A cidade se aglomerava e, de repente, Dona Margarete gritava: “Eu falei Faraó…”
Automaticamente, a multidão seguia naquela mais que animada romaria, cantando: “Ê Faraó… Ê Faraó…”
Mas sou capaz de apostar que a maioria das pessoas não sabia cantar metade daquela letra complicada e imensa! Os compositores eram realmente geniais. Para a multidão, o importante era tentar cantar as frases ou mesmo as sílabas que conseguiam lembrar, esbarrar nos outros, dançar e, na maioria das vezes, apenas pular!
E por falar em dançar, a cada nova estação surgia uma nova dança: a dança da galinha, o Fricote, o Tchu-tchu, a manivela… Não dá pra lembrar de tudo! Esse era o Carnaval na capital e no interior da Bahia.
No interior, havia a micareta (e no momento NERD do dia, lembro que micareta vem de uma palavra francesa que significa “meio de quaresma”, período entre os dias 14 de fevereiro e 28 de março) e o trio elétrico tocando canções nordestinas animadas, arrastando um monte de gente pela cidade, num tour divertido, mas barulhento pra caramba!
O Trio Elétrico: A Invenção que Fez História
A banda Bamda Mel (isso mesmo, BaMda) puxava o “Prefixo de Verão” e pregava a paz na “Baianidade Nagô”. Um Cometa mambembe atingia em cheio a multidão que só queria “botar o bloco na rua”, enquanto o Frenesi balançava a massa.
Cabia tudo naquelas ruas: de Senegal, Moçambique, Madagascar e Bagdá a “Egito, Egito ê!” Quando a rodinha apertava, Sara Jane pedia que abrisse, mas era um “Auê” quando faltava freio no trio elétrico!
E por falar em falhas mecânicas, um dia os freios do trio foram curtir no meio do povo, e o caminhão desceu a ladeira desgovernado. Acho que os músicos ou se empolgaram demais ou se borraram de medo, pois o axé soou como um perfeito heavy metal! Poucas pessoas tiveram as pernas quebradas e, por sorte, não entraram para o grupo dos que “não iam atrás do trio elétrico” por motivos óbvios, como cantava Moraes Moreira.
Tudo começou na década de 1950, quando Dodô e Osmar colocaram aparelhos de som em um Ford 1929, conhecido como Fobica. No início, eram a Dupla Elétrica. Viraram Trio Elétrico ao convidar Temístocles Aragão, e o nome pegou. Na década de 1970, Moraes Moreira tornou-se o primeiro cantor de trios, e Armandinho Macêdo revolucionou com sua guitarra baiana.
Transformações e Nostalgia
Os blocos começaram a contratar artistas para animar seus associados protegidos por cordas, enquanto os “pipocas” aproveitavam o espaço que sobrava. O repertório do Carnaval mudou, e artistas de outros estilos foram incorporados. No interior, o prefeito pedia ao trio elétrico que parasse perto do cemitério para homenagear os foliões de outros tempos.
Quando as coisas esquentavam no centro, o guarda Miguel dava três tiros para o alto, lembrando que a homenagem aos antigos foliões já havia acontecido e que os brigões poderiam ser os homenageados do ano seguinte.
A Banda Doce Magia seguia com sua música, patrocinada pelo “costumeiro” apoio à cultura das pequenas cidades. Ah, como era bom quando tudo parecia ser mais simples, leve e cheio de histórias para contar.
Conheça mais a história dos micaretas no Canal MICARETAS ANTIGAS
Foto Almeida NO YOUTUBE, do pesquisador Ananias Almeida.
Eu não sabia que seria aquela a última vez que iria te ver
Chovia
O baile que começaria às oito, achava que provavelmente seria adiado
pois a eletricidade em nossa pequena cidade não tem um bom relacionamento com qualquer tipo de chuva
A escuridão queria um pouco mais de espaço
Imaginei…
Ela não deve vir…
Os sapatos e o vestido brancos
E o laço vermelho nos cabelos…
Não queria imaginar os teus olhos
A chuva ficava ainda mais forte
E ainda assim o baile começava
E a banda começava a tocar aquela música
Lá dentro os pares, já não sentiam medo
Dançavam
Deslizavam pelo salão
E eu te imaginava …
Confesso, não estava desapontado
Nem todos tinham carro naquele tempo…
E quanto a mim… nem bicicleta!
