O Músico e a Estrela (um breve momento)

Um texto inspirador, o romance do Músico e a Estrela.

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O músico e a estrela 🌟

Não tinha jeito, faltava algo.
As suas canções soavam sempre vazias.
Parece que nada brotava de sua mente, já exausta de tanto tentar.
Já cogitava desistir, até que num desses acidentes que só acontecem aos músicos, uma vez na vida, algo brilhante cai ao seu lado.
Ela era de fato, brilhante em todos os seus aspectos.
O sorriso lindo, a delicadeza e a inspiração que emanava de cada gesto dava a certeza de que uma estrela de verdade, caíra, bem ali.
Ele não entendia muito do que ela dizia, falava da distância, das saudades e de outros brilhos. – Aquilo o encantava!
Tudo que emanava da bela estrela se materializava em versos perfeitos e se encaixava milimetricamente em suas melodias.
Suas canções se tornaram alegres, cativantes!
Ele tinha então novidades para contar e cantar!
Delicadeza, amor, distância, inspiração – todos os temas fluíam livremente sem muito esforço!
E enquanto andavam pela noite, de perninhas machucadas, a estrelinha aproveitava cada momento em que se sentia amada e contava histórias, não se importava com o tempo. Queria mais era estender ao máximo aquele momento.

Confessava que também, lá de cima, amava as músicas e os versos do cantor…

E a luz do dia se aproximava lentamente…e eles não sabiam, tampouco se importavam, por isso, não percebiam
que as estrelas não são visíveis à luz do dia – e ela também desapareceu!
Desapareceu, e não conseguiu mais voltar!
E desde então, as músicas daquele compositor falam apenas da saudade.

Gilson Cruz

Para mais contos, leia também:

 Um romance de sol e lua ( Um conto) ‣ Jeito de ver

Que tal compor a sua obra de arte? ‣ Jeito de ver

O drama do músico – As escolhas

 

Gilson Cruz

 

O Desafio de Apresentar Novas Obras

Compor uma música é como trazer algo à vida. A inspiração, as horas de planejamento e, enfim, a hora da execução. Trazer uma obra ao público pode ser uma experiência traumatizante. Imagine as dúvidas que pairam sobre a mente de um artista quanto à aceitação de sua obra, daquilo que envolve tanto de sua personalidade!

No Festival de Música de 1967, Sérgio Ricardo, intérprete de “Beto Bom de Bola”, enfrentou uma situação ilustrativa. Desapontado por não ouvir o retorno do som da banda de apoio devido às vaias incessantes da plateia, o cantor teve um ataque de ira. Em um ato de descontentamento, proferiu as seguintes palavras: “Vocês ganharam, vocês ganharam!”, quebrou seu violão em um banco e o atirou para a multidão.

Nas competições disfarçadas de festivais, os sentimentos de rivalidade e competição superavam o que deveria ser a razão da arte: a apreciação. Muitas belas canções foram vaiadas, refletindo como a reação intempestiva do público resultou no mesmo comportamento do artista.

Essa dinâmica também ecoa nos desafios enfrentados pelos músicos consagrados. Mesmo com o sucesso de suas primeiras canções, surge o anseio de apresentar trabalhos mais recentes. No entanto, a introdução dessas novas músicas no repertório pode se tornar um desafio. Muitos artistas, após obterem sucesso com seus primeiros discos, podem se distanciar dessas músicas, ignorando o desejo do público por elas.

Pode haver uma certa resistência do público às novas canções por causa dos vínculos sentimentais gerados pelas antigas. Por isso, o artista consciente introduz sutilmente o novo repertório, revezando novos e velhos sucessos, de modo a não causar estranheza.

O Drama dos Músicos Anônimos

Músicos anônimos vivem cada apresentação como sendo uma última oportunidade. Não sabem onde estarão no dia seguinte, por isso, cada show se torna uma mistura dos mais variados estilos, na busca de encontrar um que seja a sua marca. Sonham, muitas vezes, em ser descobertos por empresários que os ajudem na busca desses sonhos.

A plateia, por outro lado, se divide em três: uma que preza as habilidades do artista, outra que está lá pela música e a outra que busca um significado nas coisas. Cabe ao artista dar aquilo que se precisa e se espera.

