A Primeira Gravação Musical no Brasil

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Gramofone foi um grande avanço tecnológico na área da música.

Imagem de Lari33 por Pixabay

Isto É Bom

Xisto Bahia

A renda de tua saia
Vale bem cinco mil réis
Arrasta mulata a saia
Que eu te dou cinco e são dez

Isso é bom isso é bom isso é bom que dói
Isso é bom isso é bom isso é bom que dói

Ô São Bento, buraco véio tem cobra dentro

Levanta a saia mulata
Não deixe a renda rastar
Que a renda custa dinheiro
Dinheiro custa ganhar

Isso é bom, isso é bom, isso é bom que dói
Isso é bom, isso é bom, isso é bom que dói

Vá saindo seu coió sem sorte

Yayá você quer morrer
Se morrer morramos juntos
Eu quero ver como cabes
Numa cova dois defuntos

Isso é bom, isso é bom, isso é bom que dói
Isso é bom, isso é bom, isso é bom que dói

Comigo é nove do baralho velho, hahahai

O inverno é rigoroso
Bem dizia a minha vó
Quem dorme junto tem frio
Que fará quem dorme só

Isso é bom, isso é bom, isso é bom que dói
Isso é bom, isso é bom, isso é bom que dói

Os padres gostam de moças
E os doutores também
Eu como rapaz solteiro
Gosto mais do que ninguém

Isso é bom, isso é bom, isso é bom que dói
Isso é bom, isso é bom, isso é bom que dói

Aguenta firme na comuta Seu Juca

Se eu brigar com meus amores
Não se intrometa ninguém
Que acabado os arrufos
Ou eu vou, ou ela vem

Isso é bom, isso é bom, isso é bom que dói
Isso é bom, isso é bom, isso é bom que dói

Me prendam a sete chaves
E assim mesmo ei de sair
Não posso ficar em casa
Não posso em casa dormir

Isso é bom, isso é bom, isso é bom que dói
Isso é bom, isso é bom, isso é bom que dói
Isso é bom, isso é bom, isso é bom que dói
Isso é bom, isso é bom, isso é bom que dói

Isso é melhor do que arroz com casca
Diz Calheiros seu Araras”.

 

Esta é a letra da primeira música gravada no Brasil. Antes dessa gravação, as canções só podiam ser ouvidas ao vivo; os amantes da música adquiriam partituras e contratavam músicos profissionais para tocá-las.*

A primeira gravação musical no Brasil foi um marco, ligando-nos às origens da música e ao avanço tecnológico.

O Ano e o Compositor

Em 1902, a Casa Edison, um ramo da Thomas Edison’s National Phonograph Company, efetuou as primeiras gravações musicais no Brasil. O compositor desse evento histórico foi Xisto de Paula Bahia, que nasceu em Salvador, Bahia.

O Cantor e a Canção

O intérprete da primeira gravação foi Baiano, um cantor renomado daquela época. A música selecionada foi o lundu “Isto é Bom”. Esta

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Manuel Pedro dos Santos, o baiano. Imagem: Wikipedia

melodia cativante assinalou o começo de uma era musical que ultrapassaria fronteiras e gerações.

A Gravadora e a Tecnologia

A Casa Edison, precursora na gravação sonora, empregou cilindros de cera para gravar a voz de Baiano. Esses cilindros eram aquecidos e rodados para formar uma superfície lisa e homogênea. O método de gravação acústica consistia em um megafone ou bocal ligado a uma agulha que inscrevia sulcos na cera do cilindro. Foi uma tecnologia primitiva, porém inovadora para seu tempo.

O Contexto Histórico e a Importância

Naquela época, o Brasil passava por mudanças sociais, culturais e tecnológicas significativas. A gravação de “Isto é Bom” não só inaugurou a indústria fonográfica brasileira, mas também representou a democratização da música. Pela primeira vez, era possível ouvir as vozes dos artistas para além dos palcos e celebrações populares.

O legado e a revolução musical

A relevância dessa primeira gravação vai além de um simples registro técnico. Ela simboliza a resistência cultural, a inventividade e a habilidade humana de perpetuar instantes passageiros. A música gravada evoluiu para um meio de expressão disponível a todos, sem distinção de classe social ou posição geográfica.

