A multidão aguardava ansiosa. Antigos fãs queriam ouvi-los novamente e os novos queriam conhecê-los, mas a ansiedade era maior ainda entre eles.
Não se apresentavam juntos havia muito tempo. O cenário havia mudado. As canções de sucesso não diziam nada a eles que amavam a simplicidade das velhas músicas.
Será que aceitariam novamente as suas músicas?
“As coisas mudaram muito.” “Não é preciso ser afinado para cantar.” “Presença de palco é tudo.” “Se for bonitinho e souber se balançar, já está ótimo.”
Mas eles já não eram meninos bonitinhos, nem tinham tanta energia para se balançar sem travar a coluna no palco. Ficaram com medo.
O Show da Vida
E enfim, chegou a hora. “E com vocês…”
A plateia aplaudia calorosamente a volta, a volta dos músicos, a volta da música àquela praça.
E com pernas trêmulas, vozes embargadas – a melodia saiu perfeita, carregada numa emoção que não tinham na juventude.
E o show continuou tempo suficiente para que novos conhecessem e entendessem a história e os antigos fãs matassem a saudade.
E o melhor show das suas vidas aconteceu. Havia espaço também para aquelas belas músicas.
E ao fim do show, se abraçaram. Cumprimentaram o público e amorosamente atenderam àqueles que pediram um momento.
E cientes de que a história estava completa, puderam voltar felizes. Sem mágoas.
Podiam parar agora ou até que o desejo os fizesse voltar.
Brincavas de escrever, desenhar, até de estudar… (Mas estudar é coisa séria, menina!)
E já rias… da minha cara de tédio, das chatices das aulas de EMC, matemática, filosofia… Meu Deus, quanta agonia!
Mas rias…
E quando estavas calada, brincavas de sonhar. (Sonhar é bom, é bom sonhar, não posso te culpar.)
E eu me escondia nas folhas do caderno, entre desenhos de montanhas, casas, borboletas, flores… Me escondia em páginas de velhos livros, das goteiras na sala, nas chuvas de inverno. Me escondia nas linhas, não é exagero. (Mas rimar com livros ainda é terrível!)
Éramos jovens, bem jovens… E tanto tempo passou. (Mas teus risos não passam com o tempo, são jovens, são eternos… como um sorriso do tempo!)
E versos simples eu fiz. Mas, para quê tantos versos? Para quê tantos versos tão simples? – você diz.
Sim… Menininha, o motivo é tão simples quanto os versos…
Havia uma barraquinha próxima ao muro da igrejinha, na praça que hoje é conhecida como a Praça dos Ferroviários. Era o ponto de encontro dos velhos seresteiros!
Chegavam aos poucos, cada um trazendo o seu próprio instrumento: violões, pandeiros, cavaquinhos… e enquanto a cidade se preparava para dormir, a melodia ditava o ritmo dos sonhos.
Ser menino era meio complicado.
Eu ficava à distância, sentado à porta da minha casa, observando cuidadosamente a entonação e decorando quase todo o repertório.
A “Morena Bela do Rio Vermelho” se envaidecia, mas não podia ouvir o clamor de “Fica comigo esta noite” ou a angústia apaixonada de “Onde estás agora?”
Seu Júlio puxava o coro: “Hoje que a noite está calma…” e, num Sol Maior perfeito, as vozes se encaixavam, dando à noite a impressão de harmonia entre lua, estrelas e apaixonados.
“Maria Helena” era a verbena daquela noite. “Meu Grito” era a oportunidade de desabafar entre “Os Verdes Campos da Minha Terra”. Às vezes, os músicos cansavam. Então, Seu Júlio, amigavelmente, trazia água para os amigos.
Prontinhos, agora hidratados, voltavam risonhos e com muito mais empolgação e emoção para cantar.
Entre “Negue”, “Ronda” e “Vou Sair Para Buscar Você”, chegava a hora de partir. E cantavam “A Volta do Boêmio”.
Era uma reunião de amigos.
Era um show de amigos para amigos.
O Fim de Uma Era
Esses encontros aconteciam apenas nos finais de ano. A cada ano, porém, o número de velhos amigos da serenata diminuía.
Eram quase trinta no início. No último encontro que pude contemplar, restavam apenas seis.
