Mais um dia… ( Um dia quase normal!)

Levantei cedo, antes do sol.

Algumas estrelas ainda me esperavam do lado de fora.

O céu estava indeciso

como se despedir das estrelas?

Românticas, serenas…

Como deixar a lua partir?

Os seresteiros cansados se arrastavam pela longa praça,

realizados depois de uma noite tão romântica

As amadas tiveram seus próprios spectacle privé,

puderam sonhar com os velhos tempos

puderam debruçar nas janelas imaginárias

O céu abraçava as cores

lilás, rosa, traços amarelos e vermelhos

e imponente, surgia o sol.

O poeta recluso, não escrevia mais seus pensamentos

e o compositor

abraçava a solidão da cama

podia agora dormir.

De longe,

o atleta corria na direção oposta

desbravando novas metas, novos horizontes

E quanto a mim…

Parei no tempo.

Enquanto lembrava dela

dos cabelos negros

dos olhos verdes

da voz macia

do riso lindo

E guardava cada instante desse dia para poder contar…

Veja mais em: O tempo ( Contador de histórias) – Jeito de ver

Perigo nas redes sociais – como o se proteger

 

Facebook, Instagram, Twitter, X (o antigo Twitter), BlueSky, WhatsApp, WeChat, TikTok, LinkedIn… são nomes de algumas redes sociais populares.

Bilhões de pessoas as utilizam diariamente, pelos mais variados motivos.

Seja para saber as novidades sobre famosos, conhecidos, desconhecidos, extraterrestres ou mesmo para atualizar as próprias novidades.

Todos sabem que as redes sociais foram criadas com o nobre objetivo de gerar lucro para seus criadores e que, por meio de algoritmos, influenciam modos e tendências.

Mas este não é o assunto principal deste post.


O ódio por trás das telas

Muitos predadores morais, incapazes de ter ou demonstrar qualquer empatia, covardes que se escondem atrás de telas de computadores ou smartphones, com IPs alterados, fazem uso das redes sociais com objetivos perversos:

Destruir reputações, tecer comentários maldosos e doentios na intenção de desestabilizar inocentes ou, talvez, criticar nos outros aquilo que não sabem fazer, ou o talento e a beleza que sabem que não possuem.

A falta de amor próprio é projetada em forma de palavras de ódio contra qualquer outra pessoa.

Na ocasião da morte do cantor e compositor Adam Schlesinger, vítima da Covid-19, aos 52 anos, um dos comentários de leitores dizia: “Nunca ouvi falar”.

Bem, há um monte de cantores e compositores bons que, infelizmente, passaremos a vida sem conhecer.

Talvez o nobre leitor do comentário acima tenha procurado posteriormente informações sobre o artista, tenha chegado à trilha sonora do filme The Wonders – O sonho não acabou e, quem sabe, a curiosidade o tenha levado à banda Fountains of Wayne.

Talvez tenha gostado, talvez não — isso realmente não importa!

O fato de alguém não conhecer ou não gostar de determinado estilo ou cantor não torna insignificante a obra do artista para aqueles que a apreciam.

A música That Thing You Do foi indicada ao Oscar em 1997.


Outras situações…

Em 2021, dois amigos faziam brincadeiras em que conversavam e simulavam o início de um beijo, que não acontecia.

Os haters — nome dado aos que espalham ódio por meio das redes sociais — lançaram críticas doentias e ferozes ao jovem que, devido à pressão, cometeu suicídio aos 16 anos.

Em 2013, na Flórida, EUA, uma jovem de 12 anos atirou-se de uma plataforma de uma fábrica de cimento abandonada, após ser cruelmente atacada por mensagens e aplicativos de fotos.

Os ataques, que culminaram nesta tragédia, duraram mais de um ano.

Lamentavelmente, pouco tem sido feito para combater discursos de ódio e fake news, uma vez que redes sociais são criadas para gerar lucro, e relatos perversos, sensacionalistas e mentiras geram engajamento.

Perfis falsos são permitidos pela maioria das plataformas.

As fake news se espalham 70% mais rápido do que notícias verdadeiras — ‘Fake news’ se espalham 70% mais rápido que notícias verdadeiras, diz MIT (correiobraziliense.com.br).

