A história do “dia que a música morreu”

A história do dia que a música morreu.

Imagem de Bruno por Pixabay

Se você assistiu ao filme La Bamba (1987), estrelado por Lou Diamond Phillips, Esai Morales e Danielle von Zerneck, certamente conhece um pouco da história que contaremos aqui.

Cartaz do Filme La Bamba

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O Dia que, para alguns, entrou para a história como “O Dia em que a Música Morreu”: A Tragédia de Buddy Holly, Ritchie Valens e Big Bopper

A Trajetória de Buddy Holly, Ritchie Valens e Big Bopper

Cada um desses artistas trouxe algo único ao cenário do rock and roll, moldando o gênero de maneiras distintas e memoráveis.

Buddy Holly, nascido Charles Hardin Holley, foi um dos pioneiros do rock and roll.

Originário de Lubbock, Texas, começou sua carreira no início da década de 1950 e rapidamente se destacou por suas composições inovadoras e performances energéticas. Com sucessos como That’ll Be the Day e Peggy Sue, Holly não apenas conquistou o público, mas também influenciou gerações de músicos. Sua habilidade em combinar letras cativantes com melodias envolventes fez dele uma figura central no desenvolvimento do rock and roll moderno.

Ritchie Valens, cujo nome verdadeiro era Richard Steven Valenzuela, foi um prodígio do rock chicano.

Nascido em Pacoima, Califórnia, começou a tocar guitarra e a cantar desde muito jovem. Aos 17 anos, já havia alcançado fama nacional com hits como La Bamba e Donna. La Bamba, uma adaptação de uma canção folclórica mexicana, destacou sua capacidade de fundir culturas musicais distintas, criando um som que ressoava com uma ampla audiência.

Valens tornou-se um símbolo de orgulho cultural para a comunidade latina, deixando uma marca indelével no rock and roll.

Jornal da época

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Big Bopper, nascido Jiles Perry Richardson Jr., era conhecido por seu estilo exuberante e carismático.

Originário de Sabine Pass, Texas, começou sua carreira como DJ antes de se tornar cantor e compositor de sucesso. Sua canção mais famosa, Chantilly Lace, exibiu sua personalidade vibrante e sua habilidade para criar músicas cativantes.

Além disso, foi inovador no marketing musical, utilizando a mídia para promover suas canções. Sua presença no palco e suas contribuições para a indústria fizeram dele uma figura inesquecível no rock and roll.

A Rotina dos Cantores na Época

A turnê Winter Dance Party foi marcada por uma rotina exaustiva para Buddy Holly, Ritchie Valens e Big Bopper. Os artistas enfrentavam uma agenda frenética, viajando grandes distâncias durante a noite para chegar ao próximo destino a tempo.

A logística era complicada, com a equipe frequentemente se deslocando em ônibus antigos e mal aquecidos, o que se tornava ainda mais difícil devido ao rigoroso inverno. Essas viagens testavam a resistência física dos cantores e afetavam seu bem-estar emocional.

O cansaço acumulado e a falta de descanso adequado geravam tensão constante. Além do desgaste físico, havia a pressão de manter a performance em alto nível, independentemente das circunstâncias adversas.

Apesar disso, havia momentos de camaradagem. Buddy Holly era conhecido por seu profissionalismo e dedicação, enquanto Ritchie Valens, o mais jovem do grupo, trazia uma energia jovial que ajudava a aliviar a tensão. Big Bopper, com sua personalidade expansiva, frequentemente animava a equipe.

Lidar com a fama e as pressões da indústria musical exigia uma rápida adaptação.

O sucesso repentino e a constante exposição pública tornavam o equilíbrio entre vida pessoal e profissional um desafio. A turnê Winter Dance Party ilustra os sacrifícios dos músicos da época, destacando tanto os momentos de triunfo quanto os desafios enfrentados diariamente.

As Circunstâncias do Acidente

O trágico acidente aéreo que ceifou as vidas de Buddy Holly, Ritchie Valens e Big Bopper ocorreu durante a turnê Winter Dance Party em fevereiro de 1959.

A turnê, que levava o rock and roll a várias cidades do Meio-Oeste dos Estados Unidos, enfrentava desafios logísticos severos. As longas viagens de ônibus em condições climáticas adversas tornaram-se exaustivas para os músicos e a equipe. Para minimizar o desgaste, Buddy Holly decidiu fretar um avião para chegar mais rápido ao próximo destino.

Na noite de 2 de fevereiro de 1959, após um show em Clear Lake, Iowa, Holly alugou um pequeno Beechcraft Bonanza para voar até Moorhead, Minnesota. Ritchie Valens e Big Bopper conseguiram lugares no voo. O piloto Roger Peterson, de 21 anos, foi contratado para a viagem.

Infelizmente, Peterson não estava suficientemente treinado para voar sob condições meteorológicas adversas e não possuía certificação para navegação por instrumentos.

Naquela noite, o tempo estava extremamente ruim, com ventos fortes e visibilidade reduzida devido à neve. Pouco após a decolagem, o avião perdeu o controle e caiu em um campo de milho, matando todos a bordo instantaneamente.

As investigações concluíram que a causa do acidente foi uma combinação de erro do piloto e condições climáticas severas. A falta de experiência de Peterson para operar sob tais circunstâncias foi um fator determinante. Essa tragédia marcou um momento sombrio na história da música, eternizando o dia 3 de fevereiro de 1959 como “O Dia em que a Música Morreu”.

Maiores Sucessos e Impacto na Arte e na História

Sim no dia  3 de fevereiro de 1959, o mundo da música perdeu três de seus mais brilhantes talentos em um trágico acidente de avião.

Buddy Holly, com hits como Peggy Sue e That’ll Be the Day, foi um pioneiro do rock and roll, estabelecendo novos padrões para a composição e produção musical. Sua influência se estendeu a bandas como The Beatles e The Rolling Stones, que o citam como inspiração fundamental.

Ritchie Valens, apesar de sua curta carreira, revolucionou a música com La Bamba, que misturava rock and roll com elementos da música tradicional mexicana. Esse hit abriu portas para a inclusão de artistas latinos na indústria musical americana, influenciando gerações de músicos de diversas origens culturais.

Big Bopper, com seu estilo único e personalidade vibrante, deixou uma marca duradoura com Chantilly Lace. Sua abordagem inovadora ao entretenimento ajudou a definir o papel do artista como showman, algo adotado por muitos músicos nas décadas seguintes.

Homenagens póstumas, como a canção American Pie de Don McLean, perpetuaram a memória desses artistas e solidificaram seu legado na história da música. O impacto deste acidente é constantemente relembrado como “O Dia em que a Música Morreu”.

