A inocência das crianças – Pobres Crianças!

Qual não foi o espanto da população com aquela cena...leia a crônica.

O espanto!

A INOCÊNCIA DAS CRIANÇAS

A campanha eleitoral naquela pequena cidade do interior nordestino já havia alcançado o mais baixo nível de toda a história…

Cadeiradas eram afagos, perto do que se via por lá, mas também não era tão violenta quanto aquele caso do senador assassino que matou alguém lá em 4 de Dezembro de 1963…

Mas esqueceram a gentileza!

Palavrões, cadeiras voando, e um tal de “ladrão” pra cá e “ladrão” pra lá… mas ninguém cogitava a ideia de processar o candidato A, B ou C. Vai que tinha algo escondido!

Então, o coordenador da campanha de Jorge Clemente resolveu inovar: — “Nada é tão puro quanto uma criança!”

Bem, crianças não votam…

Usar crianças em campanhas políticas é meio estranho. Candidatos com cara de nojo abraçando crianças que dariam tudo para não estar naquele lugar…

Usar crianças é um artifício complicado, pois muitos casos de corrupção envolvem dinheiro que seria destinado à educação e à cultura – o futuro das mesmas.

Mas, como não estou aqui para explicar política e sim para contar o caso, deixe-me continuar:

Jorge Clemente teve a brilhante ideia para apaziguar os ânimos: — “Vou inovar… No carro de som, vou colocar algumas crianças para acenar ao povo, enquanto o locutor fala mansamente o nome Clemente…”

E assim se deu.

Quatro meninos foram escolhidos para desfilar no carro e acenar ao povo pelas ruas da cidade.

E qual não foi a surpresa da população ao ver que, enquanto a caravana passava, as inocentes crianças erguiam os pequenos dedos médios, em riste, para os adversários políticos.

Pobres e inocentes crianças…

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Apenas mais um dia de campanha… ‣ Jeito de ver

Há 60 anos, pai de Collor matou colega no Senado, mas saiu impune (uol.com.br)

E assim foi a minha primeira paixão…

Imagem de Rico por Pixabay

Dizia: ” Menina Feia”

Respondia: “Menino Chato”

Pensava:

” Ela é Feia,

apesar dos cabelos lindos e do jeito especial de sorrir

e de reclamar das minhas chatices

“Feia,

apesar dos olhos castanhos, do rostinho

e da maneira meiga de falar

“Feia,

apesar de lindo, o jeitinho de andar e de fugir

e por me dizer que iria embora,

e  que jamais voltaria…

E que não voltou com as saudades

que senti da antiga praça

e das brincadeiras de criança na mesma rua

E negando,

as lágrimas da partida

e a ideia de jamais vê-la novamente…”

a repetir pra mim mesmo: feia, feia…feia

sem jamais me convencer,

foi embora,

a minha primeira paixão.

Veja mais em Versos sem destino ( um conto ) ‣ Jeito de ver

 

O árbitro perfeito -uma crônica futebolística

A crônica bem humorada de Aristóbulo -o árbitro perfeito

O mais querido venceu – uma crônica.

Árbitros de futebol são imparciais.

Mas, nenhum foi tão perfeito quando Aristóbulo Duarte, este parecia odiar times de futebol!

Explica-se, não dava nenhuma demonstração de paixão ou a mínima quedinha por qualquer time em qualquer partida que arbitrou.

Mas, mesmo o coração dos árbitros pode ser traiçoeiro.

O campeonato não estava bom para o mais querido, a primeira partida da final foi difícil e o time da Fala Mansa, venceu por um gol de diferença.

O clima estava terrível, pois o futebol nunca fora tão equilibrado. O jogo da volta era uma incógnita.

Mas, chegou a data!

Todos temiam, menos a turma que venceu a primeira partida, Aristóbulo era o árbitro. Com ele haveria, no mínimo, uma partida justa. Mas, Aristóbulo tremia por dentro.

