Contrário ao que muitos ainda podem pensar, a depressão não é uma fraqueza pessoal, mas sim uma doença.
Considerada o mal do século, essa enfermidade afeta cerca de 350 milhões de pessoas em todo o mundo, causando impactos significativos nas atividades diárias daqueles que a enfrentam (Fonte: Depressão: saiba mais sobre o mal do século XXI (apsen.com.br)).
Como a Depressão Afeta as Pessoas?
O transtorno depressivo maior pode impactar a vida em diversos aspectos. Os sintomas podem variar, incluindo ansiedade, apatia, desesperança, perda de interesse ou prazer em atividades, falta de concentração, solidão, tristeza, entre outros. Vale ressaltar que a presença de alguns desses sintomas não necessariamente indica a presença da depressão. Um diagnóstico médico é fundamental.
Sintomas e Prejuízos Associados à Depressão
Os prejuízos associados à doença estão intimamente ligados à presença dos sintomas depressivos. Esses sintomas podem afetar diretamente a forma como o indivíduo se relaciona com os outros, fragilizando seus vínculos sociais e comprometendo o engajamento em tarefas essenciais do dia a dia. Isso pode levar a hábitos de vida menos saudáveis, aumentando a vulnerabilidade a outras doenças (Fonte: Depressão: saiba mais sobre o mal do século XXI (apsen.com.br)).
Como Lidar com a Depressão
É crucial compreender que a depressão é uma doença e, portanto, deve ser tratada como tal. Ao lidar com pessoas deprimidas, evitar comentários superficiais e oferecer suporte real é essencial. (Fonte: medley.com.br)
Ouvir e Acolher: Prestar atenção ao que a pessoa tem a dizer, sem desmerecer sua condição, é fundamental. Oferecer suporte com empatia e sem julgamentos é uma das melhores formas de ajudar.
Buscar Ajuda Profissional: Estimular a procura por um profissional de saúde é crucial. Acompanhar e oferecer suporte nesse processo pode ser um passo importante.
Desencorajar o Uso de Álcool e Drogas: Evitar estimular o consumo de substâncias que podem agravar o quadro depressivo.
Incentivar a Atividade Física: A prática de exercícios físicos pode auxiliar no tratamento da depressão, melhorando o humor e a qualidade de vida.
Promover a Socialização: Estimular a pessoa em tratamento a socializar-se gradualmente, apoiando-a nesse processo.
Reforçar a Importância do Tratamento: Transmitir que a depressão é tratável, mesmo que inicialmente pareça desafiadora.
Não Ignorar Comentários Suicidas: Levar a sério e encorajar a busca por ajuda profissional imediata diante de quaisquer indícios de pensamentos suicidas.
A depressão não é uma fraqueza nem “vitimismo”. Trata-se de uma doença séria que requer cuidados especializados (Fonte: Jeito de Ver).
É altamente recomendável a leitura completa dos artigos citados nos links fornecidos. Essas fontes oferecem informações detalhadas e cruciais sobre a depressão, uma doença que merece ser compreendida e tratada com seriedade.
É comum ouvirmos a expressão “músicos frustrados se tornam críticos tacanhos”, assim como “pessoas não criativas encontram refúgio mental em procurar defeitos na obra de outros”.
Embora essas frases nem sempre se provem verdadeiras, o fato é que muitas pessoas não conseguem viver sem criticar.
Mas, o que pode estar por trás disso?
Às vezes, as críticas surgem apenas para que a pessoa se sinta melhor, superior.
Sim, é uma questão de orgulho.
O site MinhaVida.com.br, na matéria “Criticar demais os outros: orgulho elevado ou falta de confiança disfarçada? – Minha Vida”, aborda o problema por trás desse comportamento.
Devido à sociedade extremamente competitiva em que vivemos, uma pessoa pode ser insegura, carente de atenção ou mesmo orgulhosa. Como destaca o psicanalista Freud em sua teoria, “Quando Pedro me fala de Paulo, sei mais de Pedro do que de Paulo”, ou seja, quando falamos de alguém, estamos na verdade falando de nós mesmos, através de um mecanismo psicológico chamado projeção.