Discursos de ódio e posts de raiva geram cliques — Posts de raiva são os que mais geram cliques e engajamento nas redes sociais — Giz Brasil (uol.com.br).


Dilema moral?

O dilema moral em que se encontram as redes sociais é o mesmo das grandes empresas da mídia tradicional, seja televisiva ou impressa, quando se trata de noticiar fatos de corrupção envolvendo grandes anunciantes.

— O que seria mais importante que o lucro? A verdade?

Irremediavelmente, a maioria decide pelo lucro!

Atualizar termos de uso não tem mostrado ser a solução.

Alguns pais decidem limitar ou até proibir que seus filhos façam uso das redes sociais.

As famílias devem decidir. Sem pessoas, as redes acabam; portanto, limitar o acesso ou mesmo parar de usar (o que muitas vezes é quase impossível!) reduziria os lucros e forçaria uma mudança mais efetiva.

Apenas prejuízos financeiros fazem as corporações repensarem seus métodos e objetivos.

Enquanto a mudança não acontecer, haverá sempre predadores morais, criminosos, doentes prontos a envenenar e até mesmo matar sonhos e reputações.

Leia mais em: “Notícias na Era Digital (Viés e informação) ‣ Jeito de ver

 

 

 

As pequenas escolhas ( Reflexão)

Menino estudando Matemática. Cada pequena escolha terá um impacto em nosso futuro.

Imagem de PublicDomainPictures por Pixabay

Já parou pra pensar na importância das pequenas escolhas ?

Nossa vida é meio que esculpida pelas pequenas decisões que a gente vai tomando no caminho.

Às vezes, um gole a mais de vinho ou uma cervejinha extra podem acabar nos levando por um caminho diferente: um acidente, um desempenho ruim num jogo, ou até arruinar aquela entrevista de emprego dos sonhos. Coisas simples, tipo decidir sair da cama num dia de frio ou ficar mais um pouco debaixo das cobertas, podem ser o ponto de partida de algo grande, tipo as primeiras pedras que a gente coloca no caminho.

“Ah, e se eu tivesse casado com meu primeiro amor? E se tivesse apostado mais na minha carreira? E se tivesse dito ‘sim’ em vez de ‘não’, ou vice-versa? E se…”

A verdade é que, em algum momento da vida, a gente sempre acaba pensando nas escolhas que fez, até nas boas. Ficar imaginando como seria diferente pode ser um refúgio, mas o passado já foi e não dá pra mudar.

O primeiro amor nem sempre é pra sempre, e às vezes dizer “não” pode ser uma forma de se proteger – talvez tenha sido a resposta certa na hora certa.

Viva cada dia com o que tem, mesmo que seja pouco. Planeje o que der e o que você realmente quer fazer. Se precisar, dê uma lamentada, mas lembre que não dá pra voltar atrás; os momentos são únicos. A gente aprende com isso.

Explore seus talentos escondidos, tipo escrever poesia, compor, desenhar, aprender um novo idioma e essas coisas. E se não sair tão perfeito quanto esperava, aprenda a rir de si mesmo. Valorize quem te ama e respeite quem não liga muito pra você; ainda tem muita coisa boa pra descobrir por aí.

Dê a chance de mudar – suas opiniões, seus jeitos de ver o mundo podem evoluir. Seja mais leve consigo mesmo e não exija dos outros uma perfeição que você mesmo não tem.

E por fim, valorize suas experiências. Até as pequenas coisas que a gente vive vão se juntando e formando algo grande.

Suas histórias, suas experiências são só suas; só você sabe o tamanho da alegria nos sucessos e da frustração nas derrotas, só você pode descrever o que sentiu em cada experiência – isso não é pouca coisa. Aproveite isso.

Gilson Cruz

Veja mais em Se pudesse voltar no tempo – Jeito de ver

Como gostar de estudar? Dicas para ter prazer na aprendizagem (kumon.com.br)

O mundo anda bem complicado…

Jornais. As notícias afetam o nosso humor e a nossa saúde.

