviço Militar, de onde podia ver o Clemenceau Teixeira.

O Clemenceau era o antigo colégio onde os alunos pareciam felizes por estudar.
Aquele prédio onde, havia muito tempo, tratavam as folhas do fumo, lá conheci a Nair.

Nair era jovem, linda, como era também lindo o seu jeito de falar. Amava o Fernando Mendes e Giz, da Legião Urbana.

Amiga das melhores histórias e que jovem se foi.

Na mesma rua havia a Delegacia de Polícia e o delegado Joanito e o cabo Bellini.
Joanito era amável e corajoso.
Disfarçado, em uma ocasião, conseguiu abater um bandido extremamente violento.
Mas era paciente.

De lá havia uma subida para a rua, que seria o alto do sossego, e descia a Rua da Casa Forte… onde morei e descobri os escorpiões…
Não, não sou amigo deles. Era lá que moravam as crianças Yana, Everaldo, Nil… e no número 16, a Nair.

Naquela rua havia ainda o rebuliço; uma pessoa querida havia perdido a vida. Afogado.
Triste começo.

Descendo a Rua da Casa Forte, havia a entrada para a rua do Minadouro, ou Minador, onde sempre morará em minhas memórias a Professora Dinalva.
Ela amava me presentear com mangas e mangas.
Eu amava Dona Dinalva e Dona Edite, a encarregada de me entregar.

As velhas e belas árvores embaladas pela ventania me encantavam tanto quanto me assustavam.

Como era uma rua sem saída, então costumava voltar e andar em nova direção pelas ruas 2 de Julho, onde morava o Bigu e o meu amigo Nereu.

Nereu morava no Rio, amava o Vasco e me explicava política… se tornou colega de trabalho.

Havia também um campo próximo à Rua 2 de Julho, e por isso chamavam-na também de Rua do Campo (e isso me enlouquecia; numeração repetida era sinônimo de confusão…)

A rua de cima era a Rua Elísio Medrado, tio da Dona Maria, da primeira rua em frente à praça, que me disse uma vez ser este uma pessoa muito bondosa.

Que ajudava os doentes.

Não sei se, por coincidência, esta rua levava ao município com o mesmo nome, mas antes, na metade do caminho, me permitia descer e visitar Pedra Branca, onde conheci a Almerinda.

Impossível não amar a Almerinda… sempre preocupada com os filhos.

Mas, desta vez, voltei da Rua e encontrei a Rua das Pedrinhas e, de lá de cima, vi a pequena ponte entre as ruas 2 de Julho, Pedrinhas e a Praça da Bandeira, vizinha à Duque de Caxias.

Resolvi não voltar pelo mesmo caminho; segui em frente e cheguei à rua Alto da Boa Vista.

De lá de cima, olhei a primeira rua.

O grande prédio da Igreja.
A minha praça favorita, onde fui vizinho por um tempo.

As montanhas cercam a Cidade de Santa Terezinha

Fotografia por Jeitodever.

A Praça Ápio Medrado.

Fotografia por Jeitodever.

Vi a Rua José Batista, Castro Alves, Armando Messias…

Não havia muitas ruas.

Talvez o casarão em frente à agência onde trabalhei por dez anos ainda guarde as memórias de uma linda bailarina que um dia passou as férias naquela pequena cidade.

Ou a pequena agência da época guarde a tristeza de estar só, por tanto tempo.

Talvez pareça estranho lembrar tanta coisa depois de quase trinta longos anos…

Recordo a Moreninha, a prefeita eleita na ocasião, Clemente, o ex-prefeito da época, Dona Antonia, Dona Margarida, meu irmão Rubão e a estrada que levava a Castro Alves…

Onde os moradores revoltados um dia queimaram pneus em protesto pelas péssimas condições da pista…
Dia histórico!

Quando cheguei, a cidade era pequena e talvez não tenha crescido tanto.
Tive receios de voltar e encarar as memórias.

A cidade era pequena e grande para mim, que não conhecia muitas pessoas e que se apaixonou por todos de uma maneira bem especial, embora vivesse sozinho, longe da família e dos velhos amigos.

O vento soprava nas minhas madrugadas e, por muitos anos, foi o som das minhas noites.
Me traziam versos que não pude compartilhar e que destruí quando chegou a hora de partir.

E parti.

E a imagem daquela pequena cidade ainda permanece gravada, como uma fotografia, em minha mente.