Músicos passam. Músicos morrem.
Por fim, Seu Júlio também faleceu. As serenatas acabaram.
A barraca foi demolida e, em seu lugar, construíram uma linda pracinha. Não há marcas ou lembranças daquele terreno onde a velha barraca resistia entre velhos arames.
Novos e belos músicos nasceram, mas jamais saberão o que era sentar entre amigos, rir das próprias falhas, cantar no mesmo tom sem competir. Eles não compreenderão como é bom cantar junto, dividir o prestígio, a emoção, o momento. Assim como deve ser a arte.
A Celebração da Amizade
Talvez a lua não provoque mais a mesma emoção. As pessoas mudam com o tempo e podem pensar que seria tolice cantar sob noites enluaradas.
Mas os seresteiros sabiam: não era a lua em si. Era a celebração da amizade, do amor, em belas e antigas canções. Eles sabiam que um dia tudo aquilo passaria e, por isso, precisavam se encontrar. A lua era apenas um pretexto.
Que os novos amigos encontrem sempre um motivo para se reunir, para celebrar. A vida passa.
Hoje, depois de tanto tempo, me pergunto: “Os velhos, incansáveis seresteiros quase não paravam. O que será que tinha naquela água que Seu Júlio servia?
Imagem de Luisella Planeta LOVE PEACE 💛💙 por Pixabay
Um Dia de Desafios e Reflexões
O dia não estava bom…
O intestino me lembrou de sua existência, gritando e exigindo atenção, enquanto o estômago, enciumado, também queria um pouco de amor — e resolveu protestar.
Para completar, a otite resolveu me visitar justamente um dia após a vacina.
Meu pobre cérebro, sem muita paciência para administrar esses egos, decidiu medicar-se e, logo depois, entregou-se ao sono. Acordou com uma disposição imensa para ver o que estava acontecendo no mundo.
Decidiu me distrair nos portais de notícia, em busca de algo interessante que pudesse dar aquela moral. “Quem sabe uma boa notícia?”, pensou.
E assim, começou a aventura.
Entre Clickbaits e Ecossexualidade
Os sites traziam propostas nada interessantes: o antes e depois de um ator famoso ou os destaques de outro ator que se declara ecossexual (um termo que eu não conhecia).
“— Deve gostar da natureza…”, pensei, quase acertando.
Descobri que ecossexualidade é a fusão entre ambientalismo e sexualidade, focada no amor pelo planeta.
E não é que as piadinhas tolas da quinta série fizeram a festa na minha cabeça? Mas, convenhamos: a quem interessa esse assunto?
Resolvi esquecer as piadas e seguir em frente. Novos quadros falavam sobre biquínis de famosos, feitos de lã, crochê, fios de ouro, couro, cordas de guitarra, contrabaixo, ukulele… ou quase isso. Empolguei-me um pouco, admito.
“— Mas a quem interessa tudo isso?”, perguntei novamente.
Notícias Seriam Notícias?
A busca continuava. Lá estavam algumas tragédias perdidas entre um mar de futilidades:
“Corpo de criança de dois anos, desaparecida, é encontrado no Paraná.”
“CPI’s e CPMIs.”
“Mísseis da Coreia do Norte caem no Japão.”
“Grampo telefônico confirma participação de jogador brasileiro em estupro.”
“Ciclista cai em curva durante corrida e morre.”
“Congresso pressiona por mais recursos e cargos e reclama que o governo não sabe dialogar.”
Isso cansa!
“Seleção fará partida amistosa e usará uniforme preto contra o racismo.” Pensei: “Vão exibir aquela faixa: ‘Diga Não ao Racismo’ ou ‘Com Racismo Não Tem Jogo’ e, como sempre, não farão nada além disso.” Hipocrisia! Não consigo acreditar que haja algum interesse maior que dinheiro nessas instituições.
Meu cérebro, no entanto, me corrigiu: “O objetivo é distrair, não se estressar.”
E as notícias continuaram:
“Goleiro se machuca, será substituído.”
“Governo incentiva aumento na venda de carros” (com o meu salário, nem dá pra imaginar comprar um).
“Ciclones no Sul.”
“MC, cujo nome lembra os palhacinhos da infância, tem show cancelado novamente.”
