Canções de Guerra – o jogo da desinformação

Jerusalém. As guerras e a desinformação.

Imagem de DEZALB por Pixabay

 

Nota: A matéria a seguir não entra em detalhes sobre conflitos armados ou sobre terrorismo. Objetiva informar e estimular o debate, a reflexão.

Os links fornecerão um pano de fundo para ajudar na compreensão, de modo que o leitor possa relacionar os fatos.

O site Jeito de Ver concorda com as palavras do cantor, que disse uma vez: “Não importa quais sejam os motivos da guerra, os da paz serão sempre mais importantes” – John Lennon

Canções de Guerra

As histórias se repetem…As canções de Guerra estão no ar, trazendo a destruição da humanidade e da humanidade que há em nós.

Os jornais parciais informam pouco, espalham propagandas, boatos e o que há de mais triste nos homens: a capacidade de capitalizar em cima das desgraças alheias.

Enquanto isso, a indústria das armas de fogo superaram gastos de 2 trilhões de dólares ao passo que milhões de pessoas vêem a noite chegar e partir sem o direito a uma alimentação digna.

Fonte: Gasto militar mundial bate recorde e supera US$ 2 | Internacional (brasildefato.com.br); Insegurança alimentar: 735 milhões de pessoas passam fome no mundo (uol.com.br)

O jogo da informação

Não há motivos para tais  atrocidades.

Alguns, como no passado, culpam a  uma etnia e tentam exterminá-la como fizeram os nazistas na Europa, ou como na África fizeram os Hutus e os Tutsis, na guerra étnica pelo poder, entre os  anos 1990 e 1994.

Fonte: (Folha de S.Paulo – Entenda o conflito entre hutus e tutsis de Ruanda – 23/8/1995 – uol.com.br)

Ou como, mais recentemente vêm fazendo os Russos e os Ucranianos, países vizinhos e que deveriam ser irmãos.

Fonte: Por que a Rússia invadiu a Ucrânia? – Brasil Escola (uol.com.br).

E como agora, vem sofrendo Israelenses, vítimas de atos terroristas, liderados por um governo suspeito de corrupção, opressor do povo vizinho, os Palestinos que residem  na faixa de Gaza, descrita como a maior prisão a céu aberto do mundo, oprimidos tanto pelos que os governam, o grupo Hamas, quanto pelo País vizinho – Israel.

Fonte:  Questão Israel-Palestina: 73 anos de limpeza étnica – Jornal do Campus (usp.br);10 perguntas para entender o conflito entre israelenses e palestinos – BBC News Brasil

Calcula-se que haja aproximadamente  entre 40 e 50 mil membros efetivos do Hamas, numa população de 2 milhões de palestinos.

Fonte: Hamas: o que é o grupo palestino que enfrenta Israel – BBC News Brasil.

Analisando a vida na faixa de Gaza

A vida na faixa de Gaza pode ser classificada como insalubre.

“Privados do direito de ir e vir, tendo recursos bloqueados pela governo da nação vizinha, os Palestinos já vêm há um longo tempo, sendo privados do direito a uma  vida digna, sob o argumento de prevenção a possíveis ataques terroristas – como o que aconteceu recentemente, resultando na morte de jovens que se divertiam num festival de música.

Fonte: BBC News Brasil ; O horror no festival de música eletrônica perto de Gaza (oantagonista.com.br); G1 – Saiba como é a vida na Faixa de Gaza – notícias em Mundo)  -globo.com

As cenas de horror estão sendo amplamente divulgadas e o Governo de Israel em retaliação, prometeu travar uma Guerra contra o grupo radical Hamas.

E como tem sido o ataque?

A retaliação israelense

A Ação tem sido a mais esmagadora possível.

Sob o pretexto de combater o Terrorismo, prédios civis estão sendo bombardeados, a energia elétricade que já era escassa está sob ameaça de blackout total e civis, homens, mulheres e crianças em hospitais, morrem – nesta guerra infinita e insana.

Fonte – Veja o drama de um Pai Palestino no link a seguir. “A cada bomba minha filha tapa as orelhas e pergunta ‘o que é isso, papai?'”, diz palestino-brasileiro na Faixa de Gaza (rfi.fr)

Alguém  talvez possa argumentar: -“Na guerra há efeitos colaterais!”

Verdade.

Mas, mesmo numa guerra existem REGRAS!

Explicando Terrorismo

Veja uma definição para Terrorismo:

“Atos criminosos pretendidos ou calculados para provocar um estado de terror no público em geral…

“Dessa forma, de acordo com a definição ONU, para que se possa diferenciar uma ação terrorista de outras ações violentas, é preciso analisar o contexto geral em que tal ação foi tomada. Normalmente, terroristas agem com o fim de  atingir as vítimas diretas de seus ataques.

Matar um grupo de pessoas X ou Y não faz tanta diferença: o que realmente importa é que o ato seja chocante o suficiente para aterrorizar o resto da sociedade, movimentando a imprensa, as redes sociais e os órgãos governamentais.

No fim das contas, um ato terrorista serve como uma vitrine para grupos terroristas se promoverem, mostrarem força e desafiarem seus inimigos. O grupo terrorista consegue dessa forma chamar atenção para suas causas políticas, que geralmente são bastante radicais.

Definição de Terrorismo

De maneira semelhante, o governo dos Estados Unidos também traz uma definição explícita do que seria o terrorismo: “[…] violência premeditada e politicamente motivada, perpetrada contra alvos não-combatentes e praticada por grupos ou agentes clandestinos, normalmente com a intenção de influenciar um público”. Ou seja, os ataques terroristas teriam alguns fatores em comum, que seriam:

  • Premeditação: sempre são planejados previamente pelos seus perpetradores
  • Fim político: o grupo pretende causar algum efeito na esfera política, como motivar governantes a fazer ou deixar de fazer alguma coisa
  • Vítimas são civis: atos terroristas não acontecem em um campo de batalha, onde o conflito e a violência já são esperados; o terrorismo ocorre de maneira inadvertida em espaços públicos de grande circulação (prédios, praças, shoppings, voos comerciais, aeroportos, boates, etc)
  • Grupos clandestinos: os grupos políticos que realizam ataques terroristas existem sem reconhecimento e respaldo legal: não são partidos políticos, entidades governamentais, intergovernamentais. Normalmente são grupos que procuram justamente derrubar governos ou até mesmo a ordem internacional de uma forma geral
  • Objetivo é obter audiência: o ato terrorista serve tanto para aterrorizar a população, quanto para convencer outras a aderir às causas do grupo (o Estado Islâmico, por exemplo, tem conquistado novos adeptos ao longo do tempo, até mesmo em países ocidentais)

Fonte- Matéria extaída de Site Politize! – O que é terrorismo? | Politize!