Impossível não recordar a Ene se preocupando em ajudar as pessoas, o amor entre as famílias com quem pude trabalhar, a Ellis que amava a Argentina, o incrível Doutor Marcos…

Impossível esquecer o céu e a lua, nascendo brilhantes no horizonte, entre os montes, fazendo companhia a mim e aos meus livros e ao violão, naquela mesma velha praça. Cheia de árvores.

O antigo sobrado

Fotografia por Jeitodever

Há muitos ainda na memória, se transformando em palavras, na minha saudade…

Muitos ainda habitam as minhas memórias e sonhos.

As recordações me arrebatam aos meus vinte e três anos, quando a cidade apenas começava a despertar.

Onde a lua, as ruas escuras e a solidão de minha pequena casa me ensinavam o duro processo de crescer.

E meus passos se apagaram, como os passos daqueles que caminharam na velha praça antes de mim.

Talvez, no futuro, com cabelos ainda mais grisalhos, eu volte e trabalhe apenas mais um dia na terra em que comecei… faça as pazes comigo mesmo e abrace pela última vez, para sempre, o meu pequeno lar.

A cidade de Santa Terezinha.

Mas, as coisas findas,
Muito mais que lindas, estas ficarão”
– Carlos Drummond de Andrade

Leia também Voo efêmero – um breve encontro ‣ Jeito de ver

Santa Teresinha (Bahia) – Wikipédia, a enciclopédia livre (wikipedia.org)

A prisão da alma – uma mente cativa

A imagem do desânimo.

Imagem de Anemone123 por Pixabay

 

Ele saiu de casa determinado a acabar com o mundo

não retribuía aos acenos

não sorria,

esbravejava com  quem o cumprimentava.

Ele partiu de casa, determinado a revidar contra o mundo

todas as injustiças que a vida lhe impôs:

as perdas, a solidão, a timidez

golpeava o ar, como a um adversário imaginário.

Saiu de casa

apenas para fazer o mesmo:

sua rotina, sua pressa, sua raiva

e não queeria mudar.

Saiu

apenas por sua obrigação

por um nada, por um fim de mês

pela raiva…

 

E teve um péssimo dia…

Pois estava preso…

numa mente cativa!

Gilson Cruz

Veja mais em O Milagre da Atitude: O sentido no Cotidiano ‣ Jeito de ver

 

Furacões – Histórias e Curiosidades

Conheça a um pouco da história dos furacões.

Por que os furacões recebem nomes de pessoas?

Arlene, Bret, Cindy, Don, Emily, Franklin, Harvey, Beatriz, Calvin, Dora, Eugene, Fernanda, Greg, Hilary, Irwin e Kenneth… a lista é extensa!

Quem são essas personalidades?

Veja a manchete a seguir:

Em 25 de junho de 2024, às 19:00, “o furacão Beryl” se formou no Atlântico Norte com uma velocidade de vento inicial de 28 km/h.

Todos os nomes mencionados referem-se a furacões.

Mas, qual é o motivo para se atribuir nomes a furacões nos Estados Unidos?

Vamos entender melhor…

Um furacão é um tipo de ciclone tropical caracterizado por ventos fortes que atingem velocidades de pelo menos 119 km/h, e é frequentemente associado a chuvas torrenciais e nuvens que se organizam em um padrão espiral.

Quando Começa e Termina a Temporada de Furacões nos Estados Unidos?

A temporada de furacões no Atlântico começa em 1º de junho e vai até 30 de novembro, impactando principalmente os EUA. Esse período foi definido com base na tendência histórica de formação de furacões, mas eles podem ocorrer fora dessas datas.

O Centro Nacional de Furacões (NHC), ligado à NOAA, é essencial na monitoração e previsão desses eventos.

Estados e cidades mais atingidos, como Flórida, Texas e Carolina do Norte, se preparam com antecedência, atualizando planos de emergência, realizando simulações de evacuação e se coordenando com agências e organizações de socorro

Como São Dados os Nomes dos Furacões?

A nomeação organizada de furacões começou nos anos 50 pela Organização Meteorológica Mundial (OMM), que criou listas padronizadas para esses eventos climáticos.

Originalmente, só se usavam nomes femininos, mas nos anos 70, a OMM incluiu nomes masculinos para promover igualdade de gênero. Desde então, os nomes alternam entre masculinos e femininos.

Há uma lista de nomes para cada ano, que se repete a cada seis anos.

A OMM elabora e mantém essas listas, escolhendo nomes fáceis de reconhecer e distintos para evitar confusão.

Os nomes seguem a ordem alfabética: o primeiro furacão da temporada começa com “A”, o segundo com “B”, e assim sucessivamente.

Quando o nome de um furacão é removido?

