É natural estar um pouco inseguro quanto ao futuro.
Tantas são preocupações: contas, educação de filhos, saúde, emprego… CHEGA! Se eu tiver que listar tudo aqui, vou acabar esquecendo da vida!
Os problemas e preocupações atuais podem nos afetar de modo a nos tornar pessimistas ao planejar o futuro.
Mas, como olhar para o futuro?
Bem, o problema talvez esteja em “olhar” para o futuro e esquecer de sentir o presente.
O presente está sempre em movimento, como um garçom te trazendo emoções básicas e bárbaras, na mesma bandeja, para o seu seu dia.
As cores, a arte, os dramas estão lá para serem vistos e vividos e como não dá para viver o ontem – o presente pode ser um excelente presente! ( Trocadilho infeliz!)
Portanto, que tal se concentrar no que pode ser feito hoje?
Encarar o PRESENTE com um pouco de leveza é um meio de se reconhecer que há coisas que podem ser feitas agora e coisas que mesmo transpirando toda a angústia e vontade só poderão ser feitas amanhã, sem nenhum prejuízo ao mundo ( ou à sua saúde mental).
Seja responsável, não um chato perfeccionista, respeite o espaço dos outros – lembrando sempre que as pessoas não existem por sua causa e nem você por causa dela, e que mesmo assim vivemos numa teia, que o movimento de um abalará ainda que levemente o espaço do outro.
Respeite o espaço.
Sim, viver plenamente o presente (com responsabilidade), saber aguardar o momento certo (sem imediatismo desnecessário) e respeito ao espaço do outro, pois ele vem, o futuro sempre vem…
Seja otimista, isso ajuda a encarar a ansiedade com leveza, pois o futuro sempre chega, ainda que se feche os olhos.
Contrário ao que muitos ainda podem pensar, a depressão não é uma fraqueza pessoal, mas sim uma doença.
Considerada o mal do século, essa enfermidade afeta cerca de 350 milhões de pessoas em todo o mundo, causando impactos significativos nas atividades diárias daqueles que a enfrentam (Fonte: Depressão: saiba mais sobre o mal do século XXI (apsen.com.br)).
Como a Depressão Afeta as Pessoas?
O transtorno depressivo maior pode impactar a vida em diversos aspectos. Os sintomas podem variar, incluindo ansiedade, apatia, desesperança, perda de interesse ou prazer em atividades, falta de concentração, solidão, tristeza, entre outros. Vale ressaltar que a presença de alguns desses sintomas não necessariamente indica a presença da depressão. Um diagnóstico médico é fundamental.
Sintomas e Prejuízos Associados à Depressão
Os prejuízos associados à doença estão intimamente ligados à presença dos sintomas depressivos. Esses sintomas podem afetar diretamente a forma como o indivíduo se relaciona com os outros, fragilizando seus vínculos sociais e comprometendo o engajamento em tarefas essenciais do dia a dia. Isso pode levar a hábitos de vida menos saudáveis, aumentando a vulnerabilidade a outras doenças (Fonte: Depressão: saiba mais sobre o mal do século XXI (apsen.com.br)).
Como Lidar com a Depressão
É crucial compreender que a depressão é uma doença e, portanto, deve ser tratada como tal. Ao lidar com pessoas deprimidas, evitar comentários superficiais e oferecer suporte real é essencial. (Fonte: medley.com.br)
Ouvir e Acolher: Prestar atenção ao que a pessoa tem a dizer, sem desmerecer sua condição, é fundamental. Oferecer suporte com empatia e sem julgamentos é uma das melhores formas de ajudar.
Buscar Ajuda Profissional: Estimular a procura por um profissional de saúde é crucial. Acompanhar e oferecer suporte nesse processo pode ser um passo importante.
Desencorajar o Uso de Álcool e Drogas: Evitar estimular o consumo de substâncias que podem agravar o quadro depressivo.
Incentivar a Atividade Física: A prática de exercícios físicos pode auxiliar no tratamento da depressão, melhorando o humor e a qualidade de vida.
Promover a Socialização: Estimular a pessoa em tratamento a socializar-se gradualmente, apoiando-a nesse processo.
Reforçar a Importância do Tratamento: Transmitir que a depressão é tratável, mesmo que inicialmente pareça desafiadora.
Não Ignorar Comentários Suicidas: Levar a sério e encorajar a busca por ajuda profissional imediata diante de quaisquer indícios de pensamentos suicidas.
A depressão não é uma fraqueza nem “vitimismo”. Trata-se de uma doença séria que requer cuidados especializados (Fonte: Jeito de Ver).