* Posts futuros trarão mais informações sobre ouvir música nos início do século XX.

A importância de Investir em talentos locais

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Imagem de Hilary Clark por Pixabay

 

A Importância do Apoio aos Artistas Locais

Quantos talentos incríveis se perdem por falta de apoio? Muitos artistas locais não conseguem o suporte necessário para prosperar, mas por que é tão importante apoiá-los? Incentivar os talentos locais é essencial para preservar a riqueza cultural de uma comunidade.

Com frequência, a falta de apoio aos artistas locais ocorre quando a cultura não é uma prioridade para as autoridades municipais. Muitas vezes, as pessoas encarregadas dessas decisões não possuem o conhecimento adequado sobre o assunto.

Em vez de priorizar o legado cultural, algumas vezes os interesses pessoais e políticos influenciam as decisões. Isso significa que o apoio é direcionado apenas para aqueles que têm as conexões certas nos lugares certos. Nesses ambientes, os artistas locais enfrentam preconceito e negligência.

Além disso, há uma pressão popular para que sejam contratados artistas famosos para grandes eventos, muitas vezes à custa dos talentos locais e do orçamento público.

Benefícios de Investir nos Talentos Locais

No entanto, investir nos talentos locais oferece diversas vantagens:

Primeiro, fortalece a identidade cultural da região, já que os artistas locais muitas vezes refletem a essência e a história do local.

Segundo, estimula a economia local, pois os artistas locais e o público consomem produtos e serviços da região. Isso atrai turistas, que contribuem para a economia da cidade.

Além disso, investir nos talentos locais pode reduzir custos, aumentar a eficiência e promover a inclusão e participação da comunidade.

Em suma, ao apoiar os talentos locais, as autoridades culturais não apenas promovem a arte e a criatividade, mas também fortalecem a identidade da comunidade e impulsionam o desenvolvimento cultural sustentável.

 

Leia também Onde as flores não florescem ‣ Jeito de ver

Veja mais em VALORIZANDO NOSSOS ARTISTAS LOCAIS: INCENTIVOS PARA FOMENTAR A PRODUÇÃO CULTURALl (ativaz.com.br)

Quantos talentos incríveis se perdem por falta de apoio?

 

 

 

 

 

Palmeiras – o colecionador de títulos!

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Imagem de Matthias Groeneveld por Pixabay

O Início

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O Palestra Italia em 1916.

A história da Sociedade Esportiva Palmeiras remonta ao ano de 1914, na cidade de São Paulo, quando um grupo de imigrantes italianos, apaixonados pelo futebol, se reuniu para fundar um clube que representasse sua comunidade.

Assim, no dia 26 de agosto daquele ano, nascia o Palestra Itália, uma homenagem à terra natal da maioria dos fundadores.

Os primeiros anos do clube foram marcados por uma ascensão meteórica no cenário esportivo paulista.

Logo em sua primeira partida oficial, em 24 de janeiro de 1915, o Palestra Itália venceu o Savoia por 2 a 0, sinalizando o início de uma trajetória vitoriosa.

Nos anos seguintes, o clube conquistou uma série de títulos no Campeonato Paulista, consolidando-se como uma das principais potências do estado.

Mudança de Nome

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Escudo oficial do Palmeiras.

No entanto, em 1942, durante a Segunda Guerra Mundial, o Brasil declarou guerra aos países do Eixo, incluindo a Itália, o que levou o governo de Getúlio Vargas a pressionar o clube a mudar seu nome.

Nesse contexto, o Palestra Itália se tornou Sociedade Esportiva Palmeiras, e suas cores oficiais foram alteradas para verde e branco, em substituição ao verde, branco e vermelho originais.

A mudança de nome não afetou o desempenho esportivo do clube, que continuou a colecionar títulos e a atrair uma legião de torcedores.

Durante as décadas de 1950 e 1960, o Palmeiras viveu um de seus períodos mais gloriosos, conquistando títulos importantes, como a Copa Rio de 1951, onde derrotou a Juventus, da Itália, na final.

Na década de 1970, o Palmeiras formou uma equipe lendária conhecida como “Academia”, composta por jogadores como Ademir da Guia, Dudu, Leivinha e César Maluco.