O Registro histórico e o tempo

O registro histórico é sempre a narração conforme o ponto de vista dos mais poderosos, assim como aconteceu quando os Estados Unidos fez uso de argumentos parecidos para invadir o Iraque, enquanto empresários já planejavam  dividir o Petróleo da Região. –Guerra no Iraque: uma mentira e suas longas | Internacional (brasildefato.com.br)

O tempo vai mostrar as consequências desastrosas ao Povo Palestino à reação de Israel aos ataques terroristas do Hamas.

E no Brasil, tão distante, políticos mal intencionados tentam associar a imagem de adversários a apoiadores do Hamas!

Mesmo com as  grandes potências definindo o Hamas como célula terrorista, o Brasil segue o que está estabelecido pela ONU.

O número de civis mortos por Israel ultrapassa 40 mil, fato esquecido ao se noticiar a execução de líder terrorista.

As notícias soam como canções,  péssimas canções de guerra, que se espalham, entretêm, mas não induzem à reflexão.

As vítimas esperam um tempo de Paz “em que os homens não aprenderão mais a Guerra” (Isaías 2:4). Pois não sabem mais o que esperar!

Gilson Cruz

Veja  mais: O papel da imprensa e a História ‣ Jeito de ver

Consulta : Por que Brasil não classifica Hamas como ‘grupo terrorista’ | Mundo | G1 (globo.com)

Postado originalmente em Novembro 2023,

 

Naquele dia (as últimas mudanças)

Imagem de Hans por Pixabay

 

Aquele dia,

não trouxe o sol costumeiro

nem um amanhecer,

ou crianças brincando nas ruas

e nem os passos apressados do carteiro

Não se ouvia o riso

nas padarias,

nem nos bancos das praças

A melodia na voz do cantor,

silenciara

Tudo era tristeza

Aquele dia, não trouxe rosas

e os últimos românticos

não puderam ofertá-las

E era triste encarar a noite,

sem estrelas

foi estranho anoitecer

naquele dia.

Grandes se apequenaram,

covardes orgulhosos…

pequeninos não entendiam,

onde estavam os heróis?

– todos se escondiam

Aquele dia

trouxe o resumo da ganância

e as selvas de pedra,

aquecidas

diziam não haver outra chance

Dinheiro não comprava o tempo perdido

nem  o futuro,

mas fugir pra onde?

Aquele dia,

ensinou o que era o medo…

Aquele dia,

não trouxe nuvens

pássaros de primavera.

E as lágrimas

não encheram os rasos rios

onde morriam peixes

Aquele dia

lembrava

o que havia se esgotado

e que agora…

sem homens,

sem ganância

a Terra precisava descansar.

Naquele dia.

Leia também  Canções de Guerra – o jogo da desinformação › Jeito de ver

Um novo tempo – Parte 2 ( Repensar)

Uma velha televisão. Não havia liberdade de expressão quando o Brasil esteve sobre o Regime Militar.

Imagem de StockSnap por Pixabay

Um novo tempo… A ditadura

As décadas de 1960 e 1970 foram marcadas pela repressão à liberdade de expressão e o controle da informação.

As informações eram controladas por um regime, que ditava o que deveria ser noticiado e como deveria ser anunciado.

O sistema educacional seguia nos mesmos trilhos.

O lema  “Brasil, ame-o ou deixe-o”, soava como o atual: “Se não gostou, pede pra sair…”

Sim, o sistema educacional era também moldado por esta filosofia.

O lema “a Pátria acima de Tudo” era repetido nas TV’s, nas rádios e nas escolas.

A imprensa acorrentada

A censura tranmitia a falsa impressão de paz, não haver motivos para manifestações, o governo da época não “cometia absolutamente nenhum crime”.

Não havia como divulgar livremente os desvios de recursos públicos, por exemplo, na construção da Usina de Itaipu.

Aqueles que investigassem ou questionassem teriam o mesmo destino que o embaixador José Jobim.

Veja o link CORRUPÇÃO NA CONSTRUÇÃO DA USINA DE ITAIPU PODE TER MOTIVADO A MORTE DO EMBAIXADOR JOSÉ JOBIM – Documentos Revelados.

Perseguidos, desaparecidos e mortos pelo Ditadura não eram mencionados e quando mencionados era sob manchetes falsas.

Por exemplo: a morte de Wladimir Herzog, professor, jornalista, assassinado nos porões da Ditadura após intensa tortura, foi noticiada como suicídio.

A ignorância era requisito para não ser classificado como inimigo do Estado. – Era uma bênção!

Esta é a razão por que muitos dos que viveram naquela época ainda acreditam não haver corrupção ou violência nos governos militares.

A educação, a base, era moldada aos interesses do Governo.

Um excelente resumo

Observe abaixo um trecho extraído do site Le Monde Diplomatique:

Um Brasil em construção neodesenvolvimentista para a formação profissional, técnica, sem estudos de formação crítica.

História e geografia, por exemplo, eram substituídas por “estudos sociais” com destaque para nenhum tipo de alusão ao escravismo, ao colonialismo, e às contínuas invisibilidades das lutas sociais e populares ao longo dos mais de quatrocentos anos de invasão sob diversas expressões políticas que tendem a expressar, sem discussão, uma ideia de soberania e autonomia nacionais.

Isso sem falar que nesse período, jamais saberíamos logo disto, muitos grandes nomes de pensadores e militantes já estavam mortos. Outros tantos exilados, tendo passado antes por torturas, interrogações, desaparecimentos.

Tudo isso compunha um álbum maior do que o retrato 3×4.

Mas ele não está presente nas casas de parte expressiva da classe trabalhadora, equivocadamente tratada como média no Brasil.

Se de média se trata, nem a da escola, nem a dos valores a tornou de fato consciente sobre esse período que precisa, de fato, ser tirado a limpo por essa mesma geração, agora entre 40 e 50 anos”.

– Veja : A torturante função da educação na década de 1970 – Le Monde Diplomatique

A educação e a arte

A disciplina na época era a mesma de países ditatoriais: “Aprenda o que queremos, nos seja útil” .