É altamente recomendável a leitura completa dos artigos citados nos links fornecidos. Essas fontes oferecem informações detalhadas e cruciais sobre a depressão, uma doença que merece ser compreendida e tratada com seriedade.
Bugaiau é conhecido por sua luta e tem seu nome ligado à comunicação.
ENTREVISTA
O senhor Adalberto de Freitas é um senhor de características tímidas, de poucas palavras e riso fácil, uma pessoa de alma inquieta. Bem conhecido por seu apelido “Bugaiau”, tem seu nome intimamente ligado à história da Comunicação no município de Iaçu, pequena cidade no interior da Bahia.
Incentivador da arte, colecionador de histórias, criador da Rádio Rio Paraguaçu e idealizador do museu na cidade em que vive.
O site Jeito de ver teve o prazer de realizar a seguinte entrevista:
Jeito de ver. – Adalberto de Freitas Guimarães por ele mesmo.
Adalberto de Freitas. – “Sou Iaçuense, iniciei a minha carreira profissional como eletricista, Pai, avô e marido de uma incrível mulher, Rosângela Aragão, artista e amante da arte.
Sempre me interessei pela comunicação, as ideais saíram do papel a partir de 1984, com a criação do Som da Cidade”.
Jeito de Ver. – Poderia nos contar um pouco sobre o início? Por exemplo, quem foram os primeiros locutores? Qual a programação naquele início?
Adalberto de Freitas. – “Em 1984, lá início, o Som da cidade tinha três locutores. Eu, Ronaldo Ramos e meu filho Fábio. A programação tinha início às oito da manhã e se estendia até as onze horas, no primeiro turno.
À tarde, a programação tinha início a partir das 17 indo até as 19 horas.
Consistia de Músicas variadas, nacionais, regionais – dávamos também espaço para que músicos da terra divulgassem seus trabalhos. Era um prazer! Às vezes, também noticiávamos fatos urgentes e extras”.
Jeito de Ver.Como surgiu o som da cidade?
Adalberto de Freitas. “O som da Cidade surgiu por iniciativa própria. O nome original seria Serviço de Som – Som da Cidade.
Surgiu da necessidade, de uma grande carência de comunicação em nossa cidade. Daí nasceu a ideia de buscar patrocínio para que o serviço de som da cidade permanecesse em funcionamento. Deste modo, o som da cidade continuaria a levar informação ao povo carente.
O povo teria em sua cidade um veículo informativo”.
Jeito de ver. – Por quanto tempo o Som da Cidade esteve em atividade?
Adalberto de Freitas. – “Olha, o Som foi implantado em 20 de Dezembro de 1984 e teve suas atividades encerradas em 31 de Dezembro de 2005”.
Jeito de ver. – Gostaria de destacar o seu incentivo a arte.
No ano de 1991, Eu e quatro amigos ( Dilson, Valdomir, Pedrinho e Juarez) tentávamos gravar uma demo para a Banda Acordes, banda que se perdeu no tempo, como tantas outras. Lembro-me bem do estúdio gentilmente cedido.
Adalberto de Freitas. – “Como sempre atendia a outros grupos e pessoas, não iria me furtar em ajudar aos amigos da Banda Acordes. Ainda lembro”.
Jeito de Ver. – Realmente, era difícil esquecer de como a gente tocava mal, mal pra caramba!
Adalberto de Freitas. – ( Risos )
Jeito de ver. – Com o fim do Som da Cidade, mais uma vez, o senhor se inovou criando agora a rádio Rio Paraguaçu FM.
Como é que foi esse novo projeto?
Adalberto de Freitas. – “Bem, foi criada uma associação denominada Associação Comunitária Ação e Cidadania em 30 de Junho de 1998. Os primeiros locutores neste novo desafio seria o experiente Ronaldo Ramos, meus filhos Fábio e Rafael Guimarães.
A programação consistia em divulgações, entrevistas, ações culturais, religiosas e esportivas.
O patrocínio contava com a participação do comércio e apoio do Poder Público, havendo uma expansão na programação e variação de conteúdo que se entendia das seis da manhã até as 21 horas.
Por exemplo, aos sãbados, trazíamos uma programação especial, dedicada a uma parte muitas vezes negligenciada pelas rádios tradicionais, os idosos. O programa “Canções da Velha Guarda” que trazia os grandes cantores da Era do Rádio e era muito elogiado. Aos Domingos ,às seis, um pouco de música italiana e logo depois, a Jovem Guarda – num programa pra cima.
Procurávamos atender todos os gostos”.
Jeito de Ver. – De fato, costumava escutar com meu Pai o programa dos sábados e, como apaixonado pela Jovem Guarda, a programação das manhãs de domingo.
