Já parou pra pensar na importância das pequenas escolhas ?
Nossa vida é meio que esculpida pelas pequenas decisões que a gente vai tomando no caminho.
Às vezes, um gole a mais de vinho ou uma cervejinha extra podem acabar nos levando por um caminho diferente: um acidente, um desempenho ruim num jogo, ou até arruinar aquela entrevista de emprego dos sonhos. Coisas simples, tipo decidir sair da cama num dia de frio ou ficar mais um pouco debaixo das cobertas, podem ser o ponto de partida de algo grande, tipo as primeiras pedras que a gente coloca no caminho.
“Ah, e se eu tivesse casado com meu primeiro amor? E se tivesse apostado mais na minha carreira? E se tivesse dito ‘sim’ em vez de ‘não’, ou vice-versa? E se…”
A verdade é que, em algum momento da vida, a gente sempre acaba pensando nas escolhas que fez, até nas boas. Ficar imaginando como seria diferente pode ser um refúgio, mas o passado já foi e não dá pra mudar.
O primeiro amor nem sempre é pra sempre, e às vezes dizer “não” pode ser uma forma de se proteger – talvez tenha sido a resposta certa na hora certa.
Viva cada dia com o que tem, mesmo que seja pouco. Planeje o que der e o que você realmente quer fazer. Se precisar, dê uma lamentada, mas lembre que não dá pra voltar atrás; os momentos são únicos. A gente aprende com isso.
Explore seus talentos escondidos, tipo escrever poesia, compor, desenhar, aprender um novo idioma e essas coisas. E se não sair tão perfeito quanto esperava, aprenda a rir de si mesmo. Valorize quem te ama e respeite quem não liga muito pra você; ainda tem muita coisa boa pra descobrir por aí.
Dê a chance de mudar – suas opiniões, seus jeitos de ver o mundo podem evoluir. Seja mais leve consigo mesmo e não exija dos outros uma perfeição que você mesmo não tem.
E por fim, valorize suas experiências. Até as pequenas coisas que a gente vive vão se juntando e formando algo grande.
Suas histórias, suas experiências são só suas; só você sabe o tamanho da alegria nos sucessos e da frustração nas derrotas, só você pode descrever o que sentiu em cada experiência – isso não é pouca coisa. Aproveite isso.
Era uma vez, numa pacata cidadezinha do interior da Bahia, quatro irmãos aficionados por boa música.
Admiradores de ícones como Roberto Carlos, Alceu Valença, Ritchie, Jorge Ben, The Beatles, Fevers, entre outros, eles viviam no começo dos anos 80.
Naquela época, os irmãos faziam sucesso em boates e clubes, onde exibiam seus dotes para a dança, outra paixão que compartilhavam.
Dominavam ritmos variados, da lambada ao pop, passando pelas baladas românticas, que dançavam com maestria.
Chegaram a competir em concursos, onde, no clímax de suas performances, arrancavam aplausos e exclamações da plateia, esforçando-se para que a coreografia, ensaiada por semanas, fosse executada com perfeita sincronia.
No desfecho de um desses eventos, foram coroados com o primeiro lugar, conquistando o troféu conforme as regras da competição.
Nota: Nesse evento, o grupo formado por três irmãos e um primo vindo de São Paulo, competiu sob o nome Grupo Dança’rt.
DESCOBERTA FASCINANTE
Viajando muito, um dos rapazes recebeu de seu tio uma fita cassete durante uma viagem, e ao ouvi-la, foram apresentados a uma melodia inédita para eles, estranha e diferente de tudo que já haviam escutado.
Desconheciam até o nome do ritmo musical.
Sabiam apenas que era dançante, harmônico, melódico e viciante, tanto que a fita foi tocada repetidamente em seu aparelho de som.
Com o tempo, após se familiarizarem com o ritmo, a fita desapareceu misteriosamente, sem deixar rastros, restando apenas na memória deles, sem que tivessem feito uma cópia.
Restou-lhes apenas a lembrança, e se perguntavam: “Quando ouviremos essas músicas novamente?”
Depois de um tempo, um programa de TV capturou sua atenção.
A reportagem apresentava músicas parecidas com as da velha fita, interpretadas por cantores de cabelos longos e emaranhados, como cordas.
Foi então, por meio desse programa, que descobriram que a música que tanto os havia marcado era o Reggae.
E que seu berço era a Jamaica, uma ilha no Caribe.
Meio caminho já tinha sido andado, mas… onde comprar fitas ou até mesmo disco de vinil, para que não ficasse somente na recordação?