Os alunos eram disciplinados a seguir um padrão condicionado por uma elite militar, enquanto as benesses eram dadas a quem a pátria era realmente a mãe gentil.

O sistema educacional se resumia aprender o suficiente para uma profissão mediana, decorar preceitos e datas, cantar hinos nacionais mesmo sem entendimento de uma frase sequer das letras.

Os conceitos de livre pensamento, de livre expressão – de liberdade, eram definidos por aqueles que lucraram com o golpe militar em 1964.

Poetas e Compositores tinham que usar e abusar da criatividade para criticar o sistema, como Chico Buarque nas canções “Vai Passar”, “Cálice” e muitas outras , Caetano em “Tropicália”, bem como muitos outros artistas. – 18 músicas famosas contra a ditadura militar brasileira – Cultura Genial

Uma das mais belas canções compostas neste período, a canção “Novo tempo”, 1980, de Ivan Lins, sinalizava a mudança, a esperança e a incerteza do que viria após este período de trevas.

A mudança era necessária, a disciplina era pelo medo de cair nas mãos de uma polícia que era famosa pela violência.* Apesar dos perigos…

Nessa década a literatura marginal surgiu como um desafio às convenções, mostrando que a arte de escrever poderia e deveria assumir outras formas.

A educação pelo constrangimento

E enquanto isso, nas cidades do interior, alunos eram moldados por mestres impacientes, que não hesitavam em usar de violência física para “facilitar a entrada do conhecimento” nas cabecinhas machucadas.

Um episódio marcante já próximo ao fim do período militar, se deu em 1982, numa cidade do interior da Bahia:

Um aluno de oito anos perguntou à Professora após observar num desfile de 7 de Setembro, o por quê de haver muitos símbolos que representavam a cultura estadunidense, como bonecos do Universo Disney.

Não havia referências à escravidão ou a indígenas.

A professora chateada esbravejou: “ ISSO É CULTURA”, chamando-o de burro!

E aquele aluno, para o bem de sua vida, calou-se, AGRADECENDO a resposta.

A liberdade daquele desfile celebrava o domínio e influência cultural dos Estados Unidos, país que financiou o golpe de 1964 no Brasil e em outros países na mesma década.

A verdadeira cultura, a verdadeira origem do povo, as verdadeiras influências eram renegadas.

Então, em 1985, o regime militar e  seu desprezo pela cultura, pela individualidade e pelo acesso à informação chegou ao fim.

A necessidade de repensar e refazer

Enfim, “um novo tempo” precisava ser pensado, o sistema educacional precisava ser repensado para a que formação de verdadeiros cidadãos ganhasse força. Era preciso construir um novo pensamento.

Algo deveria ser REFEITO!

Leia  Um novo tempo – Parte 3 Refazer – Jeito de ver

É sobre o que falaremos na PARTE 3.

Notas

* A truculência da sistema policial da época moldou o temor e a confiança que muitos na atualidade têm da Polícia na atualidade.

Em muitos casos verifica-se, ainda hoje, a típica ação violenta comum no Regime Militar nas abordagens a pobres e a negros, ao passo que

mantém  a discrição e respeito no tratamento a bandidos ricos e de pele clara.

Um novo tempo – Parte 3 Refazer

Mãos em união.. A importância de se refazer, de estar sempre aprimorando o sistema educacional numa atividade conjunta.

Imagem de Michal Jarmoluk por Pixabay

A educação, bem compreendida, não é apenas uma preparação para a vida; ela própria é uma manifestação permanente e harmoniosa da vida. Assim deveria ser com todos os estudos artísticos e, particularmente, com a educação musical, que recorre à maioria das principais faculdades do ser humano“.
(Willems, 1970, p. 10).

A música na educação

A educação musical tem importância na formação do indivíduo.

O ensino de música nas escolas traz efeitos beneficos à formação da personalidade do aluno, como veremos, assim como também o ensino com música.

Vocês já perceberam que logo no início de nossa caminhada pelo universo da educação começamos com atividades lúdicas ?

Atividades que suavizam o processo de descoberta de aprendizagem tais como brincadeiras e canções?

A música contribui para uma boa informação emocional, favorecendo a sensibilidade, a criatividade e o imaginário das crianças.

A aprendizagem com música favorece o desenvolvimento linguístico, a memorização e cria vínculos de amizade entre alunos e professores. – Revista Educação Pública – A importância da utilização da música na escola (cecierj.edu.br)

O foco do sistema educacional

Infelizmente, a educação com música tem sido abandonado pelo sistema ao passo que as crianças se tornam adolescentes, pois o sistema educacional não se concentra no aperfeiçoamento do indivíduo, como cidadãos capazes de viver e conviver numa sociedade cada vez mais distante, em vez disso, o sistema se concentra em preparar alunos para concursos e vestibulares.

As  consequências são uma sociedade cada vez mais solúvel, marcada pelo espírito de competição.

Com a evolução do sistema educacional o professor se transformou em algo além de um ensinador, um transmissor de conhecimento.Ele se transformou num orientador.

A função deste orientador é guiar o aluno, reconhecendo a pluralidade – trabalhando as dificuldades e  estimulando as virtudes do aprendiz.

No artigo anterior, observamos que em décadas passadas o foco educacional era preparar o indivíduo para os interesses de uma elite.

Hoje, porém, o foco deve estar na formação de cidadãos, de indivíduos capazes de contribuir para uma melhor sociedade.

Foco na individualidade

A falta de interesse na individualidade dos alunos fazia da escola um ambiente tenso, um lugar totalmente diferente do mundo apresentado às crianças no início da jornada escolar.

As consequências eram o desinteresse, a falta de estímulo e altos números de evasão escolar ao longo do ano letivo.

A educação é o pacto de um País com o futuro de seus cidadãos.

O quão sério o Estado considera este pacto é evidente nos investimentos na qualificação de  Professores, com salários compatíveis com a importância de seu ofício e principalmente quando se cria  condições favoráveis ao desenvolvimento de um bom trabalho – o que é essencial para resultados mais satisfatórios.

Aos Professores exige-se a criatividade. A capacidade de se adaptar a um mundo em constante movimento.

Paulo Freire, Patrono da Educação brasileira, filósofo, pedagogo e escritor descrevia a música como “uma ferramenta para auxiliar a aprendizagem de outras disciplinas”. Freire (1992).

