E quando as coisas não dão certo…

A bela imagem de um pianista e o piano. Um texto sobre a persistência.

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Viver é mais que uma arte e a arte de viver nem sempre é fácil.

Seria comparável ao músico que dedicou sua vida preparando-se para aquilo que seria o seu mais importante recital e que na hora “H” é traído pela ansiedade. que não o deixa enxergar as linhas na partitura.

É como se as notas parecessem dançar, mudar constantemente de posição na pauta.

Traído pelas emoções do momento, vê as notas perderem sentimento e intensidade.

Enquanto isso a plateia triste, observa apreensiva, enquanto ele… sente o medo de errar pela segunda vez.

E o medo o paralisa…

O medo pode nos paralisar..

Mas, como em toda a arte, viver exige perseverança, como a de um músico que não pensa em desistir.

Exige uma ação em cada oportunidade, uma reação a cada erro.

Exige a coragem de se levantar depois do tombo e de rir depois da vergonha.

Exige a humildade de ver outros cruzarem a ponte enquanto não é a sua vez.

Exige traçar rabiscos, antes de completar o quadro.

E se os rabiscos, não estiverem certos…apagá-los e começar tudo, novamente.

Exige-se reler a partitura, sim, decorar a folha inteira, se necessário.

Repeti-la um milhão de vezes, até que todas as notas estejam nos tempos e lugares certos.

Para depois desse esforço maior, sentir uma alegria multiplicada por cada segundo que se planejou acertar.

Viver, é sim, mais que uma arte.

Leia mais Viver Plenamente o Presente ‣ Jeito de ver

Esse bonde chamado tempo ( Hora de partir )

Um bonde. Em um texto comovente e inspirador.

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Lamento dizer…

mas o bonde está passando.

Você talvez não se lembre,

mas quando você apareceu por aqui, você chorava.

Não estranhe, por favor,

todos os que pegam a próxima parada

também saem chorando

Enquanto outros ficam a chorar também,

olhando pela janela

os que descem.

Com o tempo você vai entender

que você perdeu uma boa parte da viagem

mas o bom é que a sua viagem começa aqui.

Você conhecerá um monte de gente

boa e má

pois muitos se conheceram nessa linha,

aqui se apaixonaram, amaram, se decepcionaram, amaram novamente

tiveram filhos, construíram uma história

Outros decidiram viajar sozinhos…

e foram felizes, mesmo assim.

Alguns abraçaram

o que outros deixaram partir

Alguns desistiram da viagem no meio do caminho

Outros foram obrigados a sair…

quando isso aconteceu

infelizmente, eu não pude parar.

Esse bonde corre em apenas uma direção

Não para, nem pode voltar.

Você às vezes terá pressa

noutras, você vai querer que o bonde ande bem devagarinho.

Ficará chateado e desapontado uma porção de vezes

noutras, você você vai esquecer estes momentos,

destes acidentes de percurso…

Talvez você veja até mesmo o amor de sua vida

descer no meio do caminho…

ou mudar de assento.

Isso pode acontecer

Mas, não desanime,

o amor sempre acontece nesta viagem

Não deixe que os desastres do caminho te façam desistir de amar

de ser feliz…

A viagem é única… aproveite!

aproveite as experiências

as companhias

o trajeto

Viva a estrada…

Pois,

lamento te dizer, uma hora

você também terá que abandonar a este bonde

E que outros assim como você, entrarão chorando…

os que te amam, ou te odeiam, te verão apenas pelas janelas

e delas chorarão.

E você não saberá, nem mesmo lembrará

desta viagem apressada

assim como não lembra como entrou aqui

Neste bonde

implacável

chamado tempo.

Gilson Cruz

Veja mais em: Presos ( Onde está a tua liberdade?) – Jeito de ver.

O que é a música “brega”? – História

Um disco na vitrola. O que é a música brega e qual a sua importância da música brega na MPB?

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Explicando música brega

O Termo “Brega”, para se referir a certas músicas, tornou-se popular na década de 1970, ganhou força nas décadas de 1980 e 1990 e é, hoje, um estilo musical no Pará.

Mas, calma… as coisas não são tão simples assim…

Um pouco de história.

