GTM-N822XKJQ

O pequeno mundo de Lis ( Poema à Felicidade)

 

“Lis,
Me diz,  menininha levada
O que te deixa feliz?

“Besouros no Jardim?
Flores vermelhas?
Ou achas as mais belas
Rosas amarelas?

“Existem rosas amarelas?
Me permita, então, vê-las!
Seriam as mais serenas
que as margaridas vermelhas?

“Neste universo do existe
nunca, nada permita
bichinhos, carinha triste…

“Nem gritos no ar
Ou luzes no céu
Nem flores caídas
em meio ao papel…

“Ria com as flores
com as cores
Sorria…

“E quando faltarem palavras
Nessa cabecinha agitada
Me mostra, pequena Lis
na dança, no canto
No sonho…
O que te deixa feliz…”

Gilson Cruz

Leia também Poema para Aline (Carinha amarrada) ‣ Jeito de ver

 

Vivendo sem Roteiro – Os Desafios da vida

bollywood-1687410_1280-300x197

Imagem de Tumisu por Pixabay

A Vida Não é um Roteiro de Ficção

A vida não segue um roteiro pré-escrito; a ideia de que ela deve ser capítulos de eternas emoções e reviravoltas pode ser um mero delírio. Nas novelas, filmes e seriados, há sempre uma trama entre mocinhos, vilões, suspenses e desfechos resolvidos em poucas horas, dias ou meses.

Na realidade, muitas vezes criamos nossos próprios vilões, projetando mágoas e desapontamentos em pessoas que não compartilham das mesmas afinidades ou não correspondem às nossas expectativas. Assim, acabamos roteirizando nossas vidas com intrigas e a busca incessante por um final feliz, como se estivéssemos presos a uma narrativa dramática que nos privasse da espontaneidade de simplesmente viver.


A Vida como uma Maratona

Em vez de compará-la a um espetáculo para as telonas, talvez seja mais justo ver a vida como uma maratona. Nessa jornada, apesar de todo o preparo, há incertezas sobre o final. O maratonista sabe que há outros ao seu lado, com os mesmos objetivos, e que os “adversários” não são inimigos, mas companheiros que também lutam por seus sonhos.

O verdadeiro protagonista não despreza seus adversários e, em momentos de necessidade, pode até abrir mão do primeiro lugar para ajudar outro em dificuldade. Na vida real, nem tudo é sobre vencer, mas sobre seguir em frente respeitando as regras e reconhecendo o valor do outro.

Ao contrário do roteiro de um filme, que colocaria obstáculos épicos como traições extremas ou desastres naturais, a vida real é mais sutil e complexa. Ela oferece a chance de se apaixonar e amar de forma genuína, sem a presença de vilões tentando destruir tudo. Erros e recomeços fazem parte da caminhada, sem um script pré-definido.


Monotonia e o Ritmo da Vida

A vida não tem pressa em resolver todos os problemas em um curto espaço de tempo; seu ritmo é definido pela maturidade de cada um. Monotonia não é o fim, mas uma oportunidade de reflexão e planejamento. Há quem deseje emoções constantes, vivendo em busca de adrenalina e prazeres instantâneos, caindo em um ciclo vicioso de insatisfação.

No entanto, os momentos de aparente calmaria são valiosos para o autoconhecimento. Aceitar a monotonia é parte do amadurecimento, uma chance de enxergar que a vida é muito mais do que episódios cheios de ação.

A liberdade de viver cada dia como se escolhe é o que torna a vida única e especial. E, diferente das novelas e filmes, a vida real não precisa de roteiros para ser extraordinária – basta ser vivida.

Gilson Cruz

Saiba mais Relembre as dez cenas mais bizarras das novelas – Estrelando

Veja também: Esse bonde chamado tempo ( Hora de partir ) ‣ Jeito de ver

Trem da vida (uma mensagem simples) ‣ Jeito de ver

Ao Lado nos Belos Instantes

memory-2021124_1280-300x200

Imagem de Catkin por Pixabay

 

Nos mais belos momentos de sua vida, de quem você se recordou?

Quem você gostaria que estivesse lá, ao seu lado,

contemplando o sol ao amanhecer ou o mesmo observando o despontar da lua atrás das montanhas?

