Às vezes nos encontramos em pensamentos perdidos, também conhecidos como lembranças. Pensamentos esses que nos levam a lugares distantes, tão distantes que nos remetem ao passado. E desse passado, memórias de momentos bons e ruins da vida (ruins porque certas lembranças doem, certas saudades doem, doem muito!).
Pelo menos é sempre assim comigo. Ainda mais quando se trata de momentos vividos, da infância. Até pequenas mensagens tocam fortemente no peito, e a sensação de aperto me traz quase sempre lágrimas nos olhos.
Parte de uma mensagem poética, da qual não conhecia o autor, mas conhecia a pessoa que com carinho me enviou por saber da minha sensibilidade a bons textos, diz assim:
“Como era belo esse tempo
De tão doces ilusões,
De tardes belas, amenas,
De noites sempre serenas,
De estrelas vivas e puras;
Quadra de riso e de flores
Em que eu sonhava venturas,
Em que eu cuidava de amores”.
(Casemiro de Abreu)
Quando deparei com a linda mensagem, minha mente retrocedeu, obrigou-me a percorrer por lugares vividos, e no espaço entre o meu peito, uma fenda se abriu, sugando a minha resistência de adulto e me aprisionou, fazendo com que sentisse como uma criança insegura, que carece do afago de mãe, aquela atenção que só o amor materno prestaria.
Dentre os caminhos em recordações percorridos, estive na primeira cidade do interior. Anteriormente, a minha família residia na capital e, por circunstâncias que desconhecia, nos mudamos. Imagine, na mente e visão infantil, a transferência de um lugar agitado para um lugar onde a viagem de mudança foi feita dentro de um trem de passageiros “que hoje raramente existe”, observando o movimento e o som da estrada de ferro, bem como as admiráveis paisagens naturais, os lugares passados, as novas denominações a cada parada, pois as paradas eram nas cidades onde tinham estações.
Alguns lugares até mesmo neblinavam e tornavam impossível observar além de alguns poucos metros. Ahhh!!!!… como era gostoso e ao mesmo tempo assustador! Expectativas causam euforia e medo!
Enfim, chegando ao novo destino, ‘cidade do interior’, tudo era novo. Novas visões de um novo lugar: estação, balaustrada, depósito de máquinas e vagões, caixa d’água com a sigla da rede ferroviária “LB-Leste Brasileira”. Até o ar, percebia-se, era diferente, mais suave, era saudável. Andorinhas e cardeais sobrevoavam, compartilhando com harmonia do mesmo espaço ao céu.
Adiantando alguns dias na nova morada, uma casa enorme, cheia de quartos, até mesmo no quintal ‘que era imenso!’, e também muitas árvores frutíferas.
E o rio?! Conheci até mesmo um rio, pois então só tinha noção realística do mar, água salgada. Não mudei da água para o vinho ‘literalmente’, mas mudei da água salgada para a água doce, as águas do Rio Itapicuru. E lá, às margens do rio, encontrava-se um lugar muito bem frequentado: a INGAZEIRA, área onde a população frequentava por ter árvores frondosas, que eram muito bem aproveitadas como trampolim.
Realmente, como era belo esse tempo, de tão doces ilusões, de tardes belas, amenas…
Ahhh!!!! Queimadas! De Salvador-Bahia, lugar agitado, onde não se confiava segurança aos filhos na rua, para Queimadas-Bahia, lugar onde o contato com a natureza lhe permitia até mesmo tirar leite de vacas (no meio da rua). Mas isso fará parte de uma próxima recordação.
Sempre a passeio pelas ruas da cidade, contemplando momentos de descontração e reduzindo obrigatoriamente a velocidade no trajeto urbano (devido aos quebra-molas), os pensamentos fluíam em uma concentração necessária. Talvez, assim, o estresse e a ansiedade diminuíssem, proporcionando àquela mente inquieta um pouco de alívio.
Porém, num certo dia, enquanto seguia o mesmo caminho, algo chamou a atenção. Uma cena, aparentemente familiar, repetia-se.
O senhor do tempo
No passeio de uma humilde residência, lá estava ele!
