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A canção que determinou o fim de um grupo!

New Orleans, início do Sécuo XX

New Orleans, 1910 Pinterest

There is a house in New Orleans

They called the Rising Sun

And it´s been the ruin of many a poor boy

And God, I know I’m One” – The house of the rising Sun

The House of the Rising Sun – Uma história

Origem da Canção

‘The House of the Rising Sun’ é uma canção tradicional folk americana cuja autoria exata permanece desconhecida.

Acredita-se que a música tenha sido transmitida oralmente através de gerações, com raízes que remontam ao início do século XX.

A natureza oral dessa tradição significa que a letra e a melodia foram modificadas ao longo do tempo, refletindo influências culturais e sociais de diferentes épocas e regiões dos Estados Unidos.

As primeiras gravações conhecidas datam de 1933, quando Clarence Ashley e Gwen Foster registraram suas versões. A interpretação de Ashley é significativa, pois ele aprendeu a música com seu avô, demonstrando sua transmissão geracional. Sua versão refletia as influências do folk e do blues, gêneros profundamente enraizados na cultura americana da época.

Contexto Cultural

O contexto dos Estados Unidos durante o surgimento da canção foi marcado por grandes mudanças e desafios.

A Grande Depressão, que assolou o país na década de 1930, impactou profundamente a vida dos americanos, e a música folk serviu como uma forma de expressão das dificuldades e aspirações da classe trabalhadora. ‘The House of the Rising Sun’ capturava essas realidades, com letras evocando histórias de perda, arrependimento e redenção.

A casa mencionada na canção é frequentemente interpretada como um bordel ou uma casa de jogo, refletindo temas de vício e decadência moral, prevalentes na sociedade da época. Assim, a canção se destacou tanto como peça musical quanto como documento cultural.

Versões e Regravações ao Longo dos Anos

Uma das primeiras interpretações notáveis foi feita por Woody Guthrie na década de 1940. Guthrie trouxe um estilo folk característico, com um arranjo simples e direto que refletia a tradição oral da música.

Musicologistas afirmam que há versões bastante antigas, possivelmente originárias da Inglaterra ou dos Estados Unidos antes da Guerra Civil. As gravações mais antigas conhecidas são de Clarence “Tom” Ashley, Doc Walsh e Gwen Foster (1932) e dos Callahan Brothers (1934), que ouviram a música de seu avô, Enoch Foster.

Texas Alexander, famoso cantor americano, gravou ‘Rising Sun’ em 1928, mas a música era bastante diferente, embora seus acordes tivessem alguma semelhança.

Em 1937, Alan Lomax gravou uma versão cantada por Georgia Turner, filha de mineiros do Kentucky, intitulada “Rising Sun Blues”. Nos anos 1940, novas gravações foram feitas por Woody Guthrie (1941), Josh White (1947) e Huddie “Lead Belly” (1944 e 1948).

Outro intérprete crucial foi Lead Belly, cujo estilo blues adicionou profundidade emocional à música. Sua interpretação destacou-se pelo uso da guitarra ressonadora e uma vocalização intensa.

Nos anos 1960, foi gravada por Joan Baez (1960), Bob Dylan (1961, publicado em 1962), Nina Simone (1962), The Animals (1964), Los Speakers (1965) e Frijid Pink (1969). Em seu disco de 1962, Bob Dylan atribuía ter conhecido a música através de Dave Van Ronk.

The Animals…

A versão mais famosa veio com The Animals em 1964. A banda descobriu a música durante uma turnê com o cantor folk Johnny Handle.

The Animals, The house of the Rising Sun

Capa The house of the rising Sun

Inspirados pela melodia sombria e pela narrativa envolvente, decidiram dar uma nova roupagem à canção.

O arranjo inovador destacou-se imediatamente. O icônico arpejo de guitarra e o uso marcante do órgão contribuíram para que essa versão se tornasse um marco na história da música popular, catapultando a canção para o topo das paradas internacionais.

Muitos outros artistas revisitaram ‘The House of the Rising Sun’, trazendo suas próprias visões e estilos. Nina Simone, Frijid Pink e Five Finger Death Punch adicionaram elementos de jazz, hard rock e metal, respectivamente.

O topo das paradas

O single rapidamente alcançou o topo das paradas no Reino Unido, nos Estados Unidos e em outros países, consolidando-se como um hit mundial. Esse sucesso alavancou a carreira dos The Animals e colocou a banda no mapa do rock dos anos 60.

O impacto cultural dessa versão é inegável. Ela ajudou a popularizar o folk rock e abriu portas para que outras bandas experimentassem com arranjos mais ousados e inovadores.

Além disso, foi frequentemente utilizada em trilhas sonoras de filmes e programas de televisão, perpetuando sua presença na cultura popular.

Até hoje, a interpretação dos The Animals é considerada um marco na história do rock, destacando-se como um exemplo clássico de como uma reinterpretação pode redefinir uma canção e deixá-la eternamente marcada na memória coletiva.

Os Problemas Internos no Grupo The Animals

O sucesso de ‘The House of the Rising Sun’ trouxe notoriedade e fortuna para The Animals, mas também desencadeou problemas internos que contribuíram para a dissolução do grupo original.

Um dos principais pontos de discórdia foi a questão dos direitos autorais e dos royalties.

Cada membro participou do processo criativo da versão definitiva, mas apenas Alan Price, tecladista responsável pelo solo do órgão, foi creditado pela adaptação da canção tradicional – sem o conhecimento dos outros membros.

Isso levou a uma distribuição desigual dos lucros e gerou tensões significativas dentro da banda.

Relatos informais afirmam que, ao ser descoberto, Price abandonou a banda no meio de uma turnê.

A decisão de creditar exclusivamente Alan Price gerou ressentimentos, especialmente porque ‘The House of the Rising Sun’ era o maior sucesso da banda.

As tensões e o fim

Os outros membros sentiam que suas contribuições não estavam sendo reconhecidas, levando a conflitos que corroeram a coesão do grupo. A falta de uma gestão eficiente exacerbou esses problemas, dificultando a resolução das disputas.

Os conflitos internos afetaram negativamente a dinâmica do grupo, minando a moral dos integrantes.

Eric Burdon, vocalista principal, frequentemente tentava mediar as discussões, sem sucesso.

Eventualmente, as divergências tornaram-se insustentáveis, culminando na dissolução da formação original em 1966.

Cada membro seguiu caminhos diferentes, com Alan Price lançando uma carreira solo e Eric Burdon formando novas bandas.

No entanto, os problemas internos gerados pelo sucesso da canção deixaram cicatrizes duradouras, influenciando suas trajetórias.