A música na sociedade e no contexto escolar pode ser transformadora, portanto deve assumir um papel mais definido no ensino escolar. Microsoft Word – Documento em ANNIELLY – ARTIGO (uepb.edu.br)

A música e o autoconhecimento

O uso da música na educação, pode induzir ao autoconhecimeto .

Alunos podem ser estimulados a criar canções nos mais variados estilos narrando fatos históricos, criar paródias, contando versões imaginárias de histórias assim como saber em que contexto histórico de uma composição.

No estudo de um idioma estrangeiro, o uso da música pode trazer aos alunos a familiaridade com pronúncias e expressões idiomáticas, além de um novo estímulo para aprender a aplicação de verbos.

A arte de educar não deve ser encarada como uma competitição entre Professores X Professores ou Alunos X Alunos.

È uma atividade conjunta.

Harmonia interdisciplinar

O professor de História pode tornar a Geografia ainda mais interessante por lembrar fatos relacionadas a sítios geográficos, assim como um Professor pode tornar o estudo do idioma inglês ainda mais atrativo por relacionar as diferenças.

Numa cidade da Bahia, um Professor de Inglês foi convidado a contribuir numa Escola de poucos recursos, onde não havia sequer material de apoio.

Era praxe naqueles dias a Prefeitura atrasar o pagamento do salário dos Professores em três meses. A cada três meses, pagava-se um!

Um desrespeito aos profissionais! Mas, isto já é outro assunto!

Percebendo a dificuldade dos alunos em especial em assimilar a pronúncia da maioria das palavras, aquele professor decidiu trabalhar o idioma com músicas, acompanhado por um violão.

A aula consistia em gramática, o texto da canção relacionado a aplicação da gramática e a música para facilitar a memorização da pronúncia das palavras.

A reação dos alunos, adolescentes, era incrível! Participavam com entusiasmo e de certo modo  acreditavam que algo novo estava acontecendo. Que o idioma era agora algo inetressante!

A novidade choca e nem sempre é compreendida.

Ao fim do ano letivo numa reunião geral , convocada pela diretora da escola, com todos alunos e professores da época, ele foi  colocado no centro e despedido sumariamente com as seguintes palavras: ” O trabalho deste professor não se enquadra ao que se espera nesta escola. Ensinar não é brincadeira! Não precisamos dele!” ( Ah! era eu esse professor – risos!)

A discussão de estratégias

Não houve discussão sobre uma melhor maneira de se usar a música.

Em sua preparação para a Profissão ele aprendera que deveria se criar meios para estimular a aprendizagem.

Os métodos pedagógicos incentivam a criatividade, mas o medo de criar, de inovar, era e tem sido a prática mesmo nos dias atuais.

Com o tempo, foi admitido numa escola onde uma direção diferente incentivava o trabalho com a música.

O resultado foi satisfatório. A assimilação de assuntos e socialização entre os alunos eram bem evidentes, mesmo numa escola sem recursos.

O ambiente era de cooperação mútua!

As lições

O tempo passou e a experiência mostra que a música hoje, usada em vários cursos, é um excelente auxílio à educação.

Aos professores, nesta sociedade transformada, cabe o diálogo, o acordo e o apoio como classe, cujo objetivo maior é o aprimoramento de uma sociedade presente e futura.

Que os métodos do passado sejam apenas recordações de coisas que não precisam sequer, de uma  repetição.

Que não tenham medo de embarcar neste Novo Tempo, cujo perigo maior é estacionar ou regredir !

Leia também   Um novo tempo – Parte 2 ( Repensar) – Jeito de ver

A música contribui para uma boa informação emocional, favorecendo a sensibilidade, a criatividade e o imaginário das crianças. A aprendizagem com música favorece o desenvolvimento linguístico, a memorização e cria vínculos de amizade entre alunos e professores. – Revista Educação Pública – A importância da utilização da música na escola (cecierj.edu.br)

Os meios de comunicação e a política

Jovem observa o Planalto Central. Um texto que fala sobre influência da Imprensa na Política.

Imagem de Nill Matias por Pixabay

 

Os Meios de Comunicação e a Política

Política – A Arte de Administrar

Selecionando Candidatos

O sistema brasileiro é composto por muitos partidos minúsculos, que formam o chamado Centrão.

Em períodos eleitorais, é comum convidarem artistas e pessoas em evidência — que, na realidade, não têm nenhum interesse nos cidadãos ou na política — para serem candidatos por suas legendas. O nível ético, às vezes, é tão baixo que, na época do escândalo envolvendo um morador de rua flagrado numa relação sexual com uma mulher que apresentava problemas psicológicos, cogitaram convidá-lo a ingressar na política como candidato por um partido nanico.

Visto que o morador foi tratado como uma celebridade por muitos, inclusive nas redes sociais, alguns políticos tentaram surfar nessa onda bizarra.

A falta de conhecimento e interesse na política faz com que muitos brasileiros votem em artistas apenas porque são “bonitos, famosos, engraçados” e assim por diante. Um exemplo dessa lógica foi a cogitação de alguns partidos políticos em lançar a candidatura do apresentador Luciano Huck à Presidência da República.

Para quem acompanha programas dominicais de TV, ele é visto como um jovem carismático, que faz doações e ajuda participantes em seu programa. Contudo, a falta de informação não permite perceber que as benesses são propagandas de patrocinadores. A imagem de Luciano Huck, forjada para vender anúncios, pode não representar o cidadão que ele é na realidade.

O jogo político funciona assim: um famoso atrai muito mais votos, gerando maior representatividade do partido na Câmara. Esse voto também beneficia outros candidatos menos conhecidos da mesma legenda.


Câmara de Deputados – A Divisão de Poderes

No Brasil, 513 deputados são eleitos por voto proporcional e exercem seus cargos por quatro anos. Essa informação é importante.

Num mundo ideal, seria interessante haver proporcionalidade entre as três principais correntes ideológicas: direita, centro e esquerda. O problema, porém, é que a maioria dos partidos do Centrão não segue uma linha ideológica definida.

Por essa razão, esses partidos “garantem” ou “permitem” a governabilidade do governo eleito apenas se receberem cargos ou pastas importantes que envolvam o manejo de recursos orçamentários.