Sob o comando do técnico Oswaldo Brandão, a Academia encantou os torcedores com um futebol ofensivo e habilidoso, conquistando diversos títulos estaduais e nacionais.

Jejum de Títulos e o sucesso

No entanto, o clube enfrentou um longo jejum de títulos entre 1976 e 1993, período marcado por crises financeiras e mudanças frequentes de técnicos.

Foi somente na década de 1990 que o Palmeiras voltou a brilhar, graças a uma parceria de sucesso com a empresa Parmalat.

Com investimentos significativos, o clube montou uma equipe competitiva e conquistou títulos importantes, como a Copa Libertadores de 1999.

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Allianz Parque – Vista aérea. Foto extraída da Wikipedia

Após altos e baixos nas décadas seguintes, o Palmeiras ressurgiu com força no século XXI, conquistando títulos importantes, como a Copa do Brasil de 2012 e o Campeonato Brasileiro de 2016 e 2018.

Em 2014, o clube inaugurou sua moderna casa, a Arena Allianz Parque, que se tornou um símbolo de renovação e modernidade.

Nos últimos anos, o Palmeiras tem se destacado tanto no cenário nacional quanto internacional, conquistando títulos como a Copa Libertadores de 2020 e 2021, além da Recopa Sul-Americana de 2022.

Sob o comando de técnicos como Abel Ferreira, o clube tem demonstrado um futebol ofensivo e envolvente, atraindo a admiração de torcedores e especialistas.

Além das conquistas esportivas, o Palmeiras é homenageado em São Paulo com o “Dia da Sociedade Esportiva Palmeiras”, celebrado em 20 de setembro.

A paixão pelo clube é evidente entre os torcedores, que reverenciam ídolos como Ademir da Guia, César Maluco, Marcos, Dudu e tantos outros que deixaram sua marca na história alviverde.

Dessa forma, a Sociedade Esportiva Palmeiras continua a escrever sua história de glórias e conquistas, emocionando e inspirando gerações de torcedores ao redor do mundo.

Resumo de Títulos:
  • 1 Copa Rio (Torneio Internacional de Clubes Campeões): 1951;
  • 3 Conmebol Libertadores: 1999, 2020 e 2021;
  • 12 Campeonatos Brasileiros: 1960, 1967, 1967 (Taça Brasil), 1969 1972, 1973, 1993, 1994, 2016, 2018, 2022 e 2023;
  • 2 Campeonatos Brasileiros Série B: 2003 e 2013;
  • 4 Copas do Brasil: 1998, 2012, 2015 e 2020;
  • 1 Copa dos Campeões: 2000;
  • 1 Supercopa do Brasil: 2023;
  • 25 Campeonatos Paulistas: 1920, 1926, 1927, 1932, 1933, 1934, 1936, 1940, 1942, 1944, 1947, 1950, 1959, 1963, 1966, 1972, 1974, 1976, 1993, 1994, 1996, 2008, 2020, 2022 e 2023;
  • 5 Torneios Rio-São Paulo: 1933, 1951, 1965, 1993 e 2000.

Muito mais poderia ser dito e ainda muito mais  será escrito, na história deste time que se organizou para seguir vencendo.

Palmeiras sempre será um colecionador de títulos!

Leia também: Vamos falar do Corinthians! – O Time da Fiel. ‣ Jeito de ver

Fonte:

Sociedade Esportiva Palmeiras – Wikipédia, a enciclopédia livre (wikipedia.org)

Contos de fadas – Um novo jeito de ver!

O que há por trás dos Conto de fadas.

Imagem de PIRO por Pixabay

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Imagem de Flavio Botana por Pixabay

A magia dos contos de fadas

Quem nunca ouviu um daqueles contos que começam alegres, passam por desastres, enfrentam o confronto entre o bem e o mal, trazem uma reviravolta e terminam com um desfecho feliz?
Os contos de fadas nos transportam para mundos de fantasia e nos dão a esperança de que tudo acabará bem. No entanto, muitas dessas histórias têm sido reimaginadas ao longo do tempo, com personagens que assumem características distintas das versões clássicas. Por exemplo, a Branca de Neve já não é mais a figura indefesa das versões da Walt Disney, e o Pinóquio deixou de ser o menino de madeira ingênuo de antes.