Àqueles que estão pelo artista: a arte – o que há de melhor. Àqueles que estão apenas pela música: a melhor música. Àqueles que buscam um significado: o momento inesquecível.

O público é a vida da arte, é quem se encarregará de não esquecê-la. Por isso, a relação artista-arte encontra a sua finalidade quando alcança o coração do público, que a manterá viva através dos tempos.

 

 

Veja também: Que tal compor a sua obra de arte? ‣ Jeito de ver

 

 

 

Músicos anônimos vivem cada apresentação como sendo uma última oportunidade.

Não sabem onde estarão no dia seguinte, por isso, cada show se torna uma mistura dos mais variados estilos, na busca de encontrar um que seja a sua marca. Sonham, muitas vezes, em serem descobertos por empresários que os ajude na busca desses sonhos.

 

Como seria … (O Poema de um novo dia).

Alguns acreditam que a paz mundial seja um sonho. Leia o poema feito para reflexão.

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Gilson Cruz

Como seria, se no novo dia,

as pessoas esquecessem as  diferenças

e aprendessem a conviver?

Como seria se

as armas fossem substituídas pelo diálogo

e as pessoas dessem as mãos?

Como seria, se no novo dia,

todas as crianças do mundo pudessem voltar a brincar nas ruas

e as bombas do lado de fora,

fossem festejos?

Como seria,

se países não tentassem expandir as suas fronteiras

e extinguir os mais fracos,

como se fossem inimigos desconhecidos?

Como seria,

se as fronteiras não existissem,

e toda a terra pertencesse a uma irmandade,

a irmandade humana?

Como seria, se no novo dia,

as culturas se encontrassem

e celebrassem a coexistência,

e não uma suposta superioridade?

Se pretos, brancos, amarelos, verdes e vermelhos

dessem as mãos,

e aprendessem a compartilhar as cores?

Como seria, se no novo dia,

não houvesse disputas ou exploração,

que as pessoas estivessem decididas a respeitar o verde

da Terra e dos mares,

e o azul do céu?

Como seria…

Como seria se, a partir do novo dia…

o homem esquecesse o ódio,

e perdoasse.

A Terra,

Sim, o mundo inteiro viveria em Paz.

Leia também A esperança (Poesia de resistência) ‣ Jeito de ver

E janeiro está chegando – e daí?

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O Calendário na Roma Antiga

Você sabia que janeiro nem sempre foi o primeiro mês do ano? Pois é, essa história começa lá na Roma Antiga, onde o calendário era bem diferente do que usamos hoje.
O ano romano tinha apenas dez meses, começando em março e terminando em dezembro. Isso mesmo, dezembro significa “décimo mês” em latim.
Curiosamente, outros meses também seguiam essa lógica numérica: setembro era o sétimo, outubro o oitavo e novembro o nono.
Os romanos não estavam lá muito preocupados com os meses que faltavam, visto que eram meses de inverno, sem festas ou guerras. Eles simplesmente os chamavam de “dias sem nome” ou “dias sem mês”. (O mais rebelde diria: êita, mês inútil… nem carnaval tem!)
O calendário romano tinha apenas 304 dias… curtinho!

As Reformas de Numa Pompílio e o Papel de Jano

A coisa deu uma chacoalhada quando o rei Numa Pompílio, que governou Roma entre 715 e 673 a.C., resolveu reformar o calendário e adicionar dois novos meses: janeiro e fevereiro. Ele fez isso para que o ano tivesse, mais ou menos, 355 dias e ficasse mais próximo do ciclo lunar.
O nome fevereiro vem de Februália, um festival de purificação celebrado pelos romanos nessa época, com sacrifícios aos mortos.
Quanto a janeiro, ele foi nomeado em homenagem a Jano, o deus das portas, dos começos e das transições, representado com duas faces: uma olhando para o passado e outra para o futuro. Jano era o protetor das entradas e saídas, como a primeira hora do dia e o primeiro mês do ano.
No entanto, naquela época, janeiro ainda não era o primeiro mês do ano. Ele ocupava o décimo primeiro lugar, depois de dezembro e antes de fevereiro. O ano novo continuava sendo celebrado em março, mês dedicado a Marte, o deus da guerra.

