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Meu Triste Sertão (a última seca)

 

 

O chão sofrido era sépia,
As plantas  tristes, cinzas
Azul era o céu, sem nuvens…
A pele queimada era marrom
As folhas secas, eram pretas

E verde eram as barragens
Onde o gado se deitava
Em preces, para dormir,
e que jamais acordava

Onde os meninos pescavam
sonhos em improvisos.
Onde insetos moravam
O sol era de um eterno amarelo,
assim como o meu sorriso.

Como a estrada que deixamos para trás
Queimava a pele
Devorava matos, sonhos não vividos
E que não sonho jamais

Dos vagos espaços no teto
Por onde as estrelas passavam
Fugia também a esperança
De quem a chuva aguardava

E fugia do sertão,
Para sofrer n’outras paragens
Onde a sede não matava
E a água seria a bênção,

não a miragem…

Na velha carroça
Levava o quase nada
Só a vida…
Só os sonhos…
E a esperança da chegada

Ao lugar do outro lado
onde se encontrassem as cores,
E a primavera como um rio
que levasse as lembranças sépias
da tristeza, da morte…das dores.

Gilson Cruz

Leia também Um calor diferente – O que será isso? ‣ Jeito de ver

Programa Estadual de Combate à Desertificação e Mitigação dos Efeitos da Seca | Portal SEIA

 

O chão sofrido era sépia,
As plantas  tristes, cinzas

Poema para Aline (Carinha amarrada)

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Imagem de b13923790 por Pixabay

 

Reluzindo como o sol
numa carinha amarrada
Quando a pequena Aline sorria
não me faltava mais nada

Não amava fotografias
e bem menos, a minha canção
Quem diria, menina levada
que levarias o meu violão…

Levavas na carinha séria
Um misto de toda emoção
Escondia a dor, o medo
E  não gostava da minha canção? (insisto!)

Menina, acredite na vida
Nos sonhos, no amanhã, no porvir
Não tema, solidão ou partidas
A vida sempre vai lhe sorrir

Em nobres dia de sol
num belo amanhecer
Trazendo risos, um Sol Maior
Nessa escala de crescer…

E como num fim de tarde
Quando a solidão bater
Não chore, não faça alarde
É mais que hora de aprender

E viver, luzir como o sol
Sem uma carinha amarrada
Como, naqueles tempos sorrias
Que não faltava mais nada.

 

Leia também O pequeno mundo de Lis ( Poema à Felicidade) ‣ Jeito de ver

Como gostar de estudar? Dicas para ter prazer na aprendizagem (kumon.com.br)

 

 

O pequeno mundo de Lis ( Poema à Felicidade)

 

“Lis,
Me diz,  menininha levada
O que te deixa feliz?

“Besouros no Jardim?
Flores vermelhas?
Ou achas as mais belas
Rosas amarelas?

“Existem rosas amarelas?
Me permita, então, vê-las!
Seriam as mais serenas
que as margaridas vermelhas?

“Neste universo do existe
nunca, nada permita
bichinhos, carinha triste…

“Nem gritos no ar
Ou luzes no céu
Nem flores caídas
em meio ao papel…

“Ria com as flores
com as cores
Sorria…

“E quando faltarem palavras
Nessa cabecinha agitada
Me mostra, pequena Lis
na dança, no canto
No sonho…
O que te deixa feliz…”

Gilson Cruz

Leia também Poema para Aline (Carinha amarrada) ‣ Jeito de ver

 

Ao Lado nos Belos Instantes

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Imagem de Catkin por Pixabay

 

Nos mais belos momentos de sua vida, de quem você se recordou?

Quem você gostaria que estivesse lá, ao seu lado,

contemplando o sol ao amanhecer ou o mesmo observando o despontar da lua atrás das montanhas?

Quem você gostaria que estivesse ao seu lado,

celebrando todas as conquistas,

dividindo as esperanças,

ou apenas abraçando sem motivo algum – se o amor não for o motivo?

Nos momentos mais extraordinários da vida,

de quem seria o riso, ou as palavras que você gostaria de ouvir?

De quem seriam as mãos e o rosto que você desejaria tocar?

Mesmo que pareça insano…

Ela esteve lá...sempre esteve lá.

Ela te acompanhou por todos estes momentos e em tuas alegrias ou frustrações esteve presente…

Ainda que apenas em teus pensamentos… em tuas memórias… em teus sonhos!

Gilson Cruz

 

Leia também Se pudesse voltar no tempo ‣ Jeito de ver

 

 

Itaberaba -Uma pedra que brilha!

À distância, as luzes pareciam estrelas que descansavam sobre a terra.

E ao passo que me aproximava,

percebia que o verdadeiro brilho

não era originário das estrelas.

Vinha também das pessoas que passavam na pressa de seus dias,

mas não esqueciam o riso em casa ou no trabalho…

Pessoas que sonhavam numa rara tarde fresca de domingo,

visitar a praça do Rosário para ouvir e contar histórias.

Saber da antiga feira e as origens do Rosarinho…

E quando a noite chegasse,

procurar o brilho que emanava distante.

Bem além dos morros, dos ares.

O brilho distante, de Itaberaba…

Como esmeraldas verdes,

ou como o colar na Terra

de apenas uma só pedra.

Uma pedra que brilha…”

Gilson Cruz

UM POUCO DE HISTÓRIA

“A história de Itaberaba remonta à Capitania de Todos os Santos nos anos 1535-1548.

Em 1768, as terras foram adquiridas por aventureiros após a venda pelos sucessores do Senhor João Peixoto Veigas.