Quem você gostaria que estivesse ao seu lado,

celebrando todas as conquistas,

dividindo as esperanças,

ou apenas abraçando sem motivo algum – se o amor não for o motivo?

Nos momentos mais extraordinários da vida,

de quem seria o riso, ou as palavras que você gostaria de ouvir?

De quem seriam as mãos e o rosto que você desejaria tocar?

Mesmo que pareça insano…

Ela esteve lá...sempre esteve lá.

Ela te acompanhou por todos estes momentos e em tuas alegrias ou frustrações esteve presente…

Ainda que apenas em teus pensamentos… em tuas memórias… em teus sonhos!

Gilson Cruz

 

Leia também Se pudesse voltar no tempo ‣ Jeito de ver

 

 

Poesia do Impossível (e do possível)

A silhueta de um casal e o universo.

Imagem de Victoria por Pixabay

 

Me perguntas

O que seria impossível?

Alcançar as estrelas?

Faço isso todos os dias

Ao som de tua voz

Viver sem gravidade?

É voar,

Ao som do teu canto,

do teu riso,

do teu sorriso…

Impossível

Como densas florestas

No último planeta

Ou como uma mentira Vinda do verdadeiro Deus

É despertar todos os dias

Sem lembrar teu nome

E ao longo do dia

Esquecer tua face

Mas almejar a vinda da noite

Com lua e estrelas

No cenário perfeito

Criado para nós

Me perguntas

E as demais coisas?

E as demais coisas…

Serão sempre possíveis.

 

Gilson Cruz

Leia também

O Músico e a Estrela (um breve momento) ‣ Jeito de ver

 

Ao vizinho do 61 – Muito Obrigado!

Uma porta marrom, uma parede cinza. Um texto para reflexão.

Imagem de Arek Socha por Pixabay

 

 

A Primeira Impressão 

Meu caro vizinho da casa 61

Sei que a vida anda apressada ultimamente, é verdade, e são raras as vezes que tenho a oportunidade de te encontrar — sem essa pressa maldita, tão comum às pessoas.

Mas quero te agradecer.

Confesso que, vendo a disposição e a força com que realizas tão bem os teus trabalhos, sempre acreditei que eras um Super-Homem.

Por isso, quando te cumprimentei com aquele simples “bom dia”, eu não esperava ouvir tantas histórias.

Saber que tu enfrentas sentimentos como a solidão, a depressão e problemas da natureza humana diariamente me ajudou a considerar melhor a minha vida. Eu, que vivo entre livros e músicas, que torço por um time que não ganha um título nacional desde 1989 e que sempre acreditei também não haver nada errado com o Senhor.

Percebi que, constrangido, narravas um pouco dos teus problemas de infância e quantas visitas ao hospital a tua saudosa mãe se via obrigada a fazer. Chorar ao recordar alguém que te amava e que também se importava tanto contigo não é crime. Fez muito bem!

Eu jamais saberia, é certo, que, apesar dessa força que mostras nos teus passos, há um ser humano mais forte ainda. Pois lidar com certos problemas pode ser desgastante e desanimador — e alguns, infelizmente, desistem no caminho.

Não, eles não são fracos! Eles lutaram, também!

Talvez, não encontrassem ouvidos sinceros, de pessoas que se importassem.

Hoje em dia, quando as pessoas perguntam “Como está?”, o fazem por formalidade, muitas vezes sem nenhum interesse nos outros. Querem ouvir a única resposta que as agrade, para se isentarem do peso de serem úteis!

Quando te cumprimentei e ouvi a tua história, ganhei muito mais do que motivos para acreditar.

Ganhei uma razão para continuar.


Lições de Alguém que Escuta

Disseste-me sentir a falta de teu pai, tua irmã, teus amigos — me identifiquei, pois os meus livros, apesar de maravilhosos, não compartilham os meus sentimentos.

Por favor, peço apenas que não desanimes ao encontrares aqueles que querem apenas ouvir um “estou bem”, por estarem ocupados demais com os seus próprios egos. É duro admitir, essas pessoas existem e pouco se importam com os outros. Vão te dizer que falar dos teus problemas é fraqueza, que existem coisas mais importantes pra pensar, mas não esmoreça.

