O último calendário – uma crônica
Gilson Cruz
Por mais estranho que pareça, o novo calendário não trazia meses, dias…estava completamente em branco!
A cidade entrou em pânico, pois agora como seriam determinadas as estações do ano, a melhor época para o plantio e os feriados?
Como lembrar aniversários, compromissos?
Num frenesi, a multidão saía na busca do responsável!
” Ele vai ter que se explicar” – diziam os mais exaltados.
Não tinham percebido ainda que mesmo os relógios já estavam parados. Não havia mais a contagem do tempo!
A turma da fofoca dizia:” E agora, daqui a uns dias ninguém mais vai saber a idade de ninguém!”
A crianças ficaram felizes: “Agora ninguém mais vai saber a hora de ir pr’aquela escola” ( Verdade, para eles o conceito de eternidade foi inventado nas aulas de filosofia da Pró Ritinha. Pareciam intermináveis!)
Os noivos entraram em desespero ao perceberem que perderiam a data de seu casamento.
Esquecer festas, datas, e agora?
“Com o tempo, a gente se acostuma” – Diziam outros…
Todos previam a tragédia.
E enquanto previam o caos …
esqueciam de reinventar “o próprio calendário!”
Palavras de 2023 – o ano que passou! ‣ Jeito de ver
Comentário (2)
aline| 28 de dezembro de 2023
Se ainda fosse criança diria: “EBA! Agora ninguém mais vai saber a hora de ir pra cama ou escola”
Gilson Cruz| 31 de dezembro de 2023
Isso seria melhor coisa do mundo, não?