Assim, enquanto a canção permanece como um marco na história da música, os conflitos que ela gerou no seio de The Animals são um lembrete de como o sucesso pode, paradoxalmente, levar à desintegração de laços criativos e pessoais.

Veja mais: A história do “dia que a música morreu” ‣ Jeito de ver

Recomendamos também o PodCast A hora da Vitrola, com André Góis, da Rádio Eldorado FM, para histórias incríveis como esta.

Aprenda a tocar House of The Rising Sun – The Animals – Cifra Club

 

A história do “dia que a música morreu”

A história do dia que a música morreu.

Imagem de Bruno por Pixabay

Se você assistiu ao filme La Bamba (1987), estrelado por Lou Diamond Phillips, Esai Morales e Danielle von Zerneck, certamente conhece um pouco da história que contaremos aqui.

Cartaz do Filme La Bamba

Pinterest

O Dia que, para alguns, entrou para a história como “O Dia em que a Música Morreu”: A Tragédia de Buddy Holly, Ritchie Valens e Big Bopper

A Trajetória de Buddy Holly, Ritchie Valens e Big Bopper

Cada um desses artistas trouxe algo único ao cenário do rock and roll, moldando o gênero de maneiras distintas e memoráveis.

Buddy Holly, nascido Charles Hardin Holley, foi um dos pioneiros do rock and roll.

Originário de Lubbock, Texas, começou sua carreira no início da década de 1950 e rapidamente se destacou por suas composições inovadoras e performances energéticas. Com sucessos como That’ll Be the Day e Peggy Sue, Holly não apenas conquistou o público, mas também influenciou gerações de músicos. Sua habilidade em combinar letras cativantes com melodias envolventes fez dele uma figura central no desenvolvimento do rock and roll moderno.

Ritchie Valens, cujo nome verdadeiro era Richard Steven Valenzuela, foi um prodígio do rock chicano.

Nascido em Pacoima, Califórnia, começou a tocar guitarra e a cantar desde muito jovem. Aos 17 anos, já havia alcançado fama nacional com hits como La Bamba e Donna. La Bamba, uma adaptação de uma canção folclórica mexicana, destacou sua capacidade de fundir culturas musicais distintas, criando um som que ressoava com uma ampla audiência.

Valens tornou-se um símbolo de orgulho cultural para a comunidade latina, deixando uma marca indelével no rock and roll.

Jornal da época

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Big Bopper, nascido Jiles Perry Richardson Jr., era conhecido por seu estilo exuberante e carismático.

Originário de Sabine Pass, Texas, começou sua carreira como DJ antes de se tornar cantor e compositor de sucesso. Sua canção mais famosa, Chantilly Lace, exibiu sua personalidade vibrante e sua habilidade para criar músicas cativantes.

Além disso, foi inovador no marketing musical, utilizando a mídia para promover suas canções. Sua presença no palco e suas contribuições para a indústria fizeram dele uma figura inesquecível no rock and roll.

A Rotina dos Cantores na Época

A turnê Winter Dance Party foi marcada por uma rotina exaustiva para Buddy Holly, Ritchie Valens e Big Bopper. Os artistas enfrentavam uma agenda frenética, viajando grandes distâncias durante a noite para chegar ao próximo destino a tempo.

A logística era complicada, com a equipe frequentemente se deslocando em ônibus antigos e mal aquecidos, o que se tornava ainda mais difícil devido ao rigoroso inverno. Essas viagens testavam a resistência física dos cantores e afetavam seu bem-estar emocional.

O cansaço acumulado e a falta de descanso adequado geravam tensão constante. Além do desgaste físico, havia a pressão de manter a performance em alto nível, independentemente das circunstâncias adversas.

Apesar disso, havia momentos de camaradagem. Buddy Holly era conhecido por seu profissionalismo e dedicação, enquanto Ritchie Valens, o mais jovem do grupo, trazia uma energia jovial que ajudava a aliviar a tensão. Big Bopper, com sua personalidade expansiva, frequentemente animava a equipe.

Lidar com a fama e as pressões da indústria musical exigia uma rápida adaptação.

O sucesso repentino e a constante exposição pública tornavam o equilíbrio entre vida pessoal e profissional um desafio. A turnê Winter Dance Party ilustra os sacrifícios dos músicos da época, destacando tanto os momentos de triunfo quanto os desafios enfrentados diariamente.

As Circunstâncias do Acidente

O trágico acidente aéreo que ceifou as vidas de Buddy Holly, Ritchie Valens e Big Bopper ocorreu durante a turnê Winter Dance Party em fevereiro de 1959.

A turnê, que levava o rock and roll a várias cidades do Meio-Oeste dos Estados Unidos, enfrentava desafios logísticos severos. As longas viagens de ônibus em condições climáticas adversas tornaram-se exaustivas para os músicos e a equipe. Para minimizar o desgaste, Buddy Holly decidiu fretar um avião para chegar mais rápido ao próximo destino.

Na noite de 2 de fevereiro de 1959, após um show em Clear Lake, Iowa, Holly alugou um pequeno Beechcraft Bonanza para voar até Moorhead, Minnesota. Ritchie Valens e Big Bopper conseguiram lugares no voo. O piloto Roger Peterson, de 21 anos, foi contratado para a viagem.

Infelizmente, Peterson não estava suficientemente treinado para voar sob condições meteorológicas adversas e não possuía certificação para navegação por instrumentos.

Naquela noite, o tempo estava extremamente ruim, com ventos fortes e visibilidade reduzida devido à neve. Pouco após a decolagem, o avião perdeu o controle e caiu em um campo de milho, matando todos a bordo instantaneamente.

As investigações concluíram que a causa do acidente foi uma combinação de erro do piloto e condições climáticas severas. A falta de experiência de Peterson para operar sob tais circunstâncias foi um fator determinante. Essa tragédia marcou um momento sombrio na história da música, eternizando o dia 3 de fevereiro de 1959 como “O Dia em que a Música Morreu”.

Maiores Sucessos e Impacto na Arte e na História

Sim no dia  3 de fevereiro de 1959, o mundo da música perdeu três de seus mais brilhantes talentos em um trágico acidente de avião.

Buddy Holly, com hits como Peggy Sue e That’ll Be the Day, foi um pioneiro do rock and roll, estabelecendo novos padrões para a composição e produção musical. Sua influência se estendeu a bandas como The Beatles e The Rolling Stones, que o citam como inspiração fundamental.

Ritchie Valens, apesar de sua curta carreira, revolucionou a música com La Bamba, que misturava rock and roll com elementos da música tradicional mexicana. Esse hit abriu portas para a inclusão de artistas latinos na indústria musical americana, influenciando gerações de músicos de diversas origens culturais.