Essas mudanças causam estranheza a alguns, mas elas refletem a adaptação dessas histórias às diferentes épocas. Muitas dessas narrativas têm raízes em lendas antigas e, ao serem reinterpretadas, permanecem vivas e relevantes. Além disso, ajudam a compreender o contexto histórico em que foram concebidas.


Bruxas e a história por trás das lendas

Ao analisar contos de fadas, percebemos como eles capturam aspectos culturais e históricos. A figura da bruxa, por exemplo, remonta à Idade Média, quando mulheres independentes ou conhecedoras de práticas medicinais eram perseguidas. Estudiosos estimam que cerca de 50 mil mulheres foram executadas por acusações de bruxaria, muitas delas queimadas vivas (Lista de pessoas executadas por acusação de bruxaria).

Essas mulheres, frequentemente parteiras, enfermeiras e detentoras de conhecimentos medicinais, eram vistas como ameaças à ordem social. Segundo o Portal Catarinas, essas mulheres representavam a única opção de cuidados médicos para muitas comunidades. Além disso, aprendiam umas com as outras e transmitiam seus saberes às novas gerações (A “caça às bruxas”: uma interpretação feminista – Portal Catarinas).

De acordo com Ehrenreich e English (1984, p. 13), o estereótipo da bruxa incluía tanto mulheres idosas e mentalmente instáveis quanto mulheres jovens e atraentes, que poderiam despertar desejos ou desafiar o poder dos homens da época. A narrativa medieval das bruxas reflete o terror imposto pela classe dominante e o desprezo pela força feminina.


Cinderela e as múltiplas versões do mesmo conto

Um dos contos mais conhecidos, Cinderela, revela nuances interessantes quando analisado sob diferentes perspectivas. Popularizada pela Walt Disney, a história da jovem órfã que encontra o amor do príncipe graças a um sapatinho de cristal é uma adaptação de versões mais antigas, nem sempre tão encantadoras.

Na versão dos irmãos Grimm, por exemplo, as irmãs de Cinderela chegam a cortar partes de seus pés para caber no sapato. Já na narrativa chinesa de Yeh-Shen, datada da Dinastia Tang, a protagonista conta com a ajuda de um peixe mágico e perde um sapatinho em um festival, evocando a tradição dos pés pequenos na China.

Essa prática, iniciada na Dinastia Song, causava deformações dolorosas nos pés das mulheres e refletia ideais de beleza restritivos. Analisar essas histórias nos ajuda a compreender os valores culturais de diferentes épocas e as dificuldades enfrentadas por aqueles que viviam sob esses padrões.

Veja também  Junho – Da mitologia à modernidade ‣ Jeito de ver

Bem vindo ao mês de abril ! – História.

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Imagem de StockSnap por Pixabay

Curiosidades Históricas e Personalidades de Abril

Abril, o primeiro dos quatro meses do ano com 30 dias, transborda de acontecimentos interessantes e curiosidades históricas. Vamos explorar algumas dessas pérolas:

Se você é um apreciador de música, foi neste mês que faleceu o icônico líder da banda Nirvana, Kurt Cobain, em 5 de abril de 1994.

No cenário brasileiro, abril é o mês do nascimento de astros como Moreira da Silva, o mestre do samba, nascido em 1º de abril de 1902, e o inesquecível Cazuza, que veio ao mundo em 4 de abril de 1958.

Na esfera política e cultural, destacam-se datas como o nascimento de figuras emblemáticas como Getúlio Vargas (19/04/1882), Monteiro Lobato (18/04/1882) e, controversamente, o ditador genocida Adolf Hitler (20/04/1889).

Abril também marca despedidas de personalidades importantes, como o saudoso Papa João Paulo II (02/04/2005) e o herói da Inconfidência, Tiradentes (22/04/1792).

E quanto à corrente da história? Desde o início da ocupação portuguesa das terras que viriam a ser chamadas de Brasil, em 22 de abril de 1500, até eventos marcantes como o fatídico naufrágio do Titanic em 14 de abril de 1912.

No campo do entretenimento e do esporte, temos o nascimento do lendário Charles Chaplin (16/04/1889) e o marco histórico do surgimento do Santos Futebol Clube (14/04/1912).

