Estação Ferroviária reformada em Marcionílio Souza, Bahia
Dados do Município de Marcionílio Souza
A história de Marcionílio Souza remete à era colonial do Brasil, época em que a região era povoada pelos índios Pataxós.
Com a chegada dos portugueses, a área foi incorporada ao sistema de sesmarias, iniciando a exploração de recursos naturais, como a extração de madeira e a criação de gado.
Em divisões territoriais datadas de 31 de dezembro 1936 e 31 de dezembro de 1937, figura no município de Maracás o distrito de Tamburi, permanecendo assim até 1° de Julho de 1960.
A alteração toponímica de Tamburi para Marcionílio Souza foi oficializada pela lei estadual nº 1761, de 27 de Julho de 1962.
Marcionílio Souza foi elevado à categoria de município pela mesma lei, desmembrado do município de Maracás.
A sede está no atual distrito de Marcionílio Souza (ex-Tamburi).
O município foi instalado em 07 de abril de 1963 e constituído de 2 distritos: Marcionílio Souza e Juraci, ambos desmembrados de Maracás.
Na divisão territorial de 31 de dezembro de 1963, o município era composto pelos distritos de Marcionílio Souza e Juraci, configuração que se manteve em divisões territoriais subsequentes, até a de 2007.
LOCALIZAÇÃO
Marcionílio Souza localiza-se na Chapada Diamantina, uma área montanhosa famosa por sua beleza natural.
O município faz fronteira com as cidades de Maracás, Itaetê, Planaltino, Iaçu e Boa Vista do Tupim.
Márcia Chaves, Educadora em Marcionílio Souza.
A cidade é costumeiramente chamada de Tamburí, nome que se refere a uma árvore comum na Região do Baixo Amazonas até o Sul do Brasil.
Essa árvore era citada como referência pelos tropeiros que passavam pela região.
A população avaliada em 2004 era de 9.294 habitantes.
Segundo o último censo realizado pelo IBGE, Marcionílio Souza possui uma população superior a 10.900 habitantes.
Em 2022, o município celebrou seus 60 anos de emancipação política, com uma população de 9.267 habitantes, conforme o censo de 2022, e uma densidade populacional de 8 hab./km².
NOTAS
A principal fonte de renda vem do funcionalismo público, dos aposentados e pensionistas e dos pequenos proprietários de terras que criam e negociam animais como ovelhas, cabras e bovinos. A economia local provém majoritariamente da criação de ovelhas, cabras e bois.
Dados Gerais:
Área Total: 1.162,138 km²
IDH (PNUD/2010): 0,561 (baixo)
PIB (IBGE/2016): R$ 76.873 mil
PIB per capita (IBGE/2016): R$ 7.026,15
.
Fontes:
IBGE
Site oficial da Prefeitura de Marcionílio Souza
Que tal um poema?
De longe vejo a terra
P. Cruz
De longe vejo a terra
Solo seco, almas secas
Aguardando chuvas
que abençoem a terra
Como lágrimas de uma mãe
na alegria de um filho que nasce
No ar, a vontade
O calor que afasta o frio
E que não permite
O caminhar das vidas
como risos estridentes
Que isolam,
o espaço a compartilhar
Terra que os poetas
não encontraram palavras para descrever
Que num dia de verão
Viu de longe
Um circo chegar
O palhaço sorrir…
E se perder…
Me surpreende que, em um desses dias, encontrei uma gangue composta de mais de 12 cães andando pelas ruas, aterrorizando as latas de lixo indefesas, em busca de alimento!
Passaram por mim e nem me deram bola… seguiram determinados em seus caminhos!
Passei a me lembrar de uma dessas histórias que acontecem e mudam as nossas vidas…
Precisamente, no dia 19 de fevereiro de 2019, enquanto trabalhava em um bairro distante, encontrei uma cachorrinha, SRD, deitada junto ao meio-fio.