A Ascensão de Janeiro como Primeiro Mês

Foi somente em 45 a.C. que o imperador Júlio César reformou o calendário e criou o calendário juliano, que é a base do que usamos hoje. Ele estabeleceu que o ano deveria começar na primeira lua nova após o solstício de inverno, que no hemisfério norte ocorre em 21 de dezembro. Assim, janeiro passou a ser o primeiro mês do ano civil, marcando o início de um novo ciclo.
Mesmo assim, nem todos aderiram à ideia imediatamente. Na Idade Média, por exemplo, alguns países europeus iniciavam o ano em 25 de março, na Festa da Anunciação, ou em 25 de dezembro, o Natal. Foi apenas a partir do século XVI que a maioria dos países europeus oficializou o dia 1º de janeiro como o Ano Novo.
Ainda hoje, povos seguem outros calendários, como o chinês, islâmico, judaico e hindu, cada um com suas próprias referências baseadas em fases da lua, estações do ano ou tradições religiosas.

O mês de janeiro reflete as mudanças culturais, políticas e sociais da humanidade e nos convida a olhar para o passado e para o futuro, assim como Jano. Afinal, por simbologia, janeiro é o mês dos começos.
E aí? O que te impede de planejar, renovar e viver plenamente desde já? Planeje hoje e viva sempre. Isso também é um jeito de ver!

Gilson Cruz

Leia também O último calendário – uma crônica › Jeito de ver

Fonte: Wikipedia

Revisão IA do Bing e Chat GPT.

É hora de ouvir o “MADDS” – se permita

A Banda Madds traz o melhor dos anos 1960 e 1970. Conheça.

Grupo Madds – extraída do Gigz

A boa música não morre.

Apesar das mudanças e novas tendências, como quadros clássicos que se valorizam com o tempo, a boa música resiste e conquista novos fãs.

Ao longo da história, vários artistas foram portas, por onde a música de qualidade passou  para ocupar lugar o lugar merecido no tempo e no espaço.

A atemporalidade da música é atestada quando menciona grupos como The Beatles, The Hollies, Yes, The Bee Gees, The Rolling Stones, Kinks, Pink Floyd e muitos outros.

Alguns desses grupos talvez não existam mais. Mas, a música resiste.

Sim, a música resiste e persiste apesar de todas as tentativas de datá-la e descaracterizá-la.

E como a arte viva, a música fará surgir novos meios.

Falaremos de um destes caminhos: A Banda Madds.

Conheça a Banda Madds

Início e evolução

O Grupo Madds encanta desde os clássicos do rock até o belo trabalho autoral .

Grupo Madds

A Banda Madds é formada por três irmãos apaixonados por música: Marcelo Maddia(Baixo), Matheus Maddia (Guitarra) e Bruno Baru (Bateria)

Excelentes instrumentistas, destacam-se também pelas perfeitas harmonias vocais.

Iniciaram sua jornada em 2009, apresentando-se em bares e casa noturnas do interior de São Paulo, fazendo covers de bandas clássicas dos anos 60 e 70. Com o tempo passaram a escrever suas próprias composições  misturando influências que iam desde o Clube da Esquina Mineiro à irreverência de um “maluco beleza”,  Raul Seixas. ( o outro maluco beleza, era o Cláudio Roberto). – Veja mais no link a seguir  Madds – Banda/Grupo Rock Taubaté SP | Gigz

Madds Oficial – YouTube

Que tal ouvir o MADDS?
Banda Madds. Marcelo e Matheus entregam uma vocalização perfeita.

Facebook Page

A banda Madds traz em sua estética e sonoridade o encaixe perfeito da atemporalidade e o presente, da simplicidade sofisticada. Como assim?

Observe abaixo o clássico And I love Her, do Disco A Hard Day’s Night, do The Beatles:

A excelente interpretação de Tin Man, do America

Uma das minhas favoritas, The Boxer – Simon & Garfunkel onde você pode perceber o encaixe perfeito das harmonias vocais.

Para mais, visite a página Grupo no Facebook.

As diferentes portas, caminhos da boa arte.

Enquanto houver tempo, vida e boas vibrações, a boa música encontrará espaços para transitar. Porém, o quanto ela resistirá dependerá em muito de ouvidos curiosos de pessoas dispostas a irem além da bandeja servida na maioria das mídias.

