O pequeno mundo de Lis ( Poema à Felicidade)

 

“Lis,
Me diz,  menininha levada
O que te deixa feliz?

“Besouros no Jardim?
Flores vermelhas?
Ou achas as mais belas
Rosas amarelas?

“Existem rosas amarelas?
Me permita, então, vê-las!
Seriam as mais serenas
que as margaridas vermelhas?

“Neste universo do existe
nunca, nada permita
bichinhos, carinha triste…

“Nem gritos no ar
Ou luzes no céu
Nem flores caídas
em meio ao papel…

“Ria com as flores
com as cores
Sorria…

“E quando faltarem palavras
Nessa cabecinha agitada
Me mostra, pequena Lis
na dança, no canto
No sonho…
O que te deixa feliz…”

Gilson Cruz

Leia também Poema para Aline (Carinha amarrada) ‣ Jeito de ver

 

O goleiro que pegava até pensamentos!

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Imagem de jotoya por Pixabay

 

A Origem do XV de Setembro e Seu Goleiro Lendário

Poucos goleiros foram tão bons na história do futebol quanto João Rodrigues, lá do XV de Setembro, embora muito poucos o saibam. Mas, XV de Setembro? Não seria mais apropriado e significativo o XV de Novembro, data em que foi proclamada a República naquele país?

Creio que ou o Sr. José Rodrigues não era muito bom em memorizar datas ou, quem sabe, na hora de registrar o nome do clube, Aurelino, o escrivão, não escutou muito bem. Por causa da animação de ver o novo time da cidade ganhar corpo, as conversas fluíram sem que ninguém percebesse o erro na bendita data! Apenas na hora de inscrever o XV no campeonato é que perceberam o equívoco.

Apesar disso, João Rodrigues, que por coincidência era filho do Sr. José, dono do time, era o goleiro. Antes que alguém fale de nepotismo, ele realmente era um grande goleiro! Enquanto a maioria dos goleiros reagia aos lances, João parecia adivinhar os pensamentos dos atacantes adversários. Jogadores mais inteligentes ficavam frustrados, pois nenhuma estratégia ou improviso funcionava. Como diziam: “Ele pegava até pensamento!”


As Primeiras Partidas e o Dom Misterioso

Na estreia contra o 2 de Novembro, famoso por “enterrar” adversários, a pressão era intensa. Aos 44 minutos do segundo tempo, o artilheiro Mestre Jorge teve a chance de consagrar-se frente a frente com João. No entanto, algo improvável aconteceu: Jorge parou, sentou no gramado e, visivelmente abalado, deixou a bola para trás. Depois, confessou que João havia capturado todos os seus pensamentos, deixando-o completamente desnorteado.

A vitória do XV no último minuto tornou-se um marco. A partir daí, o time continuou vencendo, frustrando adversários como Barra Rasa e Barra Funda. Contra o Barra Funda, um pênalti duvidoso foi marcado. Porém, mesmo diante das tentativas de suborno, nenhum jogador conseguiu superar João. Todos pareciam perder o foco no momento decisivo, e o XV saiu vitorioso novamente.


O Encontro Final com o Inerte Futebol Clube

Na final do campeonato, o XV enfrentou o Inerte Futebol Clube, considerado o time mais fraco do torneio. O Inerte era tão ruim que os jogadores eram conhecidos pela improdutividade em campo e por perderem todas as partidas por goleadas absurdas.

Surpreendentemente, o jogo começou com o Inerte marcando gols inesperados. João Rodrigues, o apanhador de pensamentos, ficou perdido. O motivo? Não havia nada para “pegar” das mentes vazias dos jogadores do Inerte. Eles simplesmente não pensavam! O XV venceu o campeonato, mas levou 11 gols e ficou claro que João precisaria ajustar suas habilidades.

João aprendeu uma grande lição: nem toda mente tem algo de valor para ser capturado. Para o próximo campeonato, ele decidiu estudar melhor seus adversários. Afinal, algumas mentes não oferecem absolutamente nada a aproveitar!

Gilson Cruz

 

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Quiprocuó Esporte Clube – Falando de futebol ‣ Jeito de ver

Zé da Ladeira – uma história de futebol. ‣ Jeito de ver

Itaberaba -Uma pedra que brilha!

À distância, as luzes pareciam estrelas que descansavam sobre a terra.