O Mais Querido, também era o mais querido do árbitro, que estava triste – nada podia fazer.

E começou a partida.

O time da casa, deu o pontapé inicial.

A pressão nos primeiros minutos era horrível, mas o João do Fala Mansa pegava tudo, o que queria e até mesmo o que não queria – Gripe foi uma delas.

A calma adversária irritava o Mais querido, que precisava vencer por dois gols de diferença. 30 minutos, o empate persistia.

Mas, num lance de pura sorte, Cabeludinho entra na área e algum fantasma adversário deu- lhe uma rasteira que o fez rolar por cinco metros.

Fantasma? Deve ter sido, pois ninguém viu o autor da falta, só o Aristóbulo. Gol do mais querido! Pênalti!

O Fala Mansa EC, se revoltou. Cercou o árbitro, reclamou, brigou.

Mas, não se ousou a dizer que ele estava roubando.

Perninha, o atacante adversário se ousou a dizer com ou sem juiz a gente vence. Foi a gota d’água! Aristóbulo sacou um vermelho imediato e mandou o Perninha pro chuveiro.

O engenhoso técnico Martins, não entendeu. E tratou de organizar o time. E acabou o primeiro tempo.

O mais querido ainda precisava de mais dois gols para levar o título, mas estava difícil.

Trinta minutos da mais pura pressão e nada. Já que o mais querido não podia fazer nada, cabia ao sobrenatural dar um jeito!

E aos trinta, Baixinho entra velozmente na área pelo lado esquerdo.

Sem marcação e também sem bola – e acidentalmente tropeça nas pernas de quem? Acho que do mesmo fantasma, pois ninguém viu – exceto Aristóbulo.

Pênalti.

Segundo pênalti em circunstâncias idênticas.

Algo deveria estar errado!

Mas, quem se ousaria a falar? O time já estava com um a menos!

Mas, Getúlio não suportou e reclamou. E de quebra levou o vermelho, no meio da testa.

A revolta foi geral e mais dois do Fala Mansa foram para o chuveiro!

Agora, estava fácil! Mas, o mais querido não ajudava.

Dois a Zero, e num lance absurdo, pra se livrar da bola., Antônio Grosso, dos visitantes chutou a bola pra cima… E ela morreu no fundo das redes do mais querido!

O goleiro, não esperava, o time não esperava…e Aristóbulo não esperava.

Acréscimo 3 minutos.

O mais querido foi pra cima, 2×1 no placar, quatro jogadores a mais…era tudo ou nada!

A pressão foi terrível…e naquelas maravilhas do futebol, Garotinho chuta a última bola, cruzada, o jogo iria para os pênaltis…

E a bola corre para fora no que seria o último lance da partida…

Ninguém para esticar a perna e colocar pra dentro…

E Aristóbulo, como um atleta, deu o seu último pique e se atirou como um herói… Deslizando no gramado do mais querido e como um artilheiro, colocando a bola pra dentro e apitando abruptamente o final do jogo, saindo pra comemorar com os jogadores…

Não houve quem reclamasse, todos inclusive os dirigentes do futebol amavam o mais querido, não haveria possibilidade de mudar!

E nas fotos do título, Aristóbulo realizava seu sonho:

Erguer a taça de campeão, pelo mais querido!

E ninguém mais se importou com o resultado…

Veja também Zé da Ladeira – uma história de futebol. ‣ Jeito de ver

Máfias da loteria e do apito: o que aconteceu nos outros escândalos de manipulação no Brasil | futebol | ge (globo.com)

Agosto – História e Curiosidades

Imagem de Marijana por Pixabay

E lá vem você com essa conversa estranha de que começou o mês do “Desgosto”! Sempre essa velha conversa!

Só porque um monte de coisas ruins aconteceram no mês de “Agosto” não significa que ele mereça essa pecha.

Sei que é por causa desta fama que as noivas raramente escolhem casar neste mês.