Foi então que Jai, um dos irmãos na companhia de Jessé, outro primo, menor de idade, a caminho da feira livre, onde se vendia de tudo, puderam escutar entre os muitos sons, ainda distante da feira nas barracas de vendas de fitas um som característico, entre as muitas barracas sua atenção se fixara em um senhor já idoso, que vendia discos espalhados pelo chão.
Ao observar mais de perto, notou que um daqueles discos era reggae, então, pediu ao senhor que tocasse, e logo ficou surpreso!
Todas as musicas escutadas estavam, também, naquela fita.
E agora já sabia que quem cantava era o jamaicano Jacob Miller. Conheça Jacob Miller, confira a playlist abaixo.
No momento ele estava sem dinheiro, então pediu ao senhor que tirasse o LP da vitrola, colocasse em sua capa e deixasse-o na mão do menor, enquanto ele iria provindenciar o pagamento.
O menino ficaria ali segurando o disco pois ele temia que alguém pudesse comprá-lo.
Ah! se o moleque solta e alguém compra… não teríamos história hoje!
A alegria foi geral entre eles, agora a visita ao senhor idoso era constante e às vezes conseguia encontrar mais novidades e assim aumentar seu acervo musical.
Ainda não conhece o Reggae?
Deixe-me compartilhar um pouco da história…
No início do século XX, a população jamaicana era em grande parte composta por camponeses descendentes de escravos, que mantinham viva a cultura dos antigos africanos, os maroons.
Foi dentro dessa comunidade que o mento, precursor do reggae, surgiu.
Podemos dizer que era uma forma musical que combinava a cultura africana e os tambores, que forneciam a percussão, com elementos da música europeia introduzidos pelos colonizadores ingleses e espanhóis.
O ritmo se assemelhava ao calipso. O mento se tornou a música rural da Jamaica, com letras que narravam histórias do campo e instrumentação que incluía principalmente saxofone, flauta de bambu, banjo e tambores.
Por volta de 1950, o mento, focado nas dificuldades da vida rural, começou a perder espaço com a chegada do R&B americano, que rapidamente ganhou popularidade entre os jamaicanos.
Em busca de algo mais animado e com a fusão de ritmos, surgiu o ska.
A música jamaicana se tornou mais americanizada, e os primeiros fãs do ska foram os moradores dos guetos, mas logo o novo ritmo dominou toda a ilha.
Com um ritmo dançante, o ska destacava-se pela forte presença de instrumentos de sopro, como trombone e saxofone, e rapidamente se tornou uma febre.
Era um ritmo acelerado e muito dançante, criado por artistas locais em uma única tarde para ser tocado nas pistas de dança à noite, com apenas duas faixas gravadas em um disco compacto. – Descubra Alton Ellis na playlist abaixo.
Hoje, ao mencionarmos a Jamaica, o reggae vem imediatamente à mente, mas isso quase não aconteceu.
Os jamaicanos ansiavam por inovações, e foi então que, em 1966, o cantor Hopeton Lewis, ao adaptar a canção “Take it easy”, sugeriu que diminuíssem o bpm (batidas por minuto) do ska, tornando o ritmo mais lento.
E assim foi, o ROCKSTEADY emergiu como um novo ritmo, influenciado pela Soul Music. Rapidamente, o Rocksteady ganhou popularidade não apenas nos guetos, mas em toda a Jamaica.
Muitos artistas se adaptaram rapidamente ao novo estilo e gravaram seus sucessos nessa nova onda, fazendo com que a Jamaica quase parasse ao som do Rocksteady.
Entre os veteranos do rocksteady, destacam-se Hopeton e Alton Ellis.
Enfim, o Reggae
Logo após, surgiu o Reggae.
Sabemos que o Reggae evoluiu do Ska e do Rocksteady, tendo surgido no final dos anos 1960.
Foi, contudo, na década de 1970 que este estilo ganhou fama mundial, marcando presença como um ritmo dançante e suave, com uma batida distintiva onde a guitarra, o baixo e a bateria são os instrumentos predominantes.
As letras do Reggae, que frequentemente abordam questões sociais, especialmente da realidade jamaicana, além de temas religiosos e problemas comuns em países em desenvolvimento, são quase um instrumento à parte, repletas de mensagens de paz.
Atualmente, o Reggae se diversificou em variantes como o Dancehall e o Ragamuffin, estilos musicais que sucederam o reggae.
No Brasil, especialmente no Maranhão, o Reggae, e mais especificamente o Lovers Reggae, uma versão mais romântica do gênero, é o que realmente predomina.
É lá que se adaptou a maneira de apreciar o ritmo, dançando bem juntinho com os parceiros, no estilo “Maranhon Style”, como canta a Tribo de Jah.
