O incentivo aos Músicos Anônimos

Acordes num violão. Músicos em início de carreira precisam de incentivos! Como ajudá-los?

Imagem de Сергей Игнацевич por Pixabay

Ou, talvez, o incentivo que falta aos músicos anônimos…

O lado músico

Apaixonado por música, costumo sair às noitinhas para ouvir os sons nos bares do centro da cidade.

O som produzido por músicos ainda anônimos me atrai. Esses músicos tocam por trocados para alimentar o sonho e a família, dando o seu melhor.

Enquanto isso, clientes conversam entre si, bebem, falam de futebol, novelas, filmes, falam de tudo — menos da canção que vem do pequeno palco, cuidadosamente preparado para o artista. O cachê é pequeno — pequenas cidades significam pequenos movimentos.

Em cada canção, uma emoção diferente.

Tudo o que ele aguarda são aplausos. Pois bem sabem os verdadeiros músicos: são os aplausos que alimentam sonhos. E, como diz a canção, sonhos não envelhecem.

Mas os sonhos também precisam ser alimentados com o uso correto de incentivos, também pelo poder público, que pode organizar festivais municipais e eventos culturais.


A Lei Rouanet

A Lei Rouanet, de 1991, foi criada com o objetivo de incentivar e fortalecer a arte e a cultura (Lei 8.313 de 23/12/1991).

Por quê?

Bem, apesar de muitos porquês, lembre-se:

O primeiro objetivo de um conquistador e colonizador é sobrepor sua cultura à dos nativos, pois a cultura é a raiz, a força de uma sociedade.

A cultura é a identidade de um povo.

A música norte-americana domina o mundo inteiro. Mas não é apenas pela qualidade, há também o interesse em sua divulgação.

O mesmo pode ser dito das propagandas do American way of life (modo de vida americano) por meio dos filmes hollywoodianos.

Nesta mesma linha, testemunhamos a explosão do K-POP (cultura pop sul-coreana), promovida por grupos super bem coreografados, filmes e séries.

Os governos desses países apoiam a cultura, pois sabem que o fortalecimento da imagem gera retorno em maior exposição, resultando em maior interesse de outros países por sua cultura e, consequentemente, aumento em vendas e turismo.

Dominando a cultura, será mais fácil dominar as outras coisas — principalmente o modo de pensar.


As leis de incentivo à cultura – Um pouco de história

A lei de fomento à cultura já existe há muito tempo no Brasil. Por exemplo, em 1967 foi criada uma lei que abatia do ICM qualquer gasto com gravações de artistas nacionais.

Os aprovados recebiam o selo “Disco é Cultura”, frase comum em quase todos os Long Plays (LPs).

O “Disco é Cultura” fazia parte do incentivo do governo para a disseminação da música e de artistas nacionais.

Os benefícios seriam imensos para a arte, a história e a economia do país.

Artistas nacionais dos mais variados estilos eram descobertos e divulgados, numa troca cultural e econômica.


A Lei Rouanet sofrendo ataques

A Lei Rouanet tinha objetivos semelhantes.

O valor que empresários investissem na cultura seria deduzido do imposto de renda, resultando em ganhos para o investidor, para o artista e para a cultura.

Esta foi duramente atacada e distorcida por quem não a entendia ou talvez tivesse a intenção de enfraquecer a cultura.

Saiba mais nos links: Lei Rouanet: conheça a lei de incentivo à cultura | Politize! e Lei Rouanet: O que é, Como Funciona e Mitos – FIA.

Tornou-se lugar comum referirem-se a artistas que faziam uso desta lei como vagabundos e “mamateiros” (termo usado para insinuar que aqueles que se beneficiavam da Lei Rouanet eram “privilegiados”).

Alguns artistas passaram a ser humilhados por isso.

A população mal informada comprou a ideia, mas não percebeu o que acontecia nos bastidores.

Enquanto criticavam uma lei, que apesar de imperfeita era legítima, aconteciam as verdadeiras distorções.


As distorções

A crítica à Lei Rouanet tornou-se uma cortina de fumaça para casos escabrosos como o exemplo a seguir:

Pequenos municípios no interior do Brasil faziam contratos de shows por valores absurdos, com artistas medíocres, divulgados por uma imprensa massiva como o “sucesso” do momento.

Alguns exemplos nos links: Megacachês: Agropop surpreendido de calça curta – Outras Palavras e Sobre o desvio de recursos públicos para cachês milionários em shows de cantores sertanejos – CTB.