Das décadas de 1940 a 1960, na era de ouro do Rádio, as canções mais populares eram as românticas. As interpretações transmitiam o sentimento por trás das letras nas melodias românticas e o drama em letras bem tristes (é verdade que às vezes, até exageravam um pouquinho no modo de expressar – “Tornei-me um ébrio”, Vicente Celestino é um excelente exemplo de interpretação dramática!).

Você consegue imaginar a dor imposta por Silvinho ao cantar: “Essa noite eu queria que o mundo acabasse, e para o inferno o Senhor me mandasse, para pagar todos os pecados meus...”(?)

Ou o Orlando Silva ” Tu és a criatura mais linda que meus olhos já viram, tu tens a boca mais linda, qua a minha boca beijou…” (?)

Influências…

O estilo de canto nas décadas anteriores eram influenciados pelo modo de cantar italiano e de países latinos, quanto aos arranjos musicais orquestrais eram também simples, as letras eram bem trabalhadas, lindas, poéticas.

Por fim, na década de 1960, o aparecimento de novos estilos como o Rock’n roll, Bossa Nova e a Tropicália (já quase no fim da década) despertou o desejo de partir para novas experiências.

E então, os jovens de classe média e alta passaram a se referir às canções e ao a estilo dos cantores das décadas passadas como sendo cafonas (que vem do italiano cafone, que significa camponês, indivíduo rude, estúpido), que significa de “péssimo gosto, sem elegância, espalhafatoso”.

A moda agora era a bossa nova, com arranjos marcados pela dissonância dos acordes, num estilo que soava semelhante a uma mistura do samba nacional desacelerado com o jazz americano.

As canções que não se ajustavam aos sofisticados novos arranjos não eram aceitas por essa “nova elite” como sendo música de qualidade.

Surge a MPB

Enfim, com a chegada da Tropicália, que fundia as influências regionais com o Rock, o declínio do Iê-iê-iê (conhecido hoje como Jovem Guarda) e da Bossa Nova, a música brasileira ganhava agora uma marca pela qual é conhecida até hoje: MPB.

MPB, Música Popular Brasileira, é o termo que define canções com arranjos melódicos um tanto mais complexos e letras bem trabalhadas.

A “elite” amava a MPB (alguns militares nas décadas de 1960 e 1970 não, mas isto é outra história! – Pra não dizer que não falei de flores…) e olhava a música mais popular com um certo desprezo.

Canções com arranjos simples, que falavam de amor de modo simples, canções engraçadas ou que não se ajustassem a determinados gostos perderam a alcunha de “Cafonas” e passaram a ser chamadas “Bregas”.

Mas, por que Brega?

A origem da palavra Brega é controversa, uma das explicações é que ela é derivada de Chumbrega que significa “de má qualidade, ordinário, reles”.

Sentiu um pouco do preconceito? – Pois era isso mesmo!

Mas eram essas canções que vendiam MUITO!

As grandes gravadoras mantinham, às vezes, dois selos, como a Polygram, que tinha a Polydor. Enquanto um selo era responsável pelas gravações de cantores da chamada MPB a outra era especializada em gravar músicas mais comerciais.

O interessante da história é que os chamados cantores bregas vendiam muito mais que os cantores MPB e as gravadoras sabiamente usavam o lucro dessas vendas para produzir novas obras de arte, de cantores de vendagens menos expressivas.

A palavra brega como adjetivo é usada de modo depreciativo, mas quando usada como substantivo designa um ritmo paraense que tem influências nas músicas caribenhas, na lambada e na jovem guarda.

Resumo: O que ficou conhecido pelo nome Música brega não é um estilo ou um ritmo.

A música brega é na verdade um conjunto de canções populares, com arrranjos simples, que falam de amor de forma simples e que tratam da realidade de pessoas comuns. Por isso são canções bem comerciais.

Canções diferentes – como as canções devem ser

Uma questão pessoal

E quando se trata de gostar… quem se atreve a dizer o que os outros devem gostar?

Podem influenciar para o bem ou para o mal, é verdade, mas a decisão será sempre pessoal.

Música é música.

– Você pode gostar ou não. Ouvir ou não!