E, claro, não podemos ignorar as datas curiosas, como o Dia do Humorismo e da Mentira (1º de abril), o Dia da Verdade (3 de abril) e o Dia da Dança (29 de abril).


A Poesia e o Romance de Abril

Além de suas figuras e eventos históricos, abril carrega uma poesia especial em seu próprio nome.

“Abril” vem do latim aperire (abrir), remetendo ao desabrochar das flores na primavera do Hemisfério Norte. O nome do mês homenageia a renovação da natureza e a deusa grega da beleza e do amor, Afrodite. – Abril, mês que recorda a deusa do amor – RTP Ensina

E como se todo esse romance não bastasse, em 13 de abril celebramos o Dia do Beijo e dos Jovens! Um momento para brincar e espalhar amor e carinho.

Fonte: Abril – Wikipédia, a enciclopédia livre (wikipedia.org)

O último calendário – uma crônica ‣ Jeito de ver

Vamos falar do Corinthians! – O Time da Fiel.

Escudo do Corínthians

Pinterest

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Que time seria capaz de abandonar um Campeonato em protesto ao desrespeito à classe trabalhadora e ainda por cima, ter uma torcida literalmente “Fiel”?

Vamos à história:

O Corinthians teve o seu início em uma época em que os principais clubes eram formados por pessoas que faziam parte das elites, enquanto a classe baixa, excluída devido à divisão econômica, jogava apenas futebol de várzea.

Um grupo de cinco trabalhadores da Estrada de Ferro, sendo eles Joaquim Ambrósio, Antonio Pereira, Rafael Perrone, Anselmo Correia e Carlos Silva, no dia 31 de agosto de 1910, cogitou formar um time, após assistirem a uma partida de um time que estava em excursão pelo Brasil.

Palco do Corínthians.

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O time em excursão era o Corinthian’s Football Club, de Londres (1882-1939).

Marcaram uma reunião para o primeiro dia de setembro do mesmo ano, com participação do público, na Rua José Paulino, às 8:30 da noite. Os cinco trabalhadores e os vizinhos do Bom Retiro.

Naquela noite, foi fundado o Clube e eleito o primeiro presidente: Miguel Bataglia.

Primeiras partidas e campeonatos

O primeiro campo utilizado pelo novo time seria um terreno baldio, propriedade de um vendedor de lenha, do qual ganhou o apelido “Campo do Lenheiro”.

A primeira partida foi marcada para o dia 10 de setembro, o adversário seria o União da Lapa, um time amador. O resultado: perdeu por 1X0.

Voltaria a jogar no dia 14, desta vez contra o Estrela Polar. Luis Fabi faria o primeiro gol e o time conquistaria sua primeira vitória: 2X0.

O futuro Timão se preparava para ingressar na Liga Paulista, o que ocorreu em 1913. Em 1914, ganhou o primeiro título. O segundo veio dois anos depois.

Em 1922, como campeão paulista, disputou o torneio interestadual com o campeão carioca daquele ano, o América – venceu e entrou para a galeria dos grandes clubes do Brasil.

Em janeiro de 1918, deu-se a inauguração do primeiro campo oficial, a Ponte Grande.

Situado às margens do Rio Tietê, foi sede das partidas do Timão até 1927, quando foi doado ao São Bento, após a construção do seu primeiro estádio.

Foi três vezes campeão no fim da década de 1920, de 1928 a 1930 e novamente no final da década seguinte.

Em 1926, comprou do Esporte Clube Sírio o Parque São Jorge, no bairro Tatuapé.

A reinauguração deu-se num amistoso contra o América, do Rio de Janeiro. O estádio é apelidado de Fazendinha, apesar do nome oficial ser Alfredo Schürs. Desde 1997, é a casa da equipe profissional de futebol feminino do Corinthians.

Jejum de títulos e campeão novamente

Na década seguinte, enfrentou muitas dificuldades e ganhou apenas em 1941 e novamente em 1951.

Venceu novamente os Paulistas de 1952 a 1954, sendo tricampeão do torneio Rio-São Paulo, nos anos 1950, 1953 e 1954.

