Num dia sem sentido,
me sentei
E o tempo sentou-se ao meu lado.
E a história amou acontecer…
E o tempo adorou contá-la.
Gilson Cruz
Veja mais em A esperança (Poesia de resistência) ‣ Jeito de ver
Num dia sem sentido,
me sentei
E o tempo sentou-se ao meu lado.
E a história amou acontecer…
E o tempo adorou contá-la.
Gilson Cruz
Veja mais em A esperança (Poesia de resistência) ‣ Jeito de ver
Imagem de Niek Verlaan por Pixabay
As pessoas fazem o impossível para prolongar os 15 minutos de fama.
Desde plantar na mídia notícias sobre novos relacionamentos até mostrar demais numa praia, desde envolver-se em confusões até fazer tatuagens em partes íntimas – que não deveriam ser interessantes a mais ninguém.
Mas, visto que a curiosidade é algo inerente à natureza humana – a tática funciona e enquanto estiver dando certo será usada, sem nenhum pudor até que a fórmula perca o efeito e seja necessário a criação de novos métodos.
Por exemplo, os reality shows exploram ao máximo aquilo que pode gerar algum entretenimento.
A superexposição de celebridades e de pessoas polêmicas, gera bons índices de audiência.
Numa premiação de melhor reality, uma das Kardashians, do reality “Acompanhado as Kardashians” (tradução livre), que se trata de um programa de televisão que acompanha o dia-a-dia desta família, declarou:”Nossa família sabe como a televisão verdadeiramente atraente vem de pessoas reais sendo elas mesmas”… “Contando suas histórias sem filtros e sem roteiro” – completou a outra, provocando o deboche da plateia – Plateia debocha da “vida real” das superexpostas Kardashians (terra.com.br)
A superexposição pode ser observada também em notícias a respeito de políticos que para não serem postos na prateleira merecida do esquecimento, fazem declarações bombásticas, não importando quão ofensivas e falsas estas sejam.
Por exemplo, nas eleições de 2018, o partido vencedor com o apoio de voluntários, inclusive do campo religioso e midiático, se empenhou na propagação de notícias falsas – como a chamada “mamadeira fálica“.
O medo e a ignorância afetaram profundamente o resultado daquelas eleições.
Porém, uma vez eleito e sem projetos, os eleitos passaram a se destacar pelas declarações bombásticas, como as da senadora que acusou sem prova o tráfico de crianças na ilha de Marajó. – saiba mais no link:
Investigamos a violência sexual no Marajó – e não é nada do que a ministra Damares diz – Agência Pública (apublica.org); Em culto, Damares acusa sem provas tráfico de crianças na Ilha de Marajó (globo.com).
Um detalhe interessante na notícia acima é que ela ganhou terreno inicialmente dentro de igrejas.
Por causar choque e ser divulgada por pessoas, que deveriam ser, no mínimo, sérias e honestas, os fiéis sem poder de questionamento as espalham como deveriam fazer com o que aprendem sobre Deus.
O governo eleito foi entregue aos cuidados de uma Câmara, que adquiriu superpoderes e o presidente passou aparecer em motociatas, carreatas e em um monte de bravatas.
A superexposição nestes casos, deu certo? – A resposta é sim.
O resultado das eleições seguintes não surpreendeu pelo número de falsos moralistas, de influencers e de envolvidos em polêmicas.
Os eleitos transformaram o púlpito da Câmara em palanques eternos e se apresentam para polemizar, sem nenhum projeto de futuro, que não seja garantir vantagens pessoais.
A superexposição é usada com sucesso por pessoas do meio artístico e da política e pode ser danosa, principalmente a quem não está preparado para isso.
Com o avanço tecnológico e a criação das mídias sociais as pessoas passaram a postar muitas coisas a respeito de si, como viagens, localização atual e postagens de informações não recomendadas.
Fotos da hora em que despertam, fotos da hora do almoço e daquilo que estão comendo e mesmo fotos de momentos de intimidades em seus relacionamentos.
Além de problemas à saúde mental, o indivíduo pode estar fornecendo aos cybercriminosos todas as informações necessárias para um golpe.
– Saiba mais no link Quais são os efeitos da superexposição nas redes sociais? (hotmart.com).
O que muitos não sabem é que, na maioria das vezes, a superexposição de artistas e políticos, é milimetricamente calculada por acessores que sabem lucrar com venda e direitos de imagem.