Ela estava desnutrida, frágil, cheia de pulgas, carrapatos e verminoses – não conseguia levantar de tão fraca que estava!
Pedi um pano a um vizinho, envolvi-a com delicadeza para não machucá-la e a levei para casa. Minha filha, então com dez anos de idade, deu-lhe o nome de Jennya.
Uma sobrinha experiente em cuidados com animais retirou pacientemente os carrapatos e deu-lhe um banho para eliminar as pulgas.
As perninhas fracas, a falta de vontade de se alimentar e o diagnóstico da veterinária: “Ela está praticamente sem sangue!”
Além dos remédios e alimentação, aquela criaturinha exigia bastante tempo!
E enquanto era pequenina, ao recuperar as energias, corria atrás da bola pela casa, escondia meus sapatos e me observava enquanto eu escrevia textos no velho computador.
Criaturinhas pequenas costumam ser lindas e despertam em nós aquele amor por um ser tão ingênuo e desajeitado!
Mas, bichinhos crescem e desenvolvem traços de personalidade! E costumam exigir atenção!
Mas, por quê? Cachorrinhos amam incondicionalmente!
Eu não entendia e, depois de um certo tempo, pensei em doá-la para quem tivesse melhores condições de cuidar da jovem Jennya!
A casa bagunçada, os pulos quando eu retornava do trabalho… não pareciam ter a mesma graça!
Até que um de meus irmãos me explicou o quanto os cachorros ficam tristes quando perdem o seu lar.
Sim, cachorrinhos têm sentimentos!
Demovido da ideia de doá-la, passei a entender o quanto ela gostava de estar em nossa companhia e voltei a achar engraçado que, muitas vezes, ela só queria um afago na cabecinha.
E aqueles cães, nas ruas, procuravam alimento durante o dia e, nas noites da cidade, dormiam em cantos improvisados para se esconderem do frio e da chuva! Alguns deles se recusavam a aceitar afagos, pois a rejeição traumatiza até os cachorros…
Eles não nasceram grandes e receberam cuidados até uma certa idade, mas aos olhos de seus antigos donos todo pet é lindo enquanto pequeno e descartável quando adulto…
Posso atestar esta informação numa experiência que vivi na semana passada, quando um lindo cachorro abraçou minhas pernas e se recusou a me deixar caminhar.
O medo do desconhecido, o fato de estar perdido, o desespero de experienciar a solidão e o isolamento pela primeira vez. – Sim, aquele cachorro tinha acabado de ser abandonado!
Cachorrinhos não costumam viver muito, raças pequenas podem chegar a 13 anos e raças maiores a 12 anos – pouco se comparado aos seres humanos!
A alegria na presença de um dono tem a mesma intensidade da dor do abandono!
Aquela gangue de cachorros que encontro todos os dias vagando nas ruas não é o problema, ela na verdade expõe o verdadeiro problema: As pessoas não se sentem responsáveis por seus animais de estimação.
O verdadeiro problema: As pessoas não se sentem responsáveis por seus animais de estimação.
Para essas pessoas abandoná-los não é um problema!
Não importa se um dia acreditou amá-los, se sorriu com as travessuras daqueles pequenos – todos são descartáveis!
E enquanto olho com tristeza os muitos animais nas ruas, caminho por instantes, sem sentido, sabendo que, quando se abrirem os portões da minha casa, virá correndo em minha direção a mesma Jennya.
Talvez seja apenas um saudosismo barato, daqueles que costumamos romantizar quando lembramos. Mas percebo hoje como as tradições perdem a força com o passar do tempo.
Na minha meninice, costumava achar estranho quando os vizinhos se sentavam nas varandas de suas casas e conversavam por horas a fio, enquanto nós, crianças da época, brincávamos de um monte de coisas…
Eram amarelinhas, bate-latas (em outros lugares, lateiro), esconde-esconde, futebol e outras brincadeiras que esgotavam nossas energias para que pudéssemos dormir!