Big Bopper, com seu estilo único e personalidade vibrante, deixou uma marca duradoura com Chantilly Lace. Sua abordagem inovadora ao entretenimento ajudou a definir o papel do artista como showman, algo adotado por muitos músicos nas décadas seguintes.

Homenagens póstumas, como a canção American Pie de Don McLean, perpetuaram a memória desses artistas e solidificaram seu legado na história da música. O impacto deste acidente é constantemente relembrado como “O Dia em que a Música Morreu”.

Leia também: A música como produto e arte – uma história! ‣ Jeito de ver

Confira a playlist abaixo.

O Laço de Fita – Poesia de Castro Alves

Pelourinho, Salvador-Bahia

Imagem de digasalinas por Pixabay

O Laço de Fita

Castro Alves

Não sabes criança? ‘Stou louco de amores…
Prendi meus afetos, formosa Pepita.
Mas onde? No templo, no espaço, nas névoas?!
Não rias, prendi-me
Num laço de fita.
Na selva sombria de tuas madeixas,
Nos negros cabelos da moça bonita,
Fingindo a serpente qu’enlaça a folhagem,
Formoso enroscava-se
O laço de fita.
Meu ser, que voava nas luzes da festa,
Qual pássaro bravo, que os ares agita,
Eu vi de repente cativo, submisso
Rolar prisioneiro
Num laço de fita.
E agora enleada na tênue cadeia
Debalde minh’alma se embate, se irrita…
O braço, que rompe cadeias de ferro,
Não quebra teus elos,
Ó laço de fita!
Meu Deus! As falenas têm asas de opala,
Os astros se libram na plaga infinita.
Os anjos repousam nas penas brilhantes…
Mas tu… tens por asas
Um laço de fita.
Há pouco voavas na célere valsa,
Na valsa que anseia, que estua e palpita.
Por que é que tremeste? Não eram meus lábios…
Beijava-te apenas…
Teu laço de fita.
Mas ai! findo o baile, despindo os adornos
N’alcova onde a vela ciosa… crepita,
Talvez da cadeia libertes as tranças
Mas eu… fico preso
No laço de fita.
Pois bem! Quando um dia na sombra do vale
Abrirem-me a cova… formosa Pepita!
Ao menos arranca meus louros da fronte,
E dá-me por c’roa…
Teu laço de fita.

Comentando o Poema

A quem foi dedicado?

Este belo poema certamente tinha de ser dedicado a alguém.

É contado em alguns lugares que o poema “O Laço de Fita” foi dedicado a uma formosa jovem paulistana chamada Maria Amália Lopes de Azevedo:

“Não sabes, criança? ‘stou louco de amores… Prendi meus afetos, formosa Pepita. Mas onde? No templo, no espaço, nas névoas? Não rias, prendi-me num laço de fita…”

A bela jovem mais tarde se tornaria dona das terras que hoje compõem o bairro do Tremembé, cuja principal avenida leva seu nome. Essa versão, porém, que faz dela a musa inspiradora de “O Laço de Fita”, não é confirmada pelos historiadores.

Simbolismos

Essa poesia de Castro Alves é um belíssimo exemplo do lirismo romântico, repleto de musicalidade, imagens vívidas e uma intensa entrega sentimental.

A repetição do símbolo do “laço de fita” confere unidade ao poema, transformando um simples adorno em um poderoso emblema da paixão e do aprisionamento amoroso.

O eu lírico se declara enfeitiçado por Pepita, e sua paixão não está presa a conceitos abstratos como templo ou névoas, mas sim a um elemento concreto e delicado: o laço de fita nos cabelos da amada.

O laço adquire um simbolismo duplo, representando tanto a suavidade do amor quanto a força de sua escravidão sentimental. A metáfora da serpente que se enrosca na folhagem reforça essa ideia de encantamento e domínio.

Esse jogo entre liberdade e cativeiro é um dos grandes temas do poema.

O eu lírico começa como um pássaro que voa livremente, mas é subitamente capturado.

Ele compara sua paixão a uma cadeia quase invisível, pois, embora sua força possa romper cadeias de ferro, ele é incapaz de se libertar do suave e frágil laço de fita. Essa contradição ressalta o poder avassalador do amor.

Romantismo

Na última estrofe, o tom se torna mais melancólico, evocando a morte como o destino final.

Mesmo após a morte, ele deseja que o laço esteja presente como sua coroa fúnebre, demonstrando a ideia romântica da paixão eterna, que transcende a vida.

Castro Alves, com sua habilidade descritiva, transforma um detalhe aparentemente simples — um laço nos cabelos — em um elemento que amplifica o fascínio de Pepita. O “laço de fita” não é apenas um símbolo de aprisionamento amoroso, mas também um adorno que intensifica a beleza da amada.

O verso “Na selva sombria de tuas madeixas, / Nos negros cabelos da moça bonita” destaca como o laço não apenas enfeita, mas dialoga com a imagem dos cabelos negros, criando um contraste e um jogo de luz e sombra que potencializam o magnetismo da personagem.

Esse detalhe sugere que a beleza de Pepita não está apenas em sua aparência, mas também no efeito que ela causa no olhar do apaixonado.

A eternidade

O laço, por ser um objeto delicado e passageiro, torna-se um símbolo da efemeridade dos momentos de encanto.

A forma como ele se movimenta na dança, como é beijado pelo vento (e não pelos lábios do eu lírico), reforça a ideia de que o desejo e a adoração se voltam para algo quase etéreo, um detalhe que, paradoxalmente, aprisiona e liberta ao mesmo tempo.

Os últimos versos:

“Pois bem! Quando um dia na sombra do vale Abrirem-me a cova… formosa Pepita! Ao menos arranca meus louros da fronte, E dá-me por c’roa… Teu laço de fita.”

O poeta dramatiza o amor como algo tão essencial que ele quer levá-lo consigo para a eternidade.

Não é apenas a lembrança de Pepita que ele deseja no túmulo, mas o próprio laço, símbolo de sua submissão apaixonada, de sua prisão voluntária nos encantos da amada.

Esse pedido final torna o poema mais intenso e sentimental porque sugere que o amor não termina com a vida, mas permanece como um desejo derradeiro, uma espécie de última vontade sagrada.

Essa visão reforça o tom romântico exacerbado de Castro Alves, onde o sentimento amoroso é vivido com tal plenitude que não há distinção entre amor e destino.

A força da poesia vem justamente desse exagero belo e arrebatador, onde um simples ornamento se transforma no emblema de um amor que transcende tempo e matéria.