Mas, não queria que a chuva fria te molhasse
E a música continuava
E na chuva resolvi dançar sozinho, na chuva
Girava…
Escorregava na rua lisa
De olhos fechados
Aproveitava a festa sozinho
Lá mesmo, lá fora, na chuva
E antes mesmo de a música acabar
abria os meus olhos,
E lá estavas tu…
Me olhando
Sorrindo
De rostinho molhado
De vestido molhado
De sapatinhos molhados…
E de repente, te estenderia a minha mão
E vinhas…
E lá, sob a chuva
Mas, sobre as nuvens
dançávamos… até o fim
A solidão tem sido descrita como uma das mais graves epidemias do século XXI, além da depressão e obesidade.
Há uma crescente tendência a esse mal em muitos países do mundo. Isso tem se agravado depois da pandemia da COVID-19. O fato é que a solidão está relacionada a grandes males. Observe o destaque do site CENTRO INTERNACIONAL SOBRE O ENVELHECIMENTO):
“Está associado a baixa auto-estima, angústia, ansiedade e depressão.
Gera dor física: a alma dói e as reações cerebrais são desencadeadas nas mesmas regiões que são ativadas pela dor corporal.
Está associado à morte prematura e por vezes aumenta as hipóteses de morrer de um ataque cardíaco ou sofrer acidentes cardiovasculares e cerebrovasculares (AVC).
Provoca uma diminuição e enfraquecimento do sistema imunitário.
Está associado à aquisição de hábitos nocivos. Entre os mais comuns encontram-se o alcoolismo (que pode ser uma causa, uma consequência, ou ambas) e os distúrbios alimentares (que contribuem negativamente para tudo o resto).
Gera perceções curiosas (faz-nos sentir mais frios, ouvir ruídos…).
Gera sociopatia e atrofia capacidades de socialização, hábitos e capacidades relacionais.
Pode ser um precursor de doenças de tipo: diabetes e doenças do sistema endócrino, artrite, Alzheimer ou inflamações de todos os tipos. Como exemplo, há investigações que sugerem que as mulheres que estão e se sentem sozinhas têm até cinco vezes mais probabilidades de contrair cancro da mama do que as mulheres que são socializadas e/ou na família.
Perturbam o sono e influenciam o sistema nervoso: as pessoas solitárias têm níveis elevados de cortisol, em comparação com as pessoas socialmente ligadas.
Causa a pior eficácia dos tratamentos médicos, uma vez que a “adesão” da pessoa aos tratamentos medicamentosos desce a pique.” – A solidão: epidemia do século XXI | CENIE
O problema pode estar nos motivos por trás da solidão: timidez, depressão, ansiedade, síndrome do pânico – o menu é vasto.
Especialmente os jovens são vulneráveis à solidão.
O COMÉRCIO DA “AMIZADE”
Desde a pandemia, muitos jovens passaram a sentir os efeitos do estresse causado pelo longo período de isolamento e do uso de máscaras. A depressão, a falta de confiança, a vulnerabilidade e a carência afetiva têm sido bem comuns.( Pesquise o texto no post Redação Sobre Jovens deslocados, os efeitos do estresse sobre os jovens no século 21 | Carnaval de Redação)
E em meio a esta crise de saúde pública surgiu um novo e revolucionário produto: A Amizade líquida.
Isso mesmo, líquida em economia: Que pode ser convertida em dinheiro!
O comércio de amizades virtuais, sim – pagar para se ter amizade de alguém, agora é possível.
Influenciadores deste universo, que é a internet, fazendo o que sabem fazer, lucrar com tudo o que seja possível!
Mas, qual seria o valor de uma amizade nestes termos?
Trinta a Duzentos Reais Mensais de acordo com o plano, funciona ou menos assim: “Se você quiser ter o prazer de dizer que conhece o Influencer e que se comunica com o mesmo o plano pode ser o comum, o mais barato. Mas, no plano VIP você poderá dizer que o artista é seu (sua) amigo (a).
Se você não tem cartão de crédito, pode pedir aos seus pais…” – nas palavras de um influencer.
BAIXA AUTOESTIMA
É triste dizer que muitos jovens, solitários e sem amor próprio, abraçaram essa ideia, não percebem o valor que estão recebendo em troca quando precisam pagar para serem aceitos por alguém.
As mentes jovens não percebem o desprezo que recebem de tais influenciadoresdigitais. Não percebem a superficialidade de quem está ali, olhando apenas um produto rentável que se abre, se derrete, que não imaginando que quando as telas se apagam, ela deixa de existir.
Não percebem que eles valem tanto quanto pagam por suas amizades.