Panem et circenses…

“Dêem pão e circo e o povo estará satisfeito…”

Como na canção Panis et Circenses, de Gilberto Gil, “as pessoas estão ocupadas em nascer e morrer”.

As pessoas estão condicionadas a achar que estão recebendo benesses das prefeituras por assistirem a tais “artistas” superfaturados e não questionam o mau uso dos recursos públicos.

Diferente das plantas da canção, “cujas folhas procuram o sol e as raízes procuram no solo seus nutrientes”, não conseguem supor que, às vezes, quando não são vítimas, são participantes de uma fraude!

Os pequenos músicos, talentos que resistem a uma sociedade míope, dão o melhor de si, na esperança de serem descobertos e patrocinados neste sistema já corrompido.

Que a cada canção bem executada esperem, além do pequeno cachê, o reconhecimento de todo artista, tanto em aplausos quanto em incentivos, para viver da arte e para a arte.

 

Empresário nega fraudes na Lei Rouanet, mas CPI pedirá quebra de sigilo bancário – Notícias – Portal da Câmara dos Deputados (camara.leg.br)

Músico e empresário depõem na CPI da Lei Rouanet e negam participam em fraude | Agência Brasil (ebc.com.br)

Gilson Cruz

 

Que tal compor a sua obra de arte? ‣ Jeito de ver

Um pouco atrás no tempo… (Nostalgia)

Um músico solitário. Um poema sobre nostalgia.

Imagem de Leroy Skalstad por Pixabay

As cidades crescem, é verdade.

Mas aquela cidade do interior não estava preparada, para tanto.

Os vizinhos que antes eram parte da família, agora eram pessoas distantes, totalmente desconhecidos.

O barbeiro da esquina era apenas mais um Sr. Edson e o padeiro, já não estava mais entre nós.

Nas ruas, onde as crianças brincavam sem medo, o que se via era a solidão e o que se ouvia de longe eram sons, que se misturavam, que brigavam entre si – a voz melódica de um cantor e sua pequena banda no meio da praça, pedindo a oportunidade de cantar. a oportunidade de trazer mais sentimento às pessoas que passavam, enquanto barracas insensatas, insensíveis, ligavam seus aparelhos sonoros em volumes indelicados, mal educados – matando o encanto das horas.

E o cantor persistia…

Na mesma praça onde costumava haver árvores, bancos, um gramado onde pequenas crianças brincavam aos domingos e à noite se podia ouvir velhos seresteiros, cantando, bebendo, celebrando a noite, a vida, a arte…

Triste, parei por instantes… vi um pouco do passado.

Ouvi a bela voz do músico, mais uma vez, enquanto os sons indesejados competiam por um espaço em meus ouvidos.

Andei lentamente pelas ruas que me levaram à minha casa…

e lamentei.

A cidade cresceu, mas as barracas pararam longe, um pouco atrás no tempo – e a voz do cantor jamais as alcançará.

Veja mais em Lembrando os velhos seresteiros – Jeito de ver

Naquele dia (as últimas mudanças)

Imagem de Hans por Pixabay

 

Aquele dia,

não trouxe o sol costumeiro

nem um amanhecer,

ou crianças brincando nas ruas

e nem os passos apressados do carteiro

Não se ouvia o riso

nas padarias,

nem nos bancos das praças

A melodia na voz do cantor,

silenciara

Tudo era tristeza

Aquele dia, não trouxe rosas

e os últimos românticos

não puderam ofertá-las

E era triste encarar a noite,

sem estrelas

foi estranho anoitecer

naquele dia.

Grandes se apequenaram,

covardes orgulhosos…

pequeninos não entendiam,

onde estavam os heróis?

– todos se escondiam

Aquele dia

trouxe o resumo da ganância

e as selvas de pedra,

aquecidas

diziam não haver outra chance

Dinheiro não comprava o tempo perdido

nem  o futuro,

mas fugir pra onde?

Aquele dia,

ensinou o que era o medo…

Aquele dia,

não trouxe nuvens

pássaros de primavera.

E as lágrimas

não encheram os rasos rios

onde morriam peixes

Aquele dia

lembrava

o que havia se esgotado

e que agora…

sem homens,

sem ganância

a Terra precisava descansar.

Naquele dia.

Leia também  Canções de Guerra – o jogo da desinformação › Jeito de ver

O lobo mau dentro de casa (a vida real)

Criança deprimida. Muitas crianças sofrem maus tratos de pais ignorantes.

Imagem de Mandy Fontana por Pixabay

 

 

Falaremos sobre a criação de filhos.

Criar filhos é prepará-los para um mundo que está  sempre em movimento. Um mundo de mudanças, surpresas e desapontamentos.