Diante da dificuldade de obter maioria na Câmara, o governo eleito tem duas opções para garantir a governabilidade:

  1. Negociar com tais partidos, cedendo pastas para assegurar o mínimo de condições para governar. Caso contrário, os partidos votam contra projetos que não sejam de seu interesse.
  2. Tentar argumentar sem sucesso, ser boicotado pelos partidos fisiológicos, e, assim, perder a chance de governar minimamente, correndo o risco de sofrer impeachment.

Como Funcionam os Meios de Comunicação?

Com a democratização da informação pela internet, é possível encontrar canais que se esforçam para trazer conteúdos legítimos. Entretanto, por muitos anos, as pessoas dependeram do principal canal de TV do Brasil, que se apresentava como imparcial e defensor da verdade. As informações transmitidas eram consideradas verdades absolutas.

O problema é que o público não foi educado a questionar os motivos por trás dos destaques dados nos jornais. As notícias são transmitidas conforme os interesses dos donos e patrocinadores das emissoras, que investem fortunas em anúncios.

Aquilo que serve aos seus interesses é apresentado de forma a causar comoção ou revolta nos telespectadores.

Falhas de Comunicação?

Nas eleições presidenciais de 1989, a mais popular rede de televisão do país editou descaradamente trechos de um debate entre os candidatos Luiz Inácio Lula da Silva e Fernando Collor de Mello para favorecer o segundo.

Outro exemplo é o caso de Arnon de Mello, pai do ex-presidente Collor, que, em 4 de dezembro de 1963, tentou assassinar seu desafeto político Silvestre Péricles, mas acabou matando o inocente senador José Kairala.

Como alguns jornais noticiaram o fato? Chega a ser espantoso saber que elogiaram o assassino e desqualificaram a vítima. Isso ilustra como os meios de comunicação podem manipular a opinião pública conforme seus interesses.


Não Existe Meio de Comunicação Isento

Não há isenção porque, como explicado, os jornais são mantidos por anunciantes que pagam grandes quantias e não querem ter seus nomes associados a propaganda negativa. Essa é a moeda de troca.

Portanto, analise e questione as opiniões dos meios de comunicação. Quando apresentarem algo como ruim ou extremamente ruim, pergunte-se: ruim para quem? Qual é o interesse da empresa que está noticiando?

Os meios de comunicação desempenham um papel poderoso nas eleições. Por meio de propagandas bem elaboradas, podem transformar verdadeiros demônios em anjos. Uma vez eleitos, legitima-se um projeto, e os resultados serão responsabilidade de quem os elegeu.


O Que Fazer?

Entenda como funcionam os meios de comunicação. Pesquise a história. O conhecimento histórico ajuda a evitar a repetição de erros, pois permite relacionar acontecimentos passados com seus efeitos ao longo do tempo.

A história desmistifica heróis, ajusta lendas e cria expectativas reais baseadas em experiências. Por isso, uma mudança essencial está na educação, especialmente na valorização da disciplina de História.

A preservação e o estudo da história são fundamentais para compreender o sistema político brasileiro e contribuir para sua evolução.


Sugestões:

  • Assista ao documentário Muito Além do Cidadão Kane (Beyond Citizen Kane – 1993).
  • Conheça o clássico filme Cidadão Kane.

 

Leia mais em: O papel da imprensa e a História ‣ Jeito de ver

 

 

 

 

 

 

Confuso ( Carta de um detento )

Por Nilson Miller

Uma Carta

Mãe, bom dia.
Me desculpe se não preenchi o cabeçalho com o dia e a data de hoje. Na verdade, estou desorientado… Mas, caminhando pela rua, ouvi pessoas conversando. Prestei atenção no diálogo e um deles disse que estávamos no ano de 2023.

Achei que ele estivesse equivocado ou brincando.

Estou escrevendo porque me lembrei dos bons velhos tempos. Da comida caseira que só você sabia fazer, e todos queriam repetir o prato. Não dava, ainda faltavam pessoas para almoçar. No fim, todos ficavam satisfeitos e, após o almoço, colocavam o papo em dia, enquanto outros preferiam tirar aquela soneca.

Também lembrei do carnaval, quando vestiam trajes cobrindo a cabeça com máscaras, os chamados pierrots. Era um tempo em que podíamos brincar nas ruas sem muita preocupação. Isso eu sei que é verdade.

Eram os anos 70, mãe, e que saudade… Ainda lembro do filme Operação Dragão em cartaz. Pude comprovar que os comentários positivos sobre ele eram merecidos. Bruce Lee, o protagonista, estava no auge de sua carreira.

Não consigo assimilar que estamos em 2023, como o rapaz disse. Parece que não estou nem no nosso planeta. Está tudo mudado; nada se assemelha ao tempo das minhas boas recordações. Parece que as pessoas regrediram, e apenas eu estou preso em outro tempo.

Veja por que tenho essa impressão, mãe: soube que anos atrás roubaram um cavalo. E hoje, após muitos anos, prenderam um homem cujo único crime foi ter um nome semelhante ao do verdadeiro autor. Mesmo seus parentes comprovando sua inocência, ele permaneceu preso.

A justiça reconheceu o erro. E o homem foi solto? Não! Ele só seria liberto após o recesso junino. E, para isso, precisaria contratar um advogado e pagar honorários, sem ter cometido crime algum.

As autoridades não deveriam ter mais sensibilidade? E os danos causados por esse erro, quem vai pagar? Será que algum valor vai aliviar os dias que ele passou na cadeia? Tenho certeza que não.

Ainda há coisas estranhas acontecendo, mãe. Policiais combatem o crime, mas bandidos, também armados, cometem atrocidades. Os homens da lei arriscam suas vidas, trocam tiros, e, mesmo quando a operação é um sucesso, o ciclo recomeça. Os bandidos são soltos e voltam a cometer os mesmos delitos.

E se, em uma próxima operação, um policial morrer? Quem será responsável? Por que as autoridades não evitam a soltura, mantendo os criminosos presos?

Essas coisas me fazem pensar que não estou no meu universo de origem. O que houve com nossa justiça, mãe?

Outro dia, vi casos na TV que me assustaram. Uma mãe e um padrasto mataram uma criança. Será que o menino atrapalhava o romance? E por que não o deixaram com o pai? Vai entender…

Mulheres esquartejam maridos com frieza; jovens e seus pais são mortos pelo pai da namorada. Mesmo com provas contundentes, como câmeras, a justiça ainda escuta as lamúrias desses criminosos. Por que não os condena logo?