É verdade que, num mês de agosto, o presidente brasileiro Getúlio Vargas cometeu suicídio, Nagasaki e Hiroshima foram dizimadas por bombas atômicas estadunidenses, o Muro de Berlim começou a ser erguido, Pompeia desapareceu do mapa devido à erupção do Vesúvio e a rainha Cleópatra cometeu suicídio, segundo alguns historiadores ela se deixou picar…

Pois é, a belíssima cantora Whitney Houston e até mesmo Elvis Presley faleceram num mês de agosto!

Mas, antes que eu também caia em desgosto, permita-me contar um pouco a história deste mês.

A HISTÓRIA

Agosto, vem do latim “augustus”, é o oitavo mês do calendário gregoriano, nomeado em homenagem ao imperador César Augusto. Antes disso, agosto era chamado de Sextilis, o sexto mês no calendário de Rômulo.

Originalmente, agosto era o sexto mês no calendário de Rômulo, que começava em março e tinha 10 meses, totalizando 304 dias, deixando o inverno fora do calendário.

Numa Pompílio, segundo rei de Roma, reformou o calendário por volta de 713 a.C., adicionando os meses de Januarius e Februarius, aumentando o ano para 355 dias. Inicialmente, as semanas tinham 8 dias, mudando para 7 dias no início do período imperial.

Júlio César, em 46 a.C., reorganizou o calendário para alinhar com as estações, introduzindo anos bissextos.

Quintilis foi renomeado para julho em sua honra, e César Augusto seguiu seu exemplo, renomeando Sextilis para agosto, igualando o número de dias de ambos os meses ao tirar um dia de fevereiro.

O calendário juliano, introduzido por Júlio César, foi posteriormente ajustado por Augusto e, em 1578, pelo Papa Gregório XIII, que corrigiu a discrepância acumulada, introduzindo o calendário gregoriano.

Isso incluiu um avanço de 11 dias em 1582, quando os dias 5 a 14 de outubro foram eliminados, para realinhar o equinócio da primavera ao dia 20 de março de 1583.

O calendário gregoriano continua a ser usado mundialmente por razões financeiras e organizacionais, apesar de outros calendários como o judaico, islâmico e chinês serem usados em diferentes culturas. Nestas bandas, conhecida como hemisfério sul, agosto é equivalente a fevereiro no hemisfério norte.

Em muitos países europeus, agosto é o mês de férias para a maioria dos trabalhadores.

O aglomerado estelar Messier 17.

Imagem de Chaos07 por Pixabay

UM MÊS ESPECIAL

Na Roma antiga, vários feriados religiosos ocorriam em agosto.

Diversas chuvas de meteoros são visíveis em agosto, incluindo Kappa Cygnids, Alpha Capricornids, Aquariids do Delta do Sul e Perseidas,

sendo esta última uma grande chuva de meteoros com pico geralmente em meados de agosto.

O aglomerado estelar Messier 30 também é mais visível neste mês.

Agosto também é conhecido popularmente como o “mês do desgosto”, uma superstição que remonta a tempos antigos e é frequentemente mencionada de forma casual.

Essa má fama está associada a uma série de eventos históricos e culturais negativos que ocorreram em agosto, como guerras e catástrofes, além de tradições e crenças populares que reforçam a ideia de um período de azar e infortúnios.

COISAS BOAS TAMBÉM ACONTECEM…

Você talvez esteja pensando: E as coisas boas?

Dia 1° de agosto é o dia do Maracatu!

O maracatu é uma manifestação cultural brasileira que combina música e dança. Sua origem remonta ao Brasil Colonial e envolve uma mistura das culturas africana, portuguesa e indígena.

O maracatu é uma forma de resistência e preservação da cultura afro-brasileira.

Dia 5 de agosto é o dia Nacional da Saúde (Boa saúde pra você). O dia 19 é o dia de lembrar os historiadores.

Poderíamos citar muitas e muitas datas comemorativas deste mês, mas torná-lo um bom mês dependerá da atitude de cada um. Faça um agosto ainda melhor!