Em décadas passadas, havia uma disparidade na maneira como se educava  meninos e  meninas.

Analisaremos o problema na raiz.

O PROBLEMA NA RAIZ: A má Educação 
e as consequências

Notava-se neste País de cultura Patriarcal a seguinte distinção na criação dos filhos:

Os meninos eram ensinados a agir como seres superiores, capazes de tudo. Podiam brincar do que quisessem.

Eram incentivados a se mostrarem homens desde bem cedo, “aprenderem a namorar” desde a infância.

Ao passo que a menina era a caça, às vezes proibidas de até mesmo terem acesso à educação.

Seus brinquedos seriam bonecas, para que desde bem cedo aprendessem a ser futuras mamães. Não podiam aprender a ler e a escrever, para que não se comunicassem  com seus namoradinhos.

Sobre os ombros destas jovens, havia o peso de carregar a obrigação da virtude (como eles chamavam a virgindade) e caso elas fossem enganadas e “desvirtuadas “( como diziam na época) seriam expulsas de casa, por não serem “mais nada“.

Expulsas de casa, desonradas pelos pais, mal faladas pelos vizinhos e sem amparo de parentes as jovens muitas vezes conseguiam refúgio em casas de prostituição, onde passavam a trabalhar, entenda-se, vender seus corpos, por uma remuneração.

Lamentavelmente, houve casos de jovens não suportarem a pressão da sociedade e cometerem suicídio.

O preconceito e a educação numa sociedade patriarcal

Às meninas a cobrança, a humilhação e às vezes o suicídio.

Aos homens, a fama por suas realizações, traduzida na seguinte frase machista, tantas vezes ouvida e repetida:   -“Prendam suas cabras , pois o meu bode está solto!”

E essa sociedade patriarcal  pervertida, tenta se perpetuar por meio do machismo, presente  também na objetificação da mulher e em relacionamentos abusivos e misóginos em que o homem diz poder trair e punir pelo simples fato de ser ele o homem!

Exemplos sutis da objetificação da mulher, também se dá naquelas conhecidas festas em que há a promoção “Mulher entra sem pagar!“, onde o altruísmo se traduz no fato de que as mulheres servirão apenas de chamariz para caçadores famintos.

As consequências de tal objetificação é trágica. Veja os exemplos nos links a seguir. – Homem que matou mulher dois dias após assinar o divórcio é preso em MG | Zona da Mata | G1 (globo.com);

Por não aceitar fim do relacionamento, homem mata a ex-sogra a facadas e fere a ex-namorada | Centro-Oeste | G1 (globo.com)

As consequências da objetificação da mulher vão desde não respeitar seus desejos e vontades a até mesmo puni-las com a morte.

As mulheres seriam meros objetos a favor dos homens.

Nesse sistema abusivo, não tardaria a haver um clamor por mudanças. Nasce daí o Feminismo.

O que é o Feminismo

As mulheres lutariam para ter liberdade nas suas escolhas, lutariam por demandas justas e exigiriam respeito pelo que são.

Parece injusto?

Isso é o Feminismo. Contrario ao que muitos imaginam FEMINISMO não é o contrário de MACHISMO.

O Feminismo é a luta pelos direitos da mulher e pela igualdade de gêneros e Machismo é uma atitude, um comportamento fundamentado na ideia de que os homens são superiores às mulheres. Veja – O que é feminismo? – Brasil Escola (uol.com.br)

O feminismo tem suas raízes lá no final do século XVIII, na França e tem ganhado força desde então, com a conscientização de uma sociedade, que antes aceitava o machismo como sendo algo natural e que então despertou para princípios de igualdade.

Atualmente, mais mulheres atuam na política e na liderança em outros campos, apesar da resistência de muitos a presença feminina não deve ser encarada como competição por espaço, a espírito deve ser de cooperação e de entendimento, pois as habilidades se complementam.

Há espaço para o diálogo. Em nome de uma tradição de dominação e incapazes de dialogar, por se sentirem inseguros, esperneiam e divulgam fake news a respeito deste movimento, que nada mais é do a procura de tratamento igualitário.

Os mesmos machistas sentem saudades do tempo em que homens traídos eram cobrados a cometer o crime pela honra, quando eles mesmos podiam trair.

Apesar de muitos avanços, ainda há muito a se mudar para que haja a justiça.

A necessidade de mudanças
Reeducação dos pais

Muitos pais precisam ser reeducados, pois embora vivam neste seculo XXI ainda se comportam como aqueles que privam seus filhos da socialização e educação necessárias a um bom desenvolvimento da personalidade.