Entenda: desabafar é também uma maneira de reorganizar os pensamentos, e aquele que te escuta, se for sincero, terá o privilégio de aprender e crescer junto contigo.

Te peço perdão por não ter me lembrado de perguntar o teu nome, mas a tua história de lutas e sofrimento ainda me comove e me inspira. Continue a luta.

Agradeço por ter confiado a tua história e a tua voz a um desconhecido que também nem sabias o nome. Acredito que todo o altruísmo foi teu. E, numa próxima ocasião, espero encontrar-te novamente e conversarmos um pouco mais, compartilharmos experiências e termos a chance de conhecer também a tua família, tocarmos algo em meu velho Di Giorgio e descobrirmos os teus talentos.

Agradeço e até uma próxima oportunidade,

Pedro,
Teu vizinho do Nº 15

Como seria … (O Poema de um novo dia). ‣ Jeito de ver

O Mundo Pequeno de Mundinho – um conto ‣ Jeito de ver

Gilson Cruz

 

Poeta (Sinfonia de asas e versos)

Um poema sobre a liberdade criativa.

Imagem de Dorothe por Pixabay

 

 

O poeta quer voar

por favor, não lhe corte as suas asas

não lhe pode a sua imaginação

não lhe dê limites…

Não lhe proteja dos sonhos,

das tempestades,

do sol escaldante,

da esperança…

E se frustrarem-se  seus anseios

não lhe corte a pena…

Deixe que viva.

 

Gilson Cruz

 

Leia também O poeta ( Uma poesia simples) ‣ Jeito de ver

 

 

 

As mudanças na mente e no corpo.

O Encanto do Passado e as Memórias Selecionadas

Já se perguntou alguma vez: “Por que o passado parece tão melhor que o presente?”

Para responder a esta pergunta, é necessário mergulhar com sinceridade nas memórias e entender que as nossas concepções e perspectivas de mundo se adaptam a novas experiências.

Na infância, a vida se resume a brincadeiras e à proteção de pais e parentes. Nas memórias dessa fase, os momentos mais difíceis – como quedas, perdas, doenças e situações semelhantes – tendem a ser ofuscados por lembranças marcantes, geralmente felizes.

Por outro lado, a puberdade traz a ebulição hormonal, a instabilidade emocional e as atitudes rebeldes que, muitas vezes, resultam em situações que serão motivos de vergonha por anos a fio.


O Caminho do Amadurecimento

As mudanças e transformações no corpo e na mente fazem parte de um processo que chamamos de amadurecimento. Durante essa fase, o vigor da juventude, aliado ao entusiasmo e ao fogo da infância, cria a ilusão de que tudo é possível!

Por isso os exageros: cada paixão é um amor eterno; cada erro, um desastre imperdoável; cada crítica, uma punhalada; e cada rejeição sofrida, um pecado sem perdão. O curioso é que essas paixões, tão intensas e sofridas, logo são substituídas por novas – com as mesmas características.

A adolescência é como um reflexo exagerado do que alguém será ao amadurecer. Com o tempo, o ex-adolescente poderá refletir as atitudes que tanto criticava nos pais:

  • A seriedade diante da vida,
  • A preocupação com as contas da casa,
  • E o foco em questões mais importantes.

Enfim, aprenderá a perdoar os erros do passado, aceitar as críticas e lidar com as próprias falhas. Descobrirá que rejeições são necessárias e que muitas vezes é preciso aprender a dizer “não”.


A Aceitação das Mudanças

Com o tempo, talvez não se reconheça mais o brilho no olhar, os traços no rosto ou a energia de outrora. Perceberá que para estar no presente, relembrando e questionando o passado, foi necessário mudar, aceitar transformações e amadurecer – mesmo que isso significasse abrir mão de desejos e traços da própria personalidade.

Chegará o momento de perdoar paixões infelizes, livrar-se de remorsos e abraçar a compreensão de que assim é a vida. Cada tempo trouxe sua parcela de experiências e ensinamentos, e ainda há muito por viver.

Assim, finalmente, viverá a maturidade – um estágio que permite valorizar o presente, sem as ilusões do passado, mas com a sabedoria que ele proporcionou.