Os bandidos sabem que nossas leis são frágeis e persistem em crimes “menores”, como roubo e assalto. Sabem que sairão impunes. E o mais cruel é que eles só têm certeza de cumprir penas longas se deixarem de pagar pensões alimentícias.

Nota do Jeito de Ver:
Crimes gravíssimos muitas vezes não são tratados com a devida gravidade. Enquanto milhões são desviados por figuras corruptas nos negócios e na política, a justiça parece seletiva.

Confira nos links abaixo exemplos recentes:

A corrupção condena crianças à morte cultural e física, destrói famílias e destinos, e muitas vezes não é exposta como deveria pela mídia, frequentemente patrocinada pelos próprios corruptos.

A exploração de um personagem fictício, como um detento comum, questiona a severidade da lei com os menos influentes e sua leniência com os poderosos.

Leia mais em  O tempo ( Contador de histórias) – Jeito de ver

O um pelo todo – se aplica a tudo?

Julgar corretamente é essencial.

Imagem de Tumisu por Pixabay

Julgando as amostras

Para que os consumidores possam avaliar a qualidade dos produtos, algumas empresas oferecem amostras grátis antes de eles se comprometerem com a compra.

Essas amostras gratuitas também são conhecidas como brindes.

É justo avaliar produtos por meio de amostras, já que, na maioria das vezes, os produtos e receitas são semelhantes entre as marcas.

Com essas amostras, o consumidor pode determinar se o produto atende às suas expectativas e se é realmente bom para ele.

O conceito de “um” representando o “todo” não se aplica a pessoas ou sociedades. O que isso significa?

A diferença

A expressão “cada pessoa é um universo” faz sentido.

As experiências, tanto individuais quanto coletivas, moldam cada indivíduo de maneira única. Cada pessoa reage de forma diferente a um estímulo.

Uma canção que é agradável para o ouvido do seu vizinho pode soar desagradável para você.

Um prato que é delicioso para você pode parecer insípido para o seu vizinho.

Portanto, a pergunta “como pode ser assim, visto que tiveram a mesma educação?” encontra resposta na individualidade. Que bom que não somos robôs!

Separando…

Com isso em mente, é crucial refletir sobre como frequentemente julgamos as instituições.

Um membro de uma instituição não deve ser visto como uma “amostra grátis” da mesma. Consideremos alguns exemplos:

Se um aluno tem dificuldades em aprender uma matéria específica, isso desqualificaria a escola ou o professor?

Se um político se envolve em escândalos de roubo, peculato ou até assassinato, isso desqualificaria todo o sistema político?

Se um líder religioso se envolve em escândalos de roubo, charlatanismo e pedofilia, isso desqualificaria todo o sistema religioso?

Podemos levantar várias outras hipóteses, mas para avaliar as instituições, precisamos partir da premissa de qual é o problema e como lidar com ele.

Se considerarmos a dificuldade de um aluno em uma matéria sem levar em conta o desempenho dos demais alunos da mesma classe, não teremos uma avaliação justa do trabalho do professor ou da escola.

No entanto, isso não significa que, se a maioria aprendeu, o professor deixará de buscar maneiras de facilitar o aprendizado daquele que tem dificuldades.

Nesse contexto, os professores são verdadeiros mestres.

Julgando corretamente

Ao analisar a situação de um político, se a instituição não o puniu severamente, optando por demonstrar lealdade popular e corporativismo, pode-se afirmar que a instituição está totalmente corrompida.

No entanto, se alguns lutaram pela justiça, isso indica que apenas uma parte do sistema está corrompida.

O âmbito religioso é particularmente sensível, já que nenhuma igreja ou organização religiosa ensinaria roubo ou pedofilia aos seus fiéis. (Infelizmente, o mesmo não se pode dizer sobre o charlatanismo!)

Quando um membro de uma fé específica comete crimes, a maneira como a instituição religiosa responde pode revelar seu nível de corrupção. Por exemplo, ladrões e pedófilos devem ser denunciados à justiça para enfrentarem as penalidades legais.

A falta de ação não só indica a corrupção do indivíduo, mas também da instituição que tolera tais comportamentos.

A maneira como uma organização, seja ela religiosa ou não, enfrenta erros e problemas revela o nível de corrupção presente.

Portanto, ao avaliar instituições, é essencial olhar além dos atos individuais e observar como elas enfrentam erros e promovem justiça, pois é essa postura que revela seu verdadeiro caráter.

Veja mais O que é a música “brega”? – História – Jeito de ver

Um bom rapaz – uma crônica.

Histórias de um desconhecido…

Sabe aquelas histórias, aparentemente, sem pé, nem cabeça, que te contam e que ficam na tua mente por anos?

Há muitos anos, enquanto aguardava o ônibus que trazia as mercadorias para o meu trabalho, um senhor, desconhecido,  se aproximou e aparentemente sem nenhum motivo começou a me contar uma história mais ou menos assim:

“Na cidade onde eu morava, conheci um menino gente boa, de família boa – mas pensa num menino que desacertou na vida!

Ele tinha vários irmãos, cinco ou seis, não me lembro bem e num deslizamento de terra… perdeu a maioria deles.

Restaram, apenas, ele e mais dois irmãos.

Após as tragédias, a vida jamais volta ao normal.

As pessoas aprendem a viver com o que se apresenta a elas.

O mundo mudou totalmente para ele, e ele não sabia disso.

Vivendo com o que tinha nas mãos, chegou à adolescência. Se essa fase é tão complicada para qualquer pessoa, imagina para um menino que trazia na cabeça tantos problemas?

Ele parecia um bom menino, não brigava, era prestativo e como qualquer adolescente estava carente de amizades.

E ele fez amizades.

Mas, não se pode dizer que eram boas amizades.

Os amigos que ele encontrou ofereceram algumas coisas, que não eram boas pra ele, sabe? Drogas…

Seu comportamento não mudou muito em casa, ele continuava calado, mas era amoroso com os pais…

Ah! Com o tempo, ele viciou… e os amigos passaram a cobrar pelas drogas que ele usava.

As cicatrizes da marginalidade…

Quando não era dinheiro, eram favores…sabe aquele negócio de avião? Avião é aquele que leva a encomenda de uma área a outra da cidade. Pra sustentar o vício ele passou a cooperar com os amigos, que passaram a lhe fornecer coisas cada vez mais viciantes…

Quando a dependência já governava as suas atitudes os seus amigos forneceram uma arma e lhe pediram um “favor”.