Por exemplo, num município da Bahia, um senhor mantinha por  meses  filha e esposa em cárcere privado, numa pequena sala, sob a ameaça de um revólver.

Fonte-  Homem é preso por manter companheira e filha em cárcere privado no interior da BA; mulher estava em estado de depressão | Bahia | G1 (globo.com)

Apesar dos danos psicológicos causados à mulher e à filha, o homem desfruta a liberdade gloriosa dos filhos deste sistema machista.

Não se sabe exatamente os motivos que levaram o senhor da reportagem citada acima a cometer tal crime, provavelmente o desejo de proteger a filha de predadores, dos lobos mencionados anteriormente nesta matéria.

O fato infeliz, é que apenas ele conhece os seus próprios motivos, apesar de não dizê-los – e o pior, é que a vida de sua filha jamais voltará à normalidade!

Devemos admitir que apesar de todas as lutas, de todas as mudanças na sociedade, a mudança na raiz, que é a forma de pensar o mundo, será a luta mais árdua.

O mesmo ciclo continua, em que pais mal informados, mal direcionados, talvez  imaginem proteger suas filhas do mal – sem percebem que são eles próprios o problema, o Lobo Mau na história.

Veja mais De Degraus e Silêncios – Um Pai Solitário ‣ Jeito de ver

 

 

 

 

A Marionete ( por um sorriso)

Uma Marionete. Num poema simples e animador.

Imagem de Else Siegel por Pixabay

Andando neste pequeno espaço
em mil piruetas, o que faço?
Canto de um jeito engraçado…

Só para te fazer sorrir
Balançando meus braços
Mas, preso em cordas
Passo a passo em controles
Mas, não ris… insistes em partir!

Menininha de olhos tristes
Que se recusam a sonhar
Me diz…vieste de longe?
O que estás a procurar?
Eu, eu daria o espaço, o meu mundo
Pra não te ver chorar

Faço carinha de triste
Simulo um choro sem lágrimas
E timidamente te olho
Carinha de choro,
no canto
Cena tão bela e triste, existe?

Invento uma dança maluca
Me liberto das  cordas
Me empolgo e…
Destruo cenário… tudo

Nem assim, tu te importas?

E então, ao juntar os pedaços
de um cenário que se foi
Vejo os teus olhos, brilhando
A esquecer o que te dói.

E nesses rompantes malucos

Para te dar alegria

Te vejo sorrir,

Gargalhar, e com isso volto a pensar…

Ganhei o meu dia…

Ganhei o meu dia.

Gilson Cruz

 

Leia mais em:  O valor das coisas simples – Jeito de ver

Vamos falar de amor? (Muito além da paixão)

Casal apaixonado. Qual a diferença entre amor e paixão?

Imagem de Karen Warfel por Pixabay

“Na natureza …tudo se transforma”.

– Antoine Laurent de Lavoisier*

Faremos uma aplicação um tanto diferente da citação acima.

Falaremos de pessoas e sentimentos, principalmente o amor, pois tudo se transforma, inclusive o amor, não é verdade?

Embora se imagine o amor como algo eterno, mesmo ele pode acabar.

O sentimento romântico de amor eterno é bem comum quando passamos pelas primeiras e intensas paixões na juventude, que geralmente duram dias, semanas ou meses.

E este ciclo se repete muitas e muitas vezes… pois não é amor, é paixão.

O que é Paixão ?

PAIXÃO não é a mesmo  que AMOR.

Na maioria das vezes as paixões são acompanhadas de  sentimentos intensos e “destrutivos”, por assim dizer.

O medo de perder, a insegurança e os ciúmes excessivos são sentimentos que acompanham cada paixonite!

Não é a toa que a paixão é muitas vezes definida como o fascínio ou a  falsificação do amor.  

A pessoa apaixonada se apega a coisas superficiais como a cor dos olhos, o rostinho bonito, o jeito de falar, de cantar, ou como disse certo jovem que “gostava da pegada da pessoa amada!”

Essas superficialidades tornam-se menos importantes com o passar do tempo e por serem superficiais, desaparecem junto com o encanto. Então…

O que é o amor?

Mas, se paixão não é amor, como explicar o amor?

Não se define o amor em apenas uma palavra.

Examinarmos as palavras gregas que definem AMOR, pode ajudar a  entender as suas  várias facetas.

Eros: É o amor apaixonado e  romântico.

Philia: Amizade íntima, autêntica.

Ludus: Amor lúdico, sedutor.

Storge: Amor familiar, incondicional.

Philautia: Amor-próprio.