O Direito à Privacidade
O Direito à Privacidade é um Direito Fundamental, previsto na Constituição Federal onde se estabelece que não deve ser violado. – saiba mais no página Direito a Privacidade e sua Importância: Guia completo e Jurídico (diegocastro.adv.br)
A experiência mostra que o respeito a privacidade não é muito comum.
Veja exemplos no link a seguir “Manda Nudes”: Histórias de quem expôs a intimidade – Revide – Notícias de Ribeirão Preto e região
Os danos colaterais podem ser ainda maiores, como no caso da jovem que cometeu suicídio após ter suas imagens íntimas divulgadas.
– RS: adolescente comete suicídio após ter fotos íntimas divulgadas na web (terra.com.br).
Infelizmente, casos assim não são raros.
Compartilhar imagens íntimas sem autorização é crime. Saiba mais Compartilhar imagem íntima sem autorização é crime; veja como denunciar – BBC News Brasil.
Quando se passam os 15 minutos de fama, o que resta?
Para aqueles que usam a superexposição profissionalmente os lucros talvez compensem.
Mas, será que vale à pena vender a própria privacidade? Mesmo alguns que investiram profissionalmente na superexposição revelaram o stress e a possível depressão consequentes disso.
Portanto, mesmo quando alguém íntimo pede um Nude, como prova de amor, tenha bom senso.
Não é uma prova válida e pode gerar um monte de dor de cabeça no futuro, como nos casos de revenge porn ( vingança pornô), em que um namorado sai criminosamente divulgando imagens íntimas, após o fim de um relacionamento.
A resposta é NÃO NEGOCIE A SUA PRIVACIDADE!
Em casos de divulgação de imagens íntimas, denuncie a SAFERNET, que possui vínculos com o Ministério Público Federal. – O que fazer caso alguém publique suas imagens íntimas na Internet | Exame.
Embora a superexposição seja amplamente explorada e produza certa popularidade, a vida precisa significar mais que apenas os 15 minutos de fama.
Gilson Cruz
Vivemos na era da superexposição.
As pessoas fazem o impossível para prolongar os 15 minutos de fama desde plantar na mídia notícias sobre novos relacionamentos até mostrar demais numa praia, desde envolver-se em confusões até fazer tatuagens em partes íntimas – que não deveriam ser interessantes a mais ninguém.
Leia também Qual o preço de uma amizade? ‣ Jeito de ver
Imagem de hosny salah por Pixabay
E as canções de guerra continuam no ar
As notícias sobre a guerra são, na maioria das vezes, distorcidas.
Há crianças sob os escombros.
Apenas um lado da história é estabelecido como verdade absoluta. – Nilson Miller
Acreditar que haverá um julgamento por parte da história é mais uma licença poética.
A maioria dos tiranos, assassinos e ditadores viveu impunemente, descansou em berço esplêndido e deixou a seus descendentes não a vergonha, mas suntuosas heranças.
Seus nomes não foram esquecidos, mas sobrenomes foram trocados, e as injustiças que praticaram beneficiaram seus sucessores, que usufruem graciosamente de todo o mal causado ao longo do tempo.
Quantos ladrões não deixaram seus filhos ricos, enquanto aqueles que sofreram injustiças e foram lesados continuam presos às mesmas condições de miséria?
Quantos enriqueceram com o tráfico e a exploração de escravos, enquanto os descendentes destes seguem discriminados e humilhados na hipócrita sociedade atual?
Ou quantos políticos fizeram fortunas e deixaram a seus filhos, enquanto o povo enganado sofre com a fome e a falta de esperança?
Não se pode colocar nas mãos da história o poder de julgar.
À história cabe apenas narrar os fatos conforme os relatos que prevaleceram e escancarar na face das pessoas o quanto foram — e continuam sendo — enganadas.
Como, no futuro, serão contadas as guerras na Ásia e no Oriente Médio?
As pessoas que perderam seus patrimônios ou foram escravizadas jamais foram compensadas.
Voltando no tempo, analise o que aconteceu às cidades de Hiroshima e Nagasaki.
Nos dias 6 e 9 de agosto de 1945, milhares de vidas inocentes foram apagadas da história pelo uso de bombas atômicas.
O lançamento dessas bombas marcou o fim da Segunda Guerra Mundial.
E a história “esqueceu” de compensar aquelas pessoas, assim como esqueceu de compensar as vítimas do ataque do exército japonês aos habitantes da pequena cidade de Nanquim, na China, onde, em 1937, todas as atrocidades possíveis foram cometidas.