Mas, por que isso tem acontecido?
A pandemia e mesmo a tecnologia nos afastou das pessoas reais e os celulares se tornam melhores amigos; com isso apagam-se vizinhos, colegas de escola e companheiros de profissão. Pessoas a quem não se precisa pagar para se existir e podem ser muito mais interessantes em suas histórias e lições de vida.
– Reaprender a olhar nos olhos de quem existe é o verdadeiro desafio!
A baixa autoestima tem sido um problema a ser trabalhado, e a ajuda de pais, verdadeiros amigos e profissionais de saúde pode ser útil nesta difícil jornada de crescimento e amadurecimento.
Acordei meio desesperado, era o dia do meu casamento e quase perdi o horário, de novo.
Levantei às pressas e vi que as coisas estavam bem diferentes.
A casa, a cama, a escrivaninha, o gato, a cachorrinha – não eram mais os mesmos…
Corri até a sala que não era mais a mesma e vi o calendário que não era mais o mesmo, que marcava uma data, que lógico… não era mais a mesma.
As mesmas pessoas passavam com a mesma pressa, fugindo do mesmo calor – torcendo pelas mesmas nuvens de chuva, que certamente não desaguariam …
Parecia o ontem…
Então resolvi fazer um exercício, pensei: – “Acho que já vi este dia…”
E comecei a narrar as coisas de que me lembrava…
“Daqui a pouco, a vizinha vai colocar o lixo no lugar errado novamente…”
“Seu Carlos, o carteiro, vai me trazer a mesma carta… e também vai reclamar do sol e vai me falar de sua aposentadoria que esta se aproximando…”
“Meu amigo Tomaz, retornará da maratona – com mais uma medalha…”
“Ranne fará novamente ( ou pela primeira vez) aquele blues…”
“Paulinho me convidará para o lançamento do livro “Minhas poesias”…”
“O ônibus vai atrasar novamente, então vai dar tempo…”
E as coisas iam acontecendo conforme eu previa – ou sei lá, conforme eu já tinha visto.
Rodrigo me dizia: -“Cara, pensa bem…”
E enquanto ele falava novamente, as mesmas coisas, a minha mente narrava os passos seguintes daquele dia…
As mesmas coisas
O carro atrasado…
Minha mãe desesperada…
A incerteza do futuro…
A certeza de que eu não saberia mais narrar o amanhã.
E novamente. o carro das oito passou às onze e meia, em ponto! Meu Deus, não atrasou nem um segundo!
E entrei no mesmo ônibus, rumo à mesma cidade.
Passando pelas mesmas curvas, ouvindo as mesmas queixas do motorista, que dizia ao Fabrício – o jovem cobrador:
-“A gente não vai ter tempo nem pra almoçar…”
As mesmas pequenas cidades passavam e as mesmas pessoas embarcavam. Por um momento, pensei: -“Acho que vou fazer algo diferente…vou mudar este dia!” – Comecei a contar piadas, entreter os passageiros que riam, a cantar com os bêbados que se divertiam nas últimas poltronas…
E quando me dei conta, foi exatamente isso o que fiz, ontem! Eu estava preso!
Desesperado, pensei em sair do carro, sair correndo e quando levantei, percebi – o ontem não se muda, ainda que acorde nele!
Não daria para mudar o ontem, o ontem já estava moldado.
O futuro ainda era incerto…
Então, resolvi deixar o o ontem acontecer.
Novamente, coloquei o lixo da vizinha no lugar certo, agradeci ao Seu Carlos e desejei a felicidade que ele merecia, após tantos anos de serviço…- Eu não sabia que seu coração não resistiria por mais quatro anos, o futuro era incerto.
Ele faleceria aos 54 anos.
Chorei novamente com o blues na voz do Ranne e me emocionei novamente com as poesias do Paulinho.
Contemplei cada curva da estrada, rindo do incentivo do Rodrigo.
E quando cheguei ao destino, o destino me aguardava com um lindo sorriso.
Chateada, estressada, com uma irmã maluquinha pela casa, enlouquecendo todo mundo…
E as coisas aconteceram novamente naquele ontem cheio de surpresas, que eu não poderia mudar – mesmo que tentasse por milhares de vezes.
E assim para sempre seria a minha vida.
O futuro certamente traria novas e belas histórias, que seriam contadas num dia – como um dia, o ontem.
Se você pudesse voltar no tempo e dar um conselho ao você jovem, que conselho daria?