Temos também a versão gospel, uma delas cantada por um ex-integrante do Olodum, que popularizou o Samba Reggae, o nosso querido irmão Lazaro, que nos deixou, vítima de complicações da Covid 19.
Perda intragável!
Muitas são hoje as variantes, mas a tradição já adotada pela maioria amante do Reggae, aqui no Brasi é o roots reggae, (reggae raiz).
O expoente máximo, clássico, e o maior de todos, é o homem que fez com que a Jamaica fosse conhecida pelo mundo através da suas músicas: Bob Marley.
A multidão aguardava ansiosa. Antigos fãs queriam ouvi-los novamente e os novos queriam conhecê-los, mas a ansiedade era maior ainda entre eles.
Não se apresentavam juntos havia muito tempo. O cenário havia mudado. As canções de sucesso não diziam nada a eles que amavam a simplicidade das velhas músicas.
Será que aceitariam novamente as suas músicas?
“As coisas mudaram muito.” “Não é preciso ser afinado para cantar.” “Presença de palco é tudo.” “Se for bonitinho e souber se balançar, já está ótimo.”
Mas eles já não eram meninos bonitinhos, nem tinham tanta energia para se balançar sem travar a coluna no palco. Ficaram com medo.
O Show da Vida
E enfim, chegou a hora. “E com vocês…”
A plateia aplaudia calorosamente a volta, a volta dos músicos, a volta da música àquela praça.
E com pernas trêmulas, vozes embargadas – a melodia saiu perfeita, carregada numa emoção que não tinham na juventude.
E o show continuou tempo suficiente para que novos conhecessem e entendessem a história e os antigos fãs matassem a saudade.
E o melhor show das suas vidas aconteceu. Havia espaço também para aquelas belas músicas.
E ao fim do show, se abraçaram. Cumprimentaram o público e amorosamente atenderam àqueles que pediram um momento.
E cientes de que a história estava completa, puderam voltar felizes. Sem mágoas.
Podiam parar agora ou até que o desejo os fizesse voltar.
Deste lado do mundo as estações não são bem definidas…
O outono, parece o verão e o inverno se alternando num ritmo frenético…
O inverno convida o verão para participações especiais durante a sua turnê
E na primavera, esqueça as flores.
A primavera traz a estrela maior para o show…
O sol
E você pensa em flores, que cantem as flores
( pra não dizer que não falei de flores)
Aqui primavera, não é prima…é irmã do verão
e traz pólens maravilhosos para a minha alergia…
Ah! O verão?
Acabei de chegar à conclusão:
-É aqui que ele mora!
Brincavas de escrever, desenhar, até de estudar… (Mas estudar é coisa séria, menina!)
E já rias… da minha cara de tédio, das chatices das aulas de EMC, matemática, filosofia… Meu Deus, quanta agonia!
Mas rias…
E quando estavas calada, brincavas de sonhar. (Sonhar é bom, é bom sonhar, não posso te culpar.)
E eu me escondia nas folhas do caderno, entre desenhos de montanhas, casas, borboletas, flores… Me escondia em páginas de velhos livros, das goteiras na sala, nas chuvas de inverno. Me escondia nas linhas, não é exagero. (Mas rimar com livros ainda é terrível!)
Éramos jovens, bem jovens… E tanto tempo passou. (Mas teus risos não passam com o tempo, são jovens, são eternos… como um sorriso do tempo!)
E versos simples eu fiz. Mas, para quê tantos versos? Para quê tantos versos tão simples? – você diz.
Sim… Menininha, o motivo é tão simples quanto os versos…
Festejos de virada de ano, shows de fogos de artifício, clarões, barulho, sim, muito barulho – turistas e moradores locais entusiasmados olhando o céu, extasiados com a coreografia dos fogos, bebendo, cantando, celebrando o fim de ciclo de mais um ano.
Neste exato momento, o Sr. José, sim, o chamaremos de José, morador de rua, está desesperado tentando abafar os sons e acalmar seu companheiro, o Duke* (chamaremos de Duke) seu amiguinho de quatro patas, um SRD de três anos que o acompanha desde o nascimento.
Duke, é um cachorrinho amoroso, brincalhão e a melhor companhia contra o tédio.
Uma lembrança de que mesmo em tempos difíceis, alguém vai estar lá apenas por te amar.
Duke ama o José, mas está desesperado.
E o Zé, também está desesperado.