Os japoneses não costumam lamentar tais atos cometidos por seus exércitos! –
A história também esqueceu dos escravizados ao longo dos séculos.
O preconceito atual e as diferenças sociais são reflexos de quão péssima juíza teria sido a história. Veja: Massacre de Nanquim: o brutal episódio do Japão Imperial
A história assume o papel de relatora.
Limita-se a contar parte do que aconteceu e mostrar o quanto não sabemos… e não aprendemos.
No futuro, como serão lembradas as mais de trinta mil crianças mortas, assassinadas pelo exército de Israel, que insiste em exterminar um povo sob o pretexto de combater o terrorismo?
Como será lembrado o massacre atual de palestinos? Como limpeza étnica? Como uma resposta a atos terroristas? Como atos de vingança de um país obstinado? Como genocídio? Ou como uma guerra contra o Hamas?
O vencedor contará a sua versão, e esta há de ficar nos registros, lamentavelmente, a despeito das milhares de vidas, de crianças e inocentes.
A ação de Israel, com o apoio do país mais bélico do mundo, espalha suas canções de guerra.
Sob o mesmo pretexto, os Estados Unidos — parceiro de Israel e principal fornecedor de armas — travaram guerra contra o Iraque na década de 1990, alegando a existência de armas de destruição em massa, o que se provou falso, como canções que narram as glórias da guerra.
A história revelou que havia interesses comerciais envolvidos. Naquela época: o petróleo.
Um dia, talvez, a história revele os reais interesses por trás dos conflitos atuais, quem se beneficiou das circunstâncias, quem foi deixado para trás… ou se há algo mais envolvido, como interesses comerciais.
Discordar das ações de extermínio promovidas pelo exército israelense não tornará ninguém antissemita.
Preocupar-se genuinamente com as vítimas palestinas não significará apoiar o Hamas, como muitos têm tentado fazer acreditar.
Todas as vidas são preciosas!
A imprensa, como narradora dos acontecimentos, jamais será plenamente isenta.
O comportamento da imprensa brasileira durante o período da Ditadura Militar, quando patrocinada pelo governo, esquivava-se de relatar os abusos cometidos, transmitindo uma falsa sensação de segurança.
O mesmo ocorreu nas eleições presidenciais de 1989.
As eleições de 1989 exemplificam como um sistema de TV tinha o poder de manipular a opinião pública. Veja o vídeo sugerido: Muito Além do Cidadão Kane.
Sempre haverá a influência de anunciantes, cujos interesses estarão acima do bem comum.
Cada notícia será adaptada aos interesses desses patrocinadores e da empresa que a veiculará.
Lamentavelmente, o descrédito na imprensa tradicional levou muitos a se informarem por meios bem menos confiáveis, recorrendo a fontes pouco fidedignas. As redes sociais assumiram o poder de influenciar as opiniões.
O número de pessoas que busca informações em grupos de WhatsApp cresceu a tal ponto que, durante a pandemia de COVID-19, muitas hesitaram em aceitar a vacina ou os meios de proteção recomendados.
Pessoas mal-intencionadas também aproveitam essa situação para criar sensacionalismo por meio de notícias bombásticas e bem elaboradas, que, na maioria das vezes, são disseminadas por aplicativos e redes sociais, como Facebook, Instagram, X e outros.
E, de repente, as pessoas esquecem que, do outro lado, ainda há guerras em andamento — esquecidas pelos meios de comunicação que se cansaram de tais assuntos.
A imprensa continuará no seu papel de transmitir o que convém, agora disputando espaço com meios informais, que trarão um lado da história — verdadeiro ou não — nesta guerra de informações.
Os assuntos perdem as manchetes por não serem mais “a novidade”, como músicas que perderam destaque diante de algo mais relevante.
As vítimas continuarão sendo esquecidas, pois a informação ainda é um produto vendido — e isso não importa qual o meio de comunicação, se não há compromisso com os fatos.
Enquanto isso, a indústria das armas continua a aumentar seus lucros, enquanto vidas se vão — sem graça e sem pressa, em meio aos escombros.
Gilson Cruz
O papel da imprensa e a História – Jeito de ver
E esquecemos as Guerras … ‣ Jeito de ver
Video Sugerido:
* Os golpes e as tentativas de golpes já eram comuns desde o Império.