Imagem de Luisella Planeta LOVE PEACE 💛💙 por Pixabay

Um Dia de Desafios e Reflexões

O dia não estava bom…

O intestino me lembrou de sua existência, gritando e exigindo atenção, enquanto o estômago, enciumado, também queria um pouco de amor — e resolveu protestar.
Para completar, a otite resolveu me visitar justamente um dia após a vacina.

Meu pobre cérebro, sem muita paciência para administrar esses egos, decidiu medicar-se e, logo depois, entregou-se ao sono. Acordou com uma disposição imensa para ver o que estava acontecendo no mundo.

Decidiu me distrair nos portais de notícia, em busca de algo interessante que pudesse dar aquela moral. “Quem sabe uma boa notícia?”, pensou.

E assim, começou a aventura.

Entre Clickbaits e Ecossexualidade

Os sites traziam propostas nada interessantes: o antes e depois de um ator famoso ou os destaques de outro ator que se declara ecossexual (um termo que eu não conhecia).

“— Deve gostar da natureza…”, pensei, quase acertando.

Descobri que ecossexualidade é a fusão entre ambientalismo e sexualidade, focada no amor pelo planeta.
E não é que as piadinhas tolas da quinta série fizeram a festa na minha cabeça? Mas, convenhamos: a quem interessa esse assunto?

Resolvi esquecer as piadas e seguir em frente. Novos quadros falavam sobre biquínis de famosos, feitos de lã, crochê, fios de ouro, couro, cordas de guitarra, contrabaixo, ukulele… ou quase isso. Empolguei-me um pouco, admito.

“— Mas a quem interessa tudo isso?”, perguntei novamente.

Notícias Seriam Notícias?

A busca continuava. Lá estavam algumas tragédias perdidas entre um mar de futilidades:

  • “Corpo de criança de dois anos, desaparecida, é encontrado no Paraná.”
  • “CPI’s e CPMIs.”
  • “Mísseis da Coreia do Norte caem no Japão.”
  • “Grampo telefônico confirma participação de jogador brasileiro em estupro.”
  • “Ciclista cai em curva durante corrida e morre.”
  • “Congresso pressiona por mais recursos e cargos e reclama que o governo não sabe dialogar.”

Isso cansa!

“Seleção fará partida amistosa e usará uniforme preto contra o racismo.” Pensei: “Vão exibir aquela faixa: ‘Diga Não ao Racismo’ ou ‘Com Racismo Não Tem Jogo’ e, como sempre, não farão nada além disso.” Hipocrisia! Não consigo acreditar que haja algum interesse maior que dinheiro nessas instituições.

Meu cérebro, no entanto, me corrigiu: “O objetivo é distrair, não se estressar.”

E as notícias continuaram:

  • “Goleiro se machuca, será substituído.”
  • “Governo incentiva aumento na venda de carros” (com o meu salário, nem dá pra imaginar comprar um).
  • “Ciclones no Sul.”
  • “MC, cujo nome lembra os palhacinhos da infância, tem show cancelado novamente.”
  • “Modelo tem galinheiro com piscina, poleiro e iluminação.”

“Mudou a minha vida”, ironizou meu cérebro.

Um Mundo Complicado

Informações sérias e banais lutam pelo mesmo espaço, e eu me sinto cansado.
Clickbaits, anúncios sem sentido e muitas notícias que nem deveriam estar lá. Afinal, a palavra “notícia” vem do latim notitia, que significa algo que merece notoriedade.

“Informam, mas não acrescentam em nada. Não precisavam estar lá”, reclamou meu cérebro, já impaciente.

Mas os portais precisam sobreviver, e por isso as notícias sensacionalistas estão sempre de mãos dadas com algum anúncio.

Depois de perder meia hora buscando distrações, meu cérebro descobriu: dormir é um excelente remédio!

E no que ainda restava do dia, ele me entregou aos sonhos. Pois, nem sempre, viver é melhor que sonhar.

Gilson Cruz

Leia mais em Perigo nas redes sociais – como o se proteger – Jeito de ver

O baile (Um último encontro)

Um baile. Um texto sobre um último encontro.