Gilson Cruz

Amizade ao Longo da Vida – definições ‣ Jeito de ver

E janeiro está chegando – e daí?

Imagem de StockSnap por Pixabay

O Calendário na Roma Antiga

Você sabia que janeiro nem sempre foi o primeiro mês do ano? Pois é, essa história começa lá na Roma Antiga, onde o calendário era bem diferente do que usamos hoje.
O ano romano tinha apenas dez meses, começando em março e terminando em dezembro. Isso mesmo, dezembro significa “décimo mês” em latim.
Curiosamente, outros meses também seguiam essa lógica numérica: setembro era o sétimo, outubro o oitavo e novembro o nono.
Os romanos não estavam lá muito preocupados com os meses que faltavam, visto que eram meses de inverno, sem festas ou guerras. Eles simplesmente os chamavam de “dias sem nome” ou “dias sem mês”. (O mais rebelde diria: êita, mês inútil… nem carnaval tem!)
O calendário romano tinha apenas 304 dias… curtinho!

As Reformas de Numa Pompílio e o Papel de Jano

A coisa deu uma chacoalhada quando o rei Numa Pompílio, que governou Roma entre 715 e 673 a.C., resolveu reformar o calendário e adicionar dois novos meses: janeiro e fevereiro. Ele fez isso para que o ano tivesse, mais ou menos, 355 dias e ficasse mais próximo do ciclo lunar.
O nome fevereiro vem de Februália, um festival de purificação celebrado pelos romanos nessa época, com sacrifícios aos mortos.
Quanto a janeiro, ele foi nomeado em homenagem a Jano, o deus das portas, dos começos e das transições, representado com duas faces: uma olhando para o passado e outra para o futuro. Jano era o protetor das entradas e saídas, como a primeira hora do dia e o primeiro mês do ano.
No entanto, naquela época, janeiro ainda não era o primeiro mês do ano. Ele ocupava o décimo primeiro lugar, depois de dezembro e antes de fevereiro. O ano novo continuava sendo celebrado em março, mês dedicado a Marte, o deus da guerra.

A Ascensão de Janeiro como Primeiro Mês

Foi somente em 45 a.C. que o imperador Júlio César reformou o calendário e criou o calendário juliano, que é a base do que usamos hoje. Ele estabeleceu que o ano deveria começar na primeira lua nova após o solstício de inverno, que no hemisfério norte ocorre em 21 de dezembro. Assim, janeiro passou a ser o primeiro mês do ano civil, marcando o início de um novo ciclo.
Mesmo assim, nem todos aderiram à ideia imediatamente. Na Idade Média, por exemplo, alguns países europeus iniciavam o ano em 25 de março, na Festa da Anunciação, ou em 25 de dezembro, o Natal. Foi apenas a partir do século XVI que a maioria dos países europeus oficializou o dia 1º de janeiro como o Ano Novo.
Ainda hoje, povos seguem outros calendários, como o chinês, islâmico, judaico e hindu, cada um com suas próprias referências baseadas em fases da lua, estações do ano ou tradições religiosas.

O mês de janeiro reflete as mudanças culturais, políticas e sociais da humanidade e nos convida a olhar para o passado e para o futuro, assim como Jano. Afinal, por simbologia, janeiro é o mês dos começos.
E aí? O que te impede de planejar, renovar e viver plenamente desde já? Planeje hoje e viva sempre. Isso também é um jeito de ver!

Gilson Cruz

Leia também O último calendário – uma crônica › Jeito de ver

Fonte: Wikipedia

Revisão IA do Bing e Chat GPT.

O último calendário – uma crônica

Uma crônica bem humorada, sobre a importância dos calendários. Leia e divirta-se.

Imagem de Dorothe por Pixabay

 

Gilson Cruz

O último calendário

Por mais estranho que pareça, o novo calendário não trazia meses, dias…estava completamente em branco!

A cidade entrou em pânico, pois agora como seriam determinadas as estações do ano, a melhor época para o plantio e os feriados?

Como lembrar aniversários, compromissos?

Num frenesi, a multidão saía na busca do responsável!

” Ele vai ter que se explicar” – diziam os mais exaltados.