Um senhor que imediatamente capturou o olhar. Sentado com o olhar fixo no vazio do tempo, suas pernas cruzadas, jeans surrado, camisa de mangas compridas, sandálias Havaianas pretas e um relógio — talvez um Oriente — compunham sua figura serena.
Era perceptível que ele pertencia àquela humilde residência e ao mesmo tempo transcendia o lugar, perdido em pensamentos que só ele compreendia. A imobilidade daquele corpo contrastava com a intensidade de sua mente, que parecia viajar para lugares desconhecidos.
Seu semblante carregava o cansaço de um passado que provavelmente o marcara profundamente. A pele enrugada revelava o tempo vivido, enquanto a falta de expectativas no olhar sugeria que ele aceitara o ritmo lento e descompromissado dos dias. Era como se o senhor e o tempo compartilhassem o mesmo espaço vazio e sem pressa de avançar.
A companhia inesperada
Dias depois, em outro passeio pela cidade, o cenário se repetiu — mas com um detalhe novo e surpreendente.
Era um dia chuvoso, com chuviscos escorrendo pelo para-brisa. E lá estava ele novamente, sentado na mesma posição serena, como se nada pudesse perturbar sua paz.
Dessa vez, porém, havia um companheiro: um cão vira-lata de pelagem branca com manchas pretas — ou preta com manchas brancas, isso pouco importava. O que realmente fazia diferença era o vínculo entre o homem e o animal. Sob as gotas de chuva, enquanto o senhor olhava para o vazio do tempo, o cão deitava-se ao seu lado, compartilhando o momento de calma e silêncio.
Parecia que o homem, envolto em suas realidades internas, havia encontrado em seu fiel amigo uma presença que o conectava ao mundo exterior. Uma parceria simples, mas carregada de significado.
O que virá depois?
Certamente, ao passar novamente por aquela rua, a cena se repetirá: o senhor no mesmo lugar e talvez seu companheiro ao lado.
E, quem sabe, o observador ansioso e estressado tomará coragem para se aproximar, descobrir um pouco mais daquela mente que tanto despertou sua curiosidade, e aprender algo sobre a quietude que tanto busca.
Gilmar Chaves 21/05/2023
Gilmar Chaves, Professor, Poeta, Conselheiro e membro da formação inicial da Banda Experiência. A arte de observar e fazer parte da história.
“Ora (direis) ouvir estrelas! Certo Perdeste o senso!” E eu vos direi, no entanto, Que, para ouvi-las, muita vez desperto E abro as janelas, pálido de espanto…
E conversamos toda a noite, enquanto A via-láctea, como um pálio aberto, Cintila. E, ao vir do sol, saudoso e em pranto, Inda as procuro pelo céu deserto.
Direis agora: “Tresloucado amigo! Que conversas com elas? Que sentido Tem o que dizem, quando estão contigo?”
E eu vos direi: “Amai para entendê-las! Pois só quem ama pode ter ouvido Capaz de ouvir e de entender estrelas.”
Olavo Bilac (Olavo Braz Martins dos Guimarães Bilac), jornalista, poeta, inspetor de ensino, nasceu no Rio de Janeiro, RJ, em 16 de dezembro de 1865, e faleceu, na mesma cidade, em 28 de dezembro de 1918. Um dos fundadores da Academia Brasileira de Letras, criou a cadeira nº. 15, que tem como patrono Gonçalves Dias. – Olavo Bilac | Academia Brasileira de Letras
A solidão tem sido descrita como uma das mais graves epidemias do século XXI, além da depressão e obesidade.
Há uma crescente tendência a esse mal em muitos países do mundo. Isso tem se agravado depois da pandemia da COVID-19. O fato é que a solidão está relacionada a grandes males. Observe o destaque do site CENTRO INTERNACIONAL SOBRE O ENVELHECIMENTO):
“Está associado a baixa auto-estima, angústia, ansiedade e depressão.
Gera dor física: a alma dói e as reações cerebrais são desencadeadas nas mesmas regiões que são ativadas pela dor corporal.
Está associado à morte prematura e por vezes aumenta as hipóteses de morrer de um ataque cardíaco ou sofrer acidentes cardiovasculares e cerebrovasculares (AVC).
Provoca uma diminuição e enfraquecimento do sistema imunitário.