*Matéria publicada originalmente em Outubro/23
Por Gilson Cruz
Olha o céu
vê mais que o azul
Sinta do sol, mais que o calor
– A sensação de viver
Veja nas flores mais que meras cores
sinta a beleza
E no tempo, veja mais que idade, muito mais do que aquilo que já passou
Veja a tua hora, teu espaço.
Perceba nas linhas
muito mais que meras palavras
Tenha uma mensagem.
E nas ações
Muito além das intenções…
Um desejo de bem.
Siga em frente
haverá sempre uma razão
não desista
E se as luzes se apagam, e te esconde a face, sorria… por você
Esteja disposto a não cair
E se cair
tenha disposição de se levantar
Quantas vezes necessário for
Ah! E se apaixone…
Por uma beleza…
Por um motivo…
Por alguém…
E se as coisas não acontecerem
Perdoe
Perdoe sempre…
E tente tudo.
Tudo outra vez.
Leia mais em A esperança (Poesia de resistência) ‣ Jeito de ver
Imagem de Mohamed Hassan por Pixabay
Pele negra, cor da noite
Riso prata, de lua
Me conta a tua história
Esta história só tua
Com esses olhos de estrelas
N’uma noite de luar
Me conta quais são teus sonhos
p’ra que eu possa sonhar
Me fala dos teus sorrisos
Da mágoa que já passou
Do futuro que não houve
De um amor, que sempre amou
Me conta o que te inspira
O que te faz esperar
Que’ste teu riso de prata
Num riso faz acordar
Me explica, como acontece
Tanta beleza de olhar
Que essa pele da noite
um sonho faz recordar
Esse pobre poeta,
Que em teu sorriso encontrou
Olhos de luz, de estrelas
E nesse instante amou
Procura na noite, na lua
Beleza pr’a comparar
E como em sonhos, flutua
Em doces canções de ninar…
A sonhar…sonhar…
Gilson Cruz
Veja mais em: Do começo ao fim… ( Como a vida é ) – Jeito de ver.
Imagem de Renato Laky por Pixabay
Entendendo um pouco mais de política
“O Congresso Nacional é a cara do povo a quem representa” é uma frase comum, mas não é exata.
O Congresso do Brasil é composto por 513 deputados, das mais variadas esferas e estados.
Estes são eleitos de acordo com partidos e propostas – e ultimamente, número de seguidores em plataformas de streaming!
Em países como o Brasil, a educação política não é estimulada nas escolas.
Este pode ser um dos motivos da continuidade da falsa percepção, desenvolvida ao longo de décadas, de que o voto não é importante, que sua é apenas função de colocar as autoridades em seus postos.
Por causa desta distorção, a prática de compra e venda de votos persiste apesar de ser ilegal e é geralmente feita longe dos olhos da justiça.
-Compra de votos (art. 299 do Código Eleitoral) — Tribunal Regional Eleitoral do Rio Grande do Sul (tre-rs.jus.br)
Algumas vezes os próprios eleitores atuam como corruptores barganhando seu apoio em troca de favores ou benefícios.
A resposta a essa conduta é a indiferença dos políticos, que uma vez eleitos, não se comprometem com promessas de campanha .
O valor do voto já foi pago e a participação popular se resume ao ato de depositar suas cédulas de dois em dois anos.
A educação política deveria ter um caráter preventivo.
Assim como um trabalhador é cobrado por resultados, sujeito a punições e demissão, a educação política fortaleceria a consciência de que o vereador, deputado, senador e até o presidente atuam como servidores públicos e devem ser cobrados.
A falta de tal conhecimento tem sido responsável pela idolatria e bajulação prestadas a políticos que muitas vezes atuaram contra os direitos já adquiridos.
A carência de tal educação se torna evidente quando se percebe a grande quantidade de artistas e estrelas da internet eleitos e o número de votos desperdiçados em tais atores do mundo político.
O raciocínio de que todos os velhos políticos são corruptos e que um novo seria a revolução necessária, é enganoso.
Examine as atribuições de um Deputado Federal, por exemplo:
. Propor, discutir e aprovar leis, que podem até mesmo alterar a constiruição.
. Aprovar ou não, as medidas provisórias do Presidente.
. Fiscalizar e controlar as ações do poder executivo, bem como os atos do presidente da república e seus ministros.
. Aprovar o orçamento da União.
. Quando há denúncias ou suspeitas de irregularidade, criar uma CPI para investigar um tema ou situação específica.
Fonte: O que faz um deputado federal? | Politize!