Imagem de Ri Butov por Pixabay

Eu não sabia que seria aquela a última vez que iria te ver
Chovia
O baile que começaria às oito, achava que provavelmente seria adiado…

Este é um trecho da crônica presente no livro
Crônicas do Cotidiano – Um Novo Jeito de Ver
Disponível na Amazon e Clube dos Autores

Gilson Cruz

Veja mais em: O tempo ( Contador de histórias) – Jeito de ver.

O ontem ( um conto simples )

O Início do dia

Acordei meio desesperado, era o dia do meu casamento e quase perdi o horário, de novo.

Levantei às pressas e vi que as coisas estavam bem diferentes.

A casa, a cama, a escrivaninha, o gato, a cachorrinha – não eram mais os mesmos…

Corri até a sala que não era mais a mesma e vi o calendário que não era mais o mesmo, que marcava uma data, que lógico… não era mais a mesma.

As mesmas pessoas passavam com a mesma pressa, fugindo do mesmo calor – torcendo pelas mesmas nuvens de chuva, que certamente não desaguariam …

Parecia o ontem…

Então resolvi fazer um exercício, pensei: – “Acho que já vi este dia…”

E comecei a narrar as coisas de que me lembrava…

“Daqui a pouco, a vizinha vai colocar o lixo no lugar errado novamente…”

“Seu Carlos, o carteiro, vai me trazer a mesma carta… e também vai reclamar do sol e vai me falar de sua aposentadoria que esta se aproximando…”

“Meu amigo Tomaz, retornará da maratona – com mais uma medalha…”

“Ranne fará novamente ( ou pela primeira vez) aquele blues…”

“Paulinho me convidará para o lançamento do livro “Minhas poesias”…”

“O ônibus vai atrasar novamente, então vai dar tempo…”

E as coisas iam acontecendo conforme eu previa – ou sei lá, conforme eu já tinha visto.

Rodrigo me dizia: -“Cara, pensa bem…”

E enquanto ele falava novamente, as mesmas coisas, a minha mente narrava os passos seguintes daquele dia…

As mesmas coisas

O carro atrasado…

Minha mãe desesperada…

A incerteza do futuro…

A certeza de que eu não saberia mais narrar o amanhã.

E novamente. o carro das oito passou às onze e meia, em ponto! Meu Deus, não atrasou nem um segundo!

E entrei no mesmo ônibus, rumo à mesma cidade.

Passando pelas mesmas curvas, ouvindo as mesmas queixas do motorista, que dizia ao Fabrício – o jovem cobrador:

-“A gente não vai ter tempo nem pra almoçar…”

As mesmas pequenas cidades passavam e as mesmas pessoas embarcavam. Por um momento, pensei: -“Acho que vou fazer algo diferente…vou mudar este dia!” – Comecei a contar piadas, entreter os passageiros que riam, a cantar com os bêbados que se divertiam nas últimas poltronas…

E quando me dei conta, foi exatamente isso o que fiz, ontem! Eu estava preso!

Desesperado, pensei em sair do carro, sair correndo e quando levantei, percebi – o ontem não se muda, ainda que acorde nele!

Não daria para mudar o ontem, o ontem já estava moldado.

O futuro ainda era incerto…

Então, resolvi deixar o o ontem acontecer.

Novamente, coloquei o lixo da vizinha no lugar certo, agradeci ao Seu Carlos e desejei a felicidade que ele merecia, após tantos anos de serviço…- Eu não sabia que seu coração não resistiria por mais quatro anos, o futuro era incerto.

Ele faleceria aos 54 anos.

Chorei novamente com o blues na voz do Ranne e me emocionei novamente com as poesias do Paulinho.

Contemplei cada curva da estrada, rindo do incentivo do Rodrigo.

E quando cheguei ao destino, o destino me aguardava com um lindo sorriso.

Chateada, estressada, com uma irmã maluquinha pela casa, enlouquecendo todo mundo…

E as coisas aconteceram novamente naquele ontem cheio de surpresas, que eu não poderia mudar – mesmo que tentasse por milhares de vezes.

E assim para sempre seria a minha vida.

O futuro certamente traria novas e belas histórias, que seriam contadas num dia – como um dia, o ontem.

Veja mais em: O tempo ( Contador de histórias) ‣ Jeito de ver

Viver Plenamente o Presente

É natural estar um pouco inseguro quanto ao futuro.