Leia também: A música como produto e arte – uma história! ‣ Jeito de ver

Confira a playlist abaixo.

Quando a miséria dá Ibope (Lágrimas de TV)

Imagem de Marc Pascual por Pixabay

A Menina e o Sonho Distante

A pobre menina de pouco mais de cinco anos de idade tinha tantos sonhos quanto as outras meninas de sua idade. Não queria muito, queria apenas uma dessas bonecas que via nas propagandas na velha televisão que repousava no lado esquerdo da casinha de piso de chão batido, tanto mais frio no inverno.

Seus olhinhos brilhavam ao ouvir, nesses programas de TV que ajudavam os pobres, que a vida podia mudar, mas sua vida não parecia ter outras perspectivas. Sua mãe, solitária e doente, não podia fazer muita coisa, nem dar muita coisa, e a pobre menina ajudava nas tarefas da casa: lavando, passando e, às vezes, cozinhando quando a mãe se enfraquecia.

Era triste ver a infância fugir e o brilho nos olhos da menina se apagar. Mas algo mudaria.

Numa dessas histórias que se assemelham a contos de fadas, alguém escreveu para um desses canais que “ajudam” os carentes. E, vestida com sua melhor roupa, ela se apresentou naquele programa, enquanto a suave música de fundo trazia emoção e lágrimas às pessoas que agora também conheciam sua história.

O apresentador, de voz compassiva, contava a história, repetindo os trechos mais marcantes… e, de casa, os telespectadores também compartilhavam o mesmo choro. Segurando ternamente as mãos da menina, o apresentador pediu uma pausa. A audiência estava nas nuvens, e o apresentador, com olhos marejados, chamava o intervalo e, consequentemente, os comerciais…

E, enquanto o canal faturava com os patrocinadores, a cena no auditório não era tão terna nem tão triste…

No início do intervalo, o apresentador soltou friamente a mão da pobre menina, correndo feliz para checar com os auxiliares o sucesso daquele programa. Feliz por saber que estava em primeiro lugar…

Enquanto isso, com a mesma solidão e desilusão do dia a dia, sentada nos degraus do cenário, a menininha não entendia absolutamente nada… Não percebia que estava sendo usada como parte do jogo.

O Menino do Pintinho Piu

A história acima é baseada em fatos, mas uma história que ilustra bem tais programas de TV é a do Menino do Pintinho Piu.

O menino gravou um vídeo despretensioso dublando a música Pintinho Piu. O vídeo viralizou! Tornou-se a sensação da internet. E, por fim, foi descoberto por um desses programas populares.

O apresentador, feliz com a audiência, prometeu que daria suporte à carreira daquele menino. Os telespectadores elogiavam o apresentador: — “Viu como ele se importa com as pessoas?”

Os pais, entusiasmados com a possibilidade de sucesso do filho, venderam todos os bens para investir no sonho e bancar a gravação e divulgação do disco do menino.

Nota: o menino não era um cantor. Não havia possibilidade de dar certo!

Mas o apresentador estava tão entusiasmado…

Pobres pais… Não imaginavam que seriam esquecidos por todos, inclusive pelo apresentador, assim que o programa acabasse — com picos elevadíssimos de audiência.

Mais pobres agora, tentariam voltar ao mesmo programa, com o mesmo apresentador que faria a mesma cena, capitalizando sobre a miséria de uma família que vendeu tudo que tinha para investir na carreira do filho.

As Lágrimas da TV

São histórias tristes, é verdade! Mas a verdade maior é que as pessoas gostam de acreditar em lágrimas de TV. Gostam de acreditar que as lágrimas nos olhos de um apresentador que está preocupado com faturamentos, contratos, carreiras, com tudo — menos com a vida da pessoa no meio do palco.

As pessoas gostam de ser enganadas…

O mundo real é chato. A vida real é muito chata!

Enquanto as câmeras filmam, as lágrimas parecem reais. Mas, quando se apagam, a realidade volta a ser o que sempre foi: cruel para os que vivem dela e lucrativa para os que a exploram.

Leia também: Cultura – Quando o mais fácil é desistir! ‣ Jeito de ver

E aí? Vão mexer no teu PIX? – Se informe

Imagem de Markus Winkler por Pixabay

Um assunto controverso

Um assunto está movimentando as redes sociais e a fábrica de fake news tem trabalhado a todo vapor nestes dias. Trata-se da propagação da notícia de que o Governo vai taxar o PIX.

As memórias curtas de nossos compatriotas não se lembram que realmente havia um projeto durante o Governo anterior de taxar o Pix.

Essa taxação não chegou a ser colocada em prática com a derrota nas urnas. As novas medidas propostas não chegaram a ser aplicadas. Caberia ao novo Governo fazer isso?

O excelente artigo da Revista Fórum começa com as seguintes palavras:

“Acuse-os do que você faz, chame-os do que você é”, frase falsamente atribuída a Lenin, mas na verdade autoexplicativa para os métodos da extrema direita. Novamente se mostra verdadeira com a falsa acusação pelos bolsonaristas de que o ministro Haddad iria taxar as operações em Pix.

O governo Lula está gastando papel e mídia para desmentir a notícia que não tem nenhuma base na realidade. Inclusive, a fake news bolsonarista já está sendo utilizada por espertalhões em golpes pela internet.

Leia na íntegra no link: Quem quis taxar Pix foi Guedes no governo Bolsonaro, mas só ‘depois das eleições’ | Revista Fórum

Então, o que está acontecendo? Vamos direto ao ponto, citando o Site G1.

A Receita Federal ampliou as regras de fiscalização sobre transações financeiras. Antes, apenas bancos tradicionais informavam as movimentações, mas agora operadoras de cartão de crédito e instituições de pagamento também precisam enviar os dados. A mudança foi anunciada em setembro do ano passado e entrou em vigor em 1º de janeiro de 2025. Não há cobrança de impostos sobre PIX, mas movimentações atípicas podem gerar problemas para quem não declara corretamente os rendimentos. A Receita Federal não envia cobranças por WhatsApp ou SMS.

Perguntas e Respostas Simplificadas

Como era antes? A Receita recebia dados financeiros dos bancos tradicionais desde 2003.

O que mudou agora? Outras instituições, como operadoras de cartão de crédito e instituições de pagamento, agora também precisam informar à Receita.

Quando foi anunciada a mudança? Setembro do ano passado, em vigor desde 1º de janeiro de 2025.

O PIX será taxado? Não. Não há cobrança de imposto sobre PIX.

A que dados a Receita tem acesso? Dados pessoais, número da conta bancária, valores movimentados, entre outros.