Se isso acontecesse comigo…
Sei que antes de tudo eu me daria um abraço…
Sim, me daria um abraço, pois sinto saudades daquele jovem.
Lembro sua inocência, seus sonhos e até mesmo das besteiras que fez (ou, que fiz!).
…e como foi difícil para ele (para mim).
Diria a ele, (isto é, a mim mesmo) que não tivesse medo de se apaixonar tantas vezes,
E de passar por tolo, várias vezes…
“Permita-se Sentir”
Diria que aquela tristeza seria superada, e que com o tempo ele iria até achar engraçado…
Diria também que não tivesse medo de dançar,
De parecer ridículo, e de ser menino várias vezes na vida…
Diria também que ele (eu) chorasse sempre que tivesse vontade, pois os humanos choram.
E que aquele papo de homens não choram, é conversa de imbecil insensível.
Que ele se (eu me) permitisse chorar.
Ah! Eu diria àquele jovem
Que não tivesse medo do estranho, e que fosse paciente com os carentes…
Pois todos são carentes em alguns momentos.
“Não Tema o Futuro”
Se eu pudesse voltar no tempo
E me dar um conselho
Diria a mim mesmo, que me permitisse amar e ser amado,
Pois, ainda que clichê, amar é um privilégio dos vivos…
E se aquele jovem curioso me indagasse sobre o futuro, eu não o diria.
Diria apenas que não tivesse medo do futuro…
Que não temesse noites sem sono, não falaria a respeito da filha que viria a nascer quando ele menos esperasse…
Não falaria sobre perdas…
As perdas aconteceriam – mas, ele não precisaria saber,
Isso o permitiria amar espontaneamente…
Que não tivesse medo de dizer “eu te amo”
E que não deixasse passar as oportunidades.
Pois, ele ainda teria várias oportunidades, então que amasse…
Não diria que aqueles seus amigos só estariam até a página 12,
E que eles precisariam seguir suas vidas.
Também não falaria dos falsos amigos…
Eles o ensinariam muito sobre a vida…
E que doenças acontecem.
Que se permitisse chorar.
Sorrir…
Mas que não ficasse ansioso,
Pois tudo aconteceria em sua vida…
E ele precisaria disso tudo…
E se ele, isto é, eu chorasse,
Eu o (me) diria…
Não tenha medo… nem fique triste.
Eu vou estar olhando para você, em seus olhos todos os dias,
Todos os dias, esperando para ser quem sou.
Você lembra das frases seguintes nesses clássicos nacionais ?
“Meu coração, não sei por quê, bate feliz...” – Carinhoso, Braguinha (Letra) e Pixinguinha (Melodia)
“Eu pensei que todo mundo fosse filho de…” – Boas Festas, Assis Valente
“Agora eu era o herói e o meu cavalo…” – Chico Buarque( letra) Sivuca (Melodia)
“Veja… e não diga que a canção está perdida. Tenha…” – Tente Outra Vez, Raul Seixas/Paulo Coelho/Marcelo Motta
O que elas têm em comum? Todas foram compostas antes da década de 1980.
“Carinhoso” teve sua primeira gravação instrumental em 1928 e a versão cantada foi gravada pela primeira vez em 1937 por Orlando Silva. – Carinhoso – Pixinguinha
“Boas Festas“, de Assis Valente, retrata a injustiça social do ponto de vista de uma inocente criança e foi composta em 1932. – Posts | Discografia Brasileira
A melodia de “João e Maria“, criada por Sivuca na década de 1940, ganhou letra de Chico Buarque em 1976, narrando uma história de amor juvenil que não teve final feliz. – João e Maria (canção) – Wikipédia, a enciclopédia livre (wikipedia.org)
A mensagem otimista de “Tente Outra Vez”, composta por Raul Seixas, Paulo Coelho e Marcelo Motta, surgiu em 1975.
Essas músicas marcaram época, mas hoje vemos um cenário diferente na música popular brasileira.
Atualmente, muitas canções abordam temas superficiais, separações e amores desfeitos com vozes padronizadas ( e às vezes, vozes bem desagradáveis), dificultando a diferenciação entre os artistas.
A falta de inovação, de qualidade e o jabá
Opiniões variadas refletem a preocupação com a qualidade atual da música brasileira. Victor, da dupla Victor e Léo, criticou a pornografia e a sensualidade excessiva nas letras das músicas sertanejas atuais, considerando-as impróprias para crianças.