Tantas são preocupações: contas, educação de filhos, saúde, emprego… CHEGA! Se eu tiver que listar tudo aqui, vou acabar esquecendo da vida!

Os problemas e preocupações atuais podem nos afetar de modo a nos tornar pessimistas ao planejar o futuro.

Mas, como olhar para o futuro?

Bem, o problema talvez esteja em “olhar” para o futuro e esquecer de sentir o presente.

O presente está sempre em movimento, como um garçom te trazendo emoções básicas e bárbaras, na mesma bandeja, para o seu seu dia.

As cores, a arte, os dramas estão lá para serem vistos e vividos e como não dá para viver o ontem – o presente pode ser um excelente presente! ( Trocadilho infeliz!)

Portanto, que tal se concentrar no que pode ser feito hoje?

Encarar o PRESENTE com um pouco de leveza é um meio de se reconhecer que há coisas que podem ser feitas agora e coisas que mesmo transpirando toda a angústia e vontade só poderão ser feitas amanhã, sem nenhum prejuízo ao mundo ( ou à sua saúde mental).

Seja responsável, não um chato perfeccionista, respeite o espaço dos outros – lembrando sempre que as pessoas não existem por sua causa e nem você por causa dela, e que mesmo assim vivemos numa teia, que o movimento de um abalará ainda que levemente o espaço do outro.

Respeite o espaço.

Sim, viver plenamente o presente (com responsabilidade), saber aguardar o momento certo (sem imediatismo desnecessário) e respeito ao espaço do outro, pois ele vem, o futuro sempre vem…

Seja otimista, isso ajuda a encarar a ansiedade com leveza, pois o futuro sempre chega, ainda que se feche os olhos.

Veja mais em: Trem da vida (uma mensagem simples) – Jeito de ver.

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Trem da vida (uma mensagem simples)

Trilhos. Uma poesia sobre passageiros no trem da vida.

Imagem de dae jeung kim por Pixabay

 

Você nunca sabe se aquele aceno

foi um até breve

ou um adeus

Ou se o seu primeiro amor

será o seu eterno amor.

Você nunca saberá se aquele riso lindo

escondia uma história triste e não quis contar

– para que seu dia fosse mais belo.

Ou mesmo, o que se escondia por trás daquelas lágrimas.

Você não saberá se os tapinhas nas costas

eram sinceros ou apenas afagos vazios.

Ou se as pessoas caladas eram frias

ou se precisavam apenas de um momento de silêncio.

Você jamais saberá se a paisagem da janela

se transformará amanhã

ou se a pessoa amada estará lá, te esperando…

pra sempre!

Pois, esse trem é a viagem da vida,

sinuosa estrada…

Lentamente, o cenário mudará

apagando então os detalhes, que você não viu até o momento

E aos poucos, o fim de linha se aproxima….

E que na bagagem, se leve o amor ao sair de casa

o beijo dos até breves

O olhar do primeiro encontro…

e o sonho de voltar…

Enquanto as cabecinhas de nossas crianças ainda dormem, em casa

e nosso amor nos mantém acordados

Enquanto aguardamos o mesmo abraço que deixamos

quando tivemos que partir…

Veja mais em Se pudesse voltar no tempo ‣ Jeito de ver

 

 

“Notícias na Era Digital (Viés e informação)

Nesta era digital, a leitura de jornais está quase extinta.

Imagem de fancycrave1 por Pixabay

Informativo

“Quem lê tanta notícia?”


Caetano Veloso questionava enquanto admirava a página do jornal O Sol, exposta nas bancas de revista. Talvez se desencorajasse com o calor do sol e as inúmeras novidades daqueles tempos turbulentos — trecho da canção “Alegria, Alegria”, de 1968.

Uma breve análise do que poder estar por trás das notícias.

Tanta notícia…

É fato que, na era digital, o hábito de ler jornais impressos está em declínio.

As notícias agora se condensam em portais online, comentários de entusiastas e analistas, e, com frequência, são distorcidas em redes sociais e outras mídias digitais.

Atualmente, reconhece-se que reportagens e documentários muitas vezes são moldados pelas motivações e afinidades de jornalistas, editoras ou redes de televisão.