O que eu preciso fazer? Nada específico. A responsabilidade de enviar dados é das instituições financeiras.

Devo me preocupar? Apenas se não declarar corretamente seus rendimentos.

Veja na íntegra.

Fonte: Entenda como era e o que mudou na fiscalização da Receita para o PIX, cartão e outras operações | Economia | G1

Resumo:

Não há o que temer, desde que declaremos corretamente e andemos honestamente.

Argumentar que o Governo tem um orçamento secreto, Emendas pix e coisas assim, não serve como justificativa, pois aqueles que fazem uso de tais arranjos legais (imorais) são deputados eleitos pelo mesmo povo e que estão brigando com o Supremo Tribunal de Justiça para tentar liberar tais Emendas sem esclarecer a finalidade.

O “orçamento secreto” no Brasil foi criado em 2019 e implementado em 2020. Esse mecanismo permite que parlamentares destinem recursos do orçamento público a projetos sem a devida identificação, resultando em falta de transparência.

O que fazer?

Primeiro, mantenha-se informado.

Segundo, seja honesto, não divulgue notícias falsas.

A desinformação gera conflitos, ninguém vai taxar o seu PIX!

Atualizações:

No dia 15 de janeiro de 2025, devido à grande influência das fake news espalhadas por membros da oposição e à comoção pública causada por estas, o governo revogou as medidas que visavam fiscalizar de modo mais firme a evasão fiscal.

Não se deve comemorar como uma vitória, pois, conforme abordado em post anterior neste blog, o país tem perdido mais em sonegação de impostos do que com desvios de verbas públicas por políticos corruptos.

Sonegar impostos também é uma forma de corrupção.

Fica a reflexão: Será que as pessoas podem criticar aqueles que roubam ou sonegam grandes fortunas quando desejam fazer a mesma coisa, em escala menor?

E o Governo não sabe lidar com a proliferação de fake news…

Veja também Por que muitos compartilham fake news? ‣ Jeito de ver

“Papo de E.T.: OVNIs Por Aí”

E o ET desabafa sobre os terráqueos...

Papo de E.T.

OVNIs e Vida no Universo

De repente, voltei a ser o assunto principal nas conversas…

Estava em paz, no meu cantinho do universo, e lá vem vocês com um tal de “apareceram lá em New Jersey, Massachusetts, Connecticut, Pensilvânia, Virgínia e até lá no Pará”.

Vocês acham que a minha vida é de viagens eternas?

Desafios Terráqueos e a Realidade Alien

Tanta estrela por aí… e eu vou cair na tolice de entrar num planeta onde os seres só pensam em dominar os mais fracos e acabar com todos os recursos?

Veja só, dia desses inventei de alugar uma casa em Londres, estava disfarçado. Lá os preços estão os três olhos da cara… desculpe, são apenas dois!

É que por lá “os mercados” (vocês adoram essa expressão por aqui), o nome que se dá às poderosas instituições financeiras e comerciais, compraram tudo, e são eles que determinam o valor do aluguel de imóveis. E sabe no que resultou?

O preço subiu tanto, que acredito que sou o primeiro alien caloteiro “das galáxias”! Tive que sair antes de ver a polícia chegar…

Eu tenho certeza de que esses malditos têm profundo interesse em perpetuar a pobreza e as diferenças sociais. A lógica é: quanto mais terráqueos carentes, maior a concorrência por trabalho.

E, quando a busca é maior que a oferta, o valor cai…neste caso, a mão de obra fica baratinha…

Mão de obra barata também é uma forma de escravizar (o povo daqui não sabe!).

Veja você, enquanto isso, aqui do outro lado vejo países em guerra, outros massacrando seus vizinhos… Lá no Brasil, um tal de “orçamento secreto”, computadores emprestados a ONGs por mais de R$ 30 mil a unidade… da última vez que estive lá, eu podia comprar um por uns 2 mil.

Reflexões de um Alienígena

Fui esperar e olha o quanto inflacionou.

Lá também “os mercados” querem matar os pobres…

Veja você, um país com orçamento secreto, morte ficta, emenda PIX, pensão para filhas de militares — está pressionando o governo a cortar “benefícios” dos mais pobres.

Por meio de especulação, estão tentando desestabilizar o governo eleito.

Sinceramente… não consigo falar de tudo!

Aí, de repente, alguns engraçadinhos resolvem brincar com seus drones, e vocês começam a fazer piadinhas a meu respeito! Vocês não têm nada mais interessante pra pensar?

Por exemplo… vocês não fazem pesquisas meteorológicas? Fotos panorâmicas? Espionagem?

Por que tudo tem que ser… o ET aqui, o ET acolá?

Enquanto vocês olham para o céu, as coisas acontecem aqui embaixo!

Vão continuar roubando, matando, escravizando… distraindo a sua atenção.

Portanto, mantenha o foco em seus problemas — resolva-os primeiro!

Deixe-me voltar à minha nave-mãe… é hora dos comprimidos para dormir!

Veja:

Um E.T em meu quintal (Um dia estranho) ‣ Jeito de ver

Aparições de OVNIs são investigadas pelo FBI nos EUA

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Os anões do Orçamento (uma história real)

 

Congresso Nacional onde as histórias acontecem...

Imagem de Renato Laky por Pixabay

Um conto desencantado

Era uma vez a muitos e muitos anos, pra ser mais exato e quebrar o encanto, lá no final dos anos 80 e início dos anos 90,  quando um grupo de “anões malvados” que se uniu para fraudar o reinado, que já não andava bem das pernas…

Interessante introdução para uma estória, não é verdade?

Mas, o fato é que não há nenhum encanto na história acima. Entendamos:

O termo ” anões do orçamento” se deu ao fato de que os principais envolvidos eram deputados sem grande repercussão ou importância, eram anões de poder lá no Congresso Nacional.

Entenda a fraude

Com a promulgação da Nova Constituição de 1988, os poderes da comissão de orçamento foram ampliados, o que resultou na formação do grupo dos “sete anões”.

O grupo operava com três fontes de recursos.

A primeira era formada por propinas pagas pelos prefeitos para incluir uma obra no orçamento ou conseguir a liberação de uma verba já prevista.

A execução dessas tarefas era realizada pela Seval, uma empresa criada pelo deputado João Alves de Almeida, que cobrava uma “taxa” para fazer o serviço.

O grupo estava envolvido em fraudes com recursos do Orçamento da União até serem descobertos, a partir das denúncias do economista José Carlos Alves dos Santos (grave esse nome), integrante da quadrilha e chefe da assessoria técnica da Comissão do Orçamento do Congresso,  e que foram investigados em 1993, por uma Comissão Particular de Inquérito.