Esse mecanismo tem esse nome porque projetamos no outro conteúdos que são nossos, colocamos no outro frases, emoções ou comportamentos que estão dentro de nós. Quando você diz que sua amiga vai ficar nervosa porque você vai chegar 5 minutos atrasada, pode revelar, na verdade, um comportamento seu de se irritar com atrasos.
Projetamos no outro aquilo que somos.
Assim, quando criticamos, estamos revelando mais sobre nós mesmos do que fornecendo informações sobre os outros.
O mesmo artigo lembra que falar mal dos outros é, na verdade, uma forma de se machucar.
Portanto, por que se machucar? Que tal aprender a conviver com os diferentes gostos e estilos de ser e viver?
Aproveite o talento dos outros, reconheça os seus próprios talentos e sinta-se feliz ao perceber que cada um carrega consigo suas próprias virtudes e falhas. Nos completaremos ao unir nossos dons.
Aproveite a vida.
O Jeito de Ver recomenda a leitura do conteúdo nos links.
Gosta de escrever histórias, poesias ou mesmo compor músicas?
Muitas vezes, as pessoas têm ideias incríveis, mas hesitam em dar vida a elas, deixando escapar a oportunidade de transformar esses lampejos criativos em belas músicas, poesias ou narrativas.
Se você possui o dom da composição musical, independentemente do estilo, encare o desafio sem receios, mesmo se estiver dando os primeiros passos.
Lembre-se de que ao se dedicar a essa arte, você desenvolve e aprimora seu talento, resultando em composições cada vez mais notáveis, seja no universo da poesia ou da música.
É verdade, que a razão da hesitação em muitos pode ser o medo de não ter a sua obra aceita pelo público, mas não desanime: muitas obras maravilhosas não tiveram plena aceitação logo de cara.
Obras que se tornaram clásssicos
“Bohemian Rhapsody” – Queen (1975) .
Inicialmente, foi considerada muito longa e complexa para o rádio. Apesar das críticas, tornou-se um hino do rock.
“Smells Like Teen Spirit” – Nirvana (1991).
A gravadora não tinha grandes expectativas, mas a música definiu o movimento grunge e revolucionou os anos 90.
“Like a Rolling Stone” – Bob Dylan (1965)( A minha favorita)
Com mais de seis minutos, foi vista como “imprópria” para rádios, mas redefiniu o que uma canção pop podia ser.
“Imagine” – John Lennon (1971).
Foi criticada por algumas pessoas por suas ideias utópicas e políticas, mas é agora uma das músicas mais celebradas pela paz.
“God Only Knows” – The Beach Boys (1966)
Recebeu reações negativas por tratar de questões existenciais no pop, mas é agora considerada uma das melhores canções já escritas.
“Clair de Lune” – Claude Debussy (1905)
Apesar de ser uma peça clássica, enfrentou críticas no início por sua quebra de padrões tradicionais. Com o tempo, virou uma obra-prima intemporal.
Escreva, não desista.
Quando sua obra estiver completa, não se esqueça de registrá-la. O processo de registro não é complicado; como exemplo, você pode utilizar o site www.musicasregistradas.com, fundado por Guto Santana.
Guto Santana, o visionário fundador e diretor executivo, compartilha sua vasta experiência no campo da composição por meio do canal Músicas Registradas no YouTube.
Ele oferece orientações que vão desde a criação de composições envolventes até questões de direitos autorais, além de explicar como sua obra pode chegar a intérpretes de destaque.
A população carcerária do Brasil atinge cerca de 900 mil pessoas, ultrapassando a população de muitos municípios no país (https://carceraria.org.br).
Uma parcela significativa está detida por crimes considerados leves.
Por exemplo, no município de Iaçu, estado da Bahia, um senhor desesperado com a fome dos filhos invadiu um pequeno mercado e roubou uma lata de leite. Por esse ato, ele passou mais de um ano preso.
Sim, roubar é crime.
Enquanto pessoas cometem crimes de pequeno porte, muitas vezes por fome e desespero, pagam seus pecados em longas penas.
Aqueles que cometem crimes BEM MAIORES, por vezes, conseguem pagar fiança e desfrutar de liberdade com valores obtidos por meios ilegais.
Surgem perguntas…
Mas, o que justificaria manter alguém em cárcere por tanto tempo?