A história dos meses de julho e agosto, ambos com 31 dias, remete ao desejo dos imperadores romanos de deixar suas marcas no calendário. A busca por um calendário mais preciso, alinhado ao ciclo solar, influenciou a estrutura dos meses que usamos hoje.

Veja também: As estações do ano – História ‣ Jeito de ver

A Escola de Samba Unidos por Natureza

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Imagem de Monica Volpin por Pixabay

Mestre Arlindo estava preocupado.

Era o primeiro ano em que a Escola Unidos por Natureza disputaria o acesso à décima divisão das Escolas de Samba e não sabia sobre o quê escrever.

Isso porque todos os temas possíveis já estavam comprometidos e seriam abordados por outras agremiações, e nenhum barão do bicho iria querer colocar seu nome numa escola fraca. E convenhamos, repetir o tema dos outros era pedir pra sair!

Daí, o Sr. Martins, um dos compositores, teve a brilhante ideia de compor um samba enredo como nenhum outro.

Um samba que trouxesse toda a história do mundo, sem refrão ou frases repetidas.

E assim se deu, depois de duas longas semanas, o Samba Enredo estava pronto. Os compositores sofreram em pesquisas, mas, ufa! venceram o desafio!

Mas tinha um probleminha: Era um samba de 96 páginas e ninguém conseguiu memorizar absolutamente nada daquilo que foi escrito…

Daí uma nova brilhante ideia: a gente leva por escrito e canta.

E chega o grande dia:

A Portela da Fazenda trazia a ficção científica e mergulharia no mundo dos ETs, tanto que o ET Bilu foi convidado e aparentemente estava lá, foi o que deduziram pelos gritos do Alien: “Busquem conhecimento” enquanto levantavam os braços imensos. – A plateia veio abaixo.

A agremiação “O Salgueiro que você plantou” traria os seis mil anos de escravidão e para surpresa de todos, inclusive dos figurantes, os chicotes eram de verdade e estalavam nas costas, com a mesma cadência do samba enredo: “Mortes na senzala”.

– E o povo aplaudiu pensando que era encenação…

O Beija Flor do Jardim trazia a história da evolução política no país, é incrível como representaram fielmente os políticos e familiares ficando ricos e os pobres se contentando com migalhas.

Foram bem convincentes, tanto que o público passou a atirar pedras nos sambistas…

Outras escolas se seguiram como “Mocidade dependente dos pais”, “Viradouro da esquina”, “Vira Isabel”, todas com nomes que lembravam as do grupo principal.

A plateia já tinha decidido.

A apresentação extraterrestre tinha sido a melhor!

Enfim, chegou a hora mais esperada: “E com vocês, Unidos por Natureza” e o enredo…”

Esqueceram de passar o tema para o locutor, que gritou: – ” Vai lá!”

O Grupo dos cantores pegou apressado suas páginas com a letra do samba e os ritmistas puxaram a música…

Mas, como toda história tem um detalhe… Apanharam na pressa as páginas erradas, e não tinha mais volta.

E Arlindo, nervoso, suando frio, intestino revirando, grita: “Natureza chamou…”

E o público, se identificou de imediato com a letra, aplaudiu freneticamente, respondendo em coro:“Natureza chamou”

E eu me apressei… Eba Eba

Eu me apressei” – Respondiam emocionados…

Corri pra qualquer lugar

NA-NA-Natureza Quem tem um trono É Rei…”

E NO IMPROVISO MAIS BELO E SINCERO DA HISTÓRIA, O PÚBLICO INOCENTE FOI CONQUISTADO e os juízes não conseguiram dar menos que a nota máxima em todos os fundamentos.

O acesso à nona divisão estava garantido.

E até hoje, esse é o samba mais famoso das escolas que por ali desfilaram…

Leia também:  Um E.T em meu quintal (Um dia estranho) ‣ Jeito de ver

Eu odeio chavões… e não sei o porquê!