Ao fim da CPI , o relatório final de Roberto Magalhães (PFL-PE) pediu a cassação de 18 dos envolvidos, quatro renunciaram aos cargos para fugir das punições e  apenas seis perderam seus mandatos.

Deputados envolvidos na fraude

Perderam mandatos: Carlos Benevides (PMDB-CE) , Fábio Raunheitti (PTB-RJ), Feres Nader (PTB-RJ), Ibsen Pinheiro (PMDB-RS), José Geraldo Ribeiro (PMDB-MG) e Raquel Cândido (PTB-RO)

Renunciaram, por motivos óbvios: Cid Carvalho (PMDB-MA), Genebaldo Correia (PMDB-BA), Jão Alves (PFL-BA), Manoel Moreira (PMDB-SP)

Abençoados com o glorioso perdão:

Anibal teixeira (PTB-MG), Daniel Silva (PPR-RS), Ézio Ferreira (PFL-AM), João de Desu Antunes (PPR-RS), Flavio Derzi (PP-MS), Paulo Portugal (PP-RJ), Ricardo Fiuza (PFL-PE), Ronaldo Artagão (PMDB-RO).

Para encerrar a lista Geddel Vieira Lima (PMDB-BA) que ficou muito, mas muito  famoso posteriormente.

– Polícia Federal encontra dinheiro em apartamento que seria utilizado por Geddel | Bahia | G1 (globo.com)

Nada como ser inocente!

Prejuízos ao País

Os envolvidos roubaram mais de R$ 100 milhoões, em esquemas de propinas, para favorecer governadores, ministros, senadores e deputados.

O rastreamento das contas bancárias resultou na queda do presidente da Câmara da época, Ibsen Pinheiro, o líder do PMDB, deputado Genebaldo Corrêa e o deputado baiano João Alves de Almeida (falecido em  2004).

Havia dois esquemas  fraudulentos.

No primeiro parlamentares faziam  emendas remetendo dinheiro para entidades filantrópicas ligadas a parentews e laranjas.

Porém, o principal esquema eram os acertos com grandes empreiteiras para a inclusão de verbas orçamentárias, para grandes obras, em troca de muito, muito dinheiro.

Na CPI do orçamento, foi apurado que cada  deputado recebia entre 5 e 20 por cento do valor da obra.

O ex-chefe da Acessoria de Orçamento do Senado, Jose Carlos Alves dos Santos desmontou o esquema ao denunciar as irregularidades…

Crimes geram crimes…

Mas, antes que alguém elogie o bendito por isso, tenho que lembrar que ele próprio foi  preso e acusado de assassinar a  esposa, Ana Elizabeth Soprano, que ameaçava denunciar as peripécias do marido e a gangue.

Na casa dele foi achada uma mala com mais de 600 mil dólares.

Condenado a 20 anos de prisão, resolveu acusar o restante da banda. Tentou se matar na prisão, mas foi salvo!

Não falou mais do assunto desde que saiu da prisão,

Anões de sorte

O Deputado João Alves, foi o único ser vivo a ter acertado mais de 200 vezes na Loteria.

Você acredita?

Bem, uma tática de lavagem de dinheiro também  utilizada por criminonos é comprar  bilhetes de loterias premiados.

E a história sem fim continua…

Com o tempo os anões do orçamento se foram…

E em seus lugares surgiram vampiros, sanguessugas e mágicos, que faziam maravilhas para si e a própria família por meio do Orçamento Secreto e emendas PIX…

Pena que as notícias soem para muitos como estórias para ninar pacatos cidadãos…

E ainda, alguns sortudos são periódicamente “sorteados” nas loterias eleitorais, por aí.

E foram ricos para sempre

… ou deixaram fortunas ao seus herdeiros!

 

Consegue dormir com uma história dessas?

Com a promulgação da Nova Constituição de 1988, os poderes da comissão de orçamento foram ampliados, o que resultou na formação do grupo dos “sete anões”.

O grupo operava com três fontes de recursos…

Gilson Cruz

Veja também Notícias de Guerras – o jogo da informação ‣ Jeito de ver

(Fonte: Wikipedia)

Lembre do escândalo dos Anões do Orçamento que completa 20 anos (terra.com.br)

 

 

 

 

 

O conflito entre Israel e a Palestina

Crianças palestinas. Vítimas esquecidas das guerras.

Imagem de hosny salah por Pixabay

 

Que palavras traduziriam os mais profundos desejos de um ser humano?*

Ao analisar os portais de notícias não é incomum observar com espanto por entre os destaques, as terríveis novidades a respeito do ataque do exército Israelense ao povo Palestino, numa caçada implacável aos responsáveis pelo ataque terrorista ocorrido no início de Outubro de 2023, em uma festa tecno no deserto,  em que mais de mil jovens israelenses foram cruelmente assassinados.

É também impossível não indignar-se ao saber que, entre os mais de dez mil palestinos mortos na retaliação Israelense a este ataque, quatro mil são crianças e que a vasta maioria dos mortos são pessoas que nada tem a ver com o grupo Hamas..

Causa indignação perceber nos jornais manchetes que destacam a morte de um terrorista, em vez de centenas de inocentes. É quase impossível não admitir que ações de extermínio de um povo estão ocorrendo, enquanto os países têm dificuldade em conter o ímpeto de um governo tão sanguinário quanto os terroristas!

Sim, é impossível não sofrer ao saber que o suprimento de alimentos e água potável às pessoas em Gaza se tornam escassos, enquanto hospitais, escolas e campos de refugiados são bombardeados diariamente – e vidas inocentes se vão.

É triste saber que essas coisas estão também acontecendo em outros lugares enquanto os países líderes da indústria armamentista aumentam seus lucros!
Palavras de consolo

Diante de um cenário tão desolador, que palavras expressariam os mais profundos desejos de alguém, que vivenciou e ainda vivencia inúmeras tragédias?

Uma das mais belas passagens bíblicas, no livro Apocalipse capítulo 21, versos 3, 4 diz parcialmente:

” Então ouvi uma voz alta do trono dizer: “Veja! A tenda de Deus está com a humanidade; ele residirá com eles, e eles serão o seu povo. O próprio Deus estará com eles. Ele enxugará dos seus olhos toda lágrima e  não haverá mais morte, nem haverá mais tristeza, nem choro, nem dor…” – Tradução do Novo Mundo.

As palavras no texto acima traduzem o desejo de pais, filhos e amigos que acreditam que um milagre ainda é possível!

E como diz a letra de uma canção conhecida: ” Você talvez diga que eu sou um sonhador…mas, não sou único.