Pragma: Amor comprometido e companheiro.

Agápe: Amor empático,universal.

(Para mais detalhes, clique no link a seguir: Activa | As palavras gregas para amor incluem 7 tipos que podemos experienciar)

Observe que para cada faceta do amor há uma palavra específica no grego.

Isso nos ajuda a ter uma ideia de quão amplo pode ser o amor.

O amor ideal

O tipo de amor ideal para um relacionamento, deve de algum modo incorporar todas as facetas listadas acima.

O amor é uma sentimento que pode ser influenciado por fatores individuais e contextuais, e variar de acordo com cada relacionamento, também por isso ele pode diminuir ou mudar ao longo do tempo por uma variedade de razões.

Uma das razões pelas quais o amor pode diminuir é o desgaste natural que ocorre em relacionamentos de longo prazo.

A rotina do dia a dia, o estresse, as responsabilidades e as diferenças individuais, problemas financeiros, saúde, trabalho ou família podem contribuir para uma diminuição do amor, por isso além do romantismo, é necessário que haja: amizade íntima, que haja o lúdico ( a conquista) o compromisso, o amor-próprio e a empatia, sim, o Companheirismo.

O amor é algo mais maduro, mais estável.

A importância da Comunicação

Para que um relacionamento se aperfeiçoe e dure é necessário que haja comunicação, em especial a capacidade de saber ouvir.

Uma boa comunicação fortalece os laços afetivos pois possibilita uma melhor conexão emocional – e sem essa conexão, o amor enfraquece!

É verdade, que na natureza “tudo se transforma”…

Mas, como diz o mesmo Lavoisier**, “nada se perde”.

Apesar de hoje os relacionamentos serem instáveis, quase descartáveis, muitos ainda acreditam que é possível transformar algo “incrível” em algo “ainda melhor” e por isso investem aquilo que tem de melhor para manter vivo o seu amor pela pessoa amada: O TEMPO e a ATENÇÃO.

E como os seres humanos serão sempre surpreendentes, descobrirão ainda novas razões para se amarem ainda mais com o passar do tempo.

Para conhecimento:

* Antoine-Laurent de Lavoisier foi um nobre e químico francês fundamental para a revolução química no século XVIII, além de ter grande influência na história da química e na história da biologia. Ele é considerado na literatura popular como o “pai da química moderna”.

Foi eleito membro da Royal Society em 1788. Wikipédia

** E certamente, não estava falando de amor na citação acima, mas o princípio é o mesmo! (risos).

Leia mais em  E quando ela passa… ( A poesia no andar) – Jeito de ver

E quando ela passa… ( A poesia no andar)

A beleza entre as flores. Na poesia, os sentimentos que alguém provoca quando passa.

Imagem de Екатерина Александровна por Pixabay

Ela está passando

e quando ela passa

o sol se esconde

as flores se abrem

o vento descansa

E o mundo inteirinho se enche de graça

como na canção

Ela está passando

e quando ela passa

se inventam histórias

se fogem as palavras

e se o vento, balança

o centro do mundo, é apenas uma Praça

como na canção

Ela está passando

e quando ela passa

esqueço da vida

esqueço do dia, das horas

da dança, que lança meus sonhos no ar

Que somem feito fumaça

e que fazem despertar nesse vão

Ah… mas, no andar

No sorrir

No falar

luzir

A graça

na praça

Tudo acontece…

quando ela passa.

Leia mais em: “Poesia Noturna” (Poesia simples) – Jeito de ver.

Um novo tempo – Parte 2 ( Repensar)

Uma velha televisão. Não havia liberdade de expressão quando o Brasil esteve sobre o Regime Militar.

Imagem de StockSnap por Pixabay

Um novo tempo… A ditadura

As décadas de 1960 e 1970 foram marcadas pela repressão à liberdade de expressão e o controle da informação.

As informações eram controladas por um regime, que ditava o que deveria ser noticiado e como deveria ser anunciado.

O sistema educacional seguia nos mesmos trilhos.

O lema  “Brasil, ame-o ou deixe-o”, soava como o atual: “Se não gostou, pede pra sair…”

Sim, o sistema educacional era também moldado por esta filosofia.

O lema “a Pátria acima de Tudo” era repetido nas TV’s, nas rádios e nas escolas.

A imprensa acorrentada

A censura tranmitia a falsa impressão de paz, não haver motivos para manifestações, o governo da época não “cometia absolutamente nenhum crime”.

Não havia como divulgar livremente os desvios de recursos públicos, por exemplo, na construção da Usina de Itaipu.