Por quanto tempo a rádio vem exercendo suas atividades?
Adalberto de Freitas. – “De 14 de Agosto de 2001 até hoje” (Janeiro, 2023 – Mês da entrevista).
A Rádio e Museu Rio Paraguaçu ficam situados no mesmo prédio. Localizados à Praça XV de Novembro 58, em Iaçu. Telefone (75)3325-2431.
Jeito de Ver.: Infelizmente, a cultura e arte não são tratados como prioridades em municípios pequenos.
Como se dá a manutenção e patrocínio da Rádio Rio Paraguaçu FM?
Adalberto de Freitas. – “Atualmente, infelizmente, estamos sem patrocínio…”
(Um silêncio!)
Jeito de ver.- Observando nas dependências da Sede da Rádio Rio Paraguaçu, vemos já em andamento o Museu da Cultura em Iaçu. Como surgiu a ideia? Qual o combustível dessa paixão pela arte, pela cultura?
Adalberto de Freitas. – “A ideia surgiu mesmo antes da implantação da rádio. Apaixonado pela cultura e preservação memória de um povo. Nasceu assim a paixão por também criar um museu aqui em Iaçu”.
Jeito de ver. – É realmente, um belo museu. Já temos uma matéria a respeito.
E aí, temos novos projetos para o futuro?
Adalberto de Freitas. – “Sim, muitos projetos. O principal é o lançamento de um livro, o tema provisório “As histórias de Bugá”.
Neste livro, trago passagens biográficas, trago mais informações a respeito do Som da Cidade e da Rádio Rio Paraguaçu, os desafios, as lutas, as dificuldades para manter o projeto – muitas vezes nadando contra todas as correntes”.
Jeito de ver. “Dias de luta” define bem a biografia do Sr. Adalberto de Freitas, esse homem que tem seu nome intimamente ligado a comunicação no município.
A ideia de trazer um serviço de informação para a cidade, significaria a inclusão daqueles que moravam nas partes mais distantes.
A divulgação de artistas locais, a transmissão das sessões da Câmara Municipal mostrava o nível político do município, lá naquela época.
Notícias, músicas e acima de tudo, cultura.
O que poderia ser feito aqui em Iaçu para estimular o interesse de pessoas pela história, pela arte – visto que não é comum eventos que valorizem comunicadores, cantores, essa infinidade de artistas locais?
Festivais de arte? Pequenos eventos mensais com artistas locais?
Adalberto de Freitas. – “Tudo que venha ajudar a juventude e a todos no município, será bem vindo“.
Jeito de ver. – Realmente, tudo que possa trazer à juventude mais arte, seja a poesia, seja a música, sejam as danças, atividades esportivas – enfim, nos muitos meios de expressão.
A Rádio e Museu Rio Paraguaçu FM têm sido exemplos de perseverança de um homem, exemplo de o quanto a cultura luta para se manter .
A Rádio Rio Paraguaçu segue a sua luta sem patrocínios.
Acreditamos numa saída. E você já sabe qual… entrar em contato com a Rádio, pode ser o primeiro passo.
Aguardamos, o lançamento do livro e mais histórias do nosso amigo, Sr. Adalberto de Freitas, o sr. Bugaiau.
O site Jeitodever.com agradece.
Nota:
Adalberto de Freitas Guimarães veio a falecer no dia 18/01/2025, dois anos após esta matéria. Uma grande perda.
O amigo Adalberto de Freitas Guimarães, além de fundador da Rádio Rio Paraguaçu, foi o idealizador do Museu de Iaçu.
Também se destacou como um grande incentivador do nosso site, Jeito de Ver (www.jeitodever.com).
Seu nome estará eternamente associado à história da cultura e da comunicação em Iaçu-BA.
Que sua memória continue a inspirar os habitantes desta cidade que ele tanto amou ao longo de sua vida.
Permita-me contar uma história que vi acontecer e que me ensinou que nem todos estão dispostos a mudar o statuos quo.
Status quo é uma expressão em latim que significa “estado atual” ou “situação atual”.
Refere-se à condição ou circunstância existente em determinado momento, especialmente em contextos sociais, políticos ou culturais.
Geralmente, é usado para descrever a manutenção das coisas como estão, sem mudanças significativas.
Vamos à história…
Era ainda o ano de 2005 e o professor de História, Régis, se preocupava com a falta de interesse político dos alunos na escola onde lecionava.
Era comum aos alunos, velhas frases como:
“Políticos são todos ladrões”, “Já que eles vão roubar mesmo, meu voto não sai de graça”, “Sindicalistas são todos vagabundos” e frases um pouco menos otimistas que estas.