E ao passo que me aproximava,

percebia que o verdadeiro brilho

não era originário das estrelas.

Vinha também das pessoas que passavam na pressa de seus dias,

mas não esqueciam o riso em casa ou no trabalho…

Pessoas que sonhavam numa rara tarde fresca de domingo,

visitar a praça do Rosário para ouvir e contar histórias.

Saber da antiga feira e as origens do Rosarinho…

E quando a noite chegasse,

procurar o brilho que emanava distante.

Bem além dos morros, dos ares.

O brilho distante, de Itaberaba…

Como esmeraldas verdes,

ou como o colar na Terra

de apenas uma só pedra.

Uma pedra que brilha…”

Gilson Cruz

UM POUCO DE HISTÓRIA

“A história de Itaberaba remonta à Capitania de Todos os Santos nos anos 1535-1548.

Em 1768, as terras foram adquiridas por aventureiros após a venda pelos sucessores do Senhor João Peixoto Veigas.

Em 1806, Antônio de Figueiredo Mascarenhas comprou uma fazenda, onde construiu uma capela central dedicada a Nossa Senhora do Rosário.

Ao redor dessa capela, surgiu um núcleo de moradores que, em 1817, passou a ser conhecido como Orobó.

O povoado cresceu e foi reconhecido como Freguesia e Distrito de Paz de Nossa Senhora do Orobó. Em 1877, o município alcançou o status de Vila do Orobó, obtendo autonomia político-administrativa com a instalação da primeira Câmara em 30 de junho. Finalmente, em 1897, duas décadas após sua emancipação, foi elevada à categoria de cidade.”

Curiosidades: Orobó é uma árvore, mesmo que “Oribi”, a palavra também significa bumbum, ouro etc.

Saiba mais. IBGE | Cidades@ | Bahia | Itaberaba | História & Fotos

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Antiga Praça do Rosário – Extraída do Site Cultura Patrimonial

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Gilmar Fotografias & História LTDA.

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Gilmar – Fotografias & História LTDA.

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A velha praça (um texto para te lembrar!) ‣ Jeito de ver

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O mundo dos robôs – um pesadelo futurístico

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Imagem de Pete Linforth por Pixabay

O  Declínio da Humanidade

E no futuro, os robôs substituirão o trabalho humano…

Ninguém mais será escravizado.
Todos terão tempo para dedicar à família, aos amigos… à vida.

Assim, o primeiro trilhardário do planeta esbanjava seu otimismo para o futuro.

Suas imensas pastagens, antes cuidadas por humanos que reclamavam das péssimas condições de trabalho, que reclamavam do salário que não dava para comprar aquilo que eles ajudaram a plantar… e que adoeciam por causa disso – causando prejuízo ao amoroso patrão que, por anos, era, apenas, um pobre bilionário.

O mundo agora arruinado, com a população reduzida e ocupado apenas pelos que se beneficiaram da escravidão ao longo dos séculos, era um lugar tranquilo – sem pobres.
Os rios e mares agora tinham donos. Assim como os países e as cidades.

Marte não chegou a ser ocupado. A nave explodira com os primeiros bilionários que tentaram colonizar o planeta vermelho; ninguém soube o motivo.
A base lunar também não fora ocupada. Ficou apenas no sonho de veraneio de quem tinha muito a gastar.

Enquanto isso, um pobre milionário talvez não tivesse os robôs da última geração e comprasse, dos pobres bilionários, robôs usados.


Os Subumanos e o Ciclo da Exploração

Os subumanos, por outro lado, viviam à margem de tudo.
Antes conhecidos como pobres, agora não se designavam mais humanos.
Escondidos em territórios estéreis e abandonados, sobreviviam de restos que sobravam das máquinas ou das mãos generosas de algum “pobre bilionário”.
Eram menores que os robôs, que ao menos tinham tarefas definidas.

Agora, menos importantes que as máquinas, faziam o impossível para sobreviver…
Eram explorados nos limites da vida, forçados a realizar tarefas brutais, sem um propósito além da sobrevivência. Mas, mesmo assim, ainda sonhavam. Uma utopia esquecida, perdida no que restava da memória humana.

As máquinas do futuro eram condicionadas, assim como os pobres do passado.
Não tinham direito a sonhar, às aspirações que todo ser humano precisa ter para crescer, para se realizar. Recebiam ordens e distrações necessárias à cegueira de uma vida sem sentido – enquanto eram gradativamente substituídas!