 

Aconteceu hoje um divisor de águas em minha vida e para abrir este texto com chave de ouro resolvi comprar a briga e assumir que odeio chavões.

Antes de mais nada, permita-me explicar, chavões são aquelas expressões ou frases que de tão repetidas perdem o efeito, se tornam ridículas e atingem em cheio a minha paciência.

Acreditar que ao expressar este descontentamento chegaremos a um denominador comum seria chover no molhado!

Mas, vou entregar de mão beijada e sem meias palavras , colocar um ponto final nessa história.

está inserido no contexto que alguns buscam um lugar ao sol fazendo uso deste recurso, mas vou fazer uma colocação: isto apenas  empobrece o texto! É um erro gritante!

Então, vamos por a casa em ordem e para preencher esta lacuna, vamos fazer uso do leque de opções existentes, essa fonte inesgotável que é a língua viva, e ela tem poder de fogo!

Estaremos em pé de igualdade ao fazer bom uso dela!

O que foi propriamente dito não foi para gerar polêmica.

Mas decidi por as cartas na mesa, a mão na massa e nesta reta final, até porque já é tarde, e a rainha da noite, que brilha no infinito me lembra da hora de dormir para a chegada do astro rei!

Para encerrar com chave de ouro este texto chato, vamos ser mais criativos e andar dentro das quatro linhas!

Leia também Qual o seu idioma? – Tem certeza? ‣ Jeito de ver

 

Um chavão é uma ideia ou conceito geral que é usado repetidamente, muitas vezes de firma automática, sem pensar muito sobre seu significado. Tem cara de clichê, que é uma expressão ou frase que se tornou tão comum que perdeu seu impacto original e pode até parecer banal.

 

Qual o seu idioma? – Tem certeza?

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Imagem de Gerd Altmann por Pixabay

 

Português? Tem certeza?

A interpelação em qualquer vernáculo atinge seu ápice quando a epístola é percuncientemente internalizada.

Recorrer a locuções requintadas parece conferir uma estética mais nobre, culta – contudo, o desiderato de uma língua é o colóquio! Coloquiar é asseverar-se de perceber e ser perspicazmente reconhecido.

A utilização de tais termos descontextualizados apenas ressaltará não a erudição do interlocutor, mas sim sua rusticidade. Destarte, no cotidiano, Simplifica. Assegure-se de edificar a mútua sapiência!

E se a presente disquisição não lhe é acessível, não temais, existem maneiras mais limpidas de expressar: A comunicação possui um desiderato!

Traduzindo: Seja simples!

O objetivo de uma linguagem é possibilitar a comunicação e o entendimento entre as pessoas!

 

Leia também: Iaçu – Um pouco de Poesia e História ‣ Jeito de ver 

Simplicidade na Comunicação: quando o “menos é mais” realmente é perceptível pelas pessoas (linkedin.com)

 

 

O goleiro que pegava até pensamentos!

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Imagem de jotoya por Pixabay

 

 

Poucos goleiros foram tão bons na história do futebol, quanto o João Rodrigues, lá do XV de Setembro, embora muito poucos o saibam.
Mas, XV de Setembro? Não seria mais apropriado e significativo o XV de Novembro, data em que, foi proclamada a República naquele país?
Creio que ou o Sr. José Rodrigues não era muito bom em memorizar datas, ou quem sabe, na hora de registrar o nome do clube, Aurelino, o escrivão, não escutou muito bem, e por causa da animação de ver o novo time da cidade ganhar corpo, as conversas fluíram sem que ninguém percebesse o erro na bendita data!

Apenas na hora de inscrever o XV no campeonato é que perceberam o erro no nome.
Mas, apesar disso, João Rodrigues, que por coincidência era filho do senhor José, dono time, era o goleiro.
Sim, apesar desta coincidência, antes que alguém fale de nepotismo, ele realmente era um grande goleiro!
Enquanto a atitude da maioria dos goleiros era reativa, este parecia adivinhar o que os pobres atacantes dos times adversários fariam.
Os jogadores mais inteligentes ficavam frustrados, pois nenhuma invencionice ou improviso dava certo. – A bola não passava!
E como diziam, sem saber: “Ele pegava até pensamento!”