-” Dá um susto lá no concorrente!”

E lá foi ele, mas as coisas não saíram como programadas, e ele foi acabou sendo detido por tentativa de homicídio.

Acho que ele atirou no sujeito lá, não sei…

Na prisão, ele temia,  suas crises de abstinência,  medo dos policiais… medo, de outros presos.

E por causa dum longo período preso, conseguiu se livrar do vício e agora vida nova. 

Decidiu procurar emprego, casar com a namorada…  Estava pronto para ser um novo homem!

Morando agora com a pessoa que amava, todo dia ele saía pela grande cidade em busca de trabalho, queria um emprego. Mas ao examinarem os seus antecendentes, ninguém lhe dava a oportunidade.

Seu registro tinha a observação de ex-detento.

As pessoas tinham medo!

E por meses ele tentou, sua mulher passava o dia faxinando em várias casas para ter algo para comer e ele tinha por profissão, procurar trabalho. E não encontrava!

Envergonhado, para não parecer um fracassado passou a cometer pequenos crimes. Pequenos roubos.

Trazia agora um pouco de dinheiro pra casa.

E sua mulher, inocente, agora se alegrava com a primeira chance dada ao seu marido.

Mas, ele não era bom no que fazia… até que, foi preso novamente.

Explicou à Polícia que nos ultimos anos procurou trabalho e que ninguém se arriscava a confiar nele.

Ex-detento!

Foi enviado para a prisão e novamente, cumpriu a  pena e saiu.

E o roteiro se repetiu, nos mesmo detalhes. Procurar emprego, receber “Não”,  não conseguir olhar sem constrangimento a amada nos olhos…

Ele perdeu novamente o brilho nos olhos…como um menino assustado na tragédia.

Ele não tinha armas, vou te lembrar isso…

Um justiceiro improvável…

Até que um dia contrataram ele para um serviço, não sei quem foi – e lá, ninguém se ousava a perguntar quem era.

De repente, traficantes pequenos, aviões, ladrões e algumas pessoas tidas como perigosas passaram a ser executadas na cidade.

Diziam por lá, que o pobre menino virou justiceiro. Pois toda vez que ‘os homem’ apareciam na casa dele com um pacote, no outro dia um marginal morria. ( Nota: Marginal é um termo usado para definir os que vivem à margem da lei).

Se quer saber a verdade, eu tenho certeza que era ele. Mas, ninguém nunca vai saber quem eram ‘os homem’ que contratava ele.

Ele parecia não viver mais. Ficava na porta de sua casa, calado, olhando o vazio…

Sua mulher o amava, mas não conseguia ver vida nas palavras, nos gestos, no olhar dele.

A criminalidade diminuiu bastante naquela região.

A última tentativa

Ele, numa ultima tentativa de resgatar um pouco da vida que perdeu, vestiu a sua melhor roupa.

Saiu de casa na esperança de que desta vez, os problemas acabariam. Que ele, enfim, conseguiria um emprego, um trabalho!

E assim saiu.

Olhou a foto da amada, sorriu um riso que não sorria há muito tempo, olhou para o céu e foi…

E no ponto de ônibus, enquanto se preparava para mais uma tentativa foi apagado da história. Seis tiros.

As pessoas corriam, fugiam “dos homem” que faziam aquilo, pareciam querer apagar mesmo a última esperança do rapaz. Ou apagar algo que os incriminasse. Não sei… mas, assim é a vida.

Parece incrivel, mas naquela hora, ao olhar a face do menino, parecia que ele tinha se livrado de um peso.

Seu rosto estava sereno. E os bandidos, jamais foram, nem serão encontrados”.

No momento em que aquele desconhecido me contaria sobre as manchetes nos jornais, o que aconteceu com a mulher do rapaz e o que a polícia local estava fazendo, o ônibus se aproximava enquanto ele se preparava para embarcar e em vez de dizer adeus, apenas disse: As histórias não assim pra todo mundo….as pessoas não são iguais! É a lei!

Confesso que quase trinta anos após ouvir essa história, que não sei se é verdadeira ou não, entendo apenas as ultimas palavras daquele desconhecido: “As pessoas não são iguais… perante a lei!”

Leia mais em  A População Carcerária no Brasil – Jeito de ver

Perigo nas redes sociais – como o se proteger

 

Facebook, Instagram, Twitter, X (o antigo Twitter), BlueSky, WhatsApp, WeChat, TikTok, LinkedIn… são nomes de algumas redes sociais populares.

Bilhões de pessoas as utilizam diariamente, pelos mais variados motivos.

Seja para saber as novidades sobre famosos, conhecidos, desconhecidos, extraterrestres ou mesmo para atualizar as próprias novidades.

Todos sabem que as redes sociais foram criadas com o nobre objetivo de gerar lucro para seus criadores e que, por meio de algoritmos, influenciam modos e tendências.

Mas este não é o assunto principal deste post.


O ódio por trás das telas

Muitos predadores morais, incapazes de ter ou demonstrar qualquer empatia, covardes que se escondem atrás de telas de computadores ou smartphones, com IPs alterados, fazem uso das redes sociais com objetivos perversos:

Destruir reputações, tecer comentários maldosos e doentios na intenção de desestabilizar inocentes ou, talvez, criticar nos outros aquilo que não sabem fazer, ou o talento e a beleza que sabem que não possuem.

A falta de amor próprio é projetada em forma de palavras de ódio contra qualquer outra pessoa.

Na ocasião da morte do cantor e compositor Adam Schlesinger, vítima da Covid-19, aos 52 anos, um dos comentários de leitores dizia: “Nunca ouvi falar”.

Bem, há um monte de cantores e compositores bons que, infelizmente, passaremos a vida sem conhecer.

Talvez o nobre leitor do comentário acima tenha procurado posteriormente informações sobre o artista, tenha chegado à trilha sonora do filme The Wonders – O sonho não acabou e, quem sabe, a curiosidade o tenha levado à banda Fountains of Wayne.

Talvez tenha gostado, talvez não — isso realmente não importa!

O fato de alguém não conhecer ou não gostar de determinado estilo ou cantor não torna insignificante a obra do artista para aqueles que a apreciam.

A música That Thing You Do foi indicada ao Oscar em 1997.


Outras situações…

Em 2021, dois amigos faziam brincadeiras em que conversavam e simulavam o início de um beijo, que não acontecia.