Espero que um dia, você se junte a nós  – e o mundo inteiro será como um! (Imagine, John Lennon – tradução livre)

 

Saiba mais:

ONU: Número de civis mortos por Israel aponta algo ‘claramente errado’ | VEJA (abril.com.br)

Israel-Palestina: entenda como começou este conflito histórico centenário (correiobraziliense.com.br)

Indústria das armas dos EUA prevê maior lucro da história com ofensiva de Israel em Gaza (pragmatismopolitico.com.br)

Guerras no mundo: quantos conflitos estão ativos neste momento? | CNN Brasil

Gilson Cruz

Veja mais em Notícias de Guerras – o jogo da informação ‣ Jeito de ver

*Matéria publicada originalmente em 10/2023

Superexposição e direito à privacidade

Imagem de Niek Verlaan por Pixabay

Vivemos na era da superexposição.

As pessoas fazem o impossível para prolongar os 15 minutos de fama.

Desde plantar na mídia notícias sobre novos relacionamentos até mostrar demais numa praia, desde envolver-se em confusões até fazer tatuagens em partes íntimas – que não deveriam ser interessantes a mais ninguém.

Mas, visto que a curiosidade é algo inerente à natureza humana – a tática funciona e enquanto estiver dando certo será usada, sem nenhum pudor até que a fórmula perca o efeito e seja necessário a criação de novos métodos.

Por exemplo, os reality shows exploram ao máximo aquilo que pode gerar algum entretenimento.

A superexposição de celebridades e de pessoas polêmicas, gera bons índices de audiência.

Numa premiação de melhor reality, uma das Kardashians, do reality “Acompanhado as Kardashians” (tradução livre), que se trata de um programa de televisão que acompanha o dia-a-dia desta família, declarou:”Nossa família sabe como a televisão verdadeiramente atraente vem de pessoas reais sendo elas mesmas”… “Contando suas histórias sem filtros e sem roteiro” – completou a outra, provocando o deboche da plateia – Plateia debocha da “vida real” das superexpostas Kardashians (terra.com.br)

Outras facetas da superexposição

A superexposição pode ser observada também em notícias a respeito de políticos que para não serem postos na prateleira merecida do esquecimento, fazem declarações bombásticas, não importando quão ofensivas e falsas estas sejam.

Por exemplo, nas eleições de 2018, o partido vencedor com o apoio de voluntários, inclusive do campo religioso e midiático, se empenhou na propagação de notícias falsas – como a chamada “mamadeira fálica“.

O medo e a ignorância afetaram profundamente o resultado daquelas eleições.

Porém, uma vez eleito e sem projetos, os eleitos passaram a se destacar pelas declarações bombásticas, como as da senadora que acusou sem prova o tráfico de crianças na ilha de Marajó. – saiba mais no link:

Investigamos a violência sexual no Marajó – e não é nada do que a ministra Damares diz – Agência Pública (apublica.org);  Em culto, Damares acusa sem provas tráfico de crianças na Ilha de Marajó (globo.com).

Um público despreparado? – As consequências

Um detalhe interessante na notícia acima é que ela ganhou terreno inicialmente dentro de igrejas.

Por causar choque e ser divulgada por pessoas, que deveriam ser, no mínimo, sérias e honestas, os fiéis sem poder de questionamento as espalham como deveriam fazer com o que aprendem sobre Deus.

O governo eleito foi entregue aos cuidados de uma Câmara, que adquiriu superpoderes e o presidente passou aparecer em motociatas, carreatas e em um  monte de bravatas.

A superexposição nestes casos, deu certo? – A resposta é sim.

O resultado das eleições seguintes não surpreendeu pelo número de falsos moralistas, de influencers e de envolvidos em polêmicas.

Os eleitos transformaram o púlpito da Câmara em palanques eternos e se apresentam para polemizar, sem nenhum projeto de futuro, que não seja garantir vantagens pessoais.

O artifício da superexposição e os riscos

A superexposição é usada com sucesso por pessoas do meio artístico e da política e pode ser danosa, principalmente a quem não está preparado para isso.

Com o avanço tecnológico e a criação das mídias sociais as pessoas passaram a postar muitas coisas a respeito de si, como viagens, localização atual e postagens de informações não recomendadas.

Fotos da hora em que despertam, fotos da hora do almoço e daquilo que estão comendo e mesmo fotos de momentos de intimidades em seus relacionamentos.

Além de problemas à saúde mental, o indivíduo pode estar fornecendo aos cybercriminosos todas as informações necessárias para um golpe.

– Saiba mais no link  Quais são os efeitos da superexposição nas redes sociais? (hotmart.com).

O que muitos não sabem é que, na  maioria das vezes, a superexposição de artistas e políticos, é milimetricamente calculada por acessores que sabem lucrar com  venda e direitos de imagem.

O Direito à Privacidade

O Direito à Privacidade é um Direito Fundamental, previsto na Constituição Federal onde se estabelece que não deve ser violado. – saiba mais no página Direito a Privacidade e sua Importância: Guia completo e Jurídico (diegocastro.adv.br)

A experiência mostra que o respeito a privacidade não é muito comum.

Veja exemplos no link a seguir  “Manda Nudes”: Histórias de quem expôs a intimidade – Revide – Notícias de Ribeirão Preto e região

Os danos colaterais podem ser ainda maiores, como no caso da jovem que cometeu suicídio após ter suas imagens íntimas divulgadas.

–  RS: adolescente comete suicídio após ter fotos íntimas divulgadas na web (terra.com.br).

Infelizmente, casos assim não são raros.

Compartilhar imagens íntimas sem autorização é crime. Saiba mais Compartilhar imagem íntima sem autorização é crime; veja como denunciar – BBC News Brasil.

O que se pode fazer?

Quando se passam os 15 minutos de fama, o que resta?

Para aqueles que usam a superexposição profissionalmente os lucros talvez compensem.

Mas, será que vale à pena vender a própria privacidade? Mesmo alguns que investiram profissionalmente na superexposição revelaram o stress e a possível depressão consequentes disso.

Portanto, mesmo quando alguém íntimo pede um Nude, como prova de amor, tenha bom senso.

Não é uma prova válida e pode gerar um monte de dor de cabeça no futuro, como nos casos de revenge porn ( vingança pornô), em que um namorado sai criminosamente divulgando imagens íntimas, após o fim de um relacionamento.

A resposta é NÃO NEGOCIE A SUA PRIVACIDADE!

Em casos de divulgação de imagens íntimas, denuncie a SAFERNET, que possui vínculos com o Ministério Público Federal. – O que fazer caso alguém publique suas imagens íntimas na Internet | Exame.

Embora a superexposição seja amplamente explorada e produza certa popularidade, a vida precisa significar mais que apenas os 15 minutos de fama.