Quantos se encontram em situação semelhante?
Que pena poderia ser aplicada para ajudar a pessoa sem prejudicar aqueles que foram lesados?
O atual sistema parece justo?
A reação de muitos…
Alguns inflamados, com um típico falso senso de justiça, poderiam responder: “Tem que ser preso mesmo! Ninguém mandou roubar!”
Por exemplo, ao testemunhar o desespero de uma mãe que tentava roubar uma lata de leite para seu filho recém-nascido, um senhor tentou negociar com o dono do mercado o valor do produto subtraído, oferecendo-se para pagar pelo produto em troca da liberdade da jovem mãe.
O gerente, no seu desejo de justiça, não aceitou a proposta, pois “lugar de ladrão é na cadeia”.
Muitos falsos moralistas cobram justiça enquanto em suas vidas privadas sonegam impostos, traficam drogas e até planejam outros crimes de maior porte.
O problema da corrupção
Quantos juízes e políticos, que dizem combater a corrupção, são flagrados se corrompendo? Como exemplo: Nicolau dos Santos Neto – Wikipédia, a enciclopédia livre (https://pt.wikipedia.org/wiki/Nicolau_dos_Santos_Neto).
Observe o trecho abaixo, extraído do site Carceraria.org.br:
“Segundo o 14º Anuário Brasileiro de Segurança Pública, que reflete dados de 2018 e 2019, o percentual de pessoas negras (pretas e pardas) no sistema prisional brasileiro é de 66,7%. Não é de hoje que se fala em seletividade penal. Não é de hoje que se vê casos em que ela opera.
“Genivaldo, morto pela polícia rodoviária de Sergipe asfixiado em uma câmara de gás improvisada no camburão, foi abordado porque estava dirigindo sem capacete. O presidente Jair Bolsonaro, nas motociatas realizadas com o aparato financeiro do Estado, era frequentemente fotografado sem o uso do equipamento de proteção ou usando capacetes inadequados.
O Anuário, ao analisar os números, faz o paralelo entre as pessoas que são encarceradas e aquelas que são mortas (pelo Estado ou em situações particulares): “Historicamente, a população prisional do país segue um perfil muito semelhante aos das vítimas de homicídios. Em geral, são homens jovens, negros e com baixa escolaridade” (https://carceraria.org.br).
Conclusão e alternativas
É lamentável observar que a venda nos olhos da justiça tem sido usada para que não se veja a injustiça. Os dados escancaram a diferença na aplicação da justiça entre as raças.
Mas, o que poderia ser feito para reduzir a população carcerária e pelo menos atenuar tal injustiça?
As penitenciárias têm servido ao longo do tempo como depósitos para pessoas indesejáveis ao convívio em sociedade. Por muitos anos, não houve interesse na ressocialização dos detentos.
É verdade que pessoas más existem, SIM, EXISTEM EM TODAS AS ESFERAS!
Uma mudança na aplicação da lei, por exemplo: alguém acusado de roubo ou fraude poderia receber como pena devolver o dinheiro acrescido de juros ou trabalhar para pagar o prejuízo causado.
E que essa mudança fosse aplicada a todos, sem distinção!
Deste modo, haveria justiça e proporcionalidade, pois o valor de restituição seria equivalente ao prejuízo causado.
Mas, como fazer isso?
Em casos de roubo, desvios de dinheiro e crimes semelhantes, a proporcionalidade da pena e a criação de meios para que haja a restituição à vítima seriam uma boa solução.