“Modelo tem galinheiro com piscina, poleiro e iluminação.”
“Mudou a minha vida”, ironizou meu cérebro.
Um Mundo Complicado
Informações sérias e banais lutam pelo mesmo espaço, e eu me sinto cansado.
Clickbaits, anúncios sem sentido e muitas notícias que nem deveriam estar lá. Afinal, a palavra “notícia” vem do latim notitia, que significa algo que merece notoriedade.
“Informam, mas não acrescentam em nada. Não precisavam estar lá”, reclamou meu cérebro, já impaciente.
Mas os portais precisam sobreviver, e por isso as notícias sensacionalistas estão sempre de mãos dadas com algum anúncio.
Depois de perder meia hora buscando distrações, meu cérebro descobriu: dormir é um excelente remédio!
E no que ainda restava do dia, ele me entregou aos sonhos. Pois, nem sempre, viver é melhor que sonhar.
Às vezes nos encontramos em pensamentos perdidos, também conhecidos como lembranças. Pensamentos esses que nos levam a lugares distantes, tão distantes que nos remetem ao passado. E desse passado, memórias de momentos bons e ruins da vida (ruins porque certas lembranças doem, certas saudades doem, doem muito!).
Pelo menos é sempre assim comigo. Ainda mais quando se trata de momentos vividos, da infância. Até pequenas mensagens tocam fortemente no peito, e a sensação de aperto me traz quase sempre lágrimas nos olhos.
Parte de uma mensagem poética, da qual não conhecia o autor, mas conhecia a pessoa que com carinho me enviou por saber da minha sensibilidade a bons textos, diz assim:
“Como era belo esse tempo
De tão doces ilusões,
De tardes belas, amenas,
De noites sempre serenas,
De estrelas vivas e puras;
Quadra de riso e de flores
Em que eu sonhava venturas,
Em que eu cuidava de amores”.
(Casemiro de Abreu)
Quando deparei com a linda mensagem, minha mente retrocedeu, obrigou-me a percorrer por lugares vividos, e no espaço entre o meu peito, uma fenda se abriu, sugando a minha resistência de adulto e me aprisionou, fazendo com que sentisse como uma criança insegura, que carece do afago de mãe, aquela atenção que só o amor materno prestaria.
Dentre os caminhos em recordações percorridos, estive na primeira cidade do interior. Anteriormente, a minha família residia na capital e, por circunstâncias que desconhecia, nos mudamos. Imagine, na mente e visão infantil, a transferência de um lugar agitado para um lugar onde a viagem de mudança foi feita dentro de um trem de passageiros “que hoje raramente existe”, observando o movimento e o som da estrada de ferro, bem como as admiráveis paisagens naturais, os lugares passados, as novas denominações a cada parada, pois as paradas eram nas cidades onde tinham estações.
Alguns lugares até mesmo neblinavam e tornavam impossível observar além de alguns poucos metros. Ahhh!!!!… como era gostoso e ao mesmo tempo assustador! Expectativas causam euforia e medo!
Enfim, chegando ao novo destino, ‘cidade do interior’, tudo era novo. Novas visões de um novo lugar: estação, balaustrada, depósito de máquinas e vagões, caixa d’água com a sigla da rede ferroviária “LB-Leste Brasileira”. Até o ar, percebia-se, era diferente, mais suave, era saudável. Andorinhas e cardeais sobrevoavam, compartilhando com harmonia do mesmo espaço ao céu.
Adiantando alguns dias na nova morada, uma casa enorme, cheia de quartos, até mesmo no quintal ‘que era imenso!’, e também muitas árvores frutíferas.
E o rio?! Conheci até mesmo um rio, pois então só tinha noção realística do mar, água salgada. Não mudei da água para o vinho ‘literalmente’, mas mudei da água salgada para a água doce, as águas do Rio Itapicuru. E lá, às margens do rio, encontrava-se um lugar muito bem frequentado: a INGAZEIRA, área onde a população frequentava por ter árvores frondosas, que eram muito bem aproveitadas como trampolim.
Realmente, como era belo esse tempo, de tão doces ilusões, de tardes belas, amenas…
Ahhh!!!! Queimadas! De Salvador-Bahia, lugar agitado, onde não se confiava segurança aos filhos na rua, para Queimadas-Bahia, lugar onde o contato com a natureza lhe permitia até mesmo tirar leite de vacas (no meio da rua). Mas isso fará parte de uma próxima recordação.