Gilson Cruz

 

Vivemos na era da superexposição.

As pessoas fazem o impossível para prolongar os 15 minutos de fama desde plantar na mídia notícias sobre novos relacionamentos até mostrar demais numa praia, desde envolver-se em confusões até fazer tatuagens em partes íntimas – que não deveriam ser interessantes a mais ninguém.

Leia também Qual o preço de uma amizade? ‣ Jeito de ver

 

O papel da imprensa e a História

Menino Palestino sobre escombros. A História não compensará as perdas. Veja o papel da história e da imprensa.

Imagem de hosny salah por Pixabay

E as canções de guerra continuam no ar

As notícias sobre a guerra são, na maioria das vezes, distorcidas.

Há crianças sob os escombros.

Apenas um lado da história é estabelecido como verdade absoluta. – Nilson Miller

A história não julga

Acreditar que haverá um julgamento por parte da história é mais uma licença poética.

A maioria dos tiranos, assassinos e ditadores viveu impunemente, descansou em berço esplêndido e deixou a seus descendentes não a vergonha, mas suntuosas heranças.

Seus nomes não foram esquecidos, mas sobrenomes foram trocados, e as injustiças que praticaram beneficiaram seus sucessores, que usufruem graciosamente de todo o mal causado ao longo do tempo.

Quantos ladrões não deixaram seus filhos ricos, enquanto aqueles que sofreram injustiças e foram lesados continuam presos às mesmas condições de miséria?

Quantos enriqueceram com o tráfico e a exploração de escravos, enquanto os descendentes destes seguem discriminados e humilhados na hipócrita sociedade atual?

Ou quantos políticos fizeram fortunas e deixaram a seus filhos, enquanto o povo enganado sofre com a fome e a falta de esperança?

O papel da História

Não se pode colocar nas mãos da história o poder de julgar.

À história cabe apenas narrar os fatos conforme os relatos que prevaleceram e escancarar na face das pessoas o quanto foram — e continuam sendo — enganadas.

Como, no futuro, serão contadas as guerras na Ásia e no Oriente Médio?

As pessoas que perderam seus patrimônios ou foram escravizadas jamais foram compensadas.

Voltando no tempo, analise o que aconteceu às cidades de Hiroshima e Nagasaki.

Nos dias 6 e 9 de agosto de 1945, milhares de vidas inocentes foram apagadas da história pelo uso de bombas atômicas.

O lançamento dessas bombas marcou o fim da Segunda Guerra Mundial.

E a história “esqueceu” de compensar aquelas pessoas, assim como esqueceu de compensar as vítimas do ataque do exército japonês aos habitantes da pequena cidade de Nanquim, na China, onde, em 1937, todas as atrocidades possíveis foram cometidas.

Os japoneses não costumam lamentar tais atos cometidos por seus exércitos! –

A história também esqueceu dos escravizados ao longo dos séculos.

O preconceito atual e as diferenças sociais são reflexos de quão péssima juíza teria sido a história. Veja:  Massacre de Nanquim: o brutal episódio do Japão Imperial

O futuro, o que dirá?

A história assume o papel de relatora.

Limita-se a contar parte do que aconteceu e mostrar o quanto não sabemos… e não aprendemos.

No futuro, como serão lembradas as mais de trinta mil crianças mortas, assassinadas pelo exército de Israel, que insiste em exterminar um povo sob o pretexto de combater o terrorismo?

Como será lembrado o massacre atual de palestinos? Como limpeza étnica? Como uma resposta a atos terroristas? Como atos de vingança de um país obstinado? Como genocídio? Ou como uma guerra contra o Hamas?

O vencedor contará a sua versão, e esta há de ficar nos registros, lamentavelmente, a despeito das milhares de vidas, de crianças e inocentes.

A ação de Israel, com o apoio do país mais bélico do mundo, espalha suas canções de guerra.

A história e os EUA

Sob o mesmo pretexto, os Estados Unidos — parceiro de Israel e principal fornecedor de armas — travaram guerra contra o Iraque na década de 1990, alegando a existência de armas de destruição em massa, o que se provou falso, como canções que narram as glórias da guerra.

A história revelou que havia interesses comerciais envolvidos. Naquela época: o petróleo.

Um dia, talvez, a história revele os reais interesses por trás dos conflitos atuais, quem se beneficiou das circunstâncias, quem foi deixado para trás… ou se há algo mais envolvido, como interesses comerciais.

Discordar das ações de extermínio promovidas pelo exército israelense não tornará ninguém antissemita.

Preocupar-se genuinamente com as vítimas palestinas não significará apoiar o Hamas, como muitos têm tentado fazer acreditar.

Todas as vidas são preciosas!

O papel da imprensa

A imprensa, como narradora dos acontecimentos, jamais será plenamente isenta.

O comportamento da imprensa brasileira durante o período da Ditadura Militar, quando patrocinada pelo governo, esquivava-se de relatar os abusos cometidos, transmitindo uma falsa sensação de segurança.

O mesmo ocorreu nas eleições presidenciais de 1989.

As eleições de 1989 exemplificam como um sistema de TV tinha o poder de manipular a opinião pública. Veja o vídeo sugerido: Muito Além do Cidadão Kane.

Sempre haverá a influência de anunciantes, cujos interesses estarão acima do bem comum.

Cada notícia será adaptada aos interesses desses patrocinadores e da empresa que a veiculará.

As redes sociais

Lamentavelmente, o descrédito na imprensa tradicional levou muitos a se informarem por meios bem menos confiáveis, recorrendo a fontes pouco fidedignas. As redes sociais assumiram o poder de influenciar as opiniões.

O número de pessoas que busca informações em grupos de WhatsApp cresceu a tal ponto que, durante a pandemia de COVID-19, muitas hesitaram em aceitar a vacina ou os meios de proteção recomendados.

Pessoas mal-intencionadas também aproveitam essa situação para criar sensacionalismo por meio de notícias bombásticas e bem elaboradas, que, na maioria das vezes, são disseminadas por aplicativos e redes sociais, como Facebook, Instagram, X e outros.

As canções de guerra…

E, de repente, as pessoas esquecem que, do outro lado, ainda há guerras em andamento — esquecidas pelos meios de comunicação que se cansaram de tais assuntos.

A imprensa continuará no seu papel de transmitir o que convém, agora disputando espaço com meios informais, que trarão um lado da história — verdadeiro ou não — nesta guerra de informações.

Os assuntos perdem as manchetes por não serem mais “a novidade”, como músicas que perderam destaque diante de algo mais relevante.