Menino, pra quê tanta pressa em crescer? Pra quê toda essa pressa em conquistar e mudar o mundo? Vives teus dias nessa dor de trazer o futuro Visualizas um mundo que ainda nem nasceu… Imaginar é bom! Menino, mas pra quê viver a Sexta, quando o sol da Terça-feira nem brilhou no caminho? Vives a imaginar a menina que levas em teu pensamento e teu pensamento não para no futuro, imaginas além… Menino, por que sonhas e pedes que o futuro distante abrace logo os teus dias? Saibas que Ele, o futuro, vem Como que caminhando lentamente, ele vem… Ele te trará a sabedoria que precisas, te trará novos dias, de fato Mas, o futuro inexoravelmente também te levará para longe, para longe daquilo que sonhaste por toda a tua vida E, lamento dizer-te, levará de ti muitos que tu amas e que te ama também Teus Pais, os pais dos teus pais, teus amigos, teu primeiro amor… E como esqueceram de inventar a máquina que te levaria “de volta ao passado”, no caminho do futuro olharás com saudades Embarcarás naquilo que chamamos de recordações, que não será exatamente a máquina que desejarás ter, mas será a única possível. Menino, pra quê essa pressa de fugir e perder essa chance única de viver, de abraçar aqueles que te amam, de perdoar os tolos que te ofenderam e de dizer aos teus velhos pais o quanto amas? Meu bom e pobre menino, viva os teus dias, te alegra com os teus momentos, sorria, chore, aproveite essa chance de ver as cores… Pois o futuro ainda vem, andando , calado e indiferente – não te dará a chance de voltar.
Enfim, Dezembro chegou, trazendo junto um fim de primavera tão quente quanto o meio do verão neste lado do hemisfério.
Com certeza, o último mês do ciclo anual traz também as promessas que serão feitas ( e esquecidas no primeiro dia do mês seguinte, do ano seguinte!) e desejos de paz.
Dezembro, traz esse clima de esperança, de alegria, de partilha… E todos nós sabemos o porquê.. Sabe quem nasceu em Dezembro?
Isso mesmo, Ludwig Van Beethoven (1770), Olavo Bilac (1865), Edit Piaf (1915), e a Rainha do Rock Nacional, no último dia do calendário de 1947, Rita Lee.
Muitos responderiam “Jesus Cristo”, embora seu aniversário seja celebrado no dia 25 de Dezembro, ele não nasceu nesta data.
Mas, nem por isso a história se torna menos interessante. Vamos lá?
História e origem do nome
Dezembro é o décimo segundo e último mês do ano no calendário gregoriano, com 31 dias.
O nome vem do latim decem (dez), pois era o décimo mês do calendário romano, que começava em março.
No calendário romano, dezembro era parte de um calendário lunar de 354 dias.
Em 153 a.C., o início do ano foi antecipado para janeiro, o que desconectou o nome do mês da contagem. Sob o imperador Cómodo, dezembro foi renomeado como Exsuperatorius, mas voltou ao nome original após sua morte.
Antigas tradições e nomes
O antigo nome alemão de dezembro é Julmond, derivado de Julfest, celebração germânica do solstício de inverno.
Outros nomes incluíam Christmonat (mês cristão) e Heilmond (mês da salvação), devido ao Natal.
Na cristandade, o ano litúrgico começa no primeiro domingo do Advento, que pode cair no final de novembro ou início de dezembro.
Características astronômicas e calendário
Em 21 ou 22 de dezembro, ocorre o solstício de inverno no hemisfério norte e o solstício de verão no hemisfério sul.
Neste dia, o Sol está diretamente sobre o Trópico de Capricórnio (latitude 23°26,3′ sul). É o dia mais curto do ano no hemisfério norte e o mais longo no hemisfério sul.
O mês sempre começa no mesmo dia da semana que setembro.
Se 29, 30 ou 31 de dezembro for uma segunda-feira, a semana seguinte se estende para o próximo ano, totalizando 52 semanas corridas.
Tradições e datas comemorativas
1º de dezembro: Dia Mundial de Combate à AIDS, que visa alertar a sociedade sobre a prevenção e o cuidado com os portadores da doença.
10 de dezembro: Dia Internacional dos Direitos Humanos, instituído em 1950 para comemorar a Declaração Universal dos Direitos Humanos.
25 de dezembro: Natal, celebração cristã do nascimento de Jesus Cristo.
É um dos feriados mais importantes do ano, marcado por reuniões familiares, orações, ceias e troca de presentes.
31 de dezembro: Réveillon, a passagem de ano, celebrada com festas, fogos de artifício e reuniões em praias ou espaços públicos.
Campanhas e temas do mês
Dezembro destaca diversas campanhas importantes:
Dezembro Vermelho: foco na prevenção da AIDS e outras ISTs.
De acordo com o Ministério da Saúde, nos últimos dez anos, o Brasil diminuiu em 25,5% a taxa de mortalidade por AIDS, de 5,5 para 4,1 mortes por 100 mil habitantes.