Conhecendo as atribuições dos Deputados Federais examine a manchete no link a seguir:
28 deputados federais que propuseram só um projeto de lei por ano, ou menos, concorrem à reeleição – Estadão (estadao.com.br)
Não seria incorreto definir como “improdutivo” alguém que, num período de quatro anos não exerceu plenamente as suas funções.
Mais estranho, porém, é saber que aqueles que o elegeram NÃO acompanharam o desempenho dos seus eleitos.
Uma tática usada por políticos deste cacife é pautar questões polêmicas que os mantenham em evidência.
– Isso cria a ilusão de PARTICIPAÇÃO e REPRESENTATIVIDADE.
Aproveitando a onda dos sentimentos de revolta causados por programas jornalísitcos que exploram comercialmente a violência, surgiram candidatos cabos, tenentes, delegados, generais etc. que normalmente aparecem mais pela alcunha do que pelo desempenho.
Outros tentam se apresentar como guardiões da moral e da boa conduta, atendendo a um público mais conservador e religioso.
Examine a manchete, no link a seguir: Nikolas Ferreira vira réu após expor aluna trans de 14 anos em banheiro escolar de BH (globo.com); AGU avalia como enquadrar deputados por fake news sobre banheiro unissex (correiodopovo.com.br).
Observe, pautando assuntos que visam constranger e perseguir minorias alguns são eleitos para cargos maiores.
Na primeira manchete o político citado era vereador na segunda notícia, aparece como deputado eleito.
Muitos moralistas, defendiam um governo que se provou incompetente ao lidar com a pandemia da Covid 19, e que delegou ao Congresso a função de governar enquanto fazia motociatas, carreatas,” jet-ski-atas”, “jeguiatas” e novas modalidades de campanha com uso da máquina pública.
Um mesmo governo que zombava dos que morriam da COVID 19 e que de acordo com investigações, pode estar envolvido com milícias e a venda de joias que não lhe pertenciam.
Veja mais nos links:
Presidente da bancada evangélica na Câmara defende gesto de Bolsonaro a pastores do Nordeste | CNN Brasil; Exclusivo: bancada evangélica é fiel a Bolsonaro em 89% das votações – Congresso em Foco (uol.com.br);
. A ligação do clã Bolsonaro com paramilitares e milicianos se estreitou com a eleição de Flávio | Atualidade | EL PAÍS Brasil (elpais.com)
. A mesma hipocrisia e corrupção disfarçada é também escancarada quando os políticos se unem para defender seus correligionários envolvidos em escândalos e corrupção.
Retornando ao ponto da representatividade, muitos são eleitos com o apoio de empresários e produtores rurais, e atuam conforme os interesses destes quando votam contra o meio ambiente e direitos trabalhistas – isso quando não são eles mesmos, os empresários!
Saiba mais nos posts abaixo:
Em cada 10 deputados federais, 6 têm atuação desfavorável ao meio ambiente, indígenas e trabalhadores rurais (reporterbrasil.org.br);
Sindicalistas protestam na porta do escritório de Mabel – Brasil 247
A justiça eleitoral esporadicamente divulga notas educativas sobre o poder do voto com qualidade.
Estas notas são insuficientes, uma vez que é praxe dos veículos de comunicação colocar sutilmente os interesses de patrocinadores (empresários) em forma de notícias ou denúncias.
A educação deve começar na escola.
O direito de exercer o seu voto ou de manter-se neutro, se esta for a sua decisão consciente.
Acima de tudo, desenvolver o espírito crítico para avaliar de forma honesta, se aquele que foi escolhido para representar os interesses comuns está performando para vídeos em streamings, ou se está atuando para uma sociedade mais justa.
Os corrruptos não brotam do solo… são trazidos à tona por inocentes – ou por outros corruptos!
Gilson Cruz
Veja mais no link:
O papel da imprensa e a História ‣ Jeito de ver
A educação política deveria ter um caráter preventivo.
Βαγγέλης Κορμπάκης by Pinterest
Gilson Cruz
Era 1982.
O mundo inteiro estava na expectativa da Copa do Mundo, que seria realizada na Espanha.
A Argentina vinha como campeã do último torneio, realizado em seu próprio País, mas a Alemanha, campeã de 1974, viria forte, assim como a Italia, a União Soviética e a Seleção brasileria sob o comando de Telê Santana eram times excelentes!