Está associado à aquisição de hábitos nocivos. Entre os mais comuns encontram-se o alcoolismo (que pode ser uma causa, uma consequência, ou ambas) e os distúrbios alimentares (que contribuem negativamente para tudo o resto).
Gera perceções curiosas (faz-nos sentir mais frios, ouvir ruídos…).
Gera sociopatia e atrofia capacidades de socialização, hábitos e capacidades relacionais.
Pode ser um precursor de doenças de tipo: diabetes e doenças do sistema endócrino, artrite, Alzheimer ou inflamações de todos os tipos. Como exemplo, há investigações que sugerem que as mulheres que estão e se sentem sozinhas têm até cinco vezes mais probabilidades de contrair cancro da mama do que as mulheres que são socializadas e/ou na família.
Perturbam o sono e influenciam o sistema nervoso: as pessoas solitárias têm níveis elevados de cortisol, em comparação com as pessoas socialmente ligadas.
Causa a pior eficácia dos tratamentos médicos, uma vez que a “adesão” da pessoa aos tratamentos medicamentosos desce a pique.” – A solidão: epidemia do século XXI | CENIE
O problema pode estar nos motivos por trás da solidão: timidez, depressão, ansiedade, síndrome do pânico – o menu é vasto.
Especialmente os jovens são vulneráveis à solidão.
O COMÉRCIO DA “AMIZADE”
Desde a pandemia, muitos jovens passaram a sentir os efeitos do estresse causado pelo longo período de isolamento e do uso de máscaras. A depressão, a falta de confiança, a vulnerabilidade e a carência afetiva têm sido bem comuns.( Pesquise o texto no post Redação Sobre Jovens deslocados, os efeitos do estresse sobre os jovens no século 21 | Carnaval de Redação)
E em meio a esta crise de saúde pública surgiu um novo e revolucionário produto: A Amizade líquida.
Isso mesmo, líquida em economia: Que pode ser convertida em dinheiro!
O comércio de amizades virtuais, sim – pagar para se ter amizade de alguém, agora é possível.
Influenciadores deste universo, que é a internet, fazendo o que sabem fazer, lucrar com tudo o que seja possível!
Mas, qual seria o valor de uma amizade nestes termos?
Trinta a Duzentos Reais Mensais de acordo com o plano, funciona ou menos assim: “Se você quiser ter o prazer de dizer que conhece o Influencer e que se comunica com o mesmo o plano pode ser o comum, o mais barato. Mas, no plano VIP você poderá dizer que o artista é seu (sua) amigo (a).
Se você não tem cartão de crédito, pode pedir aos seus pais…” – nas palavras de um influencer.
BAIXA AUTOESTIMA
É triste dizer que muitos jovens, solitários e sem amor próprio, abraçaram essa ideia, não percebem o valor que estão recebendo em troca quando precisam pagar para serem aceitos por alguém.
As mentes jovens não percebem o desprezo que recebem de tais influenciadoresdigitais. Não percebem a superficialidade de quem está ali, olhando apenas um produto rentável que se abre, se derrete, que não imaginando que quando as telas se apagam, ela deixa de existir.
Não percebem que eles valem tanto quanto pagam por suas amizades.
Mas, por que isso tem acontecido?
A pandemia e mesmo a tecnologia nos afastou das pessoas reais e os celulares se tornam melhores amigos; com isso apagam-se vizinhos, colegas de escola e companheiros de profissão. Pessoas a quem não se precisa pagar para se existir e podem ser muito mais interessantes em suas histórias e lições de vida.
– Reaprender a olhar nos olhos de quem existe é o verdadeiro desafio!
A baixa autoestima tem sido um problema a ser trabalhado, e a ajuda de pais, verdadeiros amigos e profissionais de saúde pode ser útil nesta difícil jornada de crescimento e amadurecimento.
O conteúdo a seguir apresenta um resumo das pesquisas acerca das guerras e seus impactos na economia mundial e, sobretudo, na vida dos que sobrevivem.
Encorajamos os leitores a realizar uma investigação mais aprofundada utilizando os materiais e links mencionados.