Mas o que ninguém notava ainda era que até os relógios haviam parado. Não havia mais a contagem do tempo!

A turma da fofoca dizia:” E agora, daqui a uns dias ninguém mais vai saber a idade de ninguém!”

As crianças ficaram felizes: “Agora ninguém mais vai saber a hora de ir praquela escola”! (Verdade, para eles o conceito de eternidade foi inventado nas aulas de filosofia da Pró Ritinha. Pareciam intermináveis!)

Enquanto isso, os noivos entraram em desespero ao perceberem que perderiam a data de seu casamento.

Descabelavam-se: “Esquecer festas, datas e agora?”

“Com o tempo, a gente se acostuma” – Diziam outros…

O óbvio

Todos previam a tragédia. Era o Fim dos tempos!

E enquanto previam o caos …

esqueciam de reinventar “o próprio calendário!”

 

Palavras de 2023 – o ano que passou! ‣ Jeito de ver

 

 

Tradições – o que se precisa saber?

Tradições e histórias natalinas revisadas.

Imagem de Pexels por Pixabay

Gilson Cruz

Velhas tradições perdem força e às vezes são esquecidas..

Era comum em  épocas específicas do ano, pessoas se  movimentarem no intuito de  preservar os ritos dos antepassados.

O mundo mudou, é verdade. Por isso, que tal analisar um pouco das origens de algumas tradições e festividades?

Por exemplo, era comum nas cidades do interior da Bahia o Micareta.

Analisando as origens

Nas origens da Micareta destacam-se duas festas: uma chamada de serração da velha e outra que leva um nome francês: mi-carême.

Vamos analisar a mi-carême.

A mi-carêmi, (que significa meio de quaresma) festa de origem francesa, aconteceu muito mais tarde, no início do século XX, inspirada na Belle Époque , símbolo de elegância, que ditava a moda no mundo.

No carnaval de rua no Brasil, importava-se o lance-parfum francês.  Não demorou muito para aparecerem iniciativas visando implantar no Rio de Janeiro, a Mi-carêmi.

Fonte:  SciELO – Brasil – Da mi-carême ao carnabeach: história da(s) micareta(s) Da mi-carême ao carnabeach: história da(s) micareta(s).

Uma nota importante é que ainda hoje alguns trajes carnavalescos lembram a moda da Belle Époque.

A micareta na Bahia, aparece datada do início do séulo XX, em 1908, possívelmente em Jacobina, quando em Salvador e Feira de Santana, ainda não existiam as folias da mi-carême.

Fontes adicionais:

HIstória da Micareta http://www.feiradesantana.ba.gov.br

Veja também Contos de Carnaval (uma história com H) › Jeito de ver

O terno de reis

No início do primeiro mês do ano, homens com roupas chamativas, pandeiros de fitas saíam pelas casas levando canções…  e como dizia o Tim Maia: “Hoje é dia de Santo Reis..”.

Qual a origem do Terno de Reis?

“O terno de Reis é inspirado na passagem bíblica dos Três Reis Magos (que na verdade não eram reis, eram astrólogos)  onde um trio viajou para presentear o menino Jesus, que havia nascido em Belém”.

“O terno de Reis consiste em um grupo de cantores que realizam visitas às suas casas, anunciando o nascimento de Jesus”.

Veja mais: – ‘Oh de casa, nobre gente’: você conhece a tradição do Terno de Reis? – GAZ – Notícias de Santa Cruz do Sul e Região

É importante considerar que embora afirmem se inspirar em determinados acontecimentos, tais tradições não se apegam ao registro bíblico e baseiam-se em versões passadas de geração em geração.

Estrela de Natal

Examinando a Bíblia:

O Evangelho de São Mateus capítulo 2 versículos 1 – 19 percebemos que os astrólogos observaram uma estrela que primeiro os conduziu a Herodes, o Rei, que estava interessado em matar aquele que seria o Messias em vez de levá-los diretamente ao menino.

Saber do nascimento do Messias levou ao então Rei Herodes a ação de ordenar o extermínio de todos os meninos de até dois anos de idade.

Aquela estrelinha de Natal  não estava bem intencionada. Não acha?

E por falar em  Natal…

Que tal um examinar um pouco das origens desta festividade?