Em 2022, foram contabilizados 10.994 óbitos, uma redução de 8,5% em relação a 2012, correspondendo a cerca de 30 mortes diárias. Dentre esses óbitos, 61,7% eram de pessoas negras.
Desde 2015, a maioria dos casos de HIV tem sido em indivíduos pardos e pretos. Estima-se que um milhão de brasileiros sejam portadores do HIV, sendo 650 mil homens e 350 mil mulheres.
No entanto, as mulheres têm enfrentado resultados mais adversos no tratamento: taxas menores de diagnóstico (86%), tratamento (79%) e supressão viral (94%) em comparação com os homens.
Dezembro Laranja:conscientização sobre a prevenção do câncer de pele.
A estimativa de novos casos no Brasil é de 8.450, sendo 4.200 homens e 4.250 mulheres (2020 – INCA).
O número de mortes no país foi de 1.978, com 1.159 homens e 819 mulheres (2019 – Atlas de Mortalidade por Câncer – SIM).
Os principais fatores de risco para o câncer de pele não melanoma incluem:
– Pessoas de pele clara, olhos claros, albinos ou que são sensíveis à ação dos raios solares;
– Histórico pessoal ou familiar de câncer de pele;
– Doenças cutâneas prévias;
– Trabalho sob exposição direta ao sol;
– Exposição prolongada e repetida ao sol;
– Uso de câmeras de bronzeamento artificial. – Fonte: www.gov.br
Dezembro é o mês de reuniões, festas de fim de ano e retrospectivas dos acontecimentos do ano, que a gente lembre e leve um monte de coisas boas para o novo ciclo!
É também o momento de traçar metas para o ano seguinte e claro, não esquecer de se esforçar a alcançá-las…
A República é um sistema de governo onde o poder reside em representantes eleitos pelo povo, comumente através de eleições.
Neste modelo, o governo busca o bem-estar comum e os governantes possuem mandatos com prazo determinado, o que impede a permanência indefinida no poder.
Este regime é fundamentado em princípios como igualdade perante a lei, divisão dos poderes (Executivo, Legislativo e Judiciário) e a prestação de contas dos governantes em relação às suas ações.
Estudar a proclamação da República no Brasil é essencial para compreender as raízes das disparidades sociais e políticas no país.
Vamos entrar no contexto histórico.
Inseridos no contexto…
A fundação do Partido Republicano Paulista
A Proclamação da República no Brasil, ocorrida em 15 de novembro de 1889, foi o resultado de um contexto histórico complexo e multifacetado. A crise da monarquia teve raízes em insatisfações que se intensificaram ao longo das décadas.
No século XIX, a elite agrária exercia grande influência na política, e os interesses regionais frequentemente se chocavam com as diretrizes centralizadoras do governo imperial.
Esse cenário ficou ainda mais tenso com a pressão crescente da oligarquia cafeeira por maior autonomia.
Os movimentos republicanos começaram a ganhar força na década de 1870, pouco depois da Guerra do Paraguai. A vitória na guerra não trouxe prestígio à monarquia; pelo contrário, revelou suas fragilidades.
Nesse período, novos arranjos políticos emergiam, defendendo a modernização do país. A fundação do Partido Republicano Paulista (PRP) e o lançamento do Manifesto Republicano, em 1870, foram fundamentais para fortalecer a ideia de uma república.
O manifesto criticava o centralismo imperial e propunha o federalismo, defendendo que os grandes males do Brasil provinham da monarquia.
O papel dos Militares
Os militares, uma das principais forças insatisfeitas, começaram a se organizar após a Guerra do Paraguai.
O Exército havia se profissionalizado e, como consequência, seus membros exigiam melhores salários, melhorias na carreira e o direito de expressar suas opiniões políticas.
Eles também defendiam o laicismo no país e encontraram no positivismo, ideologia de Augusto Comte, um discurso que justificava a modernização por meio de uma república autoritária.
Muitos oficiais passaram a enxergar-se como guardiões do Estado, acreditando que uma república ditatorial era a solução para o Brasil.