Se um furacão é particularmente devastador ou letal, seu nome é removido das listas em respeito às vítimas e para evitar conotações negativas.

Nomes como Katrina (2005) e Sandy (2012) foram retirados após causarem grandes estragos.

As listas são periodicamente revisadas para incluir nomes mais modernos e culturalmente apropriados.

Quando um furacão provoca danos significativos ou resulta em muitas mortes, seu nome é “aposentado” para evitar confusão e insensibilidade em eventos futuros.

A Organização Meteorológica Mundial (OMM) é encarregada de remover esses nomes das listas e substituí-los por outros.

Nomes de furacões com impactos memoráveis são retirados para evitar associações negativas em futuros eventos climáticos.

Por exemplo, o furacão Maria, que em 2017 causou destruição em massa em Porto Rico, resultando em milhares de mortes e um impacto econômico significativo, também teve seu nome aposentado.

Novos nomes são sugeridos pelos comitês regionais da OMM, que apresentam uma lista de nomes não ofensivos e de fácil pronúncia em diversas línguas.

Retirar os nomes de furacões do uso é crucial para garantir clareza e respeito em futuras previsões e relatórios meteorológicos, prevenindo confusões e prestando homenagem àqueles impactados pelos desastres naturais mais devastadores.

Relembrando os Furacões e Tornados Mais Violentos da História

Os Estados Unidos têm uma longa história de enfrentamento de furacões e tornados devastadores, eventos climáticos que muitas vezes resultam em perdas humanas significativas e danos econômicos extensivos.

Entre os mais notáveis estão o Furacão Katrina, o Furacão Harvey e o Tornado de Joplin, cada um deixando uma marca indelével na memória coletiva do país.

Furacão Katrina (2005): Formado em agosto de 2005, o Furacão Katrina rapidamente se intensificou, atingindo a categoria 5 no Golfo do México.

Após tocar terra como um furacão de categoria 3 perto de Nova Orleans, a cidade foi devastada devido à falha dos diques, resultando em inundações catastróficas.

O Katrina causou mais de 1.800 mortes e danos econômicos estimados em 125 bilhões de dólares, tornando-se um dos desastres naturais mais caros da história dos Estados Unidos.

Furacão Harvey (2017): Em agosto de 2017, o Furacão Harvey atingiu o Texas como um furacão de categoria 4.

Harvey é particularmente lembrado pela quantidade de chuva que trouxe, resultando em inundações históricas na área de Houston.

A tempestade permaneceu praticamente estacionária por vários dias, despejando mais de 60 polegadas de chuva em algumas regiões.

Os danos econômicos foram estimados em 125 bilhões de dólares, e o evento resultou em 107 mortes.

Tornado de Joplin (2011): Em 22 de maio de 2011, um tornado de categoria EF5 atingiu a cidade de Joplin, Missouri.

Com ventos superiores a 200 mph, o tornado devastou grande parte da cidade, resultando na morte de 158 pessoas e ferindo mais de 1.000.

O Tornado de Joplin é um dos tornados mais mortais da história recente dos Estados Unidos e causou danos estimados em 2,8 bilhões de dólares.

Esses eventos sublinham a necessidade de preparação e resiliência diante de fenômenos climáticos extremos.

Os esforços de recuperação, que muitas vezes envolvem anos de trabalho e bilhões de dólares, são testemunho do impacto duradouro que esses desastres podem ter sobre as comunidades afetadas.

Interessante, não é verdade? Há um alerta porém:

ALERTA:

“Mudanças nos ventos da alta atmosfera terrestre, provocadas pelo aquecimento da superfície marítima no Oceano Pacífico Oriental, são responsáveis pelo aumento previsto na frequência de furacões nas áreas costeiras”.

Aquecimento global aumenta a frequência dos furacões – Instituto Humanitas Unisinos – IHU.

Há a possibilidade do aumento de tais ocorrências.

Embora a probabilidade de eventos de grande magnitude ocorrer no Brasil seja pequena, não é impossível. A atividade humana predatória tem causado danos quase irreversíveis.

A ação baseada no conhecimento de tais fenômenos pode preservar vidas. As atividades de preservação podem salvar muito mais.

Leia também: Projetos de lei que agridem o ambiente ‣ Jeito de ver

Dia dos Pais – Origem e curiosidades

Imagem de Keelco23 por Pixabay

“Tornar-se pai é fácil. Difícil é sê-lo.” (Wilhelm Busch)

“Quando o filho aprende com o pai, ambos dão risada. Quando o pai aprende com o filho, ambos choram.” (William Shakespeare)

Falar dos pais não é uma tarefa difícil… quando jovens nos queixamos , quando envelhecemos, falamos da falta que nos faz…”(Autor desconhecido)

Nestas bandas, o dia dos Pais é celebrado no Segundo Domingo de Agosto. Famílias se reúnem, contam casos, riem juntas…que oportunidade maravilhosa de reunir a família. Não é verdade?