Ele sabe que os cachorros têm a capacidade auditiva maior que a dos humanos e que, para eles, barulhos acima de 60 decibéis, que equivale a uma conversa em tom alto, pode causar estresse físico e psicológico, pois o ouvido canino é capaz de perceber uma frequência maior de sons, e podem detectar sons quatro vezes mais distantes, se comparado a humanos. -(Fonte: Fogos, bombas e rojões: saiba o risco que isso pode causar nos animais – Voz das Comunidades)
Duke, o pequeno companheiro, infartou naquela noite.
Muitos animais morrem durante festividades que envolvem queima de fogos. Exemplos nos posts abaixo:
Cachorro morre durante queima de fogos, no réveillon | Bom Dia Rio | G1 (globo.com)
Mulher relata morte de cadela após queima de fogos de artifício no revéillon – Nacional – Estado de Minas
A história acima tem o nome dos protagonistas trocados, mas aconteceu no Rio de Janeiro, Brasil.
Caso você tenha um cachorrinho de estimação já percebeu como ele fica agitado com as bombas e sons altos? Nestes casos seria bom deixá-lo pela casa à vontade e tentar minimizar os efeito dos barulhos e treiná-lo para que aos poucos ele se acostume com sons diferentes. – Fonofobia: seu cachorro tem medo de barulho? – BLOG.Petiko
Mas, quando se trata de cães que vivem nas ruas (sim, eles existem!) seria necessário uma política para conter os danos.
Uma política voltada para o cuidado de animais.
Não como aquelas em que prefeitos mandam recolher os pobres bichinhos para o abate, que além de cruel – é criminosa. Veja um exemplo na matéora do post: -Prefeitura na BA publica decreto que determina abate de animais abandonados em vias públicas | Bahia | G1 (globo.com)
Criar canis, investir em veterinários, criar programas de incentivo a adoção responsável, seria questão de saúde pública, contudo, infelizmente, quando a maioria dos políticos pensam neste problema, que são os cães abandonados, não entendem (ou fingem não entender) que o problema é o ABANDONO, não os cães.
Por isso, pensam apenas matá-los. Termo mais sincero para o comum “abatê-los”.
Buscam a solução mais fácil, pois se até mesmo a humanos em necessidade muitos políticos tratam como nada além de votos necessários, ou escadas necessárias, que pensar das criaturinhas que não votam?
Lamentavelmente, esse tem sido o cenário.
Respeitar a vida está entre as principais virtudes de um ser humano.
Quanto ao dono do Duke, anda pelas ruas, sozinho e as pessoas não o notam.
Estão ocupadas demais olhando para cima. Não se importam, também com os HUMANOS.
Lembro o misto, aquela composição que nas Quintas-feiras levava pessoas e cargas para o leste, às 13:15. Você lembra?
Partir nunca foi o momento mais alegre da vida, mas aquele momento era especial.
Sandrinha, vestida de verde, acenava e deixava nos lindos lábios o mais belo sorriso.
Então, o trem seguia, rumo ao leste.
Constante.
Trilhos, pedras, paisagens secas às margens de um rio e antigas pequenas cidades às margens da ferrovia.
As pessoas que viam o passar do trem, acenavam ao maquinista que respondia com risos, longos e estrondosos apitos, daquela buzina escandalosa.
Crianças viam heróis. Moças viam paixões e aventuras, mas dentro da composição, as pessoas esqueciam de contemplar o tempo que agora era disponível e também as histórias ao redor, estavam ocupadas com a pressa.
Então decidi voltar novamente a minha atenção ao mundo lá fora.
E vi o por do sol.
Montanhas, descidas incrivelmente lindas e assustadoras anunciavam a chegada a Contendas do Sincorá.
Era noite, as pessoas corriam para receber parentes, para vender seus produtos e outras para embarcar.
As horas passavam e a velha cidade ficava pra trás.
Trilhos, pedras, montanhas e novas paisagens.
A saudade e a despedida
Até o bendito trem resolver descarrilar… e longas três se passaram.
As queixas não eram tão interessantes…
Reclamações, queixas, um reggae no toca-fitas do Nilson e a expectativa ansiosa.
E chegamos, madrugada de Sexta. Brumado estava quente.
Dois dias, passaram como segundos e hoje, não lembro absolutamente nada do que aconteceu neste período – são longos 37 anos… mas lembro de querer voltar e ver novamente aquele sorriso, o sorriso de Sandra.
E depois dos trilhos, das pedras, das velhas cidades, eu estava de volta.
E ela estava lá, de blusinha verde, de short vermelho e de riso nos lábios.
Rindo, brincando e a dizer: ” Agora é a minha hora de partir…”
E de longe, vi o carro, estradas para o Sul… montanhas…céus… não consegui sorrir.