A estiagem de títulos chegou depois de 1953. Esta fase foi marcada pela tragédia que ocasionou a perda de dois belos jogadores, num acidente de carro: Lidu e Eduardo.

Tal período de seca de títulos só foi encerrado em 1977, após 23 anos, quando 86 mil torcedores lotaram o Pacaembu, presenciando a vitória sobre a Ponte Preta, por 1X0.

A geração dos anos 70 e 80 foi marcada pela presença de gênios como Rivelino, no início da década (o maior de todos!), Sócrates, Wladimir, Casagrande e o folclórico Biro Biro (que era melhor até que o Maradona!).

O Pacaembu, fundado em 1940, tornou-se palco de grandes exibições do time do Parque São Jorge, como o título da Libertadores sobre o Boca Juniors, da Argentina, em 4 de julho de 2012.

Grandes rivalidades:

O maior rival: Palmeiras.

A rivalidade com o Palmeiras começou supostamente quando italianos, ex-sócios do Corinthians, fundaram o Palestra em 26/08/1914.

Há o rival do clássico conhecido como “O Majestoso”, contra o São Paulo, o clássico Alvinegro contra o Santos e mais clássicos nacionais, em que o time, cujo mosqueteiro é o mascote, enfrenta com a garra e a determinação costumeira.

Apesar de ser uma das mais belas e marcantes torcidas, a apaixonada torcida do Corinthians também se envolveu em episódios de violência, o que de certo modo desvirtua o seu próprio objetivo e o objetivo do futebol.

O resumo de uma história de conquistas:

Em 113 anos de uma bela história, os títulos:

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. 2 Mundiais de Clubes da FIFA – 2000 e 2012

. 1 CONMEBOL Libertadores – 2012

. 1 Recopa Sul-Americana – 2013

. 7 Campeonatos Brasileiros – 1990, 1998, 1999, 2005, 2011, 2015 e 2017

. 3 Copas do Brasil – 1995, 2002 e 2009

. 1 Campeonato Brasileiro Série B – 2008

. 1 Supercopa do Brasil – 1991

. 5 Torneios Rio-São Paulo – 1950, 1953, 1954, 1966 e 2002

. 2 Taças dos Campeões Rio-São Paulo – 1929 e 1941

. 1 Taça Estado de São Paulo – 1962

30 Campeonatos Paulistas – 1914, 1916, 1922, 1923, 1924, 1928, 1929, 1930, 1937, 1938, 1939, 1941, 1951, 1952, 1954, 1977, 1979, 1982, 1983, 1988, 1995, 1997, 1999, 2001, 2003, 2009, 2013, 2017, 2018 e 2019. – Títulos do Corinthians: veja lista de conquistas do clube | corinthians | ge (globo.com)

O Corinthians nasceu e cresceu superando dificuldades, o que talvez defina a sua alma guerreira.

Será sempre uma equipe combativa, resiliente, que ostentará sempre, como um título, uma das maiores e mais belas torcidas do futebol brasileiro.

Fonte: Sport Club Corinthians Paulista – Wikipédia, a enciclopédia livre (wikipedia.org)

Leia o pequeno conto: O goleiro que pegava até pensamentos! ‣ Jeito de ver

 

Estações de rádio – Influência e cultura

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Imagem de Andrzej Rembowski por Pixabay

O Rádio na Era da Evolução Tecnológica

Durante algum tempo, alguns acreditavam que, com a evolução tecnológica, o rádio se tornaria obsoleto e, com o tempo, deixaria de existir.

Com o advento da televisão e, depois, com as plataformas digitais, o assunto voltou a atrair a atenção. Mas o fato é que o rádio está vivo e respira sem aparelhos (me perdoem o trocadilho infame!).

As emissoras de rádio precisaram se adaptar à nova onda. Ao invés de resistência, era o momento de se abrir às mudanças, abraçar a tecnologia como uma aliada, mas sem perder a sua essência.

Por muitos anos, o rádio foi diretamente responsável pela formação musical de muitos ouvintes. Por exemplo, citaremos a Rádio Baiana de Itaberaba, AM 1030 KHz, fundada em 1977, e sua programação no início da década de 1980.