Era possível ouvir os velhos conversando e, muitas vezes, gargalhando das velhas histórias… Bem, quando você tem dez anos, todos são velhos!
O fim de junho se aproximava, e não lembro se o tempo era frio ou se eu vivia “pegando fogo”…
O inverno talvez fosse diferente!
As festas juninas também…
Os ritmos predominantes nas rádios eram, religiosamente, o forró e o baião.
Destacavam-se nas rádios Luiz Gonzaga, Dominguinhos, Sivuca, Jackson do Pandeiro, Trio Nordestino, Marinês e Sua Gente, Genival Lacerda, que me trazia risos por causa de sua dança exótica, entre muitos outros…
Grupos de meninos saíam pelas casas perguntando: “São João passou por aqui?” Os moradores, seguindo a tradição, os presenteavam com os frutos da época, que iam desde amendoins, canjicas e laranjas até bolos de milho!
Com exceção do senhor Jailson, que, ao receber os meninos, levava-os até o portão e apontava para a esquina, dizendo: “Passou sim, e pelo tempo acabou de subir a esquina… Corram que vocês o alcançam!”
Normalmente, os meninos inocentes soltavam palavrões nada infantis! Pareciam monstrinhos no Halloween!
Mas tudo era encarado com bom humor!
Novos cantores entraram em cena, trazendo inovações e acrescentando novos instrumentos ao forró, e, aos poucos, o velho forró foi perdendo suas características.
Mas me emocionava ainda o modo como os novos cantores reverenciavam os pioneiros do baião e do forró…
E, com o tempo, tudo mudou!
Canções tradicionais foram perdidas no tempo, e hoje não se vive o momento. Lamento dizer, o momento é extremamente pobre!
As canções foram feitas para serem descartáveis e as pessoas se habituaram a isso, não por serem vítimas, mas para não serem diferentes!
As pessoas, assim como as músicas atuais, conservam a mesma essência.
Vivem apenas para exibir felicidades fabricadas em redes sociais e vender imagens… Não importa o passado ou o futuro – “consuma o presente”, e isso é diferente de “viva o presente”!
Viver o presente é saber usufruir um show, em vez de gravar no celular para assistir mais tarde em casa ou postar nos status!
Ou mesmo fazer selfies em frente a palcos apenas para mostrar que também esteve lá… Quando nada de especial fica gravado na memória para recordar um dia.
Ou até mesmo passar dias tentando memorizar letras de uma música que será esquecida nas manhãs seguintes, apenas para não se sentir fora do contexto!
E as varandas vazias esperam por pessoas que tenham o que conversar, enquanto seus filhos poderiam brincar juntos na varanda…
Muito tempo se passou desde aqueles antigos forrós e das conversas animadas entre vizinhos…
A comunicação atual se resume a breves conversas em aplicativos, à exibição da vida perfeita nas redes sociais e a pessoas idênticas cada vez mais solitárias, no meio da multidão…
O forró, assim como tudo o que chamam de velho, vai perdendo espaço para novos e pobres estilos, pois um dia algum bom publicitário disse: “O mundo é dos jovens…” e passou a ditar o que os jovens devem ouvir, para não serem taxados de ultrapassados!
E desde então, velhos tesouros passaram a ser desprezados em prol de latões que brilham sob holofotes.
A música, como arte, deveria ser valorizada ainda mais com o tempo, isso é fato!
Novas canções, como novas obras de arte, deveriam enriquecer o acervo, mas, como produtos descartáveis que são, durarão até o dia seguinte ou, quem sabe, até a próxima semana!
As tradições foram apagadas… Não sei se morreram ou se foram apenas esquecidas.
Enquanto isso, varandas vazias esperam por pessoas que tenham o que conversar, enquanto seus filhos brincam juntos na varanda…
A campanha eleitoral naquela pequena cidade do interior nordestino já havia alcançado o mais baixo nível de toda a história…
Cadeiradas eram afagos, perto do que se via por lá, mas também não era tão violenta quanto aquele caso do senador assassino que matou alguém lá em 4 de Dezembro de 1963…
Mas esqueceram a gentileza!