As vítimas continuarão sendo esquecidas, pois a informação ainda é um produto vendido — e isso não importa qual o meio de comunicação, se não há compromisso com os fatos.

Enquanto isso, a indústria das armas continua a aumentar seus lucros, enquanto vidas se vão — sem graça e sem pressa, em meio aos escombros.

Gilson Cruz

O papel da imprensa e a História – Jeito de ver

E esquecemos as Guerras … ‣ Jeito de ver

Video Sugerido:

* Os golpes e as tentativas de golpes já eram comuns desde o Império.

*Matéria publicada originalmente em Outubro/23

A falta de Educação Política e a corrupção

O Planalto Central, Brasília -DF. Qual a importância de se entender a Política?

Imagem de Renato Laky por Pixabay

 

Entendendo um pouco mais de política

“O Congresso Nacional é a cara do povo a quem representa” é uma frase comum, mas não é exata.

 

O Congresso do Brasil  é composto por 513 deputados, das mais variadas esferas e estados.

Estes são eleitos de acordo com partidos e propostas – e ultimamente, número de seguidores em plataformas de streaming!

DISTORÇÕES NO CONCEITO DE POLÍTICA

Em países como o Brasil, a educação política não é estimulada nas escolas.

Este pode ser um dos motivos da continuidade da falsa percepção, desenvolvida ao longo de décadas,  de que o voto não é importante, que sua é apenas função de colocar as autoridades em seus postos.

Por causa desta distorção, a prática de compra e venda de votos persiste apesar de ser ilegal e é geralmente feita longe dos olhos da justiça.

-Compra de votos (art. 299 do Código Eleitoral) — Tribunal Regional Eleitoral do Rio Grande do Sul (tre-rs.jus.br)

Algumas vezes os próprios eleitores atuam como corruptores barganhando seu apoio em troca de favores ou benefícios.

A resposta a essa conduta é a indiferença dos políticos, que uma vez eleitos,  não se comprometem com promessas de campanha .

O valor do voto já foi pago e a participação popular se resume ao ato de depositar suas cédulas de dois em dois anos.

A EDUCAÇÃO – Prevenção

A educação política deveria ter um caráter preventivo.

Assim como um trabalhador é cobrado por resultados, sujeito a punições e demissão, a educação política fortaleceria a consciência de que o vereador, deputado, senador e até o presidente atuam como servidores públicos e devem ser cobrados.

A falta de tal conhecimento tem sido responsável pela idolatria e bajulação prestadas a políticos que muitas vezes atuaram contra os direitos já adquiridos.

A carência de tal educação se torna evidente quando se percebe a grande quantidade de artistas e estrelas da internet eleitos e o número de votos desperdiçados em tais atores do mundo político.

O raciocínio de que todos os velhos políticos são corruptos e que um novo seria a  revolução necessária, é enganoso.

ATRIBUIÇÕES DEPUTADO FEDERAL 

Examine as atribuições de um Deputado Federal, por exemplo:

. Propor, discutir e aprovar leis, que podem até mesmo alterar a constiruição.

. Aprovar ou não, as medidas provisórias do Presidente.

. Fiscalizar e controlar as ações do poder executivo, bem como os atos do presidente da república e seus ministros.

. Aprovar o orçamento da União.

. Quando há denúncias ou suspeitas de irregularidade, criar uma CPI para investigar um tema ou situação específica.

Fonte: O que faz um deputado federal? | Politize!

A IMPRODUTIVIDADE, O DESINTERESSE E AS FALSAS PAUTAS

Conhecendo as atribuições dos Deputados Federais examine a manchete no link a seguir:

28 deputados federais que propuseram só um projeto de lei por ano, ou menos, concorrem à reeleição – Estadão (estadao.com.br)

Não seria incorreto definir como “improdutivo” alguém que, num período de quatro anos não exerceu plenamente as suas funções.

Mais estranho, porém, é saber que aqueles que o elegeram NÃO acompanharam o desempenho dos seus eleitos.

Uma tática usada por políticos deste cacife é pautar questões polêmicas que os mantenham em evidência.

– Isso cria a ilusão de PARTICIPAÇÃO e REPRESENTATIVIDADE.

Aproveitando a onda dos sentimentos de revolta causados por programas jornalísitcos que exploram comercialmente a violência, surgiram candidatos cabos, tenentes, delegados, generais etc. que normalmente aparecem mais pela alcunha do que pelo desempenho.

Outros  tentam se apresentar como guardiões da moral e da boa conduta, atendendo a um  público mais conservador e religioso.

Examine a manchete, no link a seguir: Nikolas Ferreira vira réu após expor aluna trans de 14 anos em banheiro escolar de BH (globo.com); AGU avalia como enquadrar deputados por fake news sobre banheiro unissex (correiodopovo.com.br).

Observe, pautando assuntos que visam constranger e perseguir minorias alguns são eleitos para cargos maiores.

Na primeira manchete o político citado era vereador na segunda notícia, aparece como deputado eleito.

VERDADEIROS INTERESSES 

Muitos moralistas, defendiam um governo que se provou incompetente ao lidar com a pandemia da Covid 19, e que delegou ao Congresso a função de governar enquanto fazia motociatas, carreatas,” jet-ski-atas”, “jeguiatas” e novas modalidades de campanha com uso da máquina pública.

Um mesmo governo que zombava dos que morriam da COVID 19 e que de acordo com investigações, pode estar envolvido com milícias e a venda de joias que não lhe pertenciam.

Veja mais nos links:

Presidente da bancada evangélica na Câmara defende gesto de Bolsonaro a pastores do Nordeste | CNN Brasil; Exclusivo: bancada evangélica é fiel a Bolsonaro em 89% das votações – Congresso em Foco (uol.com.br);

. A ligação do clã Bolsonaro com paramilitares e milicianos se estreitou com a eleição de Flávio | Atualidade | EL PAÍS Brasil (elpais.com)

. A mesma hipocrisia e corrupção disfarçada é também escancarada quando os políticos se unem  para defender seus correligionários envolvidos em escândalos e corrupção.

A VERDADEIRA REPRESENTATIVIDADE ( mas, disfarçada é claro!)

Retornando ao ponto da representatividade, muitos são eleitos com o apoio de empresários e produtores rurais, e atuam conforme os interesses destes quando votam contra o meio ambiente e direitos trabalhistas – isso quando não são eles mesmos, os empresários!

Saiba mais nos posts abaixo:

Em cada 10 deputados federais, 6 têm atuação desfavorável ao meio ambiente, indígenas e trabalhadores rurais (reporterbrasil.org.br);

Sindicalistas protestam na porta do escritório de Mabel – Brasil 247

A EDUCAÇÃO POLÍTICA  – O QUE É?