Assista ao vídeo a Seguir:

Com certeza, você assim como eu, também concluirá: É hora de ouvir e se encantar com o MADDS.

Gilson Cruz

Leia também A qualidade da música piorou? › Jeito de ver

O último calendário – uma crônica

Uma crônica bem humorada, sobre a importância dos calendários. Leia e divirta-se.

Imagem de Dorothe por Pixabay

 

Gilson Cruz

O último calendário

Por mais estranho que pareça, o novo calendário não trazia meses, dias…estava completamente em branco!

A cidade entrou em pânico, pois agora como seriam determinadas as estações do ano, a melhor época para o plantio e os feriados?

Como lembrar aniversários, compromissos?

Num frenesi, a multidão saía na busca do responsável!

” Ele vai ter que se explicar” – diziam os mais exaltados.

Mas o que ninguém notava ainda era que até os relógios haviam parado. Não havia mais a contagem do tempo!

A turma da fofoca dizia:” E agora, daqui a uns dias ninguém mais vai saber a idade de ninguém!”

As crianças ficaram felizes: “Agora ninguém mais vai saber a hora de ir praquela escola”! (Verdade, para eles o conceito de eternidade foi inventado nas aulas de filosofia da Pró Ritinha. Pareciam intermináveis!)

Enquanto isso, os noivos entraram em desespero ao perceberem que perderiam a data de seu casamento.

Descabelavam-se: “Esquecer festas, datas e agora?”

“Com o tempo, a gente se acostuma” – Diziam outros…

O óbvio

Todos previam a tragédia. Era o Fim dos tempos!

E enquanto previam o caos …

esqueciam de reinventar “o próprio calendário!”

 

Palavras de 2023 – o ano que passou! ‣ Jeito de ver

 

 

Retratos da vida – o que deixamos passar

Gilson Cruz

A Superficialidade do Cotidiano

Falar sobre tristeza é complicado. Ouvir sobre ela pode ser ainda mais desafiador.

A rotina mecânica do dia a dia nos acostumou a buscar contentamento em coisas superficiais: a TV ligada enquanto arrumamos a casa, o rádio ao fundo com murmúrios que já não nos despertam interesse. As letras e músicas se tornaram meros acompanhamentos para nossas tarefas diárias.

É triste perceber como antigas fotografias, agora, evocam uma felicidade incerta. A lembrança da casa na praia, da família reunida, das crianças tagarelando e dos pais resmungando sob o calor intenso traz um sentimento de felicidade passada. O sol de verão, as risadas… a foto ainda é linda.

Mas o passado parece se assemelhar ao presente de maneira vívida, exceto pela ausência de alguns sorrisos na próxima foto. Assim tem sido a vida. Os momentos bons e antigos parecem congelados no tempo.

A Automação das Emoções

Vivemos de forma automática. Ignoramos aqueles e aquilo que consideramos menos relevantes no momento. Deixamos de responder a quem se importa conosco e, quando essas pessoas se vão, talvez finjamos ou realmente nos sintamos tristes.

Falar sobre tristeza não é simples. Assim como não foi para um homem que se aposentou após anos de trabalho árduo e descobriu uma doença, percebendo que talvez não desfrutaria seus últimos anos como planejara: ao lado da mulher amada, com menos preocupações, sem a angústia do hoje e a incerteza do amanhã.

Ou para um amigo que, ao sair do consultório médico, chorava e murmurava: “É a vida… o pobre vive para trabalhar. E quando velho, a cura é o buraco (a cova)!”

Sem palavras, os dois se abraçavam, incapazes de oferecer consolo além de concordar um com o outro.

Histórias Que Passam Despercebidas

Enquanto os ouvia, eu tentava encorajá-los a não desistir, embora soubesse que palavras de conforto não corrigem injustiças.

E os últimos dias deles seriam uma luta para encontrar plenitude, mesmo nos momentos finais, ao lado da amada que os acompanhou por tantos anos. Seriam dias para lembrar de um passado guardado na carteira, em uma foto preto e branco de um jovem casal, no dia do noivado, repleto de sonhos, risadas e olhares enamorados para a câmera.

Essas histórias se desenrolam todos os dias, enquanto nós, ocupados demais para pensar e demasiadamente egoístas para além de nossos próprios problemas, deixamos passar despercebidos os momentos e as pessoas. Agimos como se fossem eventos secundários na televisão, enquanto mecanicamente cuidamos das tarefas em nossas casas.