E como dizia o Cazuza: “O amor é brega”.

Então… esqueça o rótulo!

Esteja aberto aos vários estilos e curta aqueles que mais identificam a sua personaldiade.

Gilson Cruz

Leia mais em

O drama do músico – As escolhas ‣ Jeito de ver

A música atual está tão pior assim? ‣ Jeito de ver

O parque de diversões (Recordações de um dia)

Roda gigante. Um texto sobre a chegada dos parques itinerantes nas pequenas cidades.

Imagem de J W. por Pixabay

E o parque chegava na cidade!

Os brinquedos não eram tão sofisticados assim, mas as crianças lá do interior faziam a festa.

As rodas gigantes não eram tão gigantes, eram razoavelmente pequenas, mas que graça teria se anunciassem:

“Ele está de volta, o seu parque de diversões favorito, com muitos brinquedos ( na verdade, se resumiam a apenas sete!) e a incrível, magnífica, espetacular RODA pequena?”

As crianças corriam feito loucas de brinquedo em brinquedo, os pais perdiam a cabeça – mas, era festa.

Crianças tontas no chapéu mexicano, adolescentes tentando impressionar adolescentes e perdendo dinheiro no tiro ao alvo e o sistema de som, com seu locutor, peculiar, tentando dar aquela forcinha àqueles jovens que sonhavam com suas paixões – e que agora, naquele parquinho, poderia ter uma oportunidade a se declarar ( e pagar, alguns trocados…)

E foi lá, que como qualquer outro jovem, calça curta, pedi a música da Júlia…
Ela estava de vermelho, lacinhos brancos, sorriso tímido e amava a valsinha…
E quando lá no alto da roda gigante, ela estava, a sua música tocava

– ela, corada, sorria timidamente, e esperando a hora de parar daquele brinquedo, que se tornara gigante, lento e provocador…eu fiquei.

E, por eternidades, a fio, aquela roda não queria parar…e quando parou, então, segurei a sua mão…

Julia, sorriu, mas, os seus país a levaram, já era tarde…

Enquanto as crianças gritavam, corriam, destruíam tudo o que não podiam – eu via o adeus da Júlia.

E a música ficou no ar, naquele tempo…
Enquanto as crianças brincavam.
E o parque se preparava para partir.

Gilson Cruz

Veja mais em: O tempo ( Contador de histórias) – Jeito de ver.

É preciso… (Saber aceitar)

Um homem e seu cão. Resiliência. Um poema sobre aceitar.

Imagem de Gloria Kaye por Pixabay

É preciso admitir que nem sempre as palavras certas virão
quando precisarmos falar,
nem as atitudes corretas
nos momentos delicados e precisos.

É preciso aceitar que nem sempre
seremos os primeiros a chegar
e que, às vezes, sequer chegaremos…

É preciso aceitar que nem sempre
nos equilibraremos quando soltarem as nossas mãos
e, certamente, daremos com a face na terra…

É preciso também aceitar que nem sempre
seremos amados ou odiados,
e que nem sempre conseguiremos retribuir o amor
a quem merece
e que nos mostrou sem hesitar.

É preciso…

É preciso admitir
que, muitas vezes, fomos tolos,
que erramos ao julgar
e que fomos mal julgados,
e que não éramos tão necessários quanto queríamos
em algumas ocasiões.

É preciso…
É preciso admitir, aceitar que erramos…
e que ainda é tempo de fazer o melhor,
e fazê-lo.

É preciso.

Veja mais em Do fim ao começo (a vida ao inverso) – Jeito de ver

Do fim ao começo (a vida ao inverso)

E se as coisas acontecessem na ordem inversa?

Imagem de Zoli por Pixabay

E se as coisas acontecessem na ordem inversa?

Os olhos se fechariam,

e os olhos, então, se abririam pela última vez,

para olhar agora com dificuldade os cabelos também brancos da pessoa amada,

A visão fraca, cabelos brancos como a neve e a pele enrugada

Os mesmos traços lindos,

sim, coisas que só o amor pode ver…

E nossos cabelos totalmente prateados, escassos, resumiriam tudo

e não foi pouco…

Veríamos

um amor que foi renovado a cada dia.