Os haters — nome dado aos que espalham ódio por meio das redes sociais — lançaram críticas doentias e ferozes ao jovem que, devido à pressão, cometeu suicídio aos 16 anos.

Em 2013, na Flórida, EUA, uma jovem de 12 anos atirou-se de uma plataforma de uma fábrica de cimento abandonada, após ser cruelmente atacada por mensagens e aplicativos de fotos.

Os ataques, que culminaram nesta tragédia, duraram mais de um ano.

Lamentavelmente, pouco tem sido feito para combater discursos de ódio e fake news, uma vez que redes sociais são criadas para gerar lucro, e relatos perversos, sensacionalistas e mentiras geram engajamento.

Perfis falsos são permitidos pela maioria das plataformas.

As fake news se espalham 70% mais rápido do que notícias verdadeiras — ‘Fake news’ se espalham 70% mais rápido que notícias verdadeiras, diz MIT (correiobraziliense.com.br).

Discursos de ódio e posts de raiva geram cliques — Posts de raiva são os que mais geram cliques e engajamento nas redes sociais — Giz Brasil (uol.com.br).


Dilema moral?

O dilema moral em que se encontram as redes sociais é o mesmo das grandes empresas da mídia tradicional, seja televisiva ou impressa, quando se trata de noticiar fatos de corrupção envolvendo grandes anunciantes.

— O que seria mais importante que o lucro? A verdade?

Irremediavelmente, a maioria decide pelo lucro!

Atualizar termos de uso não tem mostrado ser a solução.

Alguns pais decidem limitar ou até proibir que seus filhos façam uso das redes sociais.

As famílias devem decidir. Sem pessoas, as redes acabam; portanto, limitar o acesso ou mesmo parar de usar (o que muitas vezes é quase impossível!) reduziria os lucros e forçaria uma mudança mais efetiva.

Apenas prejuízos financeiros fazem as corporações repensarem seus métodos e objetivos.

Enquanto a mudança não acontecer, haverá sempre predadores morais, criminosos, doentes prontos a envenenar e até mesmo matar sonhos e reputações.

Leia mais em: “Notícias na Era Digital (Viés e informação) ‣ Jeito de ver

 

 

 

Entendendo um pouco de política (Educação)

Três Poderes. Como fuinciona o Sistema Político no Brasil?

Imagem de Nill Matias por Pixabay

O que você sabe sobre Política?

Como funciona o sistema político brasileiro?

Política envolve a organização, direção e administração de nações ou estados. As principais correntes políticas — direita, esquerda e centro — tiveram origem na Revolução Francesa, em 1789. Na Assembleia Nacional, os partidários do rei sentavam-se à direita, enquanto os simpatizantes da revolução, que buscavam mudanças na distribuição de renda e nas condições de trabalho, posicionavam-se à esquerda. Com o tempo, os moderados passaram a ocupar o centro. Essa divisão permaneceu após a criação da Assembleia Legislativa, em 1791, consolidando os termos que usamos até hoje.

Durante a Revolução, a fome extrema na França e a desigualdade — com nobres desfrutando do melhor enquanto os salários mal compravam um pão — alimentaram o desejo de mudança. Cenários semelhantes despertam reflexões em diversos países, incluindo o Brasil.

O sistema político brasileiro

No Brasil, o Poder Executivo Federal é liderado pelo Presidente da República, auxiliado pelos Ministros de Estado. No entanto, o Presidente não governa sozinho: as decisões passam também pelo Congresso Nacional, composto pela Câmara dos Deputados e pelo Senado Federal. Juntos, esses poderes discutem, aprovam e fiscalizam as políticas públicas.

A Câmara dos Deputados, com 513 representantes desde 1993, é responsável por debater e votar propostas relacionadas a áreas econômicas e sociais, como educação, saúde, transporte e habitação. Também fiscaliza a aplicação dos recursos arrecadados por meio de impostos.

A influência da Câmara na governabilidade

Um exemplo marcante dessa dinâmica ocorreu em 2016. Eduardo Cunha, então Presidente da Câmara, enfrentava problemas na Justiça e pediu apoio da então Presidente Dilma Rousseff. Não sendo atendido, Cunha articulou pautas-bombas junto ao Centrão, que minaram a popularidade do governo e dificultaram a governabilidade.

O processo de impeachment foi motivado por decretos que autorizaram a suplementação orçamentária sem aprovação do Legislativo, supostamente contribuindo para o descumprimento da meta fiscal. Mais tarde, verificou-se que não houve desvios de recursos, mas sim um projeto político para retirar direitos trabalhistas e consolidar o poder de aliados do Congresso e do Executivo. O caso ilustra como interesses políticos podem se sobrepor à governabilidade.

Em contraste, em 2023, o Tribunal de Contas da União (TCU) aprovou com ressalvas as contas do ex-presidente Jair Bolsonaro relativas a 2022, destacando distorções que somavam R$ 1,28 trilhão. Apesar disso, houve pouca reação de parlamentares ou manifestações populares. A situação reflete o papel do Congresso, que participou ativamente do governo durante esse período.

O peso do Congresso e seus interesses

No Brasil, o Congresso exerce pressão constante sobre o Executivo, buscando recursos e controle de setores estratégicos. Recentemente, houve disputas envolvendo os Ministérios da Saúde e do Meio Ambiente, refletindo os interesses de grupos ruralistas e empresariais. Um exemplo é a tentativa de acelerar a votação da lei do Marco Temporal, que impacta terras indígenas e despertou críticas nacionais e internacionais.

Reflexão final

No sistema político brasileiro, o Presidente governa sob pressão de um Congresso que, corrupto ou não, influencia diretamente a governabilidade. Por isso, a responsabilidade pelos resultados deve ser compartilhada entre o Executivo, o Legislativo e os demais agentes envolvidos.

O Jeito de Ver é um blog apartidário que não endossa ideologias políticas ou rivalidades. Nosso objetivo é promover o conhecimento para que possamos melhorar o que é possível hoje e trabalhar pelo que ainda não é viável. Recomendamos a leitura dos links indicados, que oferecem detalhes enriquecedores para aprofundar seu entendimento sobre o tema.

Gilson Cruz

Leia também O papel da imprensa e a História ‣ Jeito de ver

© Gilson da Cruz Chaves – Jeito de Ver Reprodução permitida com créditos ao autor e ao site.