Mais tarde, enquanto as máquinas faziam o trabalho, as fontes de energia cessaram – e elas pararam!
Pararam como humanos, mortos pelo cansaço e pela exploração.

Os subumanos foram então lembrados… quais escravos!
E voltaram a ser os escravizados, que se queixavam, que reclamavam – que eram condicionados, programados para isso!

E a vida continuou assim, sem rumo, até o fim – até que o pesadelo acabasse!

Gilson Cruz

Leia também  O ontem ( um conto simples ) ‣ Jeito de ver

Poesia do Impossível (e do possível)

A silhueta de um casal e o universo.

Imagem de Victoria por Pixabay

 

Me perguntas

O que seria impossível?

Alcançar as estrelas?

Faço isso todos os dias

Ao som de tua voz

Viver sem gravidade?

É voar,

Ao som do teu canto,

do teu riso,

do teu sorriso…

Impossível

Como densas florestas

No último planeta

Ou como uma mentira Vinda do verdadeiro Deus

É despertar todos os dias

Sem lembrar teu nome

E ao longo do dia

Esquecer tua face

Mas almejar a vinda da noite

Com lua e estrelas

No cenário perfeito

Criado para nós

Me perguntas

E as demais coisas?

E as demais coisas…

Serão sempre possíveis.

 

Gilson Cruz

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O Músico e a Estrela (um breve momento) ‣ Jeito de ver

 

Ao vizinho do 61 – Muito Obrigado!

Uma porta marrom, uma parede cinza. Um texto para reflexão.

Imagem de Arek Socha por Pixabay

 

 

A Primeira Impressão 

Meu caro vizinho da casa 61

Sei que a vida anda apressada ultimamente, é verdade, e são raras as vezes que tenho a oportunidade de te encontrar — sem essa pressa maldita, tão comum às pessoas.

Mas quero te agradecer.

Confesso que, vendo a disposição e a força com que realizas tão bem os teus trabalhos, sempre acreditei que eras um Super-Homem.

Por isso, quando te cumprimentei com aquele simples “bom dia”, eu não esperava ouvir tantas histórias.

Saber que tu enfrentas sentimentos como a solidão, a depressão e problemas da natureza humana diariamente me ajudou a considerar melhor a minha vida. Eu, que vivo entre livros e músicas, que torço por um time que não ganha um título nacional desde 1989 e que sempre acreditei também não haver nada errado com o Senhor.

Percebi que, constrangido, narravas um pouco dos teus problemas de infância e quantas visitas ao hospital a tua saudosa mãe se via obrigada a fazer. Chorar ao recordar alguém que te amava e que também se importava tanto contigo não é crime. Fez muito bem!

Eu jamais saberia, é certo, que, apesar dessa força que mostras nos teus passos, há um ser humano mais forte ainda. Pois lidar com certos problemas pode ser desgastante e desanimador — e alguns, infelizmente, desistem no caminho.

Não, eles não são fracos! Eles lutaram, também!

Talvez, não encontrassem ouvidos sinceros, de pessoas que se importassem.

Hoje em dia, quando as pessoas perguntam “Como está?”, o fazem por formalidade, muitas vezes sem nenhum interesse nos outros. Querem ouvir a única resposta que as agrade, para se isentarem do peso de serem úteis!

Quando te cumprimentei e ouvi a tua história, ganhei muito mais do que motivos para acreditar.

Ganhei uma razão para continuar.


Lições de Alguém que Escuta

Disseste-me sentir a falta de teu pai, tua irmã, teus amigos — me identifiquei, pois os meus livros, apesar de maravilhosos, não compartilham os meus sentimentos.

Por favor, peço apenas que não desanimes ao encontrares aqueles que querem apenas ouvir um “estou bem”, por estarem ocupados demais com os seus próprios egos. É duro admitir, essas pessoas existem e pouco se importam com os outros. Vão te dizer que falar dos teus problemas é fraqueza, que existem coisas mais importantes pra pensar, mas não esmoreça.

Entenda: desabafar é também uma maneira de reorganizar os pensamentos, e aquele que te escuta, se for sincero, terá o privilégio de aprender e crescer junto contigo.

Te peço perdão por não ter me lembrado de perguntar o teu nome, mas a tua história de lutas e sofrimento ainda me comove e me inspira. Continue a luta.