A seleção brasileira já não sentia o gosto de um título mundial desde 1970, quando a seleção montada por João Saldanha, e então, sob o camando de Zagalo encantara o México vencendo o torneio, levando o Tricampeonato Mundial ( 1958, 1962 e agora 1970).
Não havia mais Pelé, Carlos Alberto, Félix. Gérson, Tostão, Jairzinho, Clodoaldo e aqueles outros gênios. Agora, novos gênios vestiam a camisa da seleção: Waldir Peres, Leandro, Oscar, Luizinho e Junior; Cerezo, Falcão, Sócrates e Zico; Serginho (Paulo Isidoro) e Éder. – Nomes pra ninguém botar defeito!
Na hora das partidas, os alunos eram liberados da escola, torcer pelo seleção canarinho, como dizia um samba da época.
A união Soviética, tinha um dos melhores goleiros da época e fez o primeiro gol numa falha de Waldir Peres.
Mas, aquela seleção tinha o que se costumava chamar de “futebol arte”, o saber jogar de modo belo e eficiente.
No gol de empate o Dr. Sócrates colocou a bola onde nem três Dassaev‘s (goleiro russo) conseguiriam chegar.
O gol de virada foi um dos lances mais belos da copa. Falcão enganou a zaga soviética deixando a bola passar por entre as pernas, Éder disparou um míssil que se acerta o goleiro – certamente, teríamos um óbito naquela Copa!
O Brasile desfilou um belo 4X1 sobre a Escócia e deu um show de 4X0 na Nova Zelândia.
Enfim, viria a campeã da última Copa – a Argentina!
O Brasil jogou muito mais do que se esperava e os hermanos nem sentiram o cheiro da bola!
Jogando com toques de bola rápidos e precisos, o Brasil enfiou 3X1 na bela Seleção Argentina.
Foi um baile!
Na falta de bola pra jogar, Maradona introduziu naquela copa de futebol, um pouco das artes marciais, ao atingir covardemente o jogador Batista com um coice no barriga!
Enfim, a partida acabara e a alegria tomava conta da pequena cidade, tão distante da Espanha.
Viria agora a Itália.
O selecionado Italiano não vinha num bom torneio.
Jogos irregulares, mas estava lá – pra enfrentar o futebol mais bonito da competição!
5 de Julho.
Estádio Sarriá de Barcelona.
O técnico italiano recuou o time, escalando dois especialistas em acertar as canelas de brasileiros: Gentile e Tardelli.
Os árbitros estavam lá para ocupar espaços no campo, idôneos como a FIFA. Veja mais no link a seguir – Erros de arbitragem: Zico tem camisa rasgada por italiano, mas pênalti não é marcado em 82 | globoesporte | ge.
Paolo Rossi ficaria nos espaços gentilmente cedidos pela zaga brasileira, esperando falhas que raramente aconteceriam.
– Mas não é que naquele dia, aconteceram uma, duas, três vezes!
Num ato displicente da zaga brasileira, troca de passes, o matador se aproveitou da primeira falha e fez o primeiro. – Sócrates marcou o gol de empate!
Paolo Rossi numa nova falha da zaga… Falcão empata num golaço!
Telê Santana, tentando reduzir os espaços na defesa, troca Cerezo por Paulo Izidoro – mas, naquele dia, NADA daria certo!
Num bate e rebate na área brasileira a bola sobra justamente nos pés daquele que entraria para a história como “o carrasco do Brasil da Copa do Mundo de 1982”.
Tive a impressão que naquele dia, se o Brasil fizesse nove gols, sofreria dez! – Aquele era o dia da Itália!
Naquele bendito dia, acabaram as folgas escolares para torcer pela seleção.
Ao término da partida, lembro-me de ter sentado ao meio-fio, em frente à minha casa e chorar como um menino!
– Normal, eu realmente era um menino de Nove Anos.
Soube que mais adiante na rua, um tal de Manoel, decepcionado deu um tiro na Pobre Televisão.
Foi um dia realmente triste, um dia daqueles que ensinam que o Futebol (quando não há vendas de resultados, é claro!) é imprevisível!
Ter um estilo, jogar com arte – passou a ser questionado, desde então.
O estilo Europeu da retranca, dos chutões e correria pra frente, passou a ser valorizado e defendido mesmo por especialistas!
Diziam os “sábios”: – “Adianta jogar bonito? Sem ganhar nada? Futebol tem que ser de resultados…o show se dá, quando se est´pa ganhando…”
E o futebol pragmático começou a ganhar terreno.