Resumo biográfico

Castro Alves: O Poeta da Liberdade
Castro Alves é um representante importante do romantismo no Brasil.

O poeta Castro Alves foi uma grande expressão do Romantismo no Brasil.

Antônio Frederico de Castro Alves (1847-1871) foi um dos maiores poetas românticos do Brasil, destacado por seu engajamento social e político.

Nascido na Fazenda Cabaceiras, na Bahia, cresceu em um ambiente culto e, desde cedo, demonstrou talento para a poesia. Iniciou sua produção literária ainda adolescente e, aos 17 anos, já escrevia os versos de Os Escravos, tornando-se um ícone da luta abolicionista.

Publicou Espumas Flutuantes em vida, mas sua morte prematura, aos 24 anos, interrompeu uma carreira brilhante. Seu legado, no entanto, permanece vivo, inspirando gerações com sua poesia apaixonada e combativa.

Eugênia Câmara, grande amor do poeta

A vida intensa, somada às circunstâncias da época, contribuiu para seu declínio e, posteriormente, sua morte.

Castro Alves foi um homem de muitas paixões, apaixonando-se intensa e constantemente. Podemos citar Leonídia Fraga, que o amou desde o início sem ser correspondida, como merecia, ou mesmo sua primeira mulher, Idalina, e as irmãs hebreias.

Sua última paixão não correspondida foi a cantora italiana Agnese Trinci Murri.

Aquela que, porém, refletia seu espírito intenso e aventureiro foi a atriz Eugênia Câmara. Talvez por isso tenha sofrido tanto com as consequências da separação, marcada por brigas e traições.

Após uma vida intensa, faleceu em 1871.

A sua vida e importãncia serão abordados em futuros posts.

No centenário de sua morte, em 1971, decidiu-se pelo traslado de seus restos mortais para o monumento na Praça Castro Alves, em Salvador, sob determinação do então prefeito Antônio Carlos Magalhães.

A decisão contrariou um sobrinho-neto do poeta, que defendia a construção de um panteão. A transferência ocorreu sem cerimônia especial no dia 6 de julho daquele ano.

Veja também: Poeta (Sinfonia de asas e versos) ‣ Jeito de ver

Quando a miséria dá Ibope (Lágrimas de TV)

Imagem de Marc Pascual por Pixabay

A Menina e o Sonho Distante

A pobre menina de pouco mais de cinco anos de idade tinha tantos sonhos quanto as outras meninas de sua idade. Não queria muito, queria apenas uma dessas bonecas que via nas propagandas na velha televisão que repousava no lado esquerdo da casinha de piso de chão batido, tanto mais frio no inverno.

Seus olhinhos brilhavam ao ouvir, nesses programas de TV que ajudavam os pobres, que a vida podia mudar, mas sua vida não parecia ter outras perspectivas. Sua mãe, solitária e doente, não podia fazer muita coisa, nem dar muita coisa, e a pobre menina ajudava nas tarefas da casa: lavando, passando e, às vezes, cozinhando quando a mãe se enfraquecia.

Era triste ver a infância fugir e o brilho nos olhos da menina se apagar. Mas algo mudaria.

Numa dessas histórias que se assemelham a contos de fadas, alguém escreveu para um desses canais que “ajudam” os carentes. E, vestida com sua melhor roupa, ela se apresentou naquele programa, enquanto a suave música de fundo trazia emoção e lágrimas às pessoas que agora também conheciam sua história.

O apresentador, de voz compassiva, contava a história, repetindo os trechos mais marcantes… e, de casa, os telespectadores também compartilhavam o mesmo choro. Segurando ternamente as mãos da menina, o apresentador pediu uma pausa. A audiência estava nas nuvens, e o apresentador, com olhos marejados, chamava o intervalo e, consequentemente, os comerciais…

E, enquanto o canal faturava com os patrocinadores, a cena no auditório não era tão terna nem tão triste…

No início do intervalo, o apresentador soltou friamente a mão da pobre menina, correndo feliz para checar com os auxiliares o sucesso daquele programa. Feliz por saber que estava em primeiro lugar…

Enquanto isso, com a mesma solidão e desilusão do dia a dia, sentada nos degraus do cenário, a menininha não entendia absolutamente nada… Não percebia que estava sendo usada como parte do jogo.

O Menino do Pintinho Piu

A história acima é baseada em fatos, mas uma história que ilustra bem tais programas de TV é a do Menino do Pintinho Piu.

O menino gravou um vídeo despretensioso dublando a música Pintinho Piu. O vídeo viralizou! Tornou-se a sensação da internet. E, por fim, foi descoberto por um desses programas populares.

O apresentador, feliz com a audiência, prometeu que daria suporte à carreira daquele menino. Os telespectadores elogiavam o apresentador: — “Viu como ele se importa com as pessoas?”

Os pais, entusiasmados com a possibilidade de sucesso do filho, venderam todos os bens para investir no sonho e bancar a gravação e divulgação do disco do menino.

Nota: o menino não era um cantor. Não havia possibilidade de dar certo!

Mas o apresentador estava tão entusiasmado…

Pobres pais… Não imaginavam que seriam esquecidos por todos, inclusive pelo apresentador, assim que o programa acabasse — com picos elevadíssimos de audiência.

Mais pobres agora, tentariam voltar ao mesmo programa, com o mesmo apresentador que faria a mesma cena, capitalizando sobre a miséria de uma família que vendeu tudo que tinha para investir na carreira do filho.

As Lágrimas da TV

São histórias tristes, é verdade! Mas a verdade maior é que as pessoas gostam de acreditar em lágrimas de TV. Gostam de acreditar que as lágrimas nos olhos de um apresentador que está preocupado com faturamentos, contratos, carreiras, com tudo — menos com a vida da pessoa no meio do palco.

As pessoas gostam de ser enganadas…

O mundo real é chato. A vida real é muito chata!

Enquanto as câmeras filmam, as lágrimas parecem reais. Mas, quando se apagam, a realidade volta a ser o que sempre foi: cruel para os que vivem dela e lucrativa para os que a exploram.

Leia também: Cultura – Quando o mais fácil é desistir! ‣ Jeito de ver

Casca de banana (Acidentes acontecem…)

Imagem de G.C. por Pixabay

Casca de banana…

Jurei por tudo,
Prometi que jamais iria cair novamente…
Paixão faz sofrer,

Faz chorar…
Nos deixa com cara de bobos,
Nos rouba o sono,

Faz perder noites,
até mesmo sumir o apetite!

Jurei,
Nunca, jamais…
Paixão é doença
Que mata a gente,

de tanto sonhar, de planejar,
E que não dá futuro.
Atrapalha a concentração…
E até revira o estômago.