Veja mais em Vamos falar de amor? (Muito além da paixão) › Jeito de ver

Surfando na Política – Ondas da Manipulação

Muitas pessoas surfam na onda política por tirar proveito dos movimentos e tendências. De que maneiras?

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Gilson Cruz

Antecipando a Onda

Dominar a arte de antecipar e aproveitar as ondas é uma habilidade dos surfistas experientes.

A topografia, a profundidade das águas e a transferência de energia do vento para a superfície criam movimentos circulares que geram ondas.

Os surfistas experientes compreendem que, dependendo da força e direção do vento, encontrarão a onda perfeita.

Essa previsão também é evidente em outros campos:

No mercado financeiro, quando certas ações valorizam, mais investidores se interessam por elas.

Na música, o sucesso de um estilo leva outros artistas a seguirem a mesma tendência, criando aquela sensação de “já ouvi isso antes”.

Na política, não é diferente. Observe a história:

Com o destaque das denúncias de corrupção na mídia, surgiram figuras políticas autodenominadas antissistema e incorruptíveis.

O cultivo da popularidade dessas figuras, baseado no sentimento anticorrupção, provocou um estranho tipo de patriotismo invertido.

Falso Patriotismo – A nova onda

Tradicionalmente, o patriotismo é o orgulho, amor e devoção à pátria. No entanto, essa nova vertente exaltava os EUA enquanto desdenhava do próprio país com declarações xenófobas.

Esse “Novo Patriotismo” foi associado ao Fascismo devido às semelhanças com a ideologia Nazista.

Percebendo os ventos políticos, velhos políticos adotaram discursos similares e apoiaram aqueles destacados pela mídia como a “Nova Onda”, apesar de já estarem na política há décadas sem projetos significativos.

Seu discurso misogíno e racista foi amplificado pela mídia, conquistando seguidores que acreditavam em sua defesa da família e do Brasil contra ameaças comunistas. (Mais sobre comunismo em posts futuros).

A onda de políticos “defensores da família” atingiu níveis inimagináveis.

Políticos sem propostas específicas surgiram, misturando pautas religiosas ao estado laico e defendendo a liberação de armas, além de apoiarem um orçamento secreto controverso.

Nesse embalo, personalidades famosas do YouTube aproveitaram o movimento.

A derrocada moral

Durante esse governo, uma pandemia ceifou mais de 700 mil vidas. Enquanto famílias sofriam, o líder eleito brincava, imitando os sintomas da Covid-19.

O rombo na economia, estimado em 430 bilhões, disparou para 800 bilhões.

O líder que se vendia como incorruptível viu seu nome envolvido com milicianos, tentativas de intimidar o Supremo Tribunal Federal e esquemas de corrupção. Gradativamente, direitos trabalhistas foram perdidos sob a justificativa de geração de empregos, o que não se concretizou.

Na mesma onda, líderes religiosos abandonaram valores cristãos e fortaleceram sua participação política sem melhorias significativas para os fiéis ou não fiéis.

Em 2022, houve tentativas de sabotar o resultado da eleição seguinte, intensificando inspeções de veículos de eleitores, mas o candidato adversário saiu vitorioso.

Após essa história, observe a nova onda:

Em 8 de janeiro de 2023, pessoas usadas por financiadores de um novo golpe de estado invadiram a Esplanada dos Três Poderes em Brasília, destruindo o que puderam.

A rápida intervenção resultou na prisão de mais de mil baderneiros, ainda em julgamento por atentados contra a pátria.

A comoção entre os apoiadores do golpe, cerca de 30% da população, ergueu “heróis” que destruíram o patrimônio público em nome de um amor questionável à pátria.

Essa ação gerou uma nova categoria de indivíduos – os “Patriotas Destruidores”.

A ampla comoção entre os apoiadores do golpe, representando cerca de 30% da população do país, elevou esses indivíduos a “heróis” devido aos atos de vandalismo.

Essa minoria ruidosa nas redes sociais cria a ilusão de ser maioria, embora, na realidade, não o seja.

Surfando na nova onda política

Diante das próximas eleições que se aproximam, políticos estão se preparando para surfar nessa onda e já se apresentam como defensores dos “patriotas” que “lutaram” pela pátria.

