GTM-N822XKJQ

E esquecemos as Guerras …

Novas notícias substituem as velhas, que acabamps esquecendo.

Imagem de hosny salah por Pixabay

Gilson Cruz

A Perda de Importância aos Acontecimentos

Você já percebeu que, à medida que os eventos se desenrolam e se tornam de certo modo corriqueiros, passamos a dar-lhes menor importância? Quantos de nós se recordam que, na quinta-feira, 24 de fevereiro de 2022, os russos invadiram territórios ucranianos?

Revisando: em dezembro de 2021, o presidente russo, Vladimir Putin, apresentou à Otan algumas exigências de segurança, entre elas que a Ucrânia nunca integrasse o bloco militar oriental, pois, segundo ele, a expansão de tal grupo significaria uma ameaça à sua integridade territorial. As notícias da guerra bombardeavam os telejornais, que, por meses, se dedicaram a contar as várias versões dos motivos da guerra.

Tal guerra continua e já ceifou aproximadamente 200 mil vidas. Porém, à medida que os dias passam, as notícias tornam-se uma alternância de “velhas” novidades e já não prendem mais os telespectadores, saturados de péssimas notícias. Esperam algo mais: uma solução, talvez.

Pode ser desanimador saber que a violência cresce sem motivos legítimos, somada à falta de confiança nas motivações dos líderes envolvidos na guerra e à consequente sensação de impotência causada por tais notícias. Enquanto isso, os jornais precisam anunciar para continuar a existir e, para divulgar seus anunciantes, precisam de público. Por isso, passam a transmitir aquilo que interessa ao telespectador.

Corrupção, violência, casos de xenofobia, preconceito, inflação e até mesmo algumas reportagens fofinhas antes do fim do dia tentam lembrar que coisas boas ainda existem — tudo para não perder audiência.

Novas Tragédias Ganham os Holofotes

Até que, de repente, surgem novas notícias terríveis. No dia 7 de outubro de 2023, um grupo terrorista que já vinha ensaiando um ataque contra Israel, e sendo observado, executa o seu plano sem resistência alguma. Jovens que participavam de uma rave no deserto foram executados. A indignação tomou conta do mundo, pois os telejornais cumpriram o seu papel de divulgar o incidente.

A resposta do governo israelense foi, e tem sido, a mais perversa possível. Apesar de o governo israelense vilipendiar já há muitos anos o povo palestino, encontraram desta vez “o motivo” para levar adiante seus atos violentos. Com o apoio dos Estados Unidos e sob o pretexto de caçar os terroristas, o exército de Israel vem bombardeando e exterminando uma parte da população palestina.

Estima-se que a população palestina, em Gaza, seja de aproximadamente dois milhões, enquanto os terroristas associados ao grupo do ataque sejam entre vinte e cinco e quarenta mil. O número de vítimas inocentes tem aumentado a cada dia. Por exemplo, quando as vítimas chegaram a 15.900, cerca de 6.000 eram crianças e 4.000 eram mulheres. Destes, aproximadamente 800 militantes terroristas foram mortos.

Investiu-se muito na propaganda de que se trata de uma guerra contra o terrorismo. Contudo, os fatos mostram que se trata de uma ação de extermínio de um povo. Os palestinos, que já eram tratados como subumanos pelo governo israelense, receberam tratamento similar de alguns órgãos de imprensa mundial. Alguns tentaram justificar as mortes dos inocentes.

O Peso do Esquecimento

E como muitas outras vezes, o leitor pode ter se cansado de ver e ouvir falar das péssimas notícias. Atendendo à demanda, o noticiário faz a sua parte em vender notícias como entretenimento. Enquanto param de pensar, crianças e inocentes continuam a ser sacrificados e humilhados, sem direito a alimento, água ou luz em meio aos escombros.

Condenadas a levar em suas memórias a imagem de milhares de corpos enrolados em tecidos brancos, enterrados em valas comuns, e o som das bombas ao anoitecer — imagens que condenarão outras ao mesmo destino. Sem o direito de serem crianças.

Esquecer tais fatos favorece apenas ao agressor. E, mesmo que as notícias se calem e esfriem, as vítimas estarão lá. Sempre lá.

Não as esqueçamos.

Leia também  Notícias de Guerras – o jogo da informação › Jeito de ver

*Atualização 24/12/2023.

o número de vítimas dos ataques do  exército de Israel  à Palestina já ultrapassa 20 mil.

Retratos da vida – o que deixamos passar

Gilson Cruz

A Superficialidade do Cotidiano

Falar sobre tristeza é complicado. Ouvir sobre ela pode ser ainda mais desafiador.

A rotina mecânica do dia a dia nos acostumou a buscar contentamento em coisas superficiais: a TV ligada enquanto arrumamos a casa, o rádio ao fundo com murmúrios que já não nos despertam interesse. As letras e músicas se tornaram meros acompanhamentos para nossas tarefas diárias.

