O mundo não era tão chato… Teus risos entravam na sala antes mesmo de a professora entrar.
Parecias em outro mundo: calma, serena, pequena, inocente no olhar.
Nada parecia tão difícil, tão escuro… Iluminavas.
Teus risos, sorrisos, pezinhos apressados. Brincavas.
Brincavas de escrever, desenhar, até de estudar… (Mas estudar é coisa séria, menina!)
E já rias… da minha cara de tédio, das chatices das aulas de EMC, matemática, filosofia… Meu Deus, quanta agonia!
Mas rias…
E quando estavas calada, brincavas de sonhar. (Sonhar é bom, é bom sonhar, não posso te culpar.)
E eu me escondia nas folhas do caderno, entre desenhos de montanhas, casas, borboletas, flores… Me escondia em páginas de velhos livros, das goteiras na sala, nas chuvas de inverno. Me escondia nas linhas, não é exagero. (Mas rimar com livros ainda é terrível!)
Éramos jovens, bem jovens… E tanto tempo passou. (Mas teus risos não passam com o tempo, são jovens, são eternos… como um sorriso do tempo!)
E versos simples eu fiz. Mas, para quê tantos versos? Para quê tantos versos tão simples? – você diz.
Sim… Menininha, o motivo é tão simples quanto os versos…
Quero te ver feliz.
Gilson Cruz
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Comentário (2)
Mirella Souza Simas| 25 de fevereiro de 2024
Gilson, esses versos me fizeram lembrar dos bons tempos do ginásio….passou um filme na minha mente .
Gilson Cruz| 28 de dezembro de 2024
Obrigado por participar com a gente, Mirella. Bons tempos aqueles, não? Abraços.