Alguns encenam emoções, vendendo imagens de preocupação pelos “presos políticos”, o que é uma falácia.

Esses indivíduos foram presos por destruição do patrimônio público, vandalismo e tentativa de golpe. No entanto, não derramaram lágrimas pelas mais de 700 mil vítimas da pandemia.

Surfistas nanicos

Enquanto a onda ganha forma, surgem personagens bizarros, como um indivíduo preso que alega não encontrar mais prazer na vida, recusando-se a tomar banho ou se alimentar, e pede para ser novamente encarcerado, desafiando as leis do país.

Um verdadeiro patriota respeitaria as leis, reconhecendo que estas existem para regular as relações entre os cidadãos, estabelecendo a ordem.

Surpreenderia se tal “patriota” se candidatasse a um cargo político nas próximas eleições? Não, pois essa é a direção da onda.

Recentemente, um militar da reserva ganhou destaque nas redes sociais por desafiar juízes, ministros e difamar o presidente eleito. Posteriormente, em um suposto pedido de desculpas, repetiu as mesmas acusações sem provas, popularizando-se e rebaixando o debate ao nível da lacração, acusações infundadas e fake news.

Essa popularidade distorce o propósito do diálogo político e da negociação transparente.

Não seria surpresa vê-lo como um dos muitos candidatos em futuras eleições.

Quebrando a Onda

Alguns fatores podem quebrar uma onda no mar, como a profundidade da água e a intensidade do vento.

Quando uma onda se aproxima de águas mais rasas, sua base começa a desacelerar devido ao atrito com o fundo, resultando na quebra da onda.

Da mesma forma, para diminuir a força da onda em que esses indivíduos surfam, pode ser necessário reduzir a importância atribuída a eles. Evitar a divulgação de conteúdos falsos pelos meios de comunicação pode ajudar a quebrar essa onda, embora, muitas vezes, isso só aconteça mediante multas, o que é lamentável.

A onda também pode ser quebrada pela intensidade do vento. Ventos fortes desaceleram o topo da onda, fazendo-a inclinar e quebrar.

Os veículos de comunicação precisam redobrar os esforços para combater as fake news, identificando e denunciando suas origens para desacelerar seu impacto.

Porém, infelizmente, alguns veículos de mídia lucram com a disseminação rápida desse tipo de informação, e o valor financeiro muitas vezes supera o valor das multas.

Outros meios têm interesses políticos e não farão esforços para defender seus oponentes. Isso significa que a imprensa sempre será parcial, mas o erro está em defender apenas as verdades convenientes.

Investir na educação é crucial para formar cidadãos conscientes, capazes de identificar tendências e compreender o movimento das ondas políticas.

Veja mais em  A falta de Educação Política e a corrupção ‣ Jeito de ver

Dominar a arte de antecipar e aproveitar as ondas é uma habilidade dos surfistas experientes.

Veja os links Aos Fatos | Todas as declarações de Bolsonaro.

Bolsonaro deixa déficit histórico sem precedentes (icleconomia.com.br)

Bolsonaro: “Quilombola não serve nem para procriar” – Congresso em Foco (uol.com.br)

Teus olhos verdes (Menina)

Um poema para alguém cujos olhos não esqueço.

Imagem de StockSnap por Pixabay

Gilson Cruz

São teus olhos verdes, Menina
estranhos universos pra mim
Não sei, por favor, me ensina
Por que tem que ser assim?

O mundo ficou infinito
A partir desse instante
E o céu muito mais bonito
E ao mesmo tempo distante

Teus olhos verdes, Menina
De farol, de mar a luzir
De vulto triste, a neblina
De longe sinto partir

E retornar nas madrugadas
Em sonhos, frios, agitados
Como águas que levaram
O que se tinha esperado….

Teus olhos tristes, Menina
Verdes, folhas de flor…
É a solidão que ilumina
Todos meus sonhos de amor.

De em nuvens poder andar
Cantar a canção que fascina
E pra sempre,  mirar…
Teus olhos verdes…

Menina.

Leia também:  A pequena bailarina (pequenos versos!) – Jeito de ver

© Gilson da Cruz Chaves – Jeito de Ver Reprodução permitida com créditos ao autor e ao site.