Mas, o pior é que isso era verdade! Não sei como, mas ele realmente conseguia ler os pensamentos dos atacantes, quando estes diziam no íntimo: “Vou jogar o corpo para a direita e cavar no meio…”, ou intencionavam humilhar o goleiro num drible da vaca espetacular.

Ele era mestre em frustrar planos!

Como numa dessas maravilhas ou milagres ele lia os pensamentos de seus adversários, por mais que inteligentes ou habilidosos que fossem!
Era estarrecedor! Nem mesmo ele sabia o por quê de suas habilidades!

Na primeira partida, muita emoção, daquelas de fazer defunto gritar: “ÊEEEba”,  que foi contra o 2 de Novembro, o time estava sendo massacrado. Não à toa o 2 de Novembro era famoso por enterrar seus adversários!
A pressão intensa e os gritos da torcida anunciavam a tragédia. O XV perderia fatalmente  – mesmo com a atuação quase perfeita da zaga que não permitia maiores avanços.
Mas, aos 44 minutos do segundo tempo o melhor jogador do campeonato, o Mestre Jorge (que nas outras horas era um excelente professor!) teve a sorte de ver a bola passar pela zaga e deixá-lo frente a frente com o João. A bola fatal passou pela zaga, a muralha do time do seu José, no úlitmo minuto, e Jorge poderia então se consagrar.
E o improvável aconteceu!!!

Apenas João Rodrigues no centro da meta e todo o espaço do mundo para colocar a bola…

De repente, Jorge para…e visivelmente transtornado senta com ares de tristeza.
Ninguém entendia o por quê!
Realmente, era inexplicável!

Mas, a entrevista  pós jogo, revelou parte do mistério.
Naquele momento – todos os pensamentos do artilheiro foram apanhados!

Ele nem mesmo sabia o que fazia em campo!

O abatimento após o lance serviu de incentivo para o 15, e aos 46:58 do segundo tempo, veio o gol da vitória.
Sua primeira vitória, logo na estreia, na casa do adversário!

E assim se deu por todo o campeonato, os atacantes do Barra Rasa, agiam como se não tivessem um objetivo em campo.
O Barra Funda, que era o time do irmão do Barra Rasa, achou que tinha aprendido do fracasso do time irmão, da parte mais rasa e na surdina resolveu pagar um extra ao juiz para facilitar a sua vida, e como precisava da vitória – gastou, e não foi pouco!

Aos 43 minutos do segundo, num lance normal em que nem o Rolando Júnior se atiraria ao chão – Romualdo, o juiz, apitou e apontou para a marca da cal, sinalizando pênalti.

A torcida vibrou, apesar do lance vergonhoso!

O XV de Setembro protestou – mas, o juiz manteve-se irredutível!
E Mauro Foguete, o principal batedor, ajeitou a bola, escolheu o canto e correu para a cobrança do pênalti.
Os nove metros que o separavam da consagração pareciam nove quilômetros!
E ele correu…e no último passo…esqueceu de tudo!

E num chute infantil o goleiro defendeu sem o mínimo esforço.

Insatisfeito, o juiz apontou uma irregularidade inexistente, e outro jogador foi selecionado e…
Pimba!
Perdeu os pensamentos!
E o mesmo aconteceu com o todo o elenco do time adversário!
E com o Barra mentalmente esgotado, desmoralizado, o XV num ataque rápido conseguiu a vitória.

Não havia mais adversários.

E na partida final do campeonato, o time com erros no nome, mas já campeão, enfrentaria o time menos temido.
O Inerte Futebol Clube.
Diziam que os jogadores do Inerte F.C eram quase mentecaptos, que serviam como postes em algumas ocasiões.