Você sabia, que embora essa data seja celebrada em muitos países, o dia escolhido pode variar.

Vamos à história.

A origem 

A origem do Dia dos Pais é atribuída a Sonora Smart Dodd de Spokane, Washington, em 1909. Inspirada pelo Dia das Mães, ela quis homenagear seu pai, William Jackson Smart, que criou sozinho seus seis filhos após o falecimento de sua esposa.

A primeira data pensada para a celebração foi o aniversário de seu pai.

Em 1924, o presidente Calvin Coolidge apoiou a ideia publicamente, mas somente em 1972 o presidente Richard Nixon reconheceu o Dia dos Pais como um feriado nacional nos EUA.

Hoje, o terceiro domingo de junho é dedicado aos pais em vários países, incluindo Estados Unidos, Inglaterra, Canadá, França, Países Baixos, Macau, Malásia, África do Sul, Argentina, Peru, México, Chile, Equador e Índia.

No entanto, registros de homenagens aos pais datam de muito antes da celebração moderna, como na Babilônia antiga, onde há cerca de 4 mil anos, um jovem chamado Elmesu teria gravado um desejo de saúde e longevidade para seu pai em um tablete de argila.

 O Dia dos Pais no Mundo

No Ocidente, o Dia dos Pais frequentemente coincide com o dia dedicado a São José, o pai adotivo de Jesus Cristo.

Em Portugal e Espanha, a celebração ocorre em 19 de março, enquanto no Brasil, é no segundo domingo de agosto. Nos EUA e na Inglaterra, a data é marcada no terceiro domingo de junho.

Outras nações têm suas próprias datas, como 19 de março em países como Portugal, Angola, Bolívia e Itália; 23 de fevereiro na Rússia; 21 de junho na Grécia e Noruega; o primeiro domingo de setembro na Austrália e Nova Zelândia; e o segundo domingo de novembro na Suécia, Finlândia e Estônia.

No Brasil, o Dia dos Pais foi criado por Sylvio Bhering, publicitário e diretor do jornal O Globo e da Rádio Globo, com o objetivo de homenagear os pais e também para promover o comércio.

Originalmente, a data era celebrada em 16 de agosto, em honra a São Joaquim, pai de Maria.

A primeira comemoração aconteceu em 1953.

Com o passar do tempo, a data foi transferida para o segundo domingo de agosto, aproveitando o fim de semana para reunir as famílias. Neste dia, são realizadas várias celebrações, apresentações, almoços em família e troca de presentes em todo o país.

É um fato que, embora as gerações mudem e os conceitos evoluam, pais verdadeiros sempre desejam o melhor para seus filhos. Podem ser mal compreendidos ou considerados antiquados, mas o amor de um pai é constante.

Não aguarde uma ocasião especial para reconhecer aqueles que o amam. Não relegue seus pais ao esquecimento.

Ame-os e mantenha a comunicação constante.

Os pais somente podem dar bons conselhos e indicar bons caminhos, mas a formação final do caráter de uma pessoa está em suas próprias mãos.” (Anne Frank)

Leia também O que pode acontecer hoje – faça o seu dia! ‣ Jeito de ver

 

Cartas ao passado… Uma primavera

Se eu soubesse que aquela seria a última primavera

não reclamaria os ventos no outono

ou da tristeza no inverno

Se apenas soubesse que não mais haveria estações

contemplaria as flores tímidas do dia

e o vento gentil da noite

Contemplaria a beleza dos pássaros

e o ouviria as suas canções

Se soubesse

não te falaria das próximas estações

ou dos sonhos, de nada…

contemplaria o presente!

E amaria cada segundo…

Te abriria os olhos para o azul no céu

e os ouvidos, para a música no soprar dos ventos

Se eu soubesse no inverno

te daria o calor, a paz, a vida… a minha vida!

E o inverno não seria tão longo, tão frio

E a primavera…

Te oferceria flores e mais uma estação

apenas uma estação.

Não faria tantos planos

se eu soubesse, se apenas soubesse desta primavera

teria vivido os verões e outonos, outras estações

E não estaria escrevendo cartas ao vento, aos ventos

ao tempo que se foi.

Leia também  Voo efêmero – um breve encontro ‣ Jeito de ver

Optimized by Optimole