Durante a pandemia de Covid-19 no Brasil, por exemplo, quando mais de 700 mil pessoas faleceram, muitas emissoras evitaram mostrar a gravidade da situação, agravada pela inércia do governo da época.

Em outros momentos, omitiu-se a seriedade das denúncias de corrupção na aquisição de vacinas, evidenciadas na CPI da Covid.

Enquanto isso, algumas mídias tratavam com leviandade as imitações do presidente sobre pessoas morrendo por falta de oxigênio.

Anteriormente, algumas emissoras apoiaram a Operação Lava Jato como se ela fosse o bastião da moralidade e da justiça.

Quando os áudios do Vaza Jato vieram à tona, revelando as bases frágeis de um projeto político disfarçado de operação judicial, muitos se chocaram.

Ainda assim, parte da imprensa demonstrou mais indignação com os hackers que revelaram o lawfare por trás da Lava Jato do que com a conduta do juiz que, conspirando com procuradores, promotores e possivelmente políticos, buscou eliminar seus adversários — afastando o principal oponente do presidente eleito e, posteriormente, assumindo o cargo de Ministro da Justiça.


Lawfare

“O termo se refere à junção da palavra law (lei) e do vocábulo warfare (guerra), e, em tradução literal, significa guerra jurídica.
Podemos entender lawfare da seguinte maneira: uso ou manipulação das leis como um instrumento de combate a um oponente, desrespeitando os procedimentos legais e os direitos do indivíduo que se pretende eliminar.
Em termos ainda mais gerais, pode ser entendido como o uso das leis como uma arma para alcançar uma finalidade político-social, que normalmente não seria atingida se não pelo uso do lawfare.”
(Fonte: Lawfare: o que esse termo significa? | Politize!)

Um grupo de jornalistas enfrentou o desafio de expor as falhas por trás da Lava Jato — projeto de poder celebrado na série “Polícia Federal, a lei é para todos”, e enaltecido pela grande mídia.

Eles revelaram como um juiz questionável se tornou a “nova sensação no combate à corrupção”, expondo como os acontecimentos se alinhavam aos interesses de juízes e procuradores da operação, como evidenciado nas mensagens trocadas via Telegram. — Que perspicácia a deles!

Conversas interceptadas entre os promotores revelaram que interesses pessoais se sobrepunham ao senso de justiça. Promotores e juiz criavam factoides para influenciar a opinião pública.

Os canais de TV, ansiosos por alcançar objetivos comerciais, reproduziam essas informações distorcidas sem realizar a devida checagem de fatos. A verificação era completamente negligenciada!

Mesmo diante de provas contundentes, grande parte da mídia continuava promovendo uma narrativa que atenuava a falta de ética na operação.

Assim, muitos cidadãos passaram a questionar a confiabilidade dos noticiários televisivos.

Observe abaixo outro ponto frequentemente omitido ou distorcido pelas mídias:


Sonegação Versus Corrupção

“A economia brasileira perde com a corrupção, todos os anos, algo em torno de 3 a 5% do Produto Interno Bruto (PIB). Isso equivale anualmente, em média, a cerca de R$ 76 bilhões, considerando os dados do IBGE em 2005, que apontavam um PIB na ordem de R$ 1,937 trilhão.”
(Fonte: tcu.gov.br)

Estudos mais recentes indicam que esse valor oscila entre R$ 70 e R$ 200 bilhões por ano.

Mas quanto se perde com a sonegação de impostos?

O site conteudojuridico.com.br responde:

“O Brasil perdeu R$ 417 bilhões por ano com sonegação de impostos, segundo estudo do IBPT. A pesquisa mostra que R$ 2,33 trilhões não são declarados.”
(30/11/2022)

No fim das contas, o país perde mais com sonegação do que com corrupção.


Ambas são desonestas.

Mas por que esse fato raramente é noticiado? Quem são os maiores sonegadores?

É essencial que o leitor, ao receber uma notícia, lembre-se de que, frequentemente, ela serve aos interesses de empresários e patrocinadores que preferem não ser tributados — pois se consideram superiores àqueles que trabalham, não recebem altos salários e se preocupam em declarar seu Imposto de Renda.

Portanto, sempre questione e busque compreender as notícias!