Nos deixa bobos e ainda mal-humorados.

Maldita paixão…

E de repente você aparece…
E lá estou eu, no mesmo caminho, escorregando de novo,
Com a mesma carinha de bobo!
Fazendo as mesmas bobagens! De novo!

Leia também: Versos sem destino ( um conto ) ‣ Jeito de ver

Cultura – Quando o mais fácil é desistir!

 Descubra o valor de não abandonar o que nos move.

Imagem de Joe por Pixabay

O Valor de um Sonho

O que é fazer valer um sonho quando todos os sinais te apontam o mais fácil, que é desistir?

Às vezes, insistir num objetivo é saber insistir, apesar das frustrações. Por exemplo, como se sentem poetas, bons compositores e arranjadores quando percebem a qualidade da música atual e as mensagens nas letras (quando há alguma mensagem!)?

Não me acusem de reacionário, moralista ou seja lá o que for, com aquela frase batida de que tudo é questão de gosto.

É verdade que alguém sempre reclamará da decadência musical ao longo das décadas, mas isso também pode significar que os estilos coexistem e que prevalecem aquilo com que se identifica a sociedade atual. Por isso, ainda exerço o meu direito de gostar daquelas canções que chocam pela beleza, pela harmonia entre melodia e letra…


Como se molda o gosto musical?

A Música como Produto

O fato é que a maior exposição musical é dada àquelas canções com potencial de vendas, mesmo que seja por um curto período de tempo e que serão substituídas por canções bem parecidas, com o mesmo objetivo de vendas, em que a música é apenas um mero produto a ser usado e descartado. Ninguém sentirá falta quando o sucesso passar.

A música não tem sido encarada como arte a se eternizar; reduziu-se a um produto, um mero produto.


E Quanto às Obras-Primas?

Você talvez pense: “Ah! O Spotify, o Deezer, o YouTube e outros meios estão aí. A pessoa pode procurar o que quiser!” É verdade, mas você sabia que boa parte do que você gosta foi apresentado por alguém ou por um meio de comunicação?

Isso significa que, se as pessoas forem expostas a apenas um ou dois estilos de música, de melodias simples, terão dificuldades em se interessar por arranjos e letras mais complexas.

A exposição a vários estilos musicais seria essencial para ajudar na formação artística e cultural do indivíduo. Mas, atualmente, isso não acontece.


O “Jabá Turbinado” e o “Sucesso”

Hoje vivemos o “jabá turbinado”, que funciona de maneira sutil, mas extremamente eficaz.

Empresários, especialmente do campo do agro/sertanejo, não apenas pagam mais para terem seus produtos expostos, compram também estações de rádio, que tocarão exaustivamente seus produtos. A estratégia é composta por passos bem definidos:

  1. Repetição Exaustiva: As músicas são tocadas repetidamente nas rádios compradas ou contratadas, garantindo que fiquem na cabeça do público.
  2. Construção de Empatia: Comentários sobre a vida pessoal dos artistas, muitas vezes elaborados estrategicamente, geram identificação e conexão emocional com o público.
  3. Narrativa de Superação: Biografias que destacam a saga do “herói humilde que alcançou o sucesso” são cuidadosamente construídas para comover e inspirar.
  4. Marketing Integrado: Notícias, fofocas e até intervalos entre as canções são utilizados para manter vivo o interesse do público.

Outros estilos musicais não têm espaço nessas emissoras, porque o objetivo principal é vender o produto. Em especial, em pequenas cidades, presume-se que o público seja menos informado e, portanto, mais suscetível à manipulação.

A consequência? Pressões e negociatas surgem.


Cultura e Política

A população dessas cidades, ao saber que um astro visitou uma cidade vizinha, passa a pressionar o administrador público para trazer o espetáculo. E, muitas vezes, o administrador cede, gastando mais do que o orçamento mensal destinado à saúde ou educação para atender à demanda.

Shows patrocinados por verbas públicas frequentemente estão associados a mau uso de recursos, isso quando não há desvios. Alguns argumentam que “não usamos a Lei Rouanet”, mas é preciso esclarecer:

A Lei Rouanet foi criada para incentivar o financiamento da arte com recursos privados, permitindo deduções no imposto de renda dos patrocinadores, sem utilizar diretamente dinheiro público.


O “Sonho” de Comunicar

Um amigo meu, desde jovem, sonhava em ter uma estação de rádio para promover artistas locais e tocar canções de todas as épocas. Durante um tempo, ele investiu em um serviço de alto-falantes, o “Som da Cidade”, que trazia uma programação eclética com espaço para todos os estilos musicais, notícias locais e até transmissões das sessões da Câmara Municipal.

Com o sucesso do Som da Cidade, ele decidiu investir numa rádio. O início foi promissor, mas os problemas não demoraram a surgir.

O clima político da cidade era acirrado. Ao apontar falhas da administração pública, foi agredido fisicamente em duas ocasiões, em administrações diferentes. As paixões pessoais estavam acima dos interesses públicos e culturais.

O comércio local não se interessava em patrocinar a rádio, e os administradores públicos temiam associar-se a quem poderia denunciá-los. Além disso, o custo com direitos autorais (ECAD) era desanimador para quem desejava iniciar uma pequena emissora.

Documentos, contas e processos descansavam sobre a mesa do pequeno escritório que ele montou com recursos próprios, mas o sonho de erguer novamente a rádio nunca se concretizou. Ele gostava de ter seu nome ligado à comunicação.

Nos últimos dias, ainda sonhava em lançar um livro contando toda a sua batalha, desde as dificuldades em manter uma rádio com identidade própria aos seus desafios na construção desse sonho.

Seria um ótimo livro!


Reflexões

Desde jovem, sempre sonhei em escrever memórias, histórias, poemas, músicas… o que me viesse à cabeça. Hoje, sem o meu amigo, me pergunto: será que vale a pena insistir nesse sonho, quando o caminho mais sábio parece ser desistir?

Falar de música, poesias, histórias…arte! Sei que tudo mudará, certamente, mas em que direção?

Haverá algum dia espaço para se conversar sobre notícias, poesias, histórias e músicas longe das paixões doentias que apenas dividem e afastam? Haverá espaço para a diversidade ou apenas o poder financeiro fará da pessoas fantoches, ditando o que fazer e ouvir?

Um dia, retornando do trabalho, deparei-me com o que costumam chamar de pichações num grande muro que separa o bairro mais distante do caminho de onde moro. Ao olhar com atenção, percebi que o que pareciam ser borrões transformava-se na face de um escritor quando eu atingia certa distância, mas desaparecia poucos passos à frente.