Sempre a passeio pelas ruas da cidade, contemplando momentos de descontração e reduzindo obrigatoriamente a velocidade no trajeto urbano (devido aos quebra-molas), os pensamentos fluíam em uma concentração necessária. Talvez, assim, o estresse e a ansiedade diminuíssem, proporcionando àquela mente inquieta um pouco de alívio.
Porém, num certo dia, enquanto seguia o mesmo caminho, algo chamou a atenção. Uma cena, aparentemente familiar, repetia-se.
O senhor do tempo
No passeio de uma humilde residência, lá estava ele!
Um senhor que imediatamente capturou o olhar. Sentado com o olhar fixo no vazio do tempo, suas pernas cruzadas, jeans surrado, camisa de mangas compridas, sandálias Havaianas pretas e um relógio — talvez um Oriente — compunham sua figura serena.
Era perceptível que ele pertencia àquela humilde residência e ao mesmo tempo transcendia o lugar, perdido em pensamentos que só ele compreendia. A imobilidade daquele corpo contrastava com a intensidade de sua mente, que parecia viajar para lugares desconhecidos.
Seu semblante carregava o cansaço de um passado que provavelmente o marcara profundamente. A pele enrugada revelava o tempo vivido, enquanto a falta de expectativas no olhar sugeria que ele aceitara o ritmo lento e descompromissado dos dias. Era como se o senhor e o tempo compartilhassem o mesmo espaço vazio e sem pressa de avançar.
A companhia inesperada
Dias depois, em outro passeio pela cidade, o cenário se repetiu — mas com um detalhe novo e surpreendente.
Era um dia chuvoso, com chuviscos escorrendo pelo para-brisa. E lá estava ele novamente, sentado na mesma posição serena, como se nada pudesse perturbar sua paz.
Dessa vez, porém, havia um companheiro: um cão vira-lata de pelagem branca com manchas pretas — ou preta com manchas brancas, isso pouco importava. O que realmente fazia diferença era o vínculo entre o homem e o animal. Sob as gotas de chuva, enquanto o senhor olhava para o vazio do tempo, o cão deitava-se ao seu lado, compartilhando o momento de calma e silêncio.
Parecia que o homem, envolto em suas realidades internas, havia encontrado em seu fiel amigo uma presença que o conectava ao mundo exterior. Uma parceria simples, mas carregada de significado.
O que virá depois?
Certamente, ao passar novamente por aquela rua, a cena se repetirá: o senhor no mesmo lugar e talvez seu companheiro ao lado.
E, quem sabe, o observador ansioso e estressado tomará coragem para se aproximar, descobrir um pouco mais daquela mente que tanto despertou sua curiosidade, e aprender algo sobre a quietude que tanto busca.
Gilmar Chaves 21/05/2023
Gilmar Chaves, Professor, Poeta, Conselheiro e membro da formação inicial da Banda Experiência. A arte de observar e fazer parte da história.
“Ora (direis) ouvir estrelas! Certo Perdeste o senso!” E eu vos direi, no entanto, Que, para ouvi-las, muita vez desperto E abro as janelas, pálido de espanto…
E conversamos toda a noite, enquanto A via-láctea, como um pálio aberto, Cintila. E, ao vir do sol, saudoso e em pranto, Inda as procuro pelo céu deserto.
Direis agora: “Tresloucado amigo! Que conversas com elas? Que sentido Tem o que dizem, quando estão contigo?”
E eu vos direi: “Amai para entendê-las! Pois só quem ama pode ter ouvido Capaz de ouvir e de entender estrelas.”
(Poesias, Via-Láctea, 1888.)
Olavo Bilac
Comentando a poesia
Esse é um dos sonetos mais belos e conhecidos de Olavo Bilac, extraído do livro Via Láctea (1888).
Este soneto carrega a essência do Parnasianismo na forma impecável e no rigor métrico, mas também transborda lirismo e subjetividade, flertando com o Simbolismo.
Aqui, Bilac constrói uma metáfora poderosa sobre a sensibilidade e a capacidade de perceber a beleza e o mistério do universo.