O site Jeito de Ver (Jeitodever.com) defende aquilo que foi expresso nas palavras do pensador, que disse uma certa vez: “Não importam os motivos da guerra, a paz é mais importante que eles.” – John Lennon.
Guerras em andamento
“Além da Guerra na Ucrânia: 7 conflitos sangrentos que ocorrem hoje no mundo” – BBC News Brasil.
O século XX foi marcado por duas guerras mundiais. O site sohistoria.com.br lista as guerras e os respectivos anos – Guerras e Conflitos – Século XX – Só História.
O mesmo site lista os principais conflitos do século XXI – Guerras e Conflitos – Século XXI – Só História. Um desses conflitos, a Guerra do Iraque, foi justificada pela alegação de que o ditador iraquiano Saddam Hussein estava desenvolvendo armas de destruição em massa.
A Guerra do Iraque terminou, o ditador iraquiano foi executado, deixando para trás um legado de destruição, pobreza, ataques terroristas e um país vulnerável a radicais.
De acordo com alguns analistas, o governo dos EUA tinha outras intenções com a ocupação, pois não haviam armas de destruição em massa.
Segundo eles, foram criados vários acordos financeiros para assegurar o controle americano sobre as reservas de petróleo do país.
Mais de cinco anos após a invasão, o Iraque ainda enfrenta sérios problemas de infraestrutura que se agravaram após a guerra.” – História do Mundo.
Os impactos das guerras na humanidade
Ao analisar as guerras, nota-se que, segundo o Brasil Escola, os conflitos do século XX foram responsáveis pela morte de aproximadamente 95 milhões de pessoas globalmente.
A Primeira Guerra Mundial resultou em 15 a 20 milhões de mortes, enquanto a Segunda Guerra Mundial ocasionou 60 a 70 milhões de fatalidades.
Os números são insensíveis ao relatar os milhões que pereceram ou que ainda estão em perigo nos conflitos ao redor do mundo.
Eles não capturam o sofrimento das famílias que perderam entes queridos.
Contudo, permanece uma indagação: qual é o valor da vida de cada indivíduo sacrificado nas guerras? Quem realmente se beneficia com os conflitos?
Quem se beneficia com os conflitos
É intrigante observar que, atualmente, os fabricantes de armamentos estão intensamente comercializando armas ofensivas e defensivas para russos e ucranianos.
A potencial adesão da Ucrânia à OTAN foi vista como uma ameaça e um desafio pela Rússia, o que alguns consideram como a raiz do conflito atual.
“As razões deste conflito, se é que alguma justificativa é válida para uma morte, são detalhadas na seguinte matéria: A possível entrada da Ucrânia na OTAN, a crise na Crimeia e na região de Donbass são fundamentais para entender a guerra entre Rússia e Ucrânia, que começou em 2022.” – Brasil Escola.
“A indústria armamentista tem lucrado significativamente com a Guerra na Ucrânia, mais de um ano após a invasão russa, segundo reportagem da Folha de S.Paulo. As dez maiores empresas de armamentos e munições dos Estados Unidos e Europa registraram um aumento médio de 7,5% no último trimestre de 2022.” – Brasil 247.
Quando nações fornecem armamentos para países em conflito, raramente o fazem por motivos altruístas. É um fato que a maioria dos países investe mais em indústria bélica (defesa) do que em educação, saúde e combate à fome.
Esse preço…
Inúmeras guerras começaram e terminaram, mas deixaram como consequência pessoas com estresse pós-traumático, mutilações e um aumento nos casos de suicídios e homicídios.
Não existe um país vencedor! Somente a indústria armamentista se beneficia.
Um pouco mais de história (mantenha-se acordado!)
Durante a Guerra do Vietnã, um conflito entre socialistas e capitalistas, o governo do Vietnã do Norte expressou o desejo de reunificar o país e incentivou a Frente Nacionalista de Libertação do Vietnã do Sul.
Para decidir a unificação, um plebiscito estava previsto para 1956, com expectativas de vitória comunista. Contudo, em 1955, o primeiro-ministro Ngo Dinh Diem, com apoio dos EUA, realizou um golpe militar, desencadeando uma guerra civil.
Em 1959, forças do Vietnã do Norte atacaram uma base dos EUA no Vietnã do Sul, e em 1963, Diem foi assassinado.