Confesso que não sei se o efeito era intencional ou mero acidente, mas aquilo me fez refletir sobre o que é a arte. Esse é o dom da arte: fazer pensar, refletir!

Não sei quem foi o autor daquela imagem, nem se ele desistiu depois daquela arte.

Assim como ele, escrevo apenas por escrever. Não sei se alguém, na distância do tempo, vai parar, olhar ou mesmo se preocupar em entender o que tentei dizer.

Desejo apenas que alguém veja minhas palavras como vi aquela imagem no muro: da distância correta, ganhando sentido e, talvez, revivendo minhas histórias.

Quando penso na arte e na cultura em geral, frequentemente desejo desistir. É, realmente, caminhar sozinho, a um horizonte muito mais fácil.

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Você ainda pode sonhar (Acredite!)

Reflexão sobre sonhar e viver

Imagem de Jupi Lu por Pixabay

Você já percebeu que passamos uma boa parte de nosso tempo imaginando, planejando, carregando sonhos que alimentamos por toda a vida? Isso é mais que natural…

Não se trata de fugir da realidade, a nossa mente gosta de viajar.

Às vezes, nos pegamos sozinhos e, de repente, percebemos que a nossa mente nos levou a tempos e lugares incríveis. Visitamos pessoas que estão escondidas nos cantinhos mais ocultos da memória e, às vezes, refazemos velhas experiências.

A difícil tarefa de lidar com um mundo onde tudo se tornou descartável, desde pessoas até a arte, é desgastante. Por isso, as mentes inquietas buscam refúgio em outros horizontes…

Não se preocupe, você não está louco e nem está enlouquecendo… Permita-se sonhar um pouco!

“Ah! Mas enquanto eu ficar sonhando, o tempo passa. E tempo é dinheiro!”, você talvez pense.

Ninguém te disse para passar o dia inteiro sonhando… Disse? (Risos)

Novos planos

Então, vamos lá… Permita-se realizar alguns sonhos, tais como aprender a tocar algum instrumento, cantar, escrever poesias, ler um pouco mais, ou aproveitar a sua família.

Está bem… Mas, se nada disso soar um pouco atraente aos seus ouvidos, pergunte-se: “O que realmente me atrai?”

Se sua resposta não incluir a alegria de quem te ama ou de quem você ama, talvez seja a hora de repensar. E, se nada disso for importante para você, o mundo não vai mudar — vai continuar exatamente o mesmo.

Pois as pessoas não costumam pensar na sociedade como um todo; pensam apenas em si mesmas (a família é pretexto!).

Se a sua resposta for diferente, você não é um mero sonhador. É um legítimo ser humano!

Então, permita-se sonhar, pois é a imaginação que nos ajuda a criar coisas novas e encontrar uma saída. Ainda é tempo:

Você ainda pode sonhar…

Leia também: Ajustando a rota – O caminho e o destino ‣ Jeito de ver

E aí? Vão mexer no teu PIX? – Se informe

Imagem de Markus Winkler por Pixabay

Um assunto controverso

Um assunto está movimentando as redes sociais e a fábrica de fake news tem trabalhado a todo vapor nestes dias. Trata-se da propagação da notícia de que o Governo vai taxar o PIX.

As memórias curtas de nossos compatriotas não se lembram que realmente havia um projeto durante o Governo anterior de taxar o Pix.

Essa taxação não chegou a ser colocada em prática com a derrota nas urnas. As novas medidas propostas não chegaram a ser aplicadas. Caberia ao novo Governo fazer isso?

O excelente artigo da Revista Fórum começa com as seguintes palavras:

“Acuse-os do que você faz, chame-os do que você é”, frase falsamente atribuída a Lenin, mas na verdade autoexplicativa para os métodos da extrema direita. Novamente se mostra verdadeira com a falsa acusação pelos bolsonaristas de que o ministro Haddad iria taxar as operações em Pix.

O governo Lula está gastando papel e mídia para desmentir a notícia que não tem nenhuma base na realidade. Inclusive, a fake news bolsonarista já está sendo utilizada por espertalhões em golpes pela internet.

Leia na íntegra no link: Quem quis taxar Pix foi Guedes no governo Bolsonaro, mas só ‘depois das eleições’ | Revista Fórum

Então, o que está acontecendo? Vamos direto ao ponto, citando o Site G1.

A Receita Federal ampliou as regras de fiscalização sobre transações financeiras. Antes, apenas bancos tradicionais informavam as movimentações, mas agora operadoras de cartão de crédito e instituições de pagamento também precisam enviar os dados. A mudança foi anunciada em setembro do ano passado e entrou em vigor em 1º de janeiro de 2025. Não há cobrança de impostos sobre PIX, mas movimentações atípicas podem gerar problemas para quem não declara corretamente os rendimentos. A Receita Federal não envia cobranças por WhatsApp ou SMS.

Perguntas e Respostas Simplificadas

Como era antes? A Receita recebia dados financeiros dos bancos tradicionais desde 2003.

O que mudou agora? Outras instituições, como operadoras de cartão de crédito e instituições de pagamento, agora também precisam informar à Receita.

Quando foi anunciada a mudança? Setembro do ano passado, em vigor desde 1º de janeiro de 2025.

O PIX será taxado? Não. Não há cobrança de imposto sobre PIX.

A que dados a Receita tem acesso? Dados pessoais, número da conta bancária, valores movimentados, entre outros.

O que eu preciso fazer? Nada específico. A responsabilidade de enviar dados é das instituições financeiras.

Devo me preocupar? Apenas se não declarar corretamente seus rendimentos.

Veja na íntegra.

Fonte: Entenda como era e o que mudou na fiscalização da Receita para o PIX, cartão e outras operações | Economia | G1

Resumo:

Não há o que temer, desde que declaremos corretamente e andemos honestamente.

Argumentar que o Governo tem um orçamento secreto, Emendas pix e coisas assim, não serve como justificativa, pois aqueles que fazem uso de tais arranjos legais (imorais) são deputados eleitos pelo mesmo povo e que estão brigando com o Supremo Tribunal de Justiça para tentar liberar tais Emendas sem esclarecer a finalidade.

O “orçamento secreto” no Brasil foi criado em 2019 e implementado em 2020. Esse mecanismo permite que parlamentares destinem recursos do orçamento público a projetos sem a devida identificação, resultando em falta de transparência.

O que fazer?

Primeiro, mantenha-se informado.

Segundo, seja honesto, não divulgue notícias falsas.

A desinformação gera conflitos, ninguém vai taxar o seu PIX!