Aqueles que investigassem ou questionassem teriam o mesmo destino que o embaixador José Jobim.

Veja o link CORRUPÇÃO NA CONSTRUÇÃO DA USINA DE ITAIPU PODE TER MOTIVADO A MORTE DO EMBAIXADOR JOSÉ JOBIM – Documentos Revelados.

Perseguidos, desaparecidos e mortos pelo Ditadura não eram mencionados e quando mencionados era sob manchetes falsas.

Por exemplo: a morte de Wladimir Herzog, professor, jornalista, assassinado nos porões da Ditadura após intensa tortura, foi noticiada como suicídio.

A ignorância era requisito para não ser classificado como inimigo do Estado. – Era uma bênção!

Esta é a razão por que muitos dos que viveram naquela época ainda acreditam não haver corrupção ou violência nos governos militares.

A educação, a base, era moldada aos interesses do Governo.

Um excelente resumo

Observe abaixo um trecho extraído do site Le Monde Diplomatique:

Um Brasil em construção neodesenvolvimentista para a formação profissional, técnica, sem estudos de formação crítica.

História e geografia, por exemplo, eram substituídas por “estudos sociais” com destaque para nenhum tipo de alusão ao escravismo, ao colonialismo, e às contínuas invisibilidades das lutas sociais e populares ao longo dos mais de quatrocentos anos de invasão sob diversas expressões políticas que tendem a expressar, sem discussão, uma ideia de soberania e autonomia nacionais.

Isso sem falar que nesse período, jamais saberíamos logo disto, muitos grandes nomes de pensadores e militantes já estavam mortos. Outros tantos exilados, tendo passado antes por torturas, interrogações, desaparecimentos.

Tudo isso compunha um álbum maior do que o retrato 3×4.

Mas ele não está presente nas casas de parte expressiva da classe trabalhadora, equivocadamente tratada como média no Brasil.

Se de média se trata, nem a da escola, nem a dos valores a tornou de fato consciente sobre esse período que precisa, de fato, ser tirado a limpo por essa mesma geração, agora entre 40 e 50 anos”.

– Veja : A torturante função da educação na década de 1970 – Le Monde Diplomatique

A educação e a arte

A disciplina na época era a mesma de países ditatoriais: “Aprenda o que queremos, nos seja útil” .

Os alunos eram disciplinados a seguir um padrão condicionado por uma elite militar, enquanto as benesses eram dadas a quem a pátria era realmente a mãe gentil.

O sistema educacional se resumia aprender o suficiente para uma profissão mediana, decorar preceitos e datas, cantar hinos nacionais mesmo sem entendimento de uma frase sequer das letras.

Os conceitos de livre pensamento, de livre expressão – de liberdade, eram definidos por aqueles que lucraram com o golpe militar em 1964.

Poetas e Compositores tinham que usar e abusar da criatividade para criticar o sistema, como Chico Buarque nas canções “Vai Passar”, “Cálice” e muitas outras , Caetano em “Tropicália”, bem como muitos outros artistas. – 18 músicas famosas contra a ditadura militar brasileira – Cultura Genial

Uma das mais belas canções compostas neste período, a canção “Novo tempo”, 1980, de Ivan Lins, sinalizava a mudança, a esperança e a incerteza do que viria após este período de trevas.

A mudança era necessária, a disciplina era pelo medo de cair nas mãos de uma polícia que era famosa pela violência.* Apesar dos perigos…

Nessa década a literatura marginal surgiu como um desafio às convenções, mostrando que a arte de escrever poderia e deveria assumir outras formas.

A educação pelo constrangimento

E enquanto isso, nas cidades do interior, alunos eram moldados por mestres impacientes, que não hesitavam em usar de violência física para “facilitar a entrada do conhecimento” nas cabecinhas machucadas.

Um episódio marcante já próximo ao fim do período militar, se deu em 1982, numa cidade do interior da Bahia:

Um aluno de oito anos perguntou à Professora após observar num desfile de 7 de Setembro, o por quê de haver muitos símbolos que representavam a cultura estadunidense, como bonecos do Universo Disney.

Não havia referências à escravidão ou a indígenas.

A professora chateada esbravejou: “ ISSO É CULTURA”, chamando-o de burro!

E aquele aluno, para o bem de sua vida, calou-se, AGRADECENDO a resposta.

A liberdade daquele desfile celebrava o domínio e influência cultural dos Estados Unidos, país que financiou o golpe de 1964 no Brasil e em outros países na mesma década.

A verdadeira cultura, a verdadeira origem do povo, as verdadeiras influências eram renegadas.