Palavrões, cadeiras voando, e um tal de “ladrão” pra cá e “ladrão” pra lá… mas ninguém cogitava a ideia de processar o candidato A, B ou C. Vai que tinha algo escondido!
Então, o coordenador da campanha de Jorge Clemente resolveu inovar: — “Nada é tão puro quanto uma criança!”
Bem, crianças não votam…
Usar crianças em campanhas políticas é meio estranho. Candidatos com cara de nojo abraçando crianças que dariam tudo para não estar naquele lugar…
Usar crianças é um artifício complicado, pois muitos casos de corrupção envolvem dinheiro que seria destinado à educação e à cultura – o futuro das mesmas.
Mas, como não estou aqui para explicar política e sim para contar o caso, deixe-me continuar:
Jorge Clemente teve a brilhante ideia para apaziguar os ânimos: — “Vou inovar… No carro de som, vou colocar algumas crianças para acenar ao povo, enquanto o locutor fala mansamente o nome Clemente…”
E assim se deu.
Quatro meninos foram escolhidos para desfilar no carro e acenar ao povo pelas ruas da cidade.
E qual não foi a surpresa da população ao ver que, enquanto a caravana passava, as inocentes crianças erguiam os pequenos dedos médios, em riste, para os adversários políticos.
Você já percebeu que a cultura de alguns países tem uma influência tão marcante em outras culturas que, por vezes, se torna até mais popular que a original?
E por outro lado, já viu como as nações mais ricas e armadas afetam profundamente as decisões comerciais mundiais, a ponto de proibir que seus aliados façam negócios com determinados países?
Os embargos econômicos são impostos não necessariamente porque os países visados sejam ditatoriais ou agressivos, mas para forçá-los a cumprir com as exigências e interesses das potências dominantes.
As duas situações são exemplos de Imperialismo.
Neste post, vamos explorar brevemente: O que é imperialismo e quais são suas principais características?
Definindo Imperialismo
O imperialismo é a política de expansão e controle adotada por países poderosos para dominar outras nações ou territórios, geralmente por meio de conquistas militares, colonização ou influência econômica e cultural.
Essa prática, comum nos séculos XIX e XX, era e ainda é motivada por interesses econômicos, como matérias-primas e novos mercados, além de objetivos políticos e estratégicos.
O imperialismo foi responsável pela criação de vastos impérios coloniais, especialmente por potências europeias, como o Império Britânico, Francês e Belga.
As nações colonizadas frequentemente sofreram exploração econômica, repressão cultural e perda de soberania, resultando em legados de desigualdade e conflito que persistem.
Hoje, o imperialismo também se manifesta através da influência econômica e cultural de nações ricas ou corporações multinacionais sobre países menores.
Atualmente, isso acontece quando as nações mais ricas forçam as mais pobres a aceitar seus termos exploratórios.
Independência do Brasil – Uma História Mal Contada
Nos bons tempos de escola, lembro da professora com olhos marejados, apontando o quadro de Pedro Américo, de 1888, narrando com emoção os eventos que levaram até as margens do Rio Ipiranga onde o Grande Dom Pedro I, deu o famoso grito: ” AAAiiiiiiii…”
Bem, não foi bem isso que ela ensinou, ela não poderia.
“Independência ou morte!” – foram as palavras do Imperador.
O segundo grito foi tão verdadeiro quanto o primeiro!
O fato é que as pessoas frequentemente embelezam a história para criar uma identidade própria.
No entanto, a verdadeira história desmistifica certos heróis e auxilia na compreensão mais profunda da estrutura atual da sociedade brasileira.
A Construção dos Heróis na História da Independência
A história da independência do Brasil é comumente contada de forma romantizada, especialmente na maneira como heróis são retratados.