O XV de Setembro já comemorava antecipadamente a vitória.

O Inerte era tão ruim, que os jogadores eram conhecidos pela burrice e improdutividade em campo. Perderam todas as partidas pelo placar  mínimo de 13 a zero!

E a partida começou e de cara Tinho, o lunático, conseguiu fazer o impossível! Marcou o primeiro gol no XV.

O apanhador de pensamentos ficou perdido, sem saber o porquê.

O pior estava por vir, Leopoldo, que era apelidado de Pordo por alguns e de Potro por outros, converteu todos os chutes em gol!

João Rodrigues estava arrasado, não entendia porque errava tanto!

O XV de Setembro foi campeão, mesmo levando 11 gols do Inerte F.C.

E assim se deu…

O goleiro do XV de Setembro não conseguia segurar nada que fosse de proveito da mente dos jogadores do Inerte F.C.

João Rodrigues aprendeu…não havia nada a pegar daquelas mentes…

E passou então a estudar melhor seus adversários para o próximo campeonato, pois entendeu que de algumas mentes NADA SE APROVEITA!

Gilson Cruz

 

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Zé da Ladeira – uma história de futebol. ‣ Jeito de ver

O último calendário – uma crônica

Uma crônica bem humorada, sobre a importância dos calendários. Leia e divirta-se.

Imagem de Dorothe por Pixabay

 

O último calendário – uma crônica

Gilson Cruz

 

Por mais estranho que pareça, o novo calendário não trazia meses, dias…estava completamente em branco!

A cidade entrou em pânico, pois agora como seriam determinadas as estações do ano, a melhor época para o plantio e os feriados?

Como lembrar aniversários, compromissos?

Num frenesi, a multidão saía na busca do responsável!

” Ele vai ter que se explicar” – diziam os mais exaltados.

Não tinham percebido ainda que mesmo os relógios já estavam parados. Não havia mais a contagem do tempo!

A turma da fofoca dizia:” E agora, daqui a uns dias ninguém mais vai saber a idade de ninguém!”

A crianças ficaram felizes: “Agora ninguém mais vai saber a hora de ir pr’aquela escola” ( Verdade, para eles o conceito de eternidade foi inventado nas aulas de filosofia da Pró Ritinha. Pareciam intermináveis!)

Os noivos entraram em desespero ao perceberem que perderiam a data de seu casamento.

Esquecer festas, datas, e agora?

“Com o tempo, a gente se acostuma” – Diziam outros…

Todos previam a tragédia.

E enquanto previam o caos …

esqueciam de reinventar “o próprio calendário!”

 

Palavras de 2023 – o ano que passou! ‣ Jeito de ver

 

 

Um E.T em meu quintal (Um dia estranho)

O bem humorado conto de um encontro com um E.T. Divirta-se.

quinta Imagem de Aliensworld por Pixabay

Gilson Cruz

 

Em meu quintal…

O dia estava meio estranho e confesso que o calor estava fora do normal.

Era quase fim de tarde e lá, escondido entre as pequenas plantas, consegui ouvir um som bem diferente.

Não eram  grilos fazendo a festa costumeira, nem algum morcego bêbado que se chocou novamente contra a minha parede.

Também não eram sapos; estes já haviam migrado para a lagoa mais próxima.

E quando eu digo mais próxima, não significa necessariamente próxima.

Era um serzinho estranho, mas como eu já disse, o dia estava estranho, então não liguei muito pra isso.

A aparência

Não me pergunte se tinha braços grandes que se arrastavam pelo chão – pois à beira das estradas escuras você pode ver um monte dessa espécie, e que não são necessariamente ET’s.

Não posso dizer que era verde, pois a escuridão dificultava a minha percepção.

Ele não era como aquele primo dele, que aconselhava aos terráqueos à busca pelo conhecimento..

Também não era daquele tipo que resolveu se exibir lá em Varginha,  Minas Gerais.