Após o ataque, o presidente John Kennedy começou a enviar tropas americanas, apesar das hesitações dos EUA em se envolver após a Revolução Cubana.
Em 1964, um incidente forjado no Golfo de Tonkin pelo serviço secreto americano levou o presidente Lyndon Johnson a enviar 500.000 soldados para o Vietnã, mesmo sem aprovação do Congresso.
Em números:
Vítimas mortais:
4 milhões de vietnamitas,
2 milhões de cambojanos e laocianos,
mais de 60 mil soldados norte-americanos.
Calcula-se que 2 milhões de vietnamitas fugiram para outros países.
Nesta campanha, mais de 3 milhões de militares estadunidenses serviram no Vietnã. Estima-se que a ação militar custou mais de 123 bilhões de dólares, entre custos da guerra e investimentos no Vietnã do Sul – Toda Matéria.
A Guerra do Vietnã recebeu ampla cobertura dos meios de comunicação, que divulgaram mundialmente barbaridades como ataques com agentes químicos, encarceramento em campos de concentração e o massacre indiscriminado de civis.
Nos Estados Unidos, o retorno de soldados mutilados e traumatizados intensificava a percepção negativa da opinião pública sobre o conflito. Manifestações pacifistas tomaram as ruas dos EUA e de outros lugares do mundo, pressionando pelo fim dos conflitos e pela retirada das tropas.
A Guerra e o “Filho de Sorte”
Nick Ut World Photography Day
Nos Estados Unidos, o retorno de soldados mutilados e traumatizados intensificava ainda mais a percepção negativa da opinião pública sobre o conflito.
Assim, as manifestações pacifistas tomaram as ruas dos EUA e de outros lugares do mundo. Com protestos, multidões pressionavam pelo fim dos conflitos e pela retirada das tropas. – Guerra do Vietnã: resumo, motivos e participantes (Toda Matéria).
Neste contexto, em 1968, John Fogerty, da banda Creedence Clearwater Revival, compôs uma obra-prima do rock ‘n’ roll em apenas 20 minutos: a canção “Fortunate Son” (Filho de Sorte, em tradução livre). A música critica como alguns nascidos em situações privilegiadas, filhos de políticos e pessoas influentes, não precisam enfrentar os horrores da guerra.
“Era 1968, no auge da Guerra do Vietnã. Movido por sentimentos de raiva e indignação, surgiu um movimento: o movimento hippie.
Jovens criticavam o governo e as políticas que os forçavam a lutar em uma guerra que não era pelo seu próprio país. A música ‘Fortunate Son’ nasceu nesse contexto.”
John Fogerty estava furioso por ser obrigado a se alistar na guerra, enquanto aqueles que a promoviam não enfrentariam o mesmo destino. C
omposta em 20 minutos e parte do álbum Willy and the Poor Boys (1969), Fortunate Son é considerada uma das maiores músicas do movimento anti-guerra. – Monomaníacos.
Sim, os filhos desafortunados recebem no peito uma medalha, quando não uma bala ou uma placa hipócrita de elogios à sua bravura.
O artigo a seguir aborda de maneira superficial o fenômeno da idolatria a determinados artistas. Os artigos relacionados adicionam profundidade e estão disponíveis para consulta para ampliar o conhecimento. O site Jeito de Ver faz essa recomendação.
Um grupo de K-POP tinha um show agendado para o dia 25 de maio de 2018, no Allianz Park. Não era o BTS (o grupo mais famoso do estilo), mas os fãs aguardavam ansiosamente a apresentação, com uma antecedência razoável de 90 dias, acampando nas cercanias do local. Os repórteres talvez se perguntassem: “De onde vem esse povo? Onde vivem? Do que se alimentam? Tomam banho?” – O fato é que os fãs não medem esforços para estar perto dos seus ídolos.
Curioso é que, frequentemente, a histeria não vem da música em si, mas do efeito manada, onde o importante é seguir a tendência. Muitos jovens buscam fazer parte de um grupo para evitar se sentirem excluídos ou diferentes.