É triste perceber como antigas fotografias, agora, evocam uma felicidade incerta. A lembrança da casa na praia, da família reunida, das crianças tagarelando e dos pais resmungando sob o calor intenso traz um sentimento de felicidade passada. O sol de verão, as risadas… a foto ainda é linda.

Mas o passado parece se assemelhar ao presente de maneira vívida, exceto pela ausência de alguns sorrisos na próxima foto. Assim tem sido a vida. Os momentos bons e antigos parecem congelados no tempo.

A Automação das Emoções

Vivemos de forma automática. Ignoramos aqueles e aquilo que consideramos menos relevantes no momento. Deixamos de responder a quem se importa conosco e, quando essas pessoas se vão, talvez finjamos ou realmente nos sintamos tristes.

Falar sobre tristeza não é simples. Assim como não foi para um homem que se aposentou após anos de trabalho árduo e descobriu uma doença, percebendo que talvez não desfrutaria seus últimos anos como planejara: ao lado da mulher amada, com menos preocupações, sem a angústia do hoje e a incerteza do amanhã.

Ou para um amigo que, ao sair do consultório médico, chorava e murmurava: “É a vida… o pobre vive para trabalhar. E quando velho, a cura é o buraco (a cova)!”

Sem palavras, os dois se abraçavam, incapazes de oferecer consolo além de concordar um com o outro.

Histórias Que Passam Despercebidas

Enquanto os ouvia, eu tentava encorajá-los a não desistir, embora soubesse que palavras de conforto não corrigem injustiças.

E os últimos dias deles seriam uma luta para encontrar plenitude, mesmo nos momentos finais, ao lado da amada que os acompanhou por tantos anos. Seriam dias para lembrar de um passado guardado na carteira, em uma foto preto e branco de um jovem casal, no dia do noivado, repleto de sonhos, risadas e olhares enamorados para a câmera.

Essas histórias se desenrolam todos os dias, enquanto nós, ocupados demais para pensar e demasiadamente egoístas para além de nossos próprios problemas, deixamos passar despercebidos os momentos e as pessoas. Agimos como se fossem eventos secundários na televisão, enquanto mecanicamente cuidamos das tarefas em nossas casas.

Veja mais em Vamos falar de amor? (Muito além da paixão) › Jeito de ver

Surfando na Política – Ondas da Manipulação

Muitas pessoas surfam na onda política por tirar proveito dos movimentos e tendências. De que maneiras?

Imagem de Renato Laky por Pixabay

Gilson Cruz

Antecipando a Onda

Dominar a arte de antecipar e aproveitar as ondas é uma habilidade dos surfistas experientes.

A topografia, a profundidade das águas e a transferência de energia do vento para a superfície criam movimentos circulares que geram ondas.

Os surfistas experientes compreendem que, dependendo da força e direção do vento, encontrarão a onda perfeita.

Essa previsão também é evidente em outros campos:

No mercado financeiro, quando certas ações valorizam, mais investidores se interessam por elas.

Na música, o sucesso de um estilo leva outros artistas a seguirem a mesma tendência, criando aquela sensação de “já ouvi isso antes”.

Na política, não é diferente. Observe a história:

Com o destaque das denúncias de corrupção na mídia, surgiram figuras políticas autodenominadas antissistema e incorruptíveis.

O cultivo da popularidade dessas figuras, baseado no sentimento anticorrupção, provocou um estranho tipo de patriotismo invertido.

Falso Patriotismo – A nova onda

Tradicionalmente, o patriotismo é o orgulho, amor e devoção à pátria. No entanto, essa nova vertente exaltava os EUA enquanto desdenhava do próprio país com declarações xenófobas.

Esse “Novo Patriotismo” foi associado ao Fascismo devido às semelhanças com a ideologia Nazista.

Percebendo os ventos políticos, velhos políticos adotaram discursos similares e apoiaram aqueles destacados pela mídia como a “Nova Onda”, apesar de já estarem na política há décadas sem projetos significativos.

Seu discurso misogíno e racista foi amplificado pela mídia, conquistando seguidores que acreditavam em sua defesa da família e do Brasil contra ameaças comunistas. (Mais sobre comunismo em posts futuros).

A onda de políticos “defensores da família” atingiu níveis inimagináveis.

Políticos sem propostas específicas surgiram, misturando pautas religiosas ao estado laico e defendendo a liberação de armas, além de apoiarem um orçamento secreto controverso.

Nesse embalo, personalidades famosas do YouTube aproveitaram o movimento.

A derrocada moral

Durante esse governo, uma pandemia ceifou mais de 700 mil vidas. Enquanto famílias sofriam, o líder eleito brincava, imitando os sintomas da Covid-19.

O rombo na economia, estimado em 430 bilhões, disparou para 800 bilhões.