A crise na monarquia se agravou com as elites emergentes nas cidades, que desejavam maior participação política, mas se viam excluídas por um sistema que beneficiava poucos.
Mesmo os liberais, ao tentarem expandir o eleitorado, não foram eficazes, pois a Lei Saraiva, de 1881, reduziu drasticamente o número de eleitores.
No interior do país, províncias como São Paulo, que já tinham grande importância econômica, exigiam uma representação mais justa. A centralização do poder na monarquia e a falta de autonomia para as províncias geraram profundo descontentamento.
Outro ponto crucial foi a questão da abolição da escravatura em 1888, que deixou um vácuo econômico para setores conservadores, especialmente fazendeiros que perderam sua mão de obra gratuita.
Este evento aprofundou a crise, forçando a sociedade a buscar novos modelos de governança. Grupos políticos, cafeicultores e os militares viam na república a solução para os problemas nacionais.
Além disso, a urbanização e a industrialização, embora ainda incipientes, evidenciavam a necessidade de uma reestruturação que atendesse às demandas de um Brasil em transformação.
A insatisfação com a monarquia culminou em um golpe que uniu diferentes setores da sociedade.
O papel das elites urbanas e rurais
O descontentamento das elites urbanas e rurais, somado à crescente mobilização das forças armadas, gerou um ambiente propício para a Proclamação da República.
O evento foi liderado por militares, apoiados por uma parcela da sociedade civil, e resultou na expulsão da família real. Marechal Deodoro da Fonseca proclamou a república e se tornou o primeiro presidente do Brasil.
A nova república trouxe mudanças significativas, como a Constituição de 1891, que implantou o federalismo e descentralizou o poder, favorecendo a autonomia dos estados.
No entanto, apesar das expectativas de modernização e inclusão, a elite militar e a classe ilustrada assumiram posições de destaque no novo regime, garantindo que seus interesses fossem preservados.
A estrutura republicana acabou beneficiando poucos, enquanto as camadas populares continuaram enfrentando desigualdades.
A narrativa oficial sobre a Proclamação da República frequentemente simplifica esses eventos, omitindo as complexidades e os conflitos de interesses envolvidos.
A transição não foi consensual nem espontânea; foi marcada por tensões sociais e políticas que continuam a moldar a história brasileira.
Uma análise mais crítica revela a multiplicidade de vozes que influenciaram a queda da monarquia e a importância de questionar a memória histórica dominante.
O papel do Povo
Segundo o livro Os Bestializados, de José Murilo de Carvalho, a reação da população mais humilde, em sua maioria composta por trabalhadores urbanos, escravos recém-libertos e cidadãos de baixa renda, foi marcada pela indiferença e falta de envolvimento com a Proclamação da República.
Carvalho argumenta que, para a maioria das pessoas comuns, o evento passou quase despercebido e não trouxe um significado claro ou um impacto imediato em suas vidas cotidianas.
O autor explica que a mudança de regime, de monarquia para república, foi conduzida por elites políticas e militares sem a participação ativa das massas.
O povo foi espectador de um processo que, para ele, parecia distante e abstrato.
As decisões políticas eram tomadas por um círculo restrito de líderes, e a falta de comunicação e integração entre as elites e a população mais pobre contribuiu para um sentimento de alheamento.
A população, portanto, se sentia desamparada e desconectada do novo regime, sem compreender as implicações da mudança.
Conclusão
A história oficial muitas vezes pinta um quadro de que a população inteira estava engajada na luta pela proclamação da República, mas a realidade é que apenas uma elite buscava preservar e expandir seus privilégios.
Os desfavorecidos do império continuaram a ser os desfavorecidos na república, permanecendo pobres, sem voz ativa, sem acesso à educação adequada por décadas e excluídos da participação em regimes autoritários subsequentes.
Essas consequências e sua continuidade são visíveis no modelo educacional que prevaleceu por décadas no Brasil, perpetuado pelas mesmas elites que dominam desde a agricultura até os meios de comunicação e eventos culturais.
Uma parte da população, assim como naquela época, se contenta com as migalhas oferecidas através de cargos políticos adquiridos por bajulação e traição, sacrificando sua própria dignidade e a de seus descendentes.
Pesquisas: “O Reino que não era deste Mundo” por Marcos Costa