O cansaço dos anos de serviço

as velhas preocupações…

Veríamos nossas eternas crianças, ganhando asas…

E então, filhos crescidos…

Talvez tentássemos esconder novamente

os primeiros fios brancos

Veríamos novamente, e pela primeira vez

novos traços, primeiras rugas…

E veríamos nossos adolescentes

riríamos com nossas crianças novamente

e suas primeiras palavrinhas erradas…

Teríamos um chorinho de madrugada

um cantar, a noite inteira…

Recordaríamos

A barriguinha

um susto

a festa

um dia feliz…

O sim…

a certeza

uma proposta

O medo de errar novamente

Os primeiros encontros

o encanto

o medo de ficar só

o choro

Os erros

O primeiro beijo…

as espinhas

as dúvidas

a diferença

a primeira escola

as brincadeiras da infância

A igualdade

Os risos orgulhosos de quem nos ama

as primeiras palavras

o amor e a preocupação…

as primeiras quedinhas

os primeiros passos

A insegurança

O amor renovado…

os primeiros esboços de risos

o bercinho

O amor…

Mesmo que as palavras não descrevam tudo do começo ao fim…

o amor é o resumo de tudo.

Se você gostou do texto…

por favor, leia, do fim ao começo.

Veja mais em: Esse bonde chamado tempo ( Hora de partir ) – Jeito de ver.

Um romance de sol e lua ( Um conto)

 

Um romance improvável...

Imagem de PayPal.me/FelixMittermeier por Pixabay

 

O Sol estava ansioso com a chegada da noitinha

ele a viu uma vez, de relance.

Ela linda,

brilhante,

parecia sorrir, lá do outro lado.

Desde então, planejava todos os dias um modo de vê-la.

Mas, Sol e Lua não convivem sob o mesmo teto” – você talvez pense.

Pensava o sol:

“Como passar um dia ao lado dela

sem mudar os ciclos?

sem ofuscar seu brilho?”

E por anos, séculos, milênios

enviava o calor do seu amor em raios que atravessavam a terra

e que refletiam graciosamente na face da lua,

que se animava por instantes

e contava seus sonhos às estrelas…

“Impossível” – diziam algumas

“Loucura!” – diziam outras

Que sonho!” diziam outras algumas

E a cada dia,

estavam contentes de poderem se ver apenas por raros instantes.

Até que um dia, num ímpeto

apaixonado,

se encontraram

se olharam de perto

e juraram amor eterno

num abraço,

de olhos fechados

num eclipse.

E o impossível talvez exista, é verdade.

Mas vou te contar um segredo, não tão secreto assim…

de vez em quando os dois se encontram

em instantes de abraços

na imensidão de um mesmo céu.

Veja mais em: Do fim ao começo (a vida ao inverso) ‣ Jeito de ver

Palavras de 2023 – o ano que passou! ‣ Jeito de ver

 

 

 

 

 

Confuso ( Carta de um detento )

Por Nilson Miller

Uma Carta

Mãe, bom dia.
Me desculpe se não preenchi o cabeçalho com o dia e a data de hoje. Na verdade, estou desorientado… Mas, caminhando pela rua, ouvi pessoas conversando. Prestei atenção no diálogo e um deles disse que estávamos no ano de 2023.

Achei que ele estivesse equivocado ou brincando.

Estou escrevendo porque me lembrei dos bons velhos tempos. Da comida caseira que só você sabia fazer, e todos queriam repetir o prato. Não dava, ainda faltavam pessoas para almoçar. No fim, todos ficavam satisfeitos e, após o almoço, colocavam o papo em dia, enquanto outros preferiam tirar aquela soneca.

Também lembrei do carnaval, quando vestiam trajes cobrindo a cabeça com máscaras, os chamados pierrots. Era um tempo em que podíamos brincar nas ruas sem muita preocupação. Isso eu sei que é verdade.

Eram os anos 70, mãe, e que saudade… Ainda lembro do filme Operação Dragão em cartaz. Pude comprovar que os comentários positivos sobre ele eram merecidos. Bruce Lee, o protagonista, estava no auge de sua carreira.