Atualizações:

No dia 15 de janeiro de 2025, devido à grande influência das fake news espalhadas por membros da oposição e à comoção pública causada por estas, o governo revogou as medidas que visavam fiscalizar de modo mais firme a evasão fiscal.

Não se deve comemorar como uma vitória, pois, conforme abordado em post anterior neste blog, o país tem perdido mais em sonegação de impostos do que com desvios de verbas públicas por políticos corruptos.

Sonegar impostos também é uma forma de corrupção.

Fica a reflexão: Será que as pessoas podem criticar aqueles que roubam ou sonegam grandes fortunas quando desejam fazer a mesma coisa, em escala menor?

E o Governo não sabe lidar com a proliferação de fake news…

Veja também Por que muitos compartilham fake news? ‣ Jeito de ver

A Origem Militar no Brasil

A história militar no Brasil

Imagem de Alexander Fox | PlaNet Fox por Pixabay

A Origem dos Militares e sua Relação com a Coroa Portuguesa

A história das forças armadas no Brasil remonta ao período colonial, quando a coroa portuguesa estabeleceu uma presença militar significativa para proteger seus interesses e manter a ordem.

Desde sua fundação, os militares estiveram intrinsecamente ligados aos objetivos da coroa, atuando não apenas como defensores, mas também como agentes de controle social.

A lealdade dos militares à coroa era inquestionável, e sua atuação estendia-se à repressão de manifestações populares e à manutenção da hierarquia colonial.

Um dos exemplos mais notáveis dessa brutalidade militar ocorreu durante a Revolta dos Malês, em 1835, um levante de escravizados e muçulmanos que buscavam liberdade em Salvador, Bahia.

O governo português, temendo que a revolta se espalhasse, mobilizou tropas para reprimi-la.

A resposta violenta dos militares não apenas sufocou o movimento, mas também enviou uma mensagem clara sobre o uso da força como meio de controle e repressão contra qualquer iniciativa que ameaçasse a estabilidade colonial.

Outro marco significativo na atuação militar ocorreu durante a Guerra dos Farrapos, que começou em 1835 e se estendeu até 1845.

Os militares foram utilizados para combater os rebeldes do sul, demonstrando como as forças armadas eram vistas como elementos cruciais para a manutenção da ordem e da hegemonia da coroa.

Esse tipo de intervenção não foi isolado, mas repetido em vários conflitos ao longo do período colonial, estabelecendo um padrão de repressão e uso da força militar que, posteriormente, influenciaria a trajetória política do Brasil.

Ao longo dos séculos, essa relação de subserviência e repressão moldou a identidade das forças armadas, consolidando sua posição como atores centrais no jogo político brasileiro, com impactos duradouros na história do país.

O Golpe de 1889 e a Proclamação da República

O golpe de 1889, que culminou na Proclamação da República no Brasil, é um marco crucial na história do país, refletindo a crescente influência dos militares nos rumos políticos.

A adesão dos militares a esse movimento não foi mera coincidência; ela resultou de uma série de fatores sociais e políticos que culminaram na demanda por mudanças no regime monárquico.

Percebendo a instabilidade da monarquia, que enfrentava crises econômicas e políticas, os militares se posicionaram como agentes de transformação e, ao mesmo tempo, como “garantidores da lei”. Essa autopercepção lhes conferiu um papel central na nova ordem republicana.

Um dos fatores desestabilizadores da monarquia era o avanço do processo de abolição dos escravizados, que causava grande apreensão entre as elites econômicas. Temendo o impacto sobre suas economias, a elite, com o apoio dos militares, planejou o golpe para manter suas vantagens, afastando um imperador adoecido.

Não houve comoção pública. Segundo o livro Os Bestializados, os pobres não entendiam o que estava acontecendo, enquanto a elite agia em favor de si mesma.

Uma das supostas razões  para a adesão dos militares ao golpe foi o sentimento de insatisfação com as elites políticas da época, vistas como ineficazes e corruptas.

Muitos oficiais militares acreditavam que essas elites estavam mais interessadas em proteger seus próprios interesses do que em promover o bem comum. Essa percepção fortaleceu a noção de que era dever moral dos militares intervir em nome da nação.

Essa postura contribuiu para a consolidação de uma visão elitista e corporativista da política brasileira, que perduraria ao longo do tempo, conferindo aos militares um papel privilegiado na nova república.

Os primeiros presidentes da república foram militares e perpetuaram o mesmo sistema elitista e corporativista, com um agravante: a repressão violenta a quem discordasse de seus métodos.

Por exemplo, Floriano Peixoto prendeu e condenou ao desterro em Cucuí, no Amazonas, José do Patrocínio, antigo abolicionista e forte crítico do governo.

Outro episódio emblemático foi o Massacre de Anhatomirim, ocorrido em 1894, durante a Revolução Federalista.

Sob o comando do coronel Antônio Moreira César, atendendo a ordens do presidente Floriano Peixoto, 298 pessoas ligadas à revolução foram fuziladas.

Ironia histórica, a cidade de Florianópolis recebeu esse nome em homenagem ao homem que ordenou o massacre.

As consequências desse golpe foram vastas e impactaram profundamente a estrutura política e social do Brasil. A Proclamação da República não apenas alterou a forma de governança do país, mas também estabeleceu precedentes que solidificaram a intervenção militar em questões políticas, prática que se tornaria recorrente nas décadas seguintes.

A visão de militares “como salvaguardas” da ordem e da justiça se perpetuou, moldando a interação entre os poderes civis e militares ao longo da história do Brasil.

A Atuação Militar Durante o Século XX e o Golpe de 1964

O século XX foi um período marcado por intensas transformações políticas e sociais no Brasil, culminando no golpe militar de 1964.

Esse evento, frequentemente confundido com uma revolução, foi, na verdade, uma ação de Estado que resultou na deposição do então presidente João Goulart.

Os militares, alegando a necessidade de restaurar a ordem em um contexto de crescente instabilidade política e econômica, tomaram o poder e instauraram um regime autoritário que perdurou até 1985.

Documentos divulgados posteriormente revelaram o papel de políticos, militares, empresários brasileiros e  dos Estados Unidos nos bastidores, financiando o golpe e ampliando sua influência no Brasil.

Nos anos que se seguiram, a atuação militar consolidou-se em uma série de medidas “para assegurar o controle sobre o país”.

A promulgação de uma nova Constituição em 1967 foi uma dessas ações, visando legitimar o regime e criar uma estrutura política que perpetuasse a influência militar a longo prazo.