Alguns jargões foram criados durante os anos em que o Brasil esteve sob Regime Militar (Ditadura) 1964-1985 e outros criados por empresários que também estavam muito preocupados com o bem estar geral ( se você acreditar, tudo bem…)
Disposto a mudar o ponto de vista de seus alunos, ele decidiu criar o projeto:
” Construindo Cidadania“
Neste projeto, todas as Sextas-feiras um grupo de vinte alunos teria a honra de assistir a Sessões da Câmara Municipal de Vereadores – fazendo observações a respeito da ordem e dos projetos.
Um outro grupo analisaria a história do Município, fazendo breves biografias de Prefeitos e vereadores, entrevistaria também a vereadores em exercício.
Os alunos ficaram empolgados.
O questionário a ser aplicado aos vereadores locais trazia as seguintes perguntas:
. Nome completo e resumo biográfico, como se interessou por política?
. Quando se candidatou pela primeira vez?
. Quantos projetos teve o privilégio de elaborar e quantos foram aplicados no município?
Enfim, chega a manhã de Sexta-Feira, precisamente 10:30, e começaram os ritos na Sessão da Câmara.
O Presidente da casa iniciava com formalidades, as boas-vindas, quando silenciosamente os alunos sentavam e aguardavam com interesse o diálogo entusiástico de vereadores, os debates, o dedo no olho, o tapa na cara…
-“Opa! me empolguei um pouco, deixe-me voltar aos trilhos”...
As cadeiras na câmara, destinadas ao público, estavam novinhas em folha! E agora sentiam a alegria de acomodar pessoas interessadas em política!
– O problema é que os nobres não estavam preparados, e como não havia assunto a ser debatido a reunião foi cancelada, adiada para a semana seguinte.
E na semana posterior, as cadeiras da câmara sentiam-se úteis novamente, novos jovens aguardavam os vereadores que chegavam desconfiados e perguntavam:
-“Quem mandou esses baderneiros aqui?” – baderneiros que não faziam baderna e que apenas aguardavam a reunião iniciar para entender pra quê raios servia um vereador.
E por falta de assunto e excesso de desconfiança a Sessão foi novamente adiada!
E os alunos ficaram perplexos! – Parte final
Ainda mais perplexo ficava o Professor Régis pois seria chamado e orientado pela coordenadora municipal de educação a encerrar seu projeto, pois os alunos viam causando transtornos às sessões da câmara daquela cidade.
Talvez os vereadores fossem tímidos demais para apresentar as suas propostas ou talvez não tivessem ideia alguma a respeito da utilidade dos seus cargos eletivos.
E o professor humildemente, se calou.
E os velhos jargões se tornaram ainda mais fortes.
Não me refiro apenas ao envelhecimento natural que vem com o tempo, mas ao processo em que, apesar das histórias que carregamos, tentamos disfarçar com tinturas e atitudes que não combinam mais com o nosso verdadeiro eu.
Como assim? A pessoa não deve tentar se manter jovem ou cuidar da aparência?
Permita-me explicar…
Na infância, somos naturalmente engraçados, desde o jeito de andar até as primeiras palavras e a inocência que nos define. Esta fase é frequentemente a mais bela da vida, enquanto a inocência ainda nos envolve.
No entanto, a infância passa rápido e, às vezes, resiste em dar lugar à adolescência, e essa transição pode ser difícil.
Durante a adolescência, as primeiras paixões podem ser tão comuns quanto músicas ruins em dia de feira – uma experiência inevitável!
Essas primeiras paixões vêm acompanhadas de solidão, insegurança, medo e, muitas vezes, baixa autoestima.
Parece que estamos em um curso intensivo para enfrentar a vida adulta e suas responsabilidades, e talvez para encontrar a companhia que estará ao nosso lado até o fim.
Não estou sendo romântico (apesar de ser naturalmente assim…), mas é exatamente como nos sentimos.
Durante a fase adulta, nossas percepções da realidade mudam. Os sonhos de criança e a dor que se curava com um beijo carinhoso já não têm o mesmo efeito.
As paixões eternas da juventude podem se tornar velhas lembranças, nem sempre tão belas quanto antes.
Percebemos que nem todos os sonhos se realizam e que a vida é uma mistura de ganhos e perdas.
Essas experiências moldam quem somos.
Envelhecer é lembrar que o livro da vida ainda está aberto e deve ser escrito com alegria e vontade – até que a tinta se acabe.
Às vezes, perdemos nossos sonhos e ambições. Na tentativa de esquecer o que não pode acontecer, podemos tentar apagar tudo o que remete ao passado, o que pode nos afastar das pessoas que amamos.
