“E as canções de Guerra continuam no ar.
As notícias sobre a guerra são, na maioria das vezes, distorcidas.
Apenas um lado da história é estabelecido como verdade absoluta”. – Nilson Miller
NÃO CABE À HISTÓRIA JULGAR
Acreditar que haverá um julgamento por parte da história ” é mais uma licença poética”, pois a maioria dos tiranos, assassinos e ditadores viveram impunemente, descansaram em berço esplêndido e deixaram a seus descendentes, não a vergonha, mas suntuosas heranças.
Seus nomes não foram esquecidos, mas sobrenomes foram trocados e as injustiças que praticaram beneficiaram seus descendentes que usufruem graciosamente de todo o mal causado ao longo do tempo.
Quantos não foram os ladrões que deixaram seus descendentes ricos, enquanto aqueles que sofreram injustiças e foram lesados continuam presos, nas mesmas condições ?
Quantos enriqueceram com o tráfico e exploração de escravos, enquanto os descendentes dos mesmos são discriminados e humilhados na hipócrita sociedade atual?
Ou quantos políticos fizeram fortunas e deixaram a seus filhos, enquanto o povo que foi enganado sofre com a fome e a falta de esperança?
Ou quantos militares corruptos se beneficiaram e se beneficiam com a morte ficta? Morte Ficta? – Sim.
Ao militar acusado e condenado por desvios de conduta, que passa a ser considerado como indigno, moralmente incompatível com o oficialato é declarada a morte ficta. A morte em vida, em outras palavras.
Como em uma cena de novela antiga, o exército diz: “Você morreu pra mim!
(Que poderia ser traduzido: “Vai curtir a sua morte! – pois a tua viúva receberá os teus proventos!”) – Exército paga pensão de R$ 22 mil à esposa de Ailton Barros (uol.com.br)
Parece absurdo? Sim, parece porque é absurdo!
Para entender o por quê de tais benesses convém analisar que a História da República no Brasil é repleta de golpes e tentativas de golpes. Saiba mais no Livro “O Reino que era deste Mundo”, de Marcos Costa*.
O PAPEL DA HISTÓRIA
Não se pode colocar nas mãos da história, o poder de julgar.
À História, cabe apenas narrar os fatos conforme os relatos que prevaleceram, e escancarar na face das pessoas o quanto elas foram e continuam sendo enganadas.
OS FATOS
Como será contado no futuro distante, as guerras na Ásia e no Oriente Médio?
Antes de responder a esta questão, veja o exemplo:
Em 1991, nas eleições presidenciais no Brasil, a principal rede de TV num esforço de eleger ao seu candidato, se envolveu descaradamente em manipulações de notícias, distorcendo e selecionando até mesmo partes do debate que o favorecia – repetindo à exaustão até a véspera do pleito. – saiba mais no link: Lula x Collor: Como a mídia influenciou as eleições de 1989 (uol.com.br)
Uma vez conquistado o seu objetivo, passou a trabalhar na imagem do presidente eleito e apenas quando a incompetência do mesmo ficou exposta e irreversível de trabalhar, com os péssimos resultados na economia, não sendo mais possível maquiar os estragos na popularidade do mesmo, passou a noticiar os fatos. “Com isenção”. – saiba mais no link: Governo Collor: características e fatos marcantes – Brasil Escola (uol.com.br)
Trinta anos depois o canal de TV admitiu de modo velado ter influenciado naquelas eleições.
– A pergunta a ser feita: Será que as pessoas ainda acreditam na isenção dos meios de comunicação?
A história julgou?
Bem…
As pessoas que perderam seus patrimônios, foram compensadas?
Voltando mais no tempo, analise o que aconteceu às cidades de Hiroshima e Nagasaki.
Nos dias 6 e 9 de Agosto de 1945, milhares de vidas inocentes foram apagadas da história pelo uso de bombas atômicas.
O uso daquelas bombas marcou o fim da segunda guerra mundial.
E a história “esqueceu” de compensar aquelas pessoas, assim como esqueceu de compensar as vítimas do ataque do exército japonês, habitantes da pequena cidade de Nanquim, China, onde tal exército havia cometido todas as atrocidades possíveis, em 1937.
Os japoneses não costumam lamentar tais atos cometidos por seus exércitos! – Massacre de Nanquim – Wikipédia, a enciclopédia livre (wikipedia.org)
AS LIÇÕES
A história “juíza” se limita a contar parte do que aconteceu e mostrar o quanto não sabemos…e não aprendemos.
No futuro, como serão lembradas as mais de três mil e quinhentas crianças mortas, assassinadas pelo exército de Israel, que insiste em exterminar um povo, sob o pretexto de combater o terrorismo?
Como será lembrado o massacre atual de palestinos – como limpeza étnica, como uma resposta a atos terroristas, como atos de vingança de um País obstinado, genocídio ou como uma guerra contra o Hamas?
O vencedor contará a sua versão e esta há de ficar nos registros, lamentavelmente, a despeito das milhares de vidas, de crianças e inocentes, a despeito da maioria dos países condenarem a ação de Israel que com a apoio do País mais bélico do Mundo espalha as suas canções de guerra.
E muitos adoram!
Sob o mesmo pretexto os Estados Unidos, parceiro de Israel e principal fornecedor de armas, travou guerra contra o Iraque na década de 1990, alegando haver armas de destruição em massa – o que se provou falso, como canções que narram as glórias de guerra.
A História revelou que havia interesses comerciais envolvidos. Naquela época: O petróleo.
Um dia a História talvez revele os reais interesses por trás dos conflitos atuais, revele quem se beneficiou das circunstâncias, quem foi deixado pra trás… ou se há algo mais envolvido, como interesses comerciais.
Discordar das ações de extermínio promovidas pelo exército israelense, não tornará a ninguém um antissemita.
Se preocupar genuinamente com as vítimas palestinas, não significará apoiar o Hamas, como muitos têm tentado fazer acreditar.
Todas as vidas são preciosas!
As canções de Guerra…
E de repente, as pessoas esquecem que do outro lado há ainda guerras em andamento, e que são esquecidas pelos meios de comuinicação que se cansaram de tais assuntos, por não serem mais “A novidade”, como músicas que perderam destaque por algo mais relevante.
E a indústria das armas continua a aumentar absurdamente seus lucros, enquanto vidas se vão – sem graça e sem pressa em meio aos escombros.
Gilson Cruz
O papel da imprensa e a História – Jeito de ver
E esquecemos as Guerras … ‣ Jeito de ver
* Os golpes e as tentativas de golpes já eram comuns desde o Império.
Comentário (1)
Aline| 7 de novembro de 2023
👏👏 muito bem explicado.