Dom Pedro I é um exemplo clássico, frequentemente idealizado em sua imagem e papel nos eventos de 1822.
A imagem de Dom Pedro como herói nacional, proclamador da independência, ignora muitos aspectos e a complexidade política e social daquele tempo.
Essa visão romântica começou a tomar forma no século XIX, quando historiadores e o governo buscavam forjar uma identidade nacional coesa.
Esses heróis foram criados para influenciar a opinião pública e incentivar o sentimento patriótico numa nação nova e diversa.
Os movimentos políticos e as revoltas
Os aspectos mais obscuros, como conflitos internos e influências externas que afetaram a independência, frequentemente foram deixados de lado ou diminuídos para não ofuscar o relato heroico.
É fundamental reconhecer que Dom Pedro I não atuou sozinho nem sem interesses próprios.
Suas motivações tinham raízes políticas e sociais profundas, tanto no âmbito brasileiro quanto no internacional.
Ao idealizar a história, historiadores daquela época forjaram uma narrativa que enfatiza feitos heroicos individuais em vez de uma visão mais completa dos elementos que conduziram à independência.
Até hoje, essa perspectiva romantizada prevalece, o que impede um entendimento mais integral e crítico dos acontecimentos que culminaram na independência do Brasil.
Compreender as reais motivações e o contexto é vital para uma avaliação mais detalhada e verídica da história do país.
As Negociações Ocultas por Trás da Independência
A independência do Brasil é comumente vista como um evento revolucionário, mas na realidade, foi um processo complexo de negociações políticas e econômicas.
Esse cenário diplomático contou com personagens chave como Dom João VI e a nobreza portuguesa, que tiveram papéis essenciais na transição do Brasil de uma colônia para uma nação independente.
Com a transferência da corte portuguesa para o Brasil em 1808, Dom João VI desencadeou uma série de transformações que prepararam o país para a independência.
Ao elevar o Brasil ao status de Reino Unido a Portugal e Algarves em 1815 e abrir os portos brasileiros ao comércio internacional, ele promoveu relações comerciais vitais para a autossuficiência econômica da colônia.
No cenário internacional, a situação era igualmente complexa, com as Guerras Napoleônicas e a instabilidade na Europa exercendo grande pressão sobre Portugal.
Como um aliado menor no cenário geopolítico controlado pelas grandes potências europeias, Portugal teve que negociar com cautela para manter sua influência no Novo Mundo.
As concessões feitas por Dom João VI visavam proteger interesses portugueses e brasileiros, amenizando o impacto da separação que se aproximava.
Relações ocultas Brasil/Portugal
Um dos aspectos mais significativos das negociações ocultas foi a relação financeira entre o Brasil e Portugal.
Tratados como o “Tratado de Amizade, Navegação e Comércio” assinado em 1810 formalizaram acordos que beneficiavam ambos os países, estabelecendo regras comerciais que perdurariam além da independência.
Ademais, a indenização financeira paga pelo Brasil a Portugal em 1825, como parte do reconhecimento formal da independência, reflete o caráter negocial e compensatório da ruptura.
Portanto, a independência do Brasil não pode ser compreendida plenamente sem considerar os acordos políticos e econômicos que antecederam o proclamado Grito do Ipiranga.
Esses arranjos, muitas vezes omitidos nos relatos tradicionais, moldaram a transição de uma colônia governada a uma nação soberana, iluminando uma dimensão frequentemente esquecida da história brasileira.
A Supressão de Revoltas e Movimentos Populares
A narrativa da independência do Brasil não está completa sem considerar as revoltas populares que ocorreram antes e depois de 1822.
Levantes como a Revolução Pernambucana de 1817 simbolizam a insatisfação com o regime colonial e a demanda por reformas substanciais.
A Revolução Pernambucana, um movimento separatista, reivindicou maior autonomia, liberdade comercial e o fim das arbitrariedades do poder central.
Apesar de sua rápida supressão, deixou um legado de resistência e luta por direitos.