Não consigo assimilar que estamos em 2023, como o rapaz disse. Parece que não estou nem no nosso planeta. Está tudo mudado; nada se assemelha ao tempo das minhas boas recordações. Parece que as pessoas regrediram, e apenas eu estou preso em outro tempo.

Veja por que tenho essa impressão, mãe: soube que anos atrás roubaram um cavalo. E hoje, após muitos anos, prenderam um homem cujo único crime foi ter um nome semelhante ao do verdadeiro autor. Mesmo seus parentes comprovando sua inocência, ele permaneceu preso.

A justiça reconheceu o erro. E o homem foi solto? Não! Ele só seria liberto após o recesso junino. E, para isso, precisaria contratar um advogado e pagar honorários, sem ter cometido crime algum.

As autoridades não deveriam ter mais sensibilidade? E os danos causados por esse erro, quem vai pagar? Será que algum valor vai aliviar os dias que ele passou na cadeia? Tenho certeza que não.

Ainda há coisas estranhas acontecendo, mãe. Policiais combatem o crime, mas bandidos, também armados, cometem atrocidades. Os homens da lei arriscam suas vidas, trocam tiros, e, mesmo quando a operação é um sucesso, o ciclo recomeça. Os bandidos são soltos e voltam a cometer os mesmos delitos.

E se, em uma próxima operação, um policial morrer? Quem será responsável? Por que as autoridades não evitam a soltura, mantendo os criminosos presos?

Essas coisas me fazem pensar que não estou no meu universo de origem. O que houve com nossa justiça, mãe?

Outro dia, vi casos na TV que me assustaram. Uma mãe e um padrasto mataram uma criança. Será que o menino atrapalhava o romance? E por que não o deixaram com o pai? Vai entender…

Mulheres esquartejam maridos com frieza; jovens e seus pais são mortos pelo pai da namorada. Mesmo com provas contundentes, como câmeras, a justiça ainda escuta as lamúrias desses criminosos. Por que não os condena logo?

Os bandidos sabem que nossas leis são frágeis e persistem em crimes “menores”, como roubo e assalto. Sabem que sairão impunes. E o mais cruel é que eles só têm certeza de cumprir penas longas se deixarem de pagar pensões alimentícias.

Nota do Jeito de Ver:
Crimes gravíssimos muitas vezes não são tratados com a devida gravidade. Enquanto milhões são desviados por figuras corruptas nos negócios e na política, a justiça parece seletiva.

Confira nos links abaixo exemplos recentes:

A corrupção condena crianças à morte cultural e física, destrói famílias e destinos, e muitas vezes não é exposta como deveria pela mídia, frequentemente patrocinada pelos próprios corruptos.

A exploração de um personagem fictício, como um detento comum, questiona a severidade da lei com os menos influentes e sua leniência com os poderosos.

Leia mais em O tempo ( Contador de histórias) – Jeito de ver

Qual o sentido das guerras – Uma Análise

 

Homens em guerra. Há algum sentido nas guerras?

Imagem de Defence-Imagery por Pixabay

 

 

“Todo homem precisa passar por uma guerra para crescer…”

Essas palavras ditas por um veterano de guerra parecem fazer sentido. Mas será mesmo?

Qual a razão das guerras?

Quando não há acordo entre dois países, isso é um motivo válido para um conflito?
É importante lembrar que a maioria das guerras foi travada por razões comerciais veladas ou pelo desejo de subjugar nações consideradas inimigas ou inferiores.

Quando dois países se enfrentam em uma batalha, o que dizer aos pais e mães que perderam seus filhos e filhas nos campos de guerra?

  • “Vencemos a batalha”?
  • Ou talvez: “Seu filho foi um herói”?

Será que essas palavras consolam quem perdeu alguém amado? Será que as medalhas póstumas trazem orgulho ou apenas aumentam a dor?

E quanto aos sobreviventes, conseguem realmente viver normalmente após uma guerra? A experiência mostra que muitos sofrem de transtornos psicológicos e, entre esses, muitos acabam se tornando dependentes químicos. (Fonte: Jeito de Ver)

As amargas realidades da guerra

Contrário ao que muitos podem pensar, participar de uma guerra não preenche o vazio ou o tédio na vida de alguém. As experiências são amargas, vidas são sacrificadas e interrompidas em vão. No final, serão apenas nomes, estatísticas.