E a Seleção brasileira ganhou dois títulos mundiais desde então, com alguns lampejos daquele futebol.
Não imaginava, que um dia no futuro, veria uma seleção brasileira jogando uma Copa, dentro de casa, mais precisamente no Estádio Mineirão, Belo Horizonte, sofreria uma derrota humilhante para a Seleção Alemã.
Um 7X1 bem convincente!
Talvez, se ainda fosse uma criança como nos idos 1982, eu tivesse chorado, como fizeram os brasileiros que assistiram ao desfile da Seleção Alemã em 2014.
Não consegui chorar!
Era uma seleção medíocre, dependente dum jogador sem compromisso, mais preocupada em festas, em memes e em valorizar o próprio passe. – A seleção se tornara uma vitrine para expor e vender seus produtos, para quem os torcedores não tinham a menor importância!
A verdadeira tragédia do Sarriá não foi a derrota da Seleção com o mais belo futebol apresentado.
Foi a queda gradual da qualidade de um esporte em que se podia esperar a competição entre estilos diferentes.
A trajetória da Seleção Brasileira na Copa de 1982 – Confederação Brasileira de Futebol (cbf.com.br)
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Imagem de Сергей Игнацевич por Pixabay
Ou, talvez, o incentivo que falta aos músicos anônimos…
Apaixonado por música, costumo sair às noitinhas para ouvir os sons nos bares do centro da cidade.
O som produzido por músicos ainda anônimos me atrai. Esses músicos tocam por trocados para alimentar o sonho e a família, dando o seu melhor.
Enquanto isso, clientes conversam entre si, bebem, falam de futebol, novelas, filmes, falam de tudo — menos da canção que vem do pequeno palco, cuidadosamente preparado para o artista. O cachê é pequeno — pequenas cidades significam pequenos movimentos.
Em cada canção, uma emoção diferente.
Tudo o que ele aguarda são aplausos. Pois bem sabem os verdadeiros músicos: são os aplausos que alimentam sonhos. E, como diz a canção, sonhos não envelhecem.
Mas os sonhos também precisam ser alimentados com o uso correto de incentivos, também pelo poder público, que pode organizar festivais municipais e eventos culturais.
A Lei Rouanet, de 1991, foi criada com o objetivo de incentivar e fortalecer a arte e a cultura (Lei 8.313 de 23/12/1991).
Por quê?
Bem, apesar de muitos porquês, lembre-se:
O primeiro objetivo de um conquistador e colonizador é sobrepor sua cultura à dos nativos, pois a cultura é a raiz, a força de uma sociedade.
A cultura é a identidade de um povo.
A música norte-americana domina o mundo inteiro. Mas não é apenas pela qualidade, há também o interesse em sua divulgação.
O mesmo pode ser dito das propagandas do American way of life (modo de vida americano) por meio dos filmes hollywoodianos.
Nesta mesma linha, testemunhamos a explosão do K-POP (cultura pop sul-coreana), promovida por grupos super bem coreografados, filmes e séries.
Os governos desses países apoiam a cultura, pois sabem que o fortalecimento da imagem gera retorno em maior exposição, resultando em maior interesse de outros países por sua cultura e, consequentemente, aumento em vendas e turismo.
Dominando a cultura, será mais fácil dominar as outras coisas — principalmente o modo de pensar.
A lei de fomento à cultura já existe há muito tempo no Brasil. Por exemplo, em 1967 foi criada uma lei que abatia do ICM qualquer gasto com gravações de artistas nacionais.
Os aprovados recebiam o selo “Disco é Cultura”, frase comum em quase todos os Long Plays (LPs).
O “Disco é Cultura” fazia parte do incentivo do governo para a disseminação da música e de artistas nacionais.
Os benefícios seriam imensos para a arte, a história e a economia do país.
Artistas nacionais dos mais variados estilos eram descobertos e divulgados, numa troca cultural e econômica.
A Lei Rouanet tinha objetivos semelhantes.
O valor que empresários investissem na cultura seria deduzido do imposto de renda, resultando em ganhos para o investidor, para o artista e para a cultura.
Esta foi duramente atacada e distorcida por quem não a entendia ou talvez tivesse a intenção de enfraquecer a cultura.
Saiba mais nos links: Lei Rouanet: conheça a lei de incentivo à cultura | Politize! e Lei Rouanet: O que é, Como Funciona e Mitos – FIA.