O Natal

Qual a origem do Natal?

Muitos historiadores localizam a primeira celebração do Natal em Roma, no ano de 336 d.C, no entanto tal festiidade já era celebrada, segundo alguns registros na Turquia, no dia 25 de Dezembro, em meados do século II”. 

Fonte: Wikipédia, a enciclopédia livre (wikipedia.org)

A Bíblia não menciona a data do nascimento de Jesus Cristo, então como se chegou ao 25 de Dezembro?

Num esforço de unificar e incorporar os recém-convertidos pagãos ao “cristianismo”,  a igreja ressignificou algumas festividades pagãs, dando-as uma nova roupagem.

O Natal teve a sua origem em festas pagãs que eram realizadas na antiguidade.

Nesta data, os romanos celebravam a chegada do inverno (solstício do inverno).

Eles cultuavam o Deus Sol, (Natalis Invicti Solis) e ainda realizavam dias de festividade com o intuito de renovação.

Fonte: História do Natal: origem, significado e símbolos – Toda Matéria (todamateria.com.br)

Os Presentes

A tradição de dar presentes é atribuída, por muitos, a uma celebração tradicional na religião pagã da Roma Antiga: a Saturnália, festa em celebração a Saturno, no período do solstício do inverno.

Na mesma época do ano em que se celebra o Natal.

Uma explicação socioeconômica sobre a prática de troca de presentes neste período é que os  Estados Unidos para  impulsionar indústria se empenhou em adotar a tradição de tornar familiar a celebração de Natal.

Existem ainda várias outras teorias- Veja no link Origem dos presentes de Natal – Brasil Escola (uol.com.br).

Porém, a face perversa deste período de festas é a acentuação das desigualdades socias.

O Natal, as desigualdades, a guerra

Crianças ricas, celebram a chegada de um  Papai Noel que trazem  brinquedos desejados.

Crianças pobres sonham com um  Papai Noel que lhes dê apenas o mínimo, que muitas vezes se traduz em algum alimento ou um dia de paz.

Observa-se, também nesta época, pessoas que durante todo o ano, foram indiferentes aos sofrimentos alheios mostram um pouco de empatia aos necessitados.

É certo que as ajudas são bem vindas, mas seriam mais apreciadas se não fossem limitadas a apenas uma vez no ano.

Há um antigo relato de uma guerra que parou num dia de Natal.  Os soldados se confraternizaram, brincaram juntos – como humanos!

E no dia seguinte…as matanças e o ódio voltaram, com mais força.

Retornanaram  à hipocrisia dos seus mundos no segundo dia, do mês seguinte .

O ciclo se repete…

Enquanto este ciclo egoísta se repete todos os anos.

Na letra da canção Happy Xmas (War is Over) ( Feliz Natal – A Guerra acabou),  o cantor pergunta “E, então, é Natal, o que você tem feito?'”  há um protesto contra a Guerra do Vietnã.

O coro infantil: “War is over, if you want it”  ( A guerra acabou, se você quiser ), transmite a ideia de que a paz é possível, se as pessoas escolherem  buscá-la.

E os conflitos desde então, mostram que os homens não têm se empenhado por ela.

Uma canção brasileira sobre o Natal

Há uma triste mensagem na canção Boas Festas, de Assis Valente.

Nela uma criança pobre, não entende porque  o Papai Noel dela não atende a seus pedidos.

A melodia alegre confunde as pessoas, ocultando uma letra melancólica e desesperada.

Já faz tempo que pedi, mas o meu Papai Noel não vem

Com certeza, já morreu. Ou, então, felicidade é brinquedo que não tem”. – Boas Festas, 1932.

O objetivo deste site é fornecer apenas uma visão geral dos fatos de modo a estimular a reflexão.

Conclusão

As tradições trazem histórias.

Desde influências das culturas portuguesa e francesa na origem das micaretas ao terno de reis, às origens pagãs por trás do Natal e a troca de presentes.

O conhecimento de tais histórias é o fôlego da cultura, que se mantém viva e serve de base para a arte, a educação e a formação do homem.

Contos de Carnaval (uma história com H) ‣ Jeito de ver

Optimized by Optimole