O eu lírico enfrenta a incredulidade daqueles que não compreendem sua comunhão com as estrelas, representando a oposição entre razão e emoção, lógica e sentimento.
Ao que a resposta final—”Amai para entendê-las!”—é um convite à sensibilidade, sugerindo que só através do amor é possível captar o que é invisível aos olhos e inalcançável pelo intelecto frio.
Sim, essa ideia de que o amor é a chave para compreender o sublime é profundamente tocante.
O poema sugere que há mistérios no mundo—representados pelas estrelas—que a razão sozinha não pode desvendar. Só quem sente profundamente, quem ama, pode realmente “ouvir” e entender essas verdades mais sutis.
Melancolia e Solidão
Além disso, há algo de melancólico e solitário no eu lírico, que passa a noite em vigília, encantado com as estrelas, mas também enfrentando a incompreensão dos outros. Esse contraste entre a frieza da razão e o calor da emoção torna a mensagem ainda mais envolvente.
A superficialidade e a pressa da vida moderna tornam essa contemplação cada vez mais rara.
Parece haver uma desconexão entre o sentir e o viver, como se as pessoas estivessem sempre correndo atrás de algo—sucesso, status, prazer imediato—mas sem realmente se permitirem sentir com profundidade.
O amor, como Bilac sugere, não é apenas um impulso ou um desejo, mas uma forma de percepção. Ele nos dá um olhar mais sensível sobre o mundo, nos permite “ouvir estrelas”, ver a beleza onde outros veem apenas o banal.
Cabe a seguinte reflexão: “Será que ainda há espaço para esse tipo de sensibilidade no mundo de hoje? “
Olavo Bilac (Olavo Braz Martins dos Guimarães Bilac -1865-1918 ), foi um dos maiores poetas do Brasil, principal nome do parnasianismo, e um dos fundadores da Academia Brasileira de Letras, criou a cadeira nº. 15, que tem como patrono Gonçalves Dias. – Olavo Bilac | Academia Brasileira de Letras
Sua atuação não se restringiu à literatura, destacando-se também pelo forte engajamento cívico e político. Defensor do serviço militar obrigatório, escreveu a letra do Hino à Bandeira e fez oposição ferrenha ao governo de Floriano Peixoto, chegando a ser preso em 1891.
Desde jovem, Bilac mostrou talento para as letras. Ingressou na faculdade de Medicina por influência do pai, mas abandonou o curso para se dedicar ao jornalismo e à literatura. Trabalhou em diversos periódicos e publicou seu primeiro soneto, Sesta de Nero, em 1884, recebendo elogios de Artur Azevedo.
Wikipedia
Em 1907, foi eleito “Príncipe dos Poetas Brasileiros” pela revista Fon-Fon.
Frequentador de rodas literárias e boêmias no Rio de Janeiro, Bilac teve uma vida social intensa. Ocupou cargos públicos e dedicou-se à produção de poemas, crônicas, livros escolares e até textos publicitários.
Curiosidade: Em 1897, sofreu o primeiro acidente automobilístico registrado no Brasil.
Bilac viveu sozinho, após dois noivados desfeitos, e faleceu em 1918, vítima de edema pulmonar e insuficiência cardíaca. Sua influência no cenário literário e cívico é eterna, imortalizando-o como um dos grandes nomes da poesia brasileira.
Explicando o Parnasianismo
O parnasianismo foi uma escola literária surgida na França, no século XIX, como uma reação ao sentimentalismo e subjetividade do romantismo. Caracterizou-se pelo rigor formal, objetividade e busca da perfeição estética na poesia.
Os parnasianos valorizavam a métrica rígida, as rimas ricas e a linguagem refinada, muitas vezes explorando temas clássicos e mitológicos.
A poesia parnasiana enfatizava a arte pela arte, ou seja, o compromisso maior era com a estética, e não com emoções ou engajamentos sociais.
A solidão tem sido descrita como uma das mais graves epidemias do século XXI, além da depressão e obesidade.
Há uma crescente tendência a esse mal em muitos países do mundo. Isso tem se agravado depois da pandemia da COVID-19. O fato é que a solidão está relacionada a grandes males. Observe o destaque do site CENTRO INTERNACIONAL SOBRE O ENVELHECIMENTO):
“Está associado a baixa auto-estima, angústia, ansiedade e depressão.