Esquecemos das virtudes que nos aproximavam e começamos a olhar com desprezo até mesmo para aquilo que nos alegrou por muito tempo.
Não sabemos mais o que amamos, o que esperamos ou por que amamos e esperamos.
Nos tornamos pessoas impacientes!
Assim, quando a velhice chega, pode parecer que toda a nossa história, com erros e acertos, não valeu a pena. Tornamo-nos rabugentos e solitários.
Sim, a consciência da brevidade da vida pode encurtar a nossa visão. Não enxergamos mais horizontes e passado, que são rascunhos da nossa história. As linhas escritas parecem esboços inúteis.
Essa experiência é comum a todos, e a forma como a encaramos pode fazer a diferença.
Os sonhos não precisam ser os mesmos, assim como a aparência também não é mais a mesma.
No entanto, a velhice não significa o fim da capacidade de amar e de sentir alegria. É uma oportunidade para repensar.
Houve perdas e ganhos!
Saber rir, aceitar os novos traços e fios descoloridos pode ser o caminho para abraçar a si mesmo e valorizar as pessoas que amam você.
Não são tinturas ou procedimentos estéticos que nos manterão jovens para sempre!
Envelhecer e permanecer jovem é lembrar que o livro da vida ainda está aberto e deve ser escrito com alegria e vontade – até que não haja mais tinta.
Amy Winehouse, Kurt Cobain, Robert Johnson, Brian Jones (membro fundador dos Rolling Stones), Janis Joplin, Jimi Hendrix, Jim Morrison (do The Doors) – o que eles têm em comum?
Artistas de sucesso do mundo da música que tiveram suas vidas interrompidas aos 27 anos. Daí a origem do termo “Clube dos 27”.
A criação de termos como “Clube dos 27” visa dar uma áurea de glamour, magia e mesmo mistério ao fato trágico de que pessoas públicas foram trituradas pela máquina da indústria da música.
Não há glamour algum na morte da jovem Amy Winehouse, que teve uma vida conturbada e seu talento natural explorado por todos ao seu redor.
Seu estilo único de cantar, que trazia um misto da dor do Soul dos anos 60 e a energia pulsante do Jazz dos anos 40, numa roupagem moderna e eletrizante, chegou ao fim no dia 23 de julho de 2011.
Ela ingeriu altas doses de álcool.
Consegue imaginar quão perturbada estava a mente dessa jovem cantora?
Não há beleza em se perder tão jovem!
Brian Jones, membro fundador dos Rolling Stones, foi afastado da banda que criou, pois já não conseguia mais cumprir compromissos, nem ter o mesmo desempenho como músico, devido ao seu vício em drogas.
No dia 3 de julho de 1969, foi encontrado morto em sua piscina. A suspeita é que o uso de drogas tenha facilitado sua morte.
Consegue imaginar o drama ou desespero causado pelo vício em drogas?
Artistas virtuosos como Jimi Hendrix (18/09/1970), Jim Morrison (3/07/1971) e Janis Joplin (4/10/1970) tiveram morte similar.
O desespero de escapar, por instantes, dos seus pesadelos, ou de esquecer as pressões do sucesso, resultou no abreviamento de suas vidas e, consequentemente, carreiras.
Robert Johnson, chamado de Rei dos Delta Blues, morreu de sífilis em 16 de agosto de 1938.
Alguns defendem a ideia de que morrer no auge é uma maneira de eternizar-se, ser lembrado como jovem – jovem para sempre! Essa ideia romantiza todo o sofrimento e desespero escondidos em cada segundo das vidas dos biografados.
É um pensamento explorado pelas indústrias que continuam lucrando com os espólios de artistas que, sob a resposta primária de não serem esquecidos, geram bilhões em lucros.
O fato de alguns perderem a liberdade de sair às ruas por causa de fotógrafos clicando cada centímetro de seus passos, que gostariam de voltar para casa após os shows e receber o abraço de alguém que sentisse amor de verdade por eles, é tão romântico quanto o vazio que deixaram em suas famílias.
Romantiza o fato de que perderam também a liberdade criativa e se tornaram reféns de uma indústria que suga cada gota de suor e sangue criado cuidadosamente para seus personagens.
Romantiza o fato de que muitos se perderam em seus personagens.
E enquanto isso, meros sonhadores romantizam a eternidade não usufruída pelos artistas, que não tiveram o prazer de ver seus filhos correndo no jardim, envelhecer ao lado da pessoa amada e se tornarem apenas meros adultos quadrados – mas, amados de verdade.