Tornou-se lugar comum referirem-se a artistas que faziam uso desta lei como vagabundos e “mamateiros” (termo usado para insinuar que aqueles que se beneficiavam da Lei Rouanet eram “privilegiados”).
Alguns artistas passaram a ser humilhados por isso.
A população mal informada comprou a ideia, mas não percebeu o que acontecia nos bastidores.
Enquanto criticavam uma lei, que apesar de imperfeita era legítima, aconteciam as verdadeiras distorções.
A crítica à Lei Rouanet tornou-se uma cortina de fumaça para casos escabrosos como o exemplo a seguir:
Pequenos municípios no interior do Brasil faziam contratos de shows por valores absurdos, com artistas medíocres, divulgados por uma imprensa massiva como o “sucesso” do momento.
Alguns exemplos nos links: Megacachês: Agropop surpreendido de calça curta – Outras Palavras e Sobre o desvio de recursos públicos para cachês milionários em shows de cantores sertanejos – CTB.
“Dêem pão e circo e o povo estará satisfeito…”
Como na canção Panis et Circenses, de Gilberto Gil, “as pessoas estão ocupadas em nascer e morrer”.
As pessoas estão condicionadas a achar que estão recebendo benesses das prefeituras por assistirem a tais “artistas” superfaturados e não questionam o mau uso dos recursos públicos.
Diferente das plantas da canção, “cujas folhas procuram o sol e as raízes procuram no solo seus nutrientes”, não conseguem supor que, às vezes, quando não são vítimas, são participantes de uma fraude!
Os pequenos músicos, talentos que resistem a uma sociedade míope, dão o melhor de si, na esperança de serem descobertos e patrocinados neste sistema já corrompido.
Que a cada canção bem executada esperem, além do pequeno cachê, o reconhecimento de todo artista, tanto em aplausos quanto em incentivos, para viver da arte e para a arte.
Gilson Cruz
Imagem de Leroy Skalstad por Pixabay
As cidades crescem, é verdade.
Mas aquela cidade do interior não estava preparada, para tanto.
Os vizinhos que antes eram parte da família, agora eram pessoas distantes, totalmente desconhecidos.
O barbeiro da esquina era apenas mais um Sr. Edson e o padeiro, já não estava mais entre nós.
Nas ruas, onde as crianças brincavam sem medo, o que se via era a solidão e o que se ouvia de longe eram sons, que se misturavam, que brigavam entre si – a voz melódica de um cantor e sua pequena banda no meio da praça, pedindo a oportunidade de cantar. a oportunidade de trazer mais sentimento às pessoas que passavam, enquanto barracas insensatas, insensíveis, ligavam seus aparelhos sonoros em volumes indelicados, mal educados – matando o encanto das horas.
E o cantor persistia…
Na mesma praça onde costumava haver árvores, bancos, um gramado onde pequenas crianças brincavam aos domingos e à noite se podia ouvir velhos seresteiros, cantando, bebendo, celebrando a noite, a vida, a arte…
Triste, parei por instantes… vi um pouco do passado.
Ouvi a bela voz do músico, mais uma vez, enquanto os sons indesejados competiam por um espaço em meus ouvidos.
Andei lentamente pelas ruas que me levaram à minha casa…
e lamentei.
A cidade cresceu, mas as barracas pararam longe, um pouco atrás no tempo – e a voz do cantor jamais as alcançará.
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Aquele dia,
não trouxe o sol costumeiro
nem um amanhecer,
ou crianças brincando nas ruas
e nem os passos apressados do carteiro
Não se ouvia o riso
nas padarias,
nem nos bancos das praças
A melodia na voz do cantor,
silenciara
Tudo era tristeza
Aquele dia, não trouxe rosas
e os últimos românticos
não puderam ofertá-las
E era triste encarar a noite,
sem estrelas
foi estranho anoitecer
naquele dia.
Grandes se apequenaram,
covardes orgulhosos…
pequeninos não entendiam,
onde estavam os heróis?
– todos se escondiam
Aquele dia
trouxe o resumo da ganância
e as selvas de pedra,
aquecidas
diziam não haver outra chance
Dinheiro não comprava o tempo perdido
nem o futuro,
mas fugir pra onde?
Aquele dia,
ensinou o que era o medo…
Aquele dia,
não trouxe nuvens
pássaros de primavera.
E as lágrimas
não encheram os rasos rios
onde morriam peixes
Aquele dia
lembrava
o que havia se esgotado
e que agora…
sem homens,
sem ganância
a Terra precisava descansar.
Naquele dia.
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