A Diversidade Musical e a Formação do Gosto Popular

Entre notícias locais, estaduais, nacionais e internacionais, a programação trazia um repertório que ia desde canções populares a clássicos internacionais: de Luiz Gonzaga a Beatles, de Amado Batista aos Rolling Stones. A música, em todos os seus estilos, tinha o seu espaço.

Havia uma preocupação em mesclar novidades ao que já estava estabelecido como sucesso: Trepidants, Pholhas, Roupa Nova (ainda no início), 14 BIS e outras promessas que se firmaram com o tempo. Muitos artistas alcançaram a fama por apenas um único sucesso.

Por mais confusa que parecesse tal programação, ela dava aos ouvintes a oportunidade de se identificar com algo, algum estilo – ou mesmo com todos os estilos. A vastidão da mente permite tais proezas!

Com o tempo, entretanto, as programações da maioria das rádios perderam diversidade e originalidade.

Devido à influência de empresários, as canções executadas passaram a seguir um modismo descartável, onde todas as vozes e canções parecem ser meras continuações.

Como mencionado em um artigo anterior neste site, há sempre a possibilidade de influências externas (jabá) interferirem nas programações. Como disse uma certa empresária do funk:

“Antes algumas rádios cobravam uma certa quantia para divulgar determinado artista (jabá), e com a chegada dos barões do agronegócio, eles mesmos compram as rádios para divulgar o seu produto, isto é, cantores do agro.”
Veja Ex-empresária de Anitta viraliza ao expor poder do sertanejo e influência do agro na música | Diversão | O Dia (ig.com.br)


O Espaço das Rádios no Cenário Atual

Hoje, quase todos os artistas estão disponíveis em plataformas digitais como Spotify, Deezer, Amazon e outras. No entanto, comprar espaço para divulgação tornou-se uma tarefa injusta, pois significa que quem tem mais dinheiro para investir aparece mais – independentemente da qualidade e do talento.

É justamente neste espaço que percebemos a falta das antigas programações das rádios, que prezavam também a inclusão de novos talentos, de todos os estilos – dando sua contribuição à formação do gosto musical da população.

A rádio deve adaptar-se ao atual, mas sem perder as suas melhores características.

Leia mais:

E por falar em boa música, o site jeitodever.com sugere ao leitor que descubra novas emoções, na linda voz e no excelente repertório do cantor mineiro Tuca Oliveira. – https://amzn.to/4afEXBf

Confira no Spotify.

Iaçu – Um pouco de Poesia e História

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Imagem de Markus Spiske por Pixabay

 

Quem dera, Iaçu

as tuas águas levassem a saudade

e trouxessem de volta os tempos

do menino que sonhava não partir

Quem dera,

os teus meninos não migrassem mais,

como pássaros, à procura de novos ninhos

e aqui crescessem, se assim quisessem

Recordo

as aulas da Lolita

a doçura da Pró Marlene

e o amor de Mil…

amada Altamira.

Lembro da escola,

e do Amizade nas manhãs de sexta feira,

o fardamento azul e branco do CEI

era como um céu escuro, de nuvens claras…

Os meninos na velha ponte

o futsal nos sábados

E o velho ônibus partindo…

Quem dera Iaçu

voltar ao mesmo rio

e ouvir os mesmos risos

E poder trazer de volta essa energia,

esse amor

essa alegria.

Quem dera, quem dera, Iaçu.

 

UM POUCO DE HISTÓRIA 

“Através da Lei Estadual nº 1026, de 14 de agosto de 1958, surge Iaçu, desmembrado de Santa Terezinha, elevando a categoria de município, projeto do deputado estadual José Medrado”. Vamos pra história:

A história de Iaçu remonta à época da colonização portuguesa no Brasil, com as terras sendo inicialmente concedidas a Estevão Baião Parente, em 1674. Após sua morte, as terras passaram por diversas sucessões de herdeiros, marcadas por vendas e arrematações, até que em 1831 foram adquiridas pelos Irmãos Januário. O povoado de Sitio Novo, mais tarde renomeado como Paraguaçu, começou a se desenvolver com a chegada dos trilhos da estrada de ferro em 1882, proporcionando progresso e atraindo novos moradores.