Em 1806, Antônio de Figueiredo Mascarenhas comprou uma fazenda, onde construiu uma capela central dedicada a Nossa Senhora do Rosário.

Ao redor dessa capela, surgiu um núcleo de moradores que, em 1817, passou a ser conhecido como Orobó.

O povoado cresceu e foi reconhecido como Freguesia e Distrito de Paz de Nossa Senhora do Orobó. Em 1877, o município alcançou o status de Vila do Orobó, obtendo autonomia político-administrativa com a instalação da primeira Câmara em 30 de junho. Finalmente, em 1897, duas décadas após sua emancipação, foi elevada à categoria de cidade.”

Curiosidades: Orobó é uma árvore, mesmo que “Oribi”, a palavra também significa bumbum, ouro etc.

Saiba mais. IBGE | Cidades@ | Bahia | Itaberaba | História & Fotos

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Antiga Praça do Rosário – Extraída do Site Cultura Patrimonial

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Gilmar Fotografias & História LTDA.

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Gilmar – Fotografias & História LTDA.

Veja também  Ao mesmo lugar (onde eu possa voltar) ‣ Jeito de ver

A velha praça (um texto para te lembrar!) ‣ Jeito de ver

Poesia do Impossível (e do possível)

A silhueta de um casal e o universo.

Imagem de Victoria por Pixabay

 

Me perguntas

O que seria impossível?

Alcançar as estrelas?

Faço isso todos os dias

Ao som de tua voz

Viver sem gravidade?

É voar,

Ao som do teu canto,

do teu riso,

do teu sorriso…

Impossível

Como densas florestas

No último planeta

Ou como uma mentira Vinda do verdadeiro Deus

É despertar todos os dias

Sem lembrar teu nome

E ao longo do dia

Esquecer tua face

Mas almejar a vinda da noite

Com lua e estrelas

No cenário perfeito

Criado para nós

Me perguntas

E as demais coisas?

E as demais coisas…

Serão sempre possíveis.

 

Gilson Cruz

Leia também

O Músico e a Estrela (um breve momento) ‣ Jeito de ver

 

Poeta (Sinfonia de asas e versos)

Um poema sobre a liberdade criativa.

Imagem de Dorothe por Pixabay

 

 

O poeta quer voar

por favor, não lhe corte as suas asas

não lhe pode a sua imaginação

não lhe dê limites…

Não lhe proteja dos sonhos,

das tempestades,

do sol escaldante,

da esperança…

E se frustrarem-se  seus anseios

não lhe corte a pena…

Deixe que viva.

 

Gilson Cruz

 

Leia também O poeta ( Uma poesia simples) ‣ Jeito de ver

 

 

 

Como seria … (O Poema de um novo dia).

Alguns acreditam que a paz mundial seja um sonho. Leia o poema feito para reflexão.

Imagem de Cheryl Holt por Pixabay

Gilson Cruz

Como seria, se no novo dia,

as pessoas esquecessem as  diferenças

e aprendessem a conviver?

Como seria se

as armas fossem substituídas pelo diálogo

e as pessoas dessem as mãos?

Como seria, se no novo dia,

todas as crianças do mundo pudessem voltar a brincar nas ruas

e as bombas do lado de fora,

fossem festejos?

Como seria,

se países não tentassem expandir as suas fronteiras

e extinguir os mais fracos,

como se fossem inimigos desconhecidos?

Como seria,

se as fronteiras não existissem,

e toda a terra pertencesse a uma irmandade,

a irmandade humana?

Como seria, se no novo dia,

as culturas se encontrassem

e celebrassem a coexistência,

e não uma suposta superioridade?

Se pretos, brancos, amarelos, verdes e vermelhos

dessem as mãos,

e aprendessem a compartilhar as cores?

Como seria, se no novo dia,

não houvesse disputas ou exploração,

que as pessoas estivessem decididas a respeitar o verde

da Terra e dos mares,

e o azul do céu?

Como seria…

Como seria se, a partir do novo dia…

o homem esquecesse o ódio,

e perdoasse.

A Terra,

Sim, o mundo inteiro viveria em Paz.

Leia também A esperança (Poesia de resistência) ‣ Jeito de ver

Teus olhos verdes (Menina)

Um poema para alguém cujos olhos não esqueço.

Imagem de StockSnap por Pixabay

Gilson Cruz

São teus olhos verdes, Menina
estranhos universos pra mim
Não sei, por favor, me ensina
Por que tem que ser assim?

O mundo ficou infinito
A partir desse instante
E o céu muito mais bonito
E ao mesmo tempo distante

Teus olhos verdes, Menina
De farol, de mar a luzir
De vulto triste, a neblina
De longe sinto partir

E retornar nas madrugadas
Em sonhos, frios, agitados
Como águas que levaram
O que se tinha esperado….

Teus olhos tristes, Menina
Verdes, folhas de flor…
É a solidão que ilumina
Todos meus sonhos de amor.

De em nuvens poder andar
Cantar a canção que fascina
E pra sempre,  mirar…
Teus olhos verdes…

Menina.

Leia também:  A pequena bailarina (pequenos versos!) – Jeito de ver

Fim de uma paixão (e o céu continuava azul)

Imagem de Hans por Pixabay

Gilson Cruz

Não sei o que ardia
naquele momento
Se a ansiedade de continuar tentando
ou o medo…
de aceitar que sonhos,
na maioria das vezes não se realizam.
E naquele momento,
que precisava acordar, acordei.
E o céu continuava azul.

Gilson Cruz

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