Gera dor física: a alma dói e as reações cerebrais são desencadeadas nas mesmas regiões que são ativadas pela dor corporal.
Está associado à morte prematura e por vezes aumenta as hipóteses de morrer de um ataque cardíaco ou sofrer acidentes cardiovasculares e cerebrovasculares (AVC).
Provoca uma diminuição e enfraquecimento do sistema imunitário.
Está associado à aquisição de hábitos nocivos. Entre os mais comuns encontram-se o alcoolismo (que pode ser uma causa, uma consequência, ou ambas) e os distúrbios alimentares (que contribuem negativamente para tudo o resto).
Gera perceções curiosas (faz-nos sentir mais frios, ouvir ruídos…).
Gera sociopatia e atrofia capacidades de socialização, hábitos e capacidades relacionais.
Pode ser um precursor de doenças de tipo: diabetes e doenças do sistema endócrino, artrite, Alzheimer ou inflamações de todos os tipos. Como exemplo, há investigações que sugerem que as mulheres que estão e se sentem sozinhas têm até cinco vezes mais probabilidades de contrair cancro da mama do que as mulheres que são socializadas e/ou na família.
Perturbam o sono e influenciam o sistema nervoso: as pessoas solitárias têm níveis elevados de cortisol, em comparação com as pessoas socialmente ligadas.
Causa a pior eficácia dos tratamentos médicos, uma vez que a “adesão” da pessoa aos tratamentos medicamentosos desce a pique.” – A solidão: epidemia do século XXI | CENIE
O problema pode estar nos motivos por trás da solidão: timidez, depressão, ansiedade, síndrome do pânico – o menu é vasto.
Especialmente os jovens são vulneráveis à solidão.
O COMÉRCIO DA “AMIZADE”
Desde a pandemia, muitos jovens passaram a sentir os efeitos do estresse causado pelo longo período de isolamento e do uso de máscaras. A depressão, a falta de confiança, a vulnerabilidade e a carência afetiva têm sido bem comuns.( Pesquise o texto no post Redação Sobre Jovens deslocados, os efeitos do estresse sobre os jovens no século 21 | Carnaval de Redação)
E em meio a esta crise de saúde pública surgiu um novo e revolucionário produto: A Amizade líquida.
Isso mesmo, líquida em economia: Que pode ser convertida em dinheiro!
O comércio de amizades virtuais, sim – pagar para se ter amizade de alguém, agora é possível.
Influenciadores deste universo, que é a internet, fazendo o que sabem fazer, lucrar com tudo o que seja possível!
Mas, qual seria o valor de uma amizade nestes termos?
Trinta a Duzentos Reais Mensais de acordo com o plano, funciona ou menos assim: “Se você quiser ter o prazer de dizer que conhece o Influencer e que se comunica com o mesmo o plano pode ser o comum, o mais barato. Mas, no plano VIP você poderá dizer que o artista é seu (sua) amigo (a).
Se você não tem cartão de crédito, pode pedir aos seus pais…” – nas palavras de um influencer.
BAIXA AUTOESTIMA
É triste dizer que muitos jovens, solitários e sem amor próprio, abraçaram essa ideia, não percebem o valor que estão recebendo em troca quando precisam pagar para serem aceitos por alguém.
As mentes jovens não percebem o desprezo que recebem de tais influenciadoresdigitais. Não percebem a superficialidade de quem está ali, olhando apenas um produto rentável que se abre, se derrete, que não imaginando que quando as telas se apagam, ela deixa de existir.
Não percebem que eles valem tanto quanto pagam por suas amizades.
Mas, por que isso tem acontecido?
A pandemia e mesmo a tecnologia nos afastou das pessoas reais e os celulares se tornam melhores amigos; com isso apagam-se vizinhos, colegas de escola e companheiros de profissão. Pessoas a quem não se precisa pagar para se existir e podem ser muito mais interessantes em suas histórias e lições de vida.
– Reaprender a olhar nos olhos de quem existe é o verdadeiro desafio!
A baixa autoestima tem sido um problema a ser trabalhado, e a ajuda de pais, verdadeiros amigos e profissionais de saúde pode ser útil nesta difícil jornada de crescimento e amadurecimento.