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A menina que falava de Anne Frank.

Lápide de Anne Frank. Como o entusiasmo de uma menina me fez reler um livro?

Imagem de meisterhaui por Pixabay

Uma Conversa

Alguns livros ganham uma profundidade extra quando alguém os conecta à sua própria realidade, revelando nuances que talvez tenham passado despercebidas anteriormente.

Há tempos, voltando tarde das aulas de inglês, no silêncio quase meia-noite do transporte da Prefeitura, uma estudante se sentou ao meu lado e compartilhou seus planos para o futuro. Seu modo cativante e otimismo eram inspiradores.

Ela falava dos sonhos de cursar Direito, de cuidar das pessoas e de outras ambições, e eu me maravilhava: “Como pode haver espaço para tantos sonhos dentro de alguém tão sereno?”

Naquela conversa, redescobri um pedaço de mim mesmo. Na minha juventude, entre poesias e músicas, sonhava com a profissão mais inspiradora: ser professor e ajudar a trilhar caminhos.

Eu estava sem palavras, ciente do esforço daquela pequena cansada para se manter acordada.

E então, ela me disse: “Estou lendo um livro que está mexendo muito comigo, você conhece a história de Anne Frank? Estou lendo O Diário de Anne Frank!”

O entusiasmo dela me fez esquecer o cansaço. Pedi que me contasse mais. Ela descreveu a avançada Anne Frank, sua paixão por filmes, o sonho de ser atriz e sua decisão de registrar sua rotina em “Kitty”, o nome que deu ao seu diário. Falou das experiências da jovem durante o período de confinamento, suas paixões, medos e incertezas sobre o futuro.

Mesmo sem chegar ao fim do diário (a menina temia este momento), ela já conhecia o resumo da história (e eu também!). As luzes da cidade se aproximaram enquanto agradeci por tornar a viagem mais agradável.

Prometemos falar mais sobre o livro, mas eu sabia que, ao concluir meu curso, isso dificilmente aconteceria. Ao chegar em casa, algo me instigava: “Por que não reler O Diário de Anne Frank?”

Redescobrindo Anne Frank e a Natureza Humana

E assim o fiz.

Cada palavra no diário ganhou uma nova vida, cada momento e experiência me ensinaram uma nova lição. Comecei a questionar menos sobre a maldade das pessoas e mais sobre como pequenos atos podem dar significado ao mundo.

Não, não vou contar o que está no diário ou narrar a história de Anne Frank. Recomendo que você mesmo o faça. Leia, pense na natureza humana e no quanto ainda precisamos aprender.

Gilson Cruz

Veja mais em: O tempo ( Contador de histórias) – Jeito de ver.

Palavras de 2023 – o ano que passou! ‣ Jeito de ver

Um lugar pra nós (em meu coração)

Um banco solitário. Uma poesia sobre a saudade, esperança e a solidão.

Imagem de Dieter Staab por Pixabay

Um lugar pra nós

Criei um lugar pra nós,
Onde te vejo sorrindo.
E sei que, quando desperto,
Você não está indo… partindo.

Neste lugar, te encontro,
E andamos nos mesmos jardins.
Mas, tal lugar só existe,
Perdido dentro de mim?

Um lugar pra nós,
Longe da solidão,
Muito além da tristeza,
Ao alcance das mãos.

De braços abertos a esperar,
E caminhar novamente
Nesse mesmo lugar
Onde te encontro, contente.

De volta aos sonhos,
Onde podemos sonhar.
E de volta à realidade,
Me diz: onde encontrar?

Ao abrir os olhos,
Tudo que vejo é você.
Apesar de apenas nos sonhos,
O quanto ainda resta viver?

Um lugar pra nós,
É tudo que imaginei:
Sem pressa, sem medo de ser,
Esse mundo eu criei.

Te vendo sorrindo,
E num minuto a sós,
Beijaria teu rosto,
Não soltaria as tuas mãos…

Neste lugar para nós.

Gilson Cruz

Leia mais em:  O tempo ( Contador de histórias) – Jeito de ver

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