Então, em 1985, o regime militar e  seu desprezo pela cultura, pela individualidade e pelo acesso à informação chegou ao fim.

A necessidade de repensar e refazer

Enfim, “um novo tempo” precisava ser pensado, o sistema educacional precisava ser repensado para a que formação de verdadeiros cidadãos ganhasse força. Era preciso construir um novo pensamento.

Algo deveria ser REFEITO!

Leia  Um novo tempo – Parte 3 Refazer – Jeito de ver

É sobre o que falaremos na PARTE 3.

Notas

* A truculência da sistema policial da época moldou o temor e a confiança que muitos na atualidade têm da Polícia na atualidade.

Em muitos casos verifica-se, ainda hoje, a típica ação violenta comum no Regime Militar nas abordagens a pobres e a negros, ao passo que

mantém  a discrição e respeito no tratamento a bandidos ricos e de pele clara.

Um novo tempo – Parte 3 Refazer

Mãos em união.. A importância de se refazer, de estar sempre aprimorando o sistema educacional numa atividade conjunta.

Imagem de Michal Jarmoluk por Pixabay

A educação, bem compreendida, não é apenas uma preparação para a vida; ela própria é uma manifestação permanente e harmoniosa da vida. Assim deveria ser com todos os estudos artísticos e, particularmente, com a educação musical, que recorre à maioria das principais faculdades do ser humano“.
(Willems, 1970, p. 10).

A música na educação

A educação musical tem importância na formação do indivíduo.

O ensino de música nas escolas traz efeitos beneficos à formação da personalidade do aluno, como veremos, assim como também o ensino com música.

Vocês já perceberam que logo no início de nossa caminhada pelo universo da educação começamos com atividades lúdicas ?

Atividades que suavizam o processo de descoberta de aprendizagem tais como brincadeiras e canções?

A música contribui para uma boa informação emocional, favorecendo a sensibilidade, a criatividade e o imaginário das crianças.

A aprendizagem com música favorece o desenvolvimento linguístico, a memorização e cria vínculos de amizade entre alunos e professores. – Revista Educação Pública – A importância da utilização da música na escola (cecierj.edu.br)

O foco do sistema educacional

Infelizmente, a educação com música tem sido abandonado pelo sistema ao passo que as crianças se tornam adolescentes, pois o sistema educacional não se concentra no aperfeiçoamento do indivíduo, como cidadãos capazes de viver e conviver numa sociedade cada vez mais distante, em vez disso, o sistema se concentra em preparar alunos para concursos e vestibulares.

As  consequências são uma sociedade cada vez mais solúvel, marcada pelo espírito de competição.

Com a evolução do sistema educacional o professor se transformou em algo além de um ensinador, um transmissor de conhecimento.Ele se transformou num orientador.

A função deste orientador é guiar o aluno, reconhecendo a pluralidade – trabalhando as dificuldades e  estimulando as virtudes do aprendiz.

No artigo anterior, observamos que em décadas passadas o foco educacional era preparar o indivíduo para os interesses de uma elite.

Hoje, porém, o foco deve estar na formação de cidadãos, de indivíduos capazes de contribuir para uma melhor sociedade.

Foco na individualidade

A falta de interesse na individualidade dos alunos fazia da escola um ambiente tenso, um lugar totalmente diferente do mundo apresentado às crianças no início da jornada escolar.

As consequências eram o desinteresse, a falta de estímulo e altos números de evasão escolar ao longo do ano letivo.

A educação é o pacto de um País com o futuro de seus cidadãos.

O quão sério o Estado considera este pacto é evidente nos investimentos na qualificação de  Professores, com salários compatíveis com a importância de seu ofício e principalmente quando se cria  condições favoráveis ao desenvolvimento de um bom trabalho – o que é essencial para resultados mais satisfatórios.

Aos Professores exige-se a criatividade. A capacidade de se adaptar a um mundo em constante movimento.

Paulo Freire, Patrono da Educação brasileira, filósofo, pedagogo e escritor descrevia a música como “uma ferramenta para auxiliar a aprendizagem de outras disciplinas”. Freire (1992).

A música na sociedade e no contexto escolar pode ser transformadora, portanto deve assumir um papel mais definido no ensino escolar. Microsoft Word – Documento em ANNIELLY – ARTIGO (uepb.edu.br)

A música e o autoconhecimento

O uso da música na educação, pode induzir ao autoconhecimeto .

Alunos podem ser estimulados a criar canções nos mais variados estilos narrando fatos históricos, criar paródias, contando versões imaginárias de histórias assim como saber em que contexto histórico de uma composição.