A justiça eleitoral esporadicamente divulga notas educativas sobre o poder do voto com qualidade.

Estas notas são insuficientes, uma vez que é praxe dos veículos de comunicação colocar sutilmente os interesses de patrocinadores (empresários) em forma de notícias ou denúncias.

A educação deve começar na escola.

O direito de exercer o seu voto ou de manter-se neutro, se esta for a sua decisão consciente.

Acima de tudo, desenvolver o espírito crítico para avaliar de forma honesta, se aquele que foi escolhido para representar os interesses comuns está performando para vídeos em streamings, ou se está atuando para uma sociedade mais justa.

Os corrruptos não brotam do solo… são trazidos à tona por inocentes – ou por outros corruptos!

Gilson Cruz

Veja mais no link:

Corrupção no Brasil: consequência de séculos de desigualdade | Universidade Federal de Ouro Preto – UFOP

O papel da imprensa e a História ‣ Jeito de ver

A educação política deveria ter um caráter preventivo.

 

Crianças ( Vítimas inocentes dos conflitos)

Menina Palestina. As crianças são vítimas inocentes, esquecidas.

Imagem de hosny salah por Pixabay

 

Gilson Cruz

“Pensem nas crianças
Mudas, telepáticas…”

(Rosa de Hiroshima, Vinicius de Morais)

A Rosa de Hiroshima: Uma Reflexão Sobre a Humanidade

Nota: O poema Rosa de Hiroshima é usada neste texto como um símbolo da destruição e do descaso com a vida humana em conflitos armados.

A Rosa de Hiroshima permanece como um símbolo trágico da destruição humana. Embora o palco e os atores mudem, a história se repete. A imposição pela força continua sendo uma realidade, frequentemente ignorando mulheres e crianças.

As convenções internacionais reconhecem o direito à defesa nacional, mas também preconizam a preservação da vida como um valor supremo. No entanto, essa teoria nem sempre se reflete na prática.

O Dilema Moral da Guerra

Considere a seguinte situação:

“Quatro criminosos sequestram um avião com 200 passageiros, exigindo resgate.

Para manter a ordem e prevenir ataques futuros, um líder decide por uma medida extrema:

‘Destruam o avião, com todos a bordo. Garantam que os sequestradores não sobrevivam!’

Qual seria sua reação? Aplaudiria a eficiência em eliminar a ameaça ou ficaria aterrorizado com a perda de vidas inocentes?”

Essa reflexão nos leva a questionar o real custo das chamadas “guerras cirúrgicas” e do impacto das decisões tomadas em nome da segurança.

Bombas de Precisão e Suas Consequências

Durante a Guerra do Golfo Pérsico, houve admiração pelo avanço das “bombas inteligentes” usadas pelo exército dos EUA. Contudo, mesmo as armas de “precisão” causam devastação ao seu redor.

Ao noticiar a eliminação de um líder militante escondido em um hospital, creche ou campo de refugiados, muitos veem apenas a morte do alvo, enquanto as vidas inocentes perdidas ao redor são frequentemente negligenciadas.

Essas vítimas, na prática, são tratadas como colaterais, descartáveis e sem lamento.

Os Investimentos na Guerra vs. na Humanidade

Se quisermos entender os valores de uma sociedade, basta observar onde ela investe seus recursos.

Em 2021, os gastos militares mundiais ultrapassaram dois trilhões de dólares, enquanto os investimentos anuais para o combate à fome giravam em torno de apenas 10 bilhões.

Estudos indicam que seriam necessários entre 50 e 700 bilhões para erradicar a fome no mundo, um valor significativamente inferior ao gasto com armamentos.

A discrepância entre esses números nos leva a uma pergunta incômoda: realmente valorizamos a vida?

A Percepção Seletiva da Vida Humana

Nos sensibilizamos de forma diferente diante das tragédias. Como reagimos às vítimas da fome na África e na América do Sul em comparação aos massacres ocorridos na Europa e na América do Norte? Por que a morte de crianças israelenses ou palestinas desperta reações distintas, dependendo do ponto de vista político ou midiático?

Se atribuímos maior valor à vida de um grupo étnico em detrimento de outro, já revelamos uma das principais razões dos conflitos.

Mudanças Necessárias

Diz-se que as maiores transformações começam dentro de cada indivíduo. A infância é um exemplo claro de como o preconceito é algo aprendido. Crianças de diferentes etnias frequentemente se reconhecem como iguais, sem a divisão imposta pelos adultos.

Histórias como a de um menino branco e um negro, que se vestiram igual e se consideravam gêmeos, nos fazem refletir sobre a pureza da percepção infantil.

Outro caso emblemático foi o de uma criança vestida como um membro da Ku Klux Klan, que, sem compreender o simbolismo, se encantou pelo escudo de um policial negro, aproximando-se sem medo ou ódio.

O que aprendemos ao longo da vida molda aquilo que somos. Ainda é tempo de reaprender.

A Desonestidade e a Exploração do Sofrimento

Além dos horrores da guerra, a desonestidade humana se manifesta em diversas formas.

Seja através de políticos que superfaturam contratos durante crises, criminosos que se aproveitam da impunidade ou jornalistas que justificam abusos conforme suas preferências ideológicas.

Também há líderes religiosos que enriquecem enquanto seus fiéis enfrentam dificuldades.

A indiferença diante dessas práticas reforça um ciclo de impunidade e desigualdade.

Não Esqueçamos das Rosas

A lembrança da Rosa de Hiroshima se expande para as incontáveis tragédias ao redor do mundo: Haiti, Iraque, Afeganistão, Ucrânia, Rússia, Israel, Gaza, e tantos outros lugares esquecidos.

Que não nos esqueçamos das rosas. Das vidas ceifadas. Dos horrores que poderíamos evitar se, de fato, valorizássemos a vida humana em todas as suas formas.


Matéria publicada originalmente em novembro de 2023.

Fontes:

O papel da imprensa e a História ‣ Jeito de ver

A Rosa de Hiroshima, de Vinícius de Moraes (interpretação e significado) – Cultura Genial

Guerra contra o Hamas: Armas dos EUA chegam a Israel – 11/10/2023 – Mundo – Folha (uol.com.br)

Conflito Israel-Hamas: o que explica o apoio incondicional dos EUA a israelenses – BBC News Brasil

Gasto militar mundial bate recorde e supera US$ 2 | Internacional (brasildefato.com.br)

Como combater a fome no mundo – e no Brasil? | Exame

Acervo do Conhecimento Histórico: Criança vestida de membro da Ku Klux Klan, tocando o escudo de um policial negro, (achistorico.blogspot.com)