Agradeço por ter confiado a tua história e a tua voz a um desconhecido que também nem sabias o nome. Acredito que todo o altruísmo foi teu. E, numa próxima ocasião, espero encontrar-te novamente e conversarmos um pouco mais, compartilharmos experiências e termos a chance de conhecer também a tua família, tocarmos algo em meu velho Di Giorgio e descobrirmos os teus talentos.

Agradeço e até uma próxima oportunidade,

Pedro,
Teu vizinho do Nº 15

Como seria … (O Poema de um novo dia). ‣ Jeito de ver

O Mundo Pequeno de Mundinho – um conto ‣ Jeito de ver

Gilson Cruz

 

O Mundo Pequeno de Mundinho – um conto

A comovente história de um menino, o Mundinho e seu pequeno mundo.

Imagem de Charles Nambasi por Pixabay

Memórias de Infância

Sabe aquelas histórias que só acontecem na infância e que você jamais esquece? Muitos anos se passaram, e hoje, a minha mente cansada se confunde sobre o que foi real e o que foi imaginado, na busca de um sentido.

Lembrei hoje de uma velha amizade… velha como o tempo.

Na minha infância, não conheci ninguém tão arisco quanto o Mundinho. O moleque era desconfiado. Ninguém sabia ao certo se isso se devia aos pais, que não eram lá muito dados ao diálogo, ou ao uso inovador do chinelo e do cipó das folhas de araçá, que costumavam soar como tambores nas pernas e costas do menino ao menor sinal de travessura.

Eles eram pessoas horríveis!

“Ah! Mas, naqueles dias, todos os pais eram meio carrascos”, você talvez argumente. Era comum, mas não precisavam ser assim.

Apesar dos pais, o mundo parecia bom e pequeno para ele. E, embora eu tivesse apenas nove anos de idade (a mesma idade que ele), eu já sabia que, quando ele aparecia lá em casa, pouco depois do almoço, alguma coisa ruim tinha acontecido!

A gente costumava compartilhar o pouco que tinha. Apesar das dificuldades que a pobreza, a falta de compreensão e a violência dos pais traziam, Mundinho era um bom amigo.


O Menino Mais Rápido da Cidade

Nas brincadeiras de correr, ninguém lhe alcançava. O pobre batedor de latas sabia que adivinhar onde se escondia o pequeno arredio era missão quase impossível. Ele se escondia nos lugares mais improváveis: sob os bancos da praça, no topo dos postes ou nas árvores mais altas. Não havia lugar impossível para ele.

Eu, nas minhas limitações, costumava dizer:
— Meu irmão, eu queria ser como você. O carinha mais rápido da cidade. Você pode ser atleta, policial, o que quiser ser quando crescer.

Mundinho ria. Alguém o admirava, e isso acalentava a dor de ser chamado de “inútil”, “preguiçoso”, “erro de Deus” ou coisas piores.

Mas, naquela tarde específica, ele apareceu lá em casa amedrontado como nunca. Disse que não mais voltaria para casa, pois seus pais iriam tirar-lhe a vida. Seus pais jamais lhe deram presentes, jamais lhe abraçaram. Não percebiam que as marcas das surras estavam agora gravadas na pele como tatuagens na alma.


Esconde-esconde

Naquela noite, durante as brincadeiras de esconde-esconde, todos foram encontrados. Exceto ele. O Mundinho. A busca se tornou uma peregrinação. Procuramos em todas as árvores, postes e bancos da cidade. Mas não buscamos nas nuvens, esquecemos de olhar para o céu.

Era tarde, desistimos da procura.
— Ele já deve estar em casa e dormindo — dizíamos.
Voltamos todos para nossas casas.

Confesso que não dormi em paz naquela noite. A imagem do Mundinho, dizendo que ganharia o mundo e desapareceria, me atormentou. Quando finalmente adormeci, já era quase manhã.


O Adeus de Mundinho

Poucos dias depois, as chuvas trouxeram mais que água às margens do rio. Um grupo de pescadores encontrou o corpo de um menino preso entre as pedras, envolto em roupas abóbora e vermelhas. Não podia ser ele. Ele era esperto demais para estar ali.

Mas era.