O líder que se vendia como incorruptível viu seu nome envolvido com milicianos, tentativas de intimidar o Supremo Tribunal Federal e esquemas de corrupção. Gradativamente, direitos trabalhistas foram perdidos sob a justificativa de geração de empregos, o que não se concretizou.

Na mesma onda, líderes religiosos abandonaram valores cristãos e fortaleceram sua participação política sem melhorias significativas para os fiéis ou não fiéis.

Em 2022, houve tentativas de sabotar o resultado da eleição seguinte, intensificando inspeções de veículos de eleitores, mas o candidato adversário saiu vitorioso.

Após essa história, observe a nova onda:

Em 8 de janeiro de 2023, pessoas usadas por financiadores de um novo golpe de estado invadiram a Esplanada dos Três Poderes em Brasília, destruindo o que puderam.

A rápida intervenção resultou na prisão de mais de mil baderneiros, ainda em julgamento por atentados contra a pátria.

A comoção entre os apoiadores do golpe, cerca de 30% da população, ergueu “heróis” que destruíram o patrimônio público em nome de um amor questionável à pátria.

Essa ação gerou uma nova categoria de indivíduos – os “Patriotas Destruidores”.

A ampla comoção entre os apoiadores do golpe, representando cerca de 30% da população do país, elevou esses indivíduos a “heróis” devido aos atos de vandalismo.

Essa minoria ruidosa nas redes sociais cria a ilusão de ser maioria, embora, na realidade, não o seja.

Surfando na nova onda política

Diante das próximas eleições que se aproximam, políticos estão se preparando para surfar nessa onda e já se apresentam como defensores dos “patriotas” que “lutaram” pela pátria.

Alguns encenam emoções, vendendo imagens de preocupação pelos “presos políticos”, o que é uma falácia.

Esses indivíduos foram presos por destruição do patrimônio público, vandalismo e tentativa de golpe. No entanto, não derramaram lágrimas pelas mais de 700 mil vítimas da pandemia.

Surfistas nanicos

Enquanto a onda ganha forma, surgem personagens bizarros, como um indivíduo preso que alega não encontrar mais prazer na vida, recusando-se a tomar banho ou se alimentar, e pede para ser novamente encarcerado, desafiando as leis do país.

Um verdadeiro patriota respeitaria as leis, reconhecendo que estas existem para regular as relações entre os cidadãos, estabelecendo a ordem.

Surpreenderia se tal “patriota” se candidatasse a um cargo político nas próximas eleições? Não, pois essa é a direção da onda.

Recentemente, um militar da reserva ganhou destaque nas redes sociais por desafiar juízes, ministros e difamar o presidente eleito. Posteriormente, em um suposto pedido de desculpas, repetiu as mesmas acusações sem provas, popularizando-se e rebaixando o debate ao nível da lacração, acusações infundadas e fake news.

Essa popularidade distorce o propósito do diálogo político e da negociação transparente.

Não seria surpresa vê-lo como um dos muitos candidatos em futuras eleições.

Quebrando a Onda

Alguns fatores podem quebrar uma onda no mar, como a profundidade da água e a intensidade do vento.

Quando uma onda se aproxima de águas mais rasas, sua base começa a desacelerar devido ao atrito com o fundo, resultando na quebra da onda.

Da mesma forma, para diminuir a força da onda em que esses indivíduos surfam, pode ser necessário reduzir a importância atribuída a eles. Evitar a divulgação de conteúdos falsos pelos meios de comunicação pode ajudar a quebrar essa onda, embora, muitas vezes, isso só aconteça mediante multas, o que é lamentável.

A onda também pode ser quebrada pela intensidade do vento. Ventos fortes desaceleram o topo da onda, fazendo-a inclinar e quebrar.

Os veículos de comunicação precisam redobrar os esforços para combater as fake news, identificando e denunciando suas origens para desacelerar seu impacto.

Porém, infelizmente, alguns veículos de mídia lucram com a disseminação rápida desse tipo de informação, e o valor financeiro muitas vezes supera o valor das multas.

Outros meios têm interesses políticos e não farão esforços para defender seus oponentes. Isso significa que a imprensa sempre será parcial, mas o erro está em defender apenas as verdades convenientes.

Investir na educação é crucial para formar cidadãos conscientes, capazes de identificar tendências e compreender o movimento das ondas políticas.

Veja mais em  A falta de Educação Política e a corrupção ‣ Jeito de ver

Dominar a arte de antecipar e aproveitar as ondas é uma habilidade dos surfistas experientes.

Veja os links Aos Fatos | Todas as declarações de Bolsonaro.

Bolsonaro deixa déficit histórico sem precedentes (icleconomia.com.br)

Bolsonaro: “Quilombola não serve nem para procriar” – Congresso em Foco (uol.com.br)

Teus olhos verdes (Menina