No estudo de um idioma estrangeiro, o uso da música pode trazer aos alunos a familiaridade com pronúncias e expressões idiomáticas, além de um novo estímulo para aprender a aplicação de verbos.

A arte de educar não deve ser encarada como uma competitição entre Professores X Professores ou Alunos X Alunos.

È uma atividade conjunta.

Harmonia interdisciplinar

O professor de História pode tornar a Geografia ainda mais interessante por lembrar fatos relacionadas a sítios geográficos, assim como um Professor pode tornar o estudo do idioma inglês ainda mais atrativo por relacionar as diferenças.

Numa cidade da Bahia, um Professor de Inglês foi convidado a contribuir numa Escola de poucos recursos, onde não havia sequer material de apoio.

Era praxe naqueles dias a Prefeitura atrasar o pagamento do salário dos Professores em três meses. A cada três meses, pagava-se um!

Um desrespeito aos profissionais! Mas, isto já é outro assunto!

Percebendo a dificuldade dos alunos em especial em assimilar a pronúncia da maioria das palavras, aquele professor decidiu trabalhar o idioma com músicas, acompanhado por um violão.

A aula consistia em gramática, o texto da canção relacionado a aplicação da gramática e a música para facilitar a memorização da pronúncia das palavras.

A reação dos alunos, adolescentes, era incrível! Participavam com entusiasmo e de certo modo  acreditavam que algo novo estava acontecendo. Que o idioma era agora algo inetressante!

A novidade choca e nem sempre é compreendida.

Ao fim do ano letivo numa reunião geral , convocada pela diretora da escola, com todos alunos e professores da época, ele foi  colocado no centro e despedido sumariamente com as seguintes palavras: ” O trabalho deste professor não se enquadra ao que se espera nesta escola. Ensinar não é brincadeira! Não precisamos dele!” ( Ah! era eu esse professor – risos!)

A discussão de estratégias

Não houve discussão sobre uma melhor maneira de se usar a música.

Em sua preparação para a Profissão ele aprendera que deveria se criar meios para estimular a aprendizagem.

Os métodos pedagógicos incentivam a criatividade, mas o medo de criar, de inovar, era e tem sido a prática mesmo nos dias atuais.

Com o tempo, foi admitido numa escola onde uma direção diferente incentivava o trabalho com a música.

O resultado foi satisfatório. A assimilação de assuntos e socialização entre os alunos eram bem evidentes, mesmo numa escola sem recursos.

O ambiente era de cooperação mútua!

As lições

O tempo passou e a experiência mostra que a música hoje, usada em vários cursos, é um excelente auxílio à educação.

Aos professores, nesta sociedade transformada, cabe o diálogo, o acordo e o apoio como classe, cujo objetivo maior é o aprimoramento de uma sociedade presente e futura.

Que os métodos do passado sejam apenas recordações de coisas que não precisam sequer, de uma  repetição.

Que não tenham medo de embarcar neste Novo Tempo, cujo perigo maior é estacionar ou regredir !

Leia também   Um novo tempo – Parte 2 ( Repensar) – Jeito de ver

A música contribui para uma boa informação emocional, favorecendo a sensibilidade, a criatividade e o imaginário das crianças. A aprendizagem com música favorece o desenvolvimento linguístico, a memorização e cria vínculos de amizade entre alunos e professores. – Revista Educação Pública – A importância da utilização da música na escola (cecierj.edu.br)

O valor das coisas simples

O verdadeiro valor está além dos olhos.

Imagem de 822640 por Pixabay

O que há no âmago de cada pessoa?

O que há por trás dos olhos,

dos risos

e até mesmo, do jeito de falar?

O que há por trás das palavras,

dos gestos

e do jeito de andar?

O que há por trás do choro,

do grito

e do jeito de calar?

As histórias são silenciosas

as cores reais são invisíveis

Mas, quais tolos explicamos tudo aquilo que não sabemos…

risíveis…

tolos!

Não sabemos os motivos,

dos motivos

Sabemos quase nada a respeito de tudo

e não ficamos mudos

 subjetivos…

Contemplamos meras superfícies

Estagnamos em margens

sem curiosidade, coragem de nadar ,

de se aventurar,

de poder errar tantas vezes, até acertar…

Para se certificar

de encontrar o tesouro escondido nas coisas simples

e esse universo explorar.

E enfim, poder crescer.

Leia mais em: Transformar ( Bem simples) – Jeito de ver.

© Gilson da Cruz Chaves – Jeito de Ver Reprodução permitida com créditos ao autor e ao site.