Outras revoltas, temidas pelo poder dominante por ameaçarem a unidade e o controle sobre a colônia, também foram reprimidas.
Antes da independência, movimentos como a Inconfidência Mineira em 1789 e a Conjuração Baiana em 1798 enfrentaram repressão severa.
A luta persistiu mesmo após 1822, com a Cabanagem (1835-1840) e a Farroupilha (1835-1845), que desafiaram o poder estabelecido em busca de autonomia regional e reformas sociais e econômicas.
Esses movimentos refletem a contínua insatisfação popular e a complexidade da formação do estado brasileiro.
Assim, para compreender plenamente a independência do Brasil, é essencial reconhecer e estudar essas revoltas, valorizando a memória das lutas e daqueles que desafiaram a ordem vigente.
Entendendo os bastidores
Frequentemente, a versão oficial simplifica ou omite complexidades cruciais que influenciaram o curso dos eventos.
O livro “O Reino que Não Fazia Parte Deste Mundo” traz uma análise aprofundada dos fatores políticos, sociais e econômicos que levaram à separação de Portugal, evidenciando como narrativas oficiais podem ser construídas por interesses particulares.
A obra critica a idealização de Dom Pedro I, argumentando que a imagem do príncipe regente proclamando a independência às margens do Ipiranga, com um brado retumbante, não reflete as complexas negociações e tensões políticas que ocorreram antes desse ato.
A ênfase em um único herói desconsidera a rede de influências, incluindo a pressão das elites econômicas e intelectuais, que realmente delinearam a decisão de se desvincular de Portugal.
Independência
Além disso, os padrões de exploração e a desigualdade social, heranças do período colonial, não se resolveram automaticamente com a independência.
Ao contrário, muitos problemas persistiram, como a escravidão, que continuou legal e vital para a economia no século XIX.
A historiografia tradicional frequentemente atenua essa continuidade, sugerindo uma transição mais progressista e liberal do que realmente ocorreu.
É essencial reconhecer essas sutilezas para entender completamente os eventos históricos.
Portanto, reavaliar os fatos históricos é uma necessidade educacional.
Incluir perspectivas variadas, especialmente as que são frequentemente ignoradas, como as dos escravizados, indígenas e mulheres, amplia a compreensão do processo de independência.
Entender os eventos não tira a importância dos personagens históricos, mas destaca aspectos da cultura nacional, como o clientelismo, o protecionismo e as desigualdades sociais — elementos que Pedro Américo não representaria em uma pintura.
Poucos, muito poucos, ouviram o grito da Independência.
É cedo e alguém no fim da rua lembrou que ainda havia um daqueles foguetes da festa da democracia da noite passada.
Bem, meus tímpanos perfurados não ficaram felizes com os picos de 118 decibéis das cornetas dos carros — sim, falei carros — que passaram em frente à minha casa, assim como também minha pobre cachorrinha quase infartou.
Pois é, os cães não suportam sons altos.
Imagine então os pobres cachorrinhos de rua; não tente imaginar, deve ser difícil. São apenas cachorros.
Enquanto isso, uma fala indecifrável e rouca repete comandos que mais irritam do que encorajam!
É estranho como mostrar força numa campanha se relaciona mais com a intimidação (que nos remete aos belos tempos de bullying escolar…) do que com planos de governo. Não amadurecemos muito nesse aspecto!
E de repente, sem querer nem forçar a barra, me sinto de volta aos tempos em que não havia microfones e alto-falantes modernos e os candidatos se esgoelavam de modo a serem alcançados por todos os ouvintes…
E apesar da modernidade, vejo candidatos gritando desesperadamente nos microfones, e antes que você se diga: “Gritar é necessário para estimular os eleitores…” — já imaginou este tipo de estímulo dentro de casa?
Bem, para ser eloquente e entusiástico não é preciso se esgoelar; um pouco de modulação no tom do discurso teria um efeito mais positivo.