É sabido que muitas fãs dos Beatles – e olha que eles tinham belas músicas – costumavam ir aos shows apenas para ver os meninos de Liverpool e ter o prazer de se descabelar, espernear – e, se desse tempo, desmaiar um pouquinho – pois ninguém é de ferro!
Durante o célebre concerto no Shea Stadium em 1965, os membros da banda relataram que a histeria foi tão intensa que não conseguiam ouvir-se no palco. Esse foi o primeiro concerto de rock and roll realizado em um estádio ao ar livre.
Contudo, aguardar por um grupo durante tanto tempo para, talvez, obter um minuto de atenção ou desabafar emoções reprimidas durante a breve apresentação do grupo – não é a maior excentricidade de um fã.
Por exemplo, um admirador tatuou a imagem e o nome de sua artista predileta em seu corpo.
Outro fã invadiu o apartamento de sua cantora preferida, que por sorte não se encontrava em casa.
Em 2023, milhares de fãs reuniram-se em condições quase insalubres para um concerto da mesma cantora. O calor extremo, a comoção e a proibição de levar água própria contribuíram (ou resultaram) em uma parada cardiorrespiratória em uma das fãs, que faleceu durante o espetáculo.
No mesmo evento, jovens submeteram-se à humilhação de usar fraldas geriátricas para manterem-se em suas posições diante do palco.
CONSEQUÊNCIAS PIORES
Infelizmente, o amor de um fã pode tornar-se doentio, e o sentimento de posse o leva a fazer mais do que as loucuras mencionadas acima. Alguns chegaram a matar seus ídolos.
O ex-beatle John Lennon foi assassinado no dia 8 de dezembro de 1980, aos 40 anos, quando voltava para o seu apartamento, no edifício Dakota, em Nova York. O assassino, Mark David Chapman, era fã dos Beatles e atirou cinco vezes pelas costas com um revólver calibre 38. Quatro tiros acertaram Lennon, que morreu no hospital. O assassino ficou no local segurando o livro ‘O Apanhador no Campo de Centeio’, de J. D. Salinger. O assassino foi preso e condenado à prisão perpétua, onde está até hoje
O QUE LEVA ALGUÉM AO FANATISMO?
Inicialmente, existe um esforço de marketing; empresários despendem grandes somas em dinheiro para moldar a imagem pública de um cantor, que será exibido em diversos programas, recebendo elogios de apresentadores (que são pagos para isso!) e terá o investimento em sua imagem recompensado assim que o público aderir à ideia promovida.
Quanto mais um artista é visto em programas de televisão ou vídeos patrocinados em plataformas digitais, mais as pessoas se habituam à sua presença, tornando-o parte do inconsciente coletivo.
Um segundo aspecto é abordado no site A Mente Maravilhosa; um artigo notável afirma:
“Os ídolos simbolizam tudo aquilo que se deseja ser ou possuir. Assim, o fenômeno do fã é mais frequente entre adolescentes, que estão em fase de construção de identidade e em busca de referências para tal. Com essa identificação, surge também um processo de empatia.”
A palavra ‘fã’ origina-se de ‘fanatismo’, do latim ‘fanaticus’, que denota devoção ou fanatismo.
“Segundo a psicóloga Celise, tanto o amor quanto a idolatria podem caracterizar o sentimento de um fã. A diferença reside na maneira como essa admiração é vivenciada. É comum que as pessoas elejam modelos a seguir, não só na música, mas também entre escritores, atores ou, conforme menciona Celise, youtubers.”
O entusiasmo de um fã pode, ocasionalmente, ofuscar sua percepção sobre a qualidade musical do artista.
Portanto, um dos primeiros passos na carreira é angariar fãs.
Muitos artistas, após se estabelecerem e acumularem riquezas, começam a desvalorizar seus fãs.
Eles são como as pedras que pavimentam o caminho para o sucesso e fortuna dos artistas, que frequentemente simulam apreciar a devoção de seus seguidores.
Esse princípio também se aplica aos fãs de certos influenciadores, que não oferecem conteúdo substancial, apenas imagens, corpos e vozes fabricadas.
Contudo, devido à falta de amor, autoestima e ao desejo de pertencer a um grupo, muitos vivem um amor platônico eterno por imagens idealizadas.