Essa estrutura era fundamentada em uma retórica de segurança nacional, que justificava repressões políticas e violações de direitos humanos como necessárias ao bem-estar da sociedade. O Ato Institucional nº 5 (AI-5) deixou claro que estava sendo instituída uma ditadura no Brasil.

O regime militar teve impactos profundos na sociedade brasileira, exacerbando desigualdades sociais e políticas. A repressão a opositores e a censura aos meios de comunicação foram estratégias amplamente empregadas para silenciar vozes dissidentes.

Além disso, os privilégios concedidos aos militares tornaram-se uma marca registrada do período, assegurados por leis que garantiam benefícios e vantagens aos integrantes das forças armadas. Nesse contexto, a elite militar consolidou sua crescente influência na política nacional.

Assim, a atuação militar no Brasil durante o século XX, especialmente no golpe de 1964, destacou-se não apenas pela condução direta da política, mas também pela criação de um legado de privilégios que ainda reverberam na sociedade contemporânea.

Esse capítulo sombrio da história brasileira continua a levantar questionamentos sobre o impacto duradouro dessas ações. Durante o governo de Dilma Rousseff, as Forças Militares se posicionaram contra a Comissão da Verdade, que tinha como objetivo esclarecer os crimes cometidos durante a Ditadura no Brasil.

Privilégios Conquistados e a Questão da Polícia Unificada

Abordaremos em futuras postagens a atuação da polícia militar entre os anos de 1964 e 1985.

Os privilégios dos militares no Brasil, consagrados na Constituição de 1988, refletem uma continuidade histórica que remonta a períodos anteriores de repressão e autoritarismo.

Esta Constituição garantiu uma série de direitos que diferenciam as Forças Armadas e a Polícia Militar da sociedade civil, o que suscita debates sobre seu impacto na política e na segurança pública do país.

Esses privilégios têm sido objeto de críticas, especialmente em um contexto onde a violência urbana se intensifica e novos desafios de segurança emergem.

No cerne dessa discussão está a proposta de uma polícia unificada no Brasil.

O objetivo dessa abordagem é integrar as diversas forças de segurança sob um comando único, promovendo maior eficiência e eficácia no combate à criminalidade. A criação de uma polícia unificada poderia levar à redução da duplicidade de esforços, além de otimizar recursos operacionais.

Com uma estrutura coesa, a polícia unificada poderia implementar estratégias mais coordenadas e direcionadas, melhorando a resposta às demandas sociais e de segurança da população brasileira.

Entretanto, a transição para uma polícia unificada não é isenta de desafios.

A resistência por parte de setores que detêm privilégios, como os militares, pode dificultar essa proposta, pois estes possuem uma forte influência sobre a estrutura de segurança vigente.

A lógica militarizada que permeia as forças de segurança também levanta preocupações sobre a manutenção dos direitos humanos e da abordagem comunitária na atuação policial.

Assim, para que uma polícia unificada possa ser efetiva, será necessária uma reavaliação dos privilégios dos militares, promovendo um diálogo mais amplo entre os diferentes atores da segurança pública e a sociedade.

A atuação das forças militares brasileiras nas guerras não foi abordada neste post, mas será tema de artigos futuros.

Fonte:

A unificação das polícias é a solução para a crise de segurança no Brasil? | Jusbrasil

Há 125 anos 185 pessoas eram fuziladas na Ilha de Anhatomirim – NSC Total

Livro: O Reino que não era deste Mundo, Marcos Costa

Livro: Os bestializados, José Murilo de Carvalho

Revisão por AI.

Veja também: A falta de Educação Política e a corrupção ‣ Jeito de ver

“Papo de E.T.: OVNIs Por Aí”

E o ET desabafa sobre os terráqueos...

Papo de E.T.

OVNIs e Vida no Universo

De repente, voltei a ser o assunto principal nas conversas…

Estava em paz, no meu cantinho do universo, e lá vem vocês com um tal de “apareceram lá em New Jersey, Massachusetts, Connecticut, Pensilvânia, Virgínia e até lá no Pará”.

Vocês acham que a minha vida é de viagens eternas?

Desafios Terráqueos e a Realidade Alien

Tanta estrela por aí… e eu vou cair na tolice de entrar num planeta onde os seres só pensam em dominar os mais fracos e acabar com todos os recursos?

Veja só, dia desses inventei de alugar uma casa em Londres, estava disfarçado. Lá os preços estão os três olhos da cara… desculpe, são apenas dois!

É que por lá “os mercados” (vocês adoram essa expressão por aqui), o nome que se dá às poderosas instituições financeiras e comerciais, compraram tudo, e são eles que determinam o valor do aluguel de imóveis. E sabe no que resultou?

O preço subiu tanto, que acredito que sou o primeiro alien caloteiro “das galáxias”! Tive que sair antes de ver a polícia chegar…

Eu tenho certeza de que esses malditos têm profundo interesse em perpetuar a pobreza e as diferenças sociais. A lógica é: quanto mais terráqueos carentes, maior a concorrência por trabalho.

E, quando a busca é maior que a oferta, o valor cai…neste caso, a mão de obra fica baratinha…

Mão de obra barata também é uma forma de escravizar (o povo daqui não sabe!).

Veja você, enquanto isso, aqui do outro lado vejo países em guerra, outros massacrando seus vizinhos… Lá no Brasil, um tal de “orçamento secreto”, computadores emprestados a ONGs por mais de R$ 30 mil a unidade… da última vez que estive lá, eu podia comprar um por uns 2 mil.

Reflexões de um Alienígena

Fui esperar e olha o quanto inflacionou.

Lá também “os mercados” querem matar os pobres…

Veja você, um país com orçamento secreto, morte ficta, emenda PIX, pensão para filhas de militares — está pressionando o governo a cortar “benefícios” dos mais pobres.

Por meio de especulação, estão tentando desestabilizar o governo eleito.

Sinceramente… não consigo falar de tudo!

Aí, de repente, alguns engraçadinhos resolvem brincar com seus drones, e vocês começam a fazer piadinhas a meu respeito! Vocês não têm nada mais interessante pra pensar?

Por exemplo… vocês não fazem pesquisas meteorológicas? Fotos panorâmicas? Espionagem?

Por que tudo tem que ser… o ET aqui, o ET acolá?

Enquanto vocês olham para o céu, as coisas acontecem aqui embaixo!

Vão continuar roubando, matando, escravizando… distraindo a sua atenção.

Portanto, mantenha o foco em seus problemas — resolva-os primeiro!

Deixe-me voltar à minha nave-mãe… é hora dos comprimidos para dormir!

Veja:

Um E.T em meu quintal (Um dia estranho) ‣ Jeito de ver

Aparições de OVNIs são investigadas pelo FBI nos EUA

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