Em dezembro de 2016, um indivíduo armado entrou na pizzaria Comet Ping Pong em Washington D.C., motivado por uma teoria da conspiração infundada. Essa teoria falsa acusava a pizzaria de estar envolvida em um esquema de tráfico sexual comandado por políticos. Por sorte, não houve feridos, mas o caso ilustra o perigo que as informações falsas representam, podendo levar a consequências desastrosas.
As notícias falsas visam enganar, influenciar opiniões e comportamentos, desinformar para benefício financeiro e incitar reações emocionais.
Os métodos empregados pelos produtores de notícias falsas são sofisticados, incluindo a utilização de notícias antigas fora de contexto, linguagem chocante e depreciativa para tentar vincular negativamente figuras de autoridade em certos cenários.
Os propagadores de notícias falsas apresentam informações distorcidas ou inverídicas como se fossem exclusivas, e muitos receptores, sem o devido senso crítico, reagem emocionalmente e compartilham impulsivamente, sem questionar a veracidade ou o contexto.
Por exemplo, na campanha presidencial brasileira de 2018, um grupo provocou indignação em segmentos evangélicos ao divulgar falsamente imagens de mamadeiras com bicos em forma de órgão genital masculino, atribuindo-as de maneira caluniosa ao programa de governo do candidato opositor.
Esse debate moral fabricado ganhou destaque e, devido à rápida disseminação das notícias falsas em comparação com a verdade, muitas pessoas ainda acreditam nessa mentira até hoje.
Mesmo diante da tragédia recente no Rio Grande do Sul, continua a circulação de numerosas notícias falsas.
O esforço do Exército Brasileiro no resgate de milhares de vítimas tem sido injustamente questionado. Um dos tópicos mais discutidos na antiga plataforma Twitter (agora conhecida como “X”) é a falsa associação do Exército Brasileiro com o comunismo, uma alegação que carece de explicação fundamentada.
É perceptível a origem de tais notícias falsas, uma vez que até na Câmara dos Deputados do Brasil, certos deputados têm utilizado a tribuna para disseminar informações inverídicas.
Outros continuam a espalhar erroneamente que o governo brasileiro não aceitou ajuda do Governo Uruguaio.
Campos em que as fake news têm se espalhado:
Na propagação de preconceitos sobre grupos e etnias, estimulando preconceitos, hostilidade e até mesmo violência contra minorias.
Desinformação médica: Fake news relacionadas à saúde podem ter consequências fatais. Durante a pandemia, informações falsas sobre tratamentos ineficazes ou curas milagrosas levaram a mortes evitáveis. Mais de 700 mil pessoas morreram durante a pandemia da COVID-19 no Brasil.
Incitação à violência: Algumas fake news incitam a violência direta. Por exemplo, notícias falsas que acusam pessoas inocentes de crimes graves já levaram a linchamentos ou ataques.
O sistema político tem feito uso de tais artifícios, e qualquer tentativa de criminalizar as fake news será combatida por aqueles que fazem uso delas e são maioria no Congresso.
Enquanto existe a certeza de que a maioria dos políticos jamais fará empenhos neste sentido, é necessário que o cidadão comum desenvolva alguns hábitos:
- Prestar atenção. Muitos que compartilham fake news nas redes sociais não prestam atenção o suficiente para verificar a precisão do conteúdo.
- Desenvolver raciocínio crítico e analítico. Transmitir uma notícia que recebeu em aplicativos como o WhatsApp sem verificar é, no mínimo, irresponsável. Muitos, porém, estão tão cegos dentro de seus temores e ideologias políticas que são incapazes de analisar a história ou eventos recentes e, criminosamente, divulgam fake news cientes de que estão enganando amigos e familiares.
Países de cultura e liberdade do pensamento tendem a ser melhores em discernir notícias falsas das verdadeiras.
Resumo: A disseminação de Fake News leva à perda de confiança entre os cidadãos, impacta nos direitos humanos, pois uma sociedade mal informada perde direitos, afeta o direito a eleições livres e justas, o direito à saúde e o direito à não discriminação.
Um país onde políticos utilizam notícias falsas e os cidadãos concordam com tal prática está fadado ao insucesso e à decadência moral.
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