Mas, enquanto escrevo, um amigo diz: “Isso é política!”
Não posso concordar. A arte da negociação e dos debates de propostas, sem as baixarias atuais no mundo inteiro, a definiria melhor.
E enquanto tento argumentar, uma bomba explode próximo ao meu ouvido, já doente, enquanto os cachorrinhos acuados se encostam, tremendo, nas paredes como se tentassem atravessá-las.
Minha amiguinha de quatro patas se encolhe na poltrona.
Setembro é um mês especial. Por essas bandas, o frio se despede, dando início ao primeiro verão, ou primavera.
Setembro também traz o sorriso de Bell, minha irmã mais nova, que nasceu neste mês, no dia 16, assim como as saudades da minha irmã Léia, que também nasceu no dia 17 e que, neste mês, passou a viver apenas nos meus sonhos e memórias.
Setembro é também marcado como o mês dos atentados terroristas ao World Trade Center.
Que tal mergulharmos um pouco na história deste mês?
Apresentando…
Setembro é o nono mês do ano no calendário gregoriano, com duração de 30 dias.
Seu nome tem origem na palavra latina “septem” (sete), pois era o sétimo mês no calendário romano, que originalmente começava em março.
A introdução dos meses de janeiro e fevereiro em 451 a.C. reposicionou setembro como o nono mês do ano.
No hemisfério norte, setembro marca o início do outono, enquanto no hemisfério sul, é o início da primavera, sendo sazonalmente equivalente a março no hemisfério norte.
Em 21 ou 22 de setembro, ocorre o equinócio de setembro, quando o Sol cruza o equador celeste rumo ao sul, sinalizando o começo do outono no Hemisfério Norte e da primavera no Hemisfério Sul.
História
Historicamente, setembro era dedicado ao deus romano do fogo, Vulcano, devido às altas temperaturas associadas ao mês quando ainda era o sétimo mês do calendário.
Os anglo-saxões também o chamavam de “Gerst Monath” (mês da cevada) e “Haefest Monath” (mês da colheita), refletindo sua importância agrícola.
Acontecimentos na história
Setembro é rico em simbolismo e eventos históricos.
Em 1752, o Império Britânico omitiu 11 dias no mês, entre os dias 2 e 14, ao transitar do calendário juliano para o gregoriano.
O 1º de setembro de 1939 marca o início da Segunda Guerra Mundial, com a invasão da Polônia por Adolf Hitler.
Já em 11 de setembro, o mundo relembra dois eventos trágicos: os ataques terroristas nos EUA em 2001, que causaram a morte de 2.996 pessoas, e o golpe militar no Chile em 1973, liderado por Augusto Pinochet.
Mês de conscientização
Além disso, setembro é conhecido por suas campanhas de conscientização.
A campanha Setembro Amarelo, adotada no Brasil em 2015, visa prevenir o suicídio, conscientizando sobre a saúde mental e reduzindo o estigma associado a transtornos mentais.
Ela foi inspirada pela história de Mike Emme, um jovem que cometeu suicídio aos 17 anos, em setembro de 1994, nos Estados Unidos.
A campanha é simbolizada por fitas amarelas, e dados alarmantes da Organização Mundial da Saúde (OMS) revelam que mais de 700 mil pessoas morrem por suicídio anualmente no mundo. No Brasil, a taxa média é de 14 mil suicídios por ano.
Um mês cultural
O mês de setembro também tem relevância cultural e social.
É marcado pelo início do ano letivo em muitos países do hemisfério norte, além de abrigar o famoso Festival de Cinema de Veneza. Nos Estados Unidos, setembro é o mês nacional do mel, do frango e do piano.
As pedras de nascimento associadas a setembro são a safira e o lápis-lazúli.
Em resumo, setembro é um mês cheio de histórias, tradições e peculiaridades que vão muito além do que geralmente se conhece, destacando-se tanto por seu significado histórico quanto por seu impacto cultural e social.