O desenvolvimento de Paraguaçu foi impulsionado pela estrada de ferro, que facilitou o transporte e o comércio na região, tornando-o um centro de atividade econômica. No entanto, apesar do crescimento, a região enfrentou desafios, como a prostituição infantil e a exploração sexual, especialmente através do eixo ferroviário. A cidade, predominantemente rural e pacata, hoje abriga uma população essencialmente rural e mantém sua conexão com o rio Paraguaçu, onde a pesca ainda é uma atividade importante.

Atualmente, Iaçu é uma cidade rural com uma população pacata, próxima a Itaberaba. Localizada às margens do rio Paraguaçu, a cidade ainda mantém atividades como a pesca de tucunarés. Sua economia é impulsionada pela produção de blocos de cerâmica e pela agropecuária, com destaque para culturas como mamona, abóbora, melancia e abacaxi. A cidade também possui pequenos empreendimentos agrícolas familiares, que produzem uma variedade de frutas e vegetais.

Além disso, desde os anos 80, a cidade conta com Hospital e maternidade, proporcionando serviços de saúde à comunidade local.

No campo cultural, a cidade de Iaçu dispõe de um belo repertório de artistas:

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Foto extraída do Site Portal Férias

O principal  incentivador no campo do desenvolvimento da comunicação do município é o Senhor Adalberto Guimarães. Na música, o cantor Téo Guedes. Nas artes Rosângela Aragão. Na poesia Manoel dos Santos, para citar apenas alguns.

O campo das artes é bem produtivo nesta cidade, novos artistas surgem diariamente. E sobre isso falaremos porteriormente.

 

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Fonte:  História de Iaçu (indap.com.br)

 

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Meu Triste Sertão (a última seca)

 

 

O chão sofrido era sépia,
As plantas  tristes, cinzas
Azul era o céu, sem nuvens…
A pele queimada era marrom
As folhas secas, eram pretas

E verde eram as barragens
Onde o gado se deitava
Em preces, para dormir,
e que jamais acordava

Onde os meninos pescavam
sonhos em improvisos.
Onde insetos moravam
O sol era de um eterno amarelo,
assim como o meu sorriso.

Como a estrada que deixamos para trás
Queimava a pele
Devorava matos, sonhos não vividos
E que não sonho jamais

Dos vagos espaços no teto
Por onde as estrelas passavam
Fugia também a esperança
De quem a chuva aguardava

E fugia do sertão,
Para sofrer n’outras paragens
Onde a sede não matava
E a água seria a bênção,

não a miragem…

Na velha carroça
Levava o quase nada
Só a vida…
Só os sonhos…
E a esperança da chegada

Ao lugar do outro lado
onde se encontrassem as cores,
E a primavera como um rio
que levasse as lembranças sépias
da tristeza, da morte…das dores.

Gilson Cruz

Leia também Um calor diferente – O que será isso? ‣ Jeito de ver

Programa Estadual de Combate à Desertificação e Mitigação dos Efeitos da Seca | Portal SEIA

 

O chão sofrido era sépia,
As plantas  tristes, cinzas

Poema para Aline (Carinha amarrada)

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Imagem de b13923790 por Pixabay

 

Reluzindo como o sol
numa carinha amarrada
Quando a pequena Aline sorria
não me faltava mais nada

Não amava fotografias
e bem menos, a minha canção
Quem diria, menina levada
que levarias o meu violão…

Levavas na carinha séria
Um misto de toda emoção
Escondia a dor, o medo
E  não gostava da minha canção? (insisto!)

Menina, acredite na vida
Nos sonhos, no amanhã, no porvir
Não tema, solidão ou partidas
A vida sempre vai lhe sorrir

Em nobres dia de sol
num belo amanhecer
Trazendo risos, um Sol Maior
Nessa escala de crescer…

E como num fim de tarde
Quando a solidão bater
Não chore, não faça alarde
É mais que hora de aprender

E viver, luzir como o sol
Sem uma carinha amarrada
Como, naqueles tempos sorrias
Que não faltava mais nada.

 

Leia também O pequeno mundo de Lis ( Poema à Felicidade) ‣ Jeito de ver

Como gostar de estudar? Dicas para ter prazer na aprendizagem (kumon.com.br)

 

 

© Gilson da Cruz Chaves – Jeito de Ver Reprodução permitida com créditos ao autor e ao site.