A escola seguiu seu curso, e as aulas na turma dele não foram suspensas. Talvez para preservar os coleguinhas. Não sei. Desde então, nunca mais vi seus pais. Mas ainda recordo as marcas dos cipós e chinelos em suas pernas e braços.

Hoje, depois de muito tempo, ainda penso naquela noite e naquele início de dia. Não sei se ele brincava de esconder quando desapareceu, se havia decidido se despedir da tristeza ou se se escondeu nas nuvens e de lá nos olhava.

O mundo parecia pequeno demais para ele. Merecia algo melhor.


Nota Final

Pais, amem seus filhos! As cicatrizes da infância podem ser eternas.

Leia também  Amizade ao Longo da Vida – definições › Jeito de ver

Poeta (Sinfonia de asas e versos)

Um poema sobre a liberdade criativa.

Imagem de Dorothe por Pixabay

 

 

O poeta quer voar

por favor, não lhe corte as suas asas

não pode a sua imaginação

não lhe dê limites…

Não lhe proteja dos sonhos,

das tempestades,

do sol escaldante,

da esperança…

E se seus anseios se frustrarem

não lhe corte a pena…

Deixe que viva.

 

Gilson Cruz

 

Leia também O poeta ( Uma poesia simples) ‣ Jeito de ver

 

 

 

O Músico e a Estrela (um breve momento)

Um texto inspirador, o romance do Músico e a Estrela.

Imagem de 1866946 por Pixabay

O músico e a estrela 🌟

Não tinha jeito, faltava algo.
As suas canções soavam sempre vazias.
Parece que nada brotava de sua mente, já exausta de tanto tentar.
Já cogitava desistir, até que num desses acidentes que só acontecem aos músicos, uma vez na vida, algo brilhante cai ao seu lado.
Ela era de fato, brilhante em todos os seus aspectos.
O sorriso lindo, a delicadeza e a inspiração que emanava de cada gesto dava a certeza de que uma estrela de verdade, caíra, bem ali.
Ele não entendia muito do que ela dizia, falava da distância, das saudades e de outros brilhos. – Aquilo o encantava!
Tudo que emanava da bela estrela se materializava em versos perfeitos e se encaixava milimetricamente em suas melodias.
Suas canções se tornaram alegres, cativantes!
Ele tinha então novidades para contar e cantar!
Delicadeza, amor, distância, inspiração – todos os temas fluíam livremente sem muito esforço!
E enquanto andavam pela noite, de perninhas machucadas, a estrelinha aproveitava cada momento em que se sentia amada e contava histórias, não se importava com o tempo. Queria mais era estender ao máximo aquele momento.

Confessava que também, lá de cima, amava as músicas e os versos do cantor…

E a luz do dia se aproximava lentamente…e eles não sabiam, tampouco se importavam, por isso, não percebiam
que as estrelas não são visíveis à luz do dia – e ela também desapareceu!
Desapareceu, e não conseguiu mais voltar!
E desde então, as músicas daquele compositor falam apenas da saudade.

Gilson Cruz

Para mais contos, leia também:

 Um romance de sol e lua ( Um conto) ‣ Jeito de ver

Que tal compor a sua obra de arte? ‣ Jeito de ver

“How It Would Be… – Poem of a New Day”

Some believe that world peace is a dream. Read the poem crafted for reflection

Imagem de Cheryl Holt por Pixabay

Gilson Cruz

What if, on a new day,

people forgot their differences and learned to coexist?

What if weapons were replaced by dialogue and people held hands?

What if, on a new day,

all the children in the world could play in the streets again

and the sounds outside were celebrations, not bombs?

What if, countries didn’t try to expand their borders

and extinguish the weaker ones,

as if they were enemies?

What if, borders didn’t exist,

and the entire earth belonged to a brotherhood,

a human brotherhood?

What if, on a new day,

cultures met and celebrated existence,

not any supposed superiority?

If black, white, yellow, green, and red joined hands

and learned from other cultures?

What if, on a new day,

there were no disputes or exploitation

and everyone was committed to respecting

the green of the Earth and the blue of the skies?

How would it be…

How would it be if,

starting from a new day…

humans forgot hatred and forgave?

The Earth, Yes,

the whole world would live in Peace

Veja mais em  A esperança (Poesia de resistência) › Jeito de ver

© Gilson da Cruz Chaves – Jeito de Ver Reprodução permitida com créditos ao autor e ao site.