Uma breve pesquisa no Google revela a humilhação e crueldade. Soldados americanos, por exemplo, tratavam seus adversários de forma desumana durante a guerra no Iraque, desrespeitando qualquer convenção.

Essa pesquisa aponta para mais de 201 mil resultados em apenas 0,22 segundos.

Imagens mostram soldados já sem alma, humilhando e sendo humilhados. Eles defendem algo que muitas vezes não pediram ou nem concordam, mas que seriam igualmente punidos se recusassem ou recuassem.

As guerras apagam o que nós, humanos, lutamos tanto para ser:

  • Capazes de amar, mostrar compaixão e empatia.
  • Capazes de compartilhar o que há de bom, sem fronteiras, sem preconceitos.
  • E, principalmente, capazes de lutar pela vida — não de um grupo, mas de todos os grupos.
Lembre-se do que está além das fronteiras

Enquanto as fronteiras dividem territórios, não podemos permitir que barreiras invisíveis apaguem nossa empatia por aqueles que vivem o mesmo drama além do que nossos olhos alcançam.

Crianças ainda brincam nas ruas. Pais, em qualquer idioma ou lugar, aguardam abraçá-las no portão da escola. Namorados esperam o sorriso dos seus amados ao fim da tarde.

Mas, quando alguém é chamado à guerra, esse ciclo se interrompe. A vida muda. Muitas vezes, acaba.

Que a vida continue. Que o amor cresça.
E que o homem aprenda: ninguém precisa passar por isso para crescer.

Reflexão final

“Enquanto houver a filosofia que sustenta uma raça superior e outra inferior… haverá guerra em todo lugar.”
(Parafraseando Bob Marley, “War”, 1976)

Gilson Cruz

 

E esquecemos as Guerras … ‣ Jeito de ver

 

 

 

 

Caminhos ( Viver é colocar o pé na estrada!)

Imagem de 🌸♡💙♡🌸 Julita 🌸♡💙♡🌸 por Pixabay

 

Viver, não por acaso, é colocar o pé na estrada…

Se pudesse contar quantas estradas castiguei com a indelicadeza dos meus passos apressados ou mesmo se tivesse a capacidade de recordar o que estava ao meu redor, seria mais feliz.

Ninguém passa a vida em branco, ainda que muitos se achem inúteis, tristes, fracassados. Cada um leva em si uma história – única, exclusiva!

Ainda que alguém tente, minuciosamente, viver a sua vida, a sua história pertence a você.

São seus caminhos!

A sua importância, vai ser a importância que você dedica aos momentos, às pessoas, ao riso – ao sorriso!

Não esqueça de que a fama é, muitas vezes, um mero acidente – não um sinônimo de sucesso!

Fama não é sinônimo de sucesso

Como assim?

Muitas famosos não vivem, escolhem um caminho de aparências, onde a felicidade está num riso fabricado para ganhar holofotes – seus relacionamentos precisam ser expostos, não há privacidade.

Muitos deles dependem da exposição de que tanto se queixam, para serem felizes. Alguns por não suportarem a pressão de serem ignorados, recorrem ao uso de drogas ilícitas ou se tornam dependentes de remédios.

Ser bem sucedido é amar o que se faz, o que se escolheu fazer.

É lembrar que alguém ama e valoriza cada passo que você dá no caminho, e o melhor, que este alguém está disposta (o) a te acompanhar mesmo quando acontecerem os acidentes no percurso.

Viver é colocar o pé na estrada, sim…

Se pudesse te contar… Não!

Viva a tua história, lembre ninguém passa a vida em branco.

Será notado, quem sabe, por um bilhão, um milhão ou por apenas um – e se esse “apenas” um, te amar, já valerá a pena todo o caminho!

Então, pé na estrada… caminhe, corra… ame!

Faça com que o caminho valha a pena!

 

Leia mais: As pequenas escolhas ( Reflexão) ‣ Jeito de ver

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© Gilson da Cruz Chaves – Jeito de Ver Reprodução permitida com créditos ao autor e ao site.