Esse era um pouco mais profundo. E passou a me contar sobre o seu mundo e a dizer as seguintes palavras:
– “Meu caro terráqueo, não sei se as notícias que tenho pra você são boas… Na verdade, são bem ruins!”

 

Recordei  a História…

Bem, eu já estava acostumado “a notícias ruins…” – pensei em voz alta:

Pensei: “Primeira Guerra Mundial,  Gripe espanhola,  Hitler,  nazismo,  fascismo e outros regimes parecidos.

Holocaustos,  massacre em Nanquim…

Continuei: “Segunda Guerra , bombas em Hiroshima e Nagasaki, COVID 19, ataque ao World Trade Center,  guerra no Golfo Pérsico e a eterna ganância pelo petróleo.

Lembrei também: “Golpe militar em 1964,  onda de autoritarismo na América do Sul,  a fome na África e  o We are the world.

Vi o presente…

Daí, lembrei a  invasão Russa à Ucrânia  e  o ataque terrorista a Israel, daí  o  massacre de palestinos pelo exército Israelense,  entre os quais mais de 6000 crianças  foram mortas.

–  “Já estou acostumado” – pensei.

“Estava revoltado, pois depois de incentivar os moradores de Gaza a migrarem para o Sul,  Israel passou a bombardear justamente o sul.

E o número de vítimas inocentes continuava a crescer, enquanto o governo  Israelense investia pesado em propaganda para conquistar a simpatia do mundo…

“Bem, ver um portal de notícias dizer que dois soldados israelenses morreram é triste, mas vê -lo ignorar a morte dos milhares de inocentes palestinos é, no mínimo, imoral…

“Estou acostumado a ver a corrupção mantida no poder por um povo cego, cegado pela  história e pela própria ambição,  e também a ver corrupção nos meios de comunicação”.

Os danos à Terra e à humanidade

“Eu já estava acostumado a ver desastres como Chernobyl, Mariana, Brumadinho, Maceió, Tsunamis e desastres nucleares como o de Fukushima, no Japão…

“Já não me causava espanto ver pastores religiosos tirar proveito de alianças com partidos políticos enquanto seus rebanhos cativos,  deveriam fugir do materialismo, enquanto eles mesmos se enchiam de bens,  desde fazendas até aviões.

E nem mesmo me abalaria mais, ver um monge mostrando um carinho exagerado por um menino…

“Já estava acostumado a ouvir que a água potável estava acabando e que deveríamos economizar, se possível esquecer os banhos e ignorar a sede;

enquanto fábricas de tecidos, de refrigerantes , papel , e até mesmo o agronegócio destroem imensas reservas de águas, e não dão a mínima para o futuro.

“Já estava acostumado com a ideia de não poluir e evitar consumir carne bovina, pela camada de ozônio;

enquanto os mais ricos do mundo poluíam e poluem  mais que toda a humanidade pobre…

“Já estava acostumado com a sensação que os grandes ricos previam o fim da Terra, já esgotada, após a ganância acabar com toda a riqueza .

Eles sonhavam em partir e habitar (e talvez destruir novamente) um planeta qualquer – quem sabe Marte fosse o azarado! Caso a nave mãe não explodisse no caminho! Tudo é possível!

– Não é um desejo!

 

Nada me surpreendia…

E enquanto pensava estas coisas em voz alta, o pequeno ser respondia indignado:
“Aí é que está o problema…vocês se acostumaram a tudo isso!”

 

A Surpresa

Entendi naquele momento…

E sem que ele soubesse, corri e discretamente apanhei a minha câmera. Excelente resolução -” hoje ele não escapa!”

A primeira foto 4K de um E.T!

Ao chegar discretamente, percebi que ele não estava mais!

Vi naquele momento, que ele não era vaidoso, como os primos,  e que todas as fotos de OVNIS são de péssima qualidade!

Como eu disse, percebi também naquele momento:

– “Era hora de tomar o meu remédio!”

 

 

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