Os policiais olhavam perplexos…
Não havia nenhum trabalhador protestando contra a reforma da previdência,
como atirar?
Não havia professores a pedir melhoras salariais
e um tratamento digno,
o que fazer?
Não havia alunos protestando contra a farinata,
a ração para alunos…
como usar a força necessária?
Não havia ninguém pedindo reforma agrária,
nem Herzogs, Jobins,
ou estudantes de medicina lutando por liberdade e dignidade.
Então, como agir?
O que se via era cidadãos de bem
dispostos a destruir tudo o que vissem pela frente…
Tudo o que, a duras penas,
fora construído com luta e impostos.
Dispostos a rasgar leis,
destruir obras de arte
e até mesmo roubar portas.
Eram cidadãos de bem,
desrespeitando aquilo que os humanos civilizados
lutaram por um dia, de 21 anos.
Poucos policiais tentaram cumprir suas missões,
mas foram derrubados de suas montarias
e talvez espancados.
E os outros, o que poderiam fazer,
se eram homens de bem?
E o exército levantou sua voz:
“Não serão presos, são pessoas de bem!”
E no oitavo dia,
passei a temer as pessoas de bem.
Contrário ao que muitos ainda podem pensar, a depressão não é uma fraqueza pessoal, mas sim uma doença.
Considerada o mal do século, essa enfermidade afeta cerca de 350 milhões de pessoas em todo o mundo, causando impactos significativos nas atividades diárias daqueles que a enfrentam (Fonte: Depressão: saiba mais sobre o mal do século XXI (apsen.com.br)).
Como a Depressão Afeta as Pessoas?
O transtorno depressivo maior pode impactar a vida em diversos aspectos. Os sintomas podem variar, incluindo ansiedade, apatia, desesperança, perda de interesse ou prazer em atividades, falta de concentração, solidão, tristeza, entre outros. Vale ressaltar que a presença de alguns desses sintomas não necessariamente indica a presença da depressão. Um diagnóstico médico é fundamental.
Sintomas e Prejuízos Associados à Depressão
Os prejuízos associados à doença estão intimamente ligados à presença dos sintomas depressivos. Esses sintomas podem afetar diretamente a forma como o indivíduo se relaciona com os outros, fragilizando seus vínculos sociais e comprometendo o engajamento em tarefas essenciais do dia a dia. Isso pode levar a hábitos de vida menos saudáveis, aumentando a vulnerabilidade a outras doenças (Fonte: Depressão: saiba mais sobre o mal do século XXI (apsen.com.br)).
Como Lidar com a Depressão
É crucial compreender que a depressão é uma doença e, portanto, deve ser tratada como tal. Ao lidar com pessoas deprimidas, evitar comentários superficiais e oferecer suporte real é essencial. (Fonte: medley.com.br)
Ouvir e Acolher: Prestar atenção ao que a pessoa tem a dizer, sem desmerecer sua condição, é fundamental. Oferecer suporte com empatia e sem julgamentos é uma das melhores formas de ajudar.
Buscar Ajuda Profissional: Estimular a procura por um profissional de saúde é crucial. Acompanhar e oferecer suporte nesse processo pode ser um passo importante.
Desencorajar o Uso de Álcool e Drogas: Evitar estimular o consumo de substâncias que podem agravar o quadro depressivo.
Incentivar a Atividade Física: A prática de exercícios físicos pode auxiliar no tratamento da depressão, melhorando o humor e a qualidade de vida.
Promover a Socialização: Estimular a pessoa em tratamento a socializar-se gradualmente, apoiando-a nesse processo.
Reforçar a Importância do Tratamento: Transmitir que a depressão é tratável, mesmo que inicialmente pareça desafiadora.
Não Ignorar Comentários Suicidas: Levar a sério e encorajar a busca por ajuda profissional imediata diante de quaisquer indícios de pensamentos suicidas.
A depressão não é uma fraqueza nem “vitimismo”. Trata-se de uma doença séria que requer cuidados especializados (Fonte: Jeito de Ver).
É altamente recomendável a leitura completa dos artigos citados nos links fornecidos. Essas fontes oferecem informações detalhadas e cruciais sobre a depressão, uma doença que merece ser compreendida e tratada com seriedade.