As notícias devem ser claras; insinuações servem para gerar dúvidas.

E quando o assunto é clareza, se já se deve examinar com atenção os jornais tradicionais, mais ainda as notícias sensacionalistas que circulam no WhatsApp. Elas devem ser sempre questionadas — e jamais repassadas sem checagem.


Fake News e Regulação

Durante o período eleitoral de 2018, espalharam-se notícias flagrantemente falsas com o intuito de prejudicar um determinado candidato.

Alegava-se que um partido distribuía mamadeiras com bicos em formato fálico nas creches, que existia um “kit gay”, e que haveria uma ameaça comunista — a mesma retórica usada pelos EUA na década de 1960, durante a Guerra Fria, para manipular países politicamente frágeis.

Milhões de pessoas mal informadas, e pouco dispostas a buscar conhecimento histórico, acreditaram nessas mentiras e passaram a compartilhá-las em correntes pelo WhatsApp.

Nessa brincadeira suja e injusta, até grupos supostamente religiosos se envolveram, prestando um desserviço — espalhando MENTIRAS.

Uma regulamentação que responsabilizasse os meios de comunicação pela divulgação de fake news não eliminaria completamente o problema, mas certamente reduziria os danos causados por essas mentiras.

Não esqueça:

Quando uma notícia falsa e chocante é divulgada, ela alcança muito mais gente do que a verdade ou qualquer retratação posterior!

 

Pesquise:

Unit – noticias/quais-os-impactos-da-sonegac…

Brasil perde R$ 417 bi por ano com sonegação de impostos, diz estudo | Agência Brasil (ebc.com.br)

Sonegação fiscal supera em muito os valores da corrupção pública – SEDEP

 

Leia mais Notícias de Guerras – o jogo da informação ‣ Jeito de ver

 

 

 

 

 

Vamos brincar de índio? (Informativo)

Pequenos indígenas. Cerca de 3,5 milhões de índios habitavam o Brasil na época do descobrimento.

Imagem de Kátia por Pixabay

A matéria a seguir resume a história e as consequências da exploração gananciosa e irresponsável durante a colonização, apenas estimular o interesse do leitor.

O Jeito de Ver recomenda a leitura do conteúdo nos links, que certamente acrescentarão conhecimento detalhado e suporte ao estudante. Agora, vamos ao assunto:

Uma velha canção

Este artigo evoca uma canção interpretada por Xuxa, que, se você já foi criança, certamente se lembrará.

A obra, criada por Michael Sullivan e Paulo Massadas em 1988, tem melodia vibrante e a voz suave da cantora, mas a letra traz um contraste: narra o cotidiano numa tribo, seus rituais e a luta pela sobrevivência, enquanto expressa o desejo do indígena de recuperar sua paz.

Ele clama por não ser mais visto como nos antigos filmes de faroeste — um vilão, um selvagem.

Outra velha canção…

Como cantou Edson Gomes:

“Eu vou contar pra vocês, uma certa história do Brasil…”

Vamos focar nos povos indígenas, por ora.


Um pouco de História

Em 22 de abril de 1500, os portugueses chegaram a esta terra “que tudo dava” — e, se não desse, seria tomado à força. Alguns ainda chamam esse evento de “descobrimento do Brasil”.

O contexto europeu…

> Este é um trecho do texto presente no livro
Crônicas do Cotidiano – Um Novo Jeito de Ver
Disponível na Amazon e Clube dos Autores

Fonte:

Escravidão indígena: contexto, causas, resistência – Brasil Escola (uol.com.br)

Portugueses e indígenas: encontro ou desencontro de culturas? (uol.com.br)

As sociedades indígenas brasileiras no século XVI (rio.rj.gov.br)

– Último censo do IBGE registrou quase 900 mil indígenas no país; dados serão atualizados em 2022 — Fundação Nacional dos Povos Indígenas (www.gov.br).

Fonte : Descobrimento do Brasil: contexto, curiosidades – Brasil Escola (uol.com.br)

Saiba mais em Os índios e o velho Oeste (História) – Jeito de ver.

© Gilson da Cruz Chaves – Jeito de Ver Reprodução permitida com créditos ao autor e ao site.