Estilos como funk, axé e pagode também enfrentam um período desafiador, carecendo de inovação e qualidade. Muitas músicas atuais não refletem uma visão crítica da sociedade, desvalorizando a mulher, incentivando a violência e comercializando atitudes e comportamentos.
Onde estão os novos poetas, escritores, compositores e críticos que movimentavam e motivavam uma geração inteira?
Por décadas, as gravadoras usavam o “jabá” – pagamento para que certas músicas tocassem nas rádios – para promover determinados artistas. Essa prática, deplorável, ainda existe, mas em formas ainda mais obscuras.
Hoje, existe um “jabá 2.0”, onde artistas sertanejos boicotam cantores de outros estilos, como revelou uma ex-empresária da Anitta, expondo o poder do dinheiro do agro na indústria musical. – Ex-empresária de Anitta viraliza ao expor poder do sertanejo e influência do agro na música | Diversão | O Dia (ig.com.br)
A música de qualidade fica em segundo plano diante dessa manipulação, deixando de ser executada nas principais estações, que perdem sua essência e são substituídas cada vez mais por plataformas de streaming.
Apesar da corrente e da falta de divulgação massiva, boas músicas e excelentes músicos existem e resistem!
Novos e antigos cantores ainda compõem belas músicas, dê uma chance a si mesmo de usufruí-las, estão disponíveis nas mais variadas plataformas.
O conteúdo a seguir apresenta um resumo das pesquisas acerca das guerras e seus impactos na economia mundial e, sobretudo, na vida dos que sobrevivem.
Encorajamos os leitores a realizar uma investigação mais aprofundada utilizando os materiais e links mencionados.
O site Jeito de Ver (Jeitodever.com) defende aquilo que foi expresso nas palavras do pensador, que disse uma certa vez: “Não importam os motivos da guerra, a paz é mais importante que eles.” – John Lennon.
Guerras em andamento
“Além da Guerra na Ucrânia: 7 conflitos sangrentos que ocorrem hoje no mundo” – BBC News Brasil.
O século XX foi marcado por duas guerras mundiais. O site sohistoria.com.br lista as guerras e os respectivos anos – Guerras e Conflitos – Século XX – Só História.
O mesmo site lista os principais conflitos do século XXI – Guerras e Conflitos – Século XXI – Só História. Um desses conflitos, a Guerra do Iraque, foi justificada pela alegação de que o ditador iraquiano Saddam Hussein estava desenvolvendo armas de destruição em massa.
A Guerra do Iraque terminou, o ditador iraquiano foi executado, deixando para trás um legado de destruição, pobreza, ataques terroristas e um país vulnerável a radicais.
De acordo com alguns analistas, o governo dos EUA tinha outras intenções com a ocupação, pois não haviam armas de destruição em massa.
Segundo eles, foram criados vários acordos financeiros para assegurar o controle americano sobre as reservas de petróleo do país.
Mais de cinco anos após a invasão, o Iraque ainda enfrenta sérios problemas de infraestrutura que se agravaram após a guerra.” – História do Mundo.
Os impactos das guerras na humanidade
Ao analisar as guerras, nota-se que, segundo o Brasil Escola, os conflitos do século XX foram responsáveis pela morte de aproximadamente 95 milhões de pessoas globalmente.
A Primeira Guerra Mundial resultou em 15 a 20 milhões de mortes, enquanto a Segunda Guerra Mundial ocasionou 60 a 70 milhões de fatalidades.
Os números são insensíveis ao relatar os milhões que pereceram ou que ainda estão em perigo nos conflitos ao redor do mundo.
Eles não capturam o sofrimento das famílias que perderam entes queridos.
Contudo, permanece uma indagação: qual é o valor da vida de cada indivíduo sacrificado nas guerras? Quem realmente se beneficia com os conflitos?
Quem se beneficia com os conflitos
É intrigante observar que, atualmente, os fabricantes de armamentos estão intensamente comercializando armas ofensivas e defensivas para russos e ucranianos.
A potencial adesão da Ucrânia à OTAN foi vista como uma ameaça e um desafio pela Rússia, o que alguns consideram como a raiz do conflito atual.
“As razões deste conflito, se é que alguma justificativa é válida para uma morte, são detalhadas na seguinte matéria: A possível entrada da Ucrânia na OTAN, a crise na Crimeia e na região de Donbass são fundamentais para entender a guerra entre Rússia e Ucrânia, que começou em 2022.” – Brasil Escola.
“A indústria armamentista tem lucrado significativamente com a Guerra na Ucrânia, mais de um ano após a invasão russa, segundo reportagem da Folha de S.Paulo. As dez maiores empresas de armamentos e munições dos Estados Unidos e Europa registraram um aumento médio de 7,5% no último trimestre de 2022.” – Brasil 247.
Quando nações fornecem armamentos para países em conflito, raramente o fazem por motivos altruístas. É um fato que a maioria dos países investe mais em indústria bélica (defesa) do que em educação, saúde e combate à fome.
Esse preço…
Inúmeras guerras começaram e terminaram, mas deixaram como consequência pessoas com estresse pós-traumático, mutilações e um aumento nos casos de suicídios e homicídios.
Não existe um país vencedor! Somente a indústria armamentista se beneficia.
Um pouco mais de história (mantenha-se acordado!)
Durante a Guerra do Vietnã, um conflito entre socialistas e capitalistas, o governo do Vietnã do Norte expressou o desejo de reunificar o país e incentivou a Frente Nacionalista de Libertação do Vietnã do Sul.
Para decidir a unificação, um plebiscito estava previsto para 1956, com expectativas de vitória comunista. Contudo, em 1955, o primeiro-ministro Ngo Dinh Diem, com apoio dos EUA, realizou um golpe militar, desencadeando uma guerra civil.
Em 1959, forças do Vietnã do Norte atacaram uma base dos EUA no Vietnã do Sul, e em 1963, Diem foi assassinado.
Após o ataque, o presidente John Kennedy começou a enviar tropas americanas, apesar das hesitações dos EUA em se envolver após a Revolução Cubana.
Em 1964, um incidente forjado no Golfo de Tonkin pelo serviço secreto americano levou o presidente Lyndon Johnson a enviar 500.000 soldados para o Vietnã, mesmo sem aprovação do Congresso.
Em números:
Vítimas mortais:
4 milhões de vietnamitas,
2 milhões de cambojanos e laocianos,
mais de 60 mil soldados norte-americanos.
Calcula-se que 2 milhões de vietnamitas fugiram para outros países.
Nesta campanha, mais de 3 milhões de militares estadunidenses serviram no Vietnã. Estima-se que a ação militar custou mais de 123 bilhões de dólares, entre custos da guerra e investimentos no Vietnã do Sul – Toda Matéria.
A Guerra do Vietnã recebeu ampla cobertura dos meios de comunicação, que divulgaram mundialmente barbaridades como ataques com agentes químicos, encarceramento em campos de concentração e o massacre indiscriminado de civis.
Nos Estados Unidos, o retorno de soldados mutilados e traumatizados intensificava a percepção negativa da opinião pública sobre o conflito. Manifestações pacifistas tomaram as ruas dos EUA e de outros lugares do mundo, pressionando pelo fim dos conflitos e pela retirada das tropas.
A Guerra e o “Filho de Sorte”
Nick Ut World Photography Day
Nos Estados Unidos, o retorno de soldados mutilados e traumatizados intensificava ainda mais a percepção negativa da opinião pública sobre o conflito.
Assim, as manifestações pacifistas tomaram as ruas dos EUA e de outros lugares do mundo. Com protestos, multidões pressionavam pelo fim dos conflitos e pela retirada das tropas. – Guerra do Vietnã: resumo, motivos e participantes (Toda Matéria).
Neste contexto, em 1968, John Fogerty, da banda Creedence Clearwater Revival, compôs uma obra-prima do rock ‘n’ roll em apenas 20 minutos: a canção “Fortunate Son” (Filho de Sorte, em tradução livre). A música critica como alguns nascidos em situações privilegiadas, filhos de políticos e pessoas influentes, não precisam enfrentar os horrores da guerra.
“Era 1968, no auge da Guerra do Vietnã. Movido por sentimentos de raiva e indignação, surgiu um movimento: o movimento hippie.
Jovens criticavam o governo e as políticas que os forçavam a lutar em uma guerra que não era pelo seu próprio país. A música ‘Fortunate Son’ nasceu nesse contexto.”
John Fogerty estava furioso por ser obrigado a se alistar na guerra, enquanto aqueles que a promoviam não enfrentariam o mesmo destino. C
omposta em 20 minutos e parte do álbum Willy and the Poor Boys (1969), Fortunate Son é considerada uma das maiores músicas do movimento anti-guerra. – Monomaníacos.
Sim, os filhos desafortunados recebem no peito uma medalha, quando não uma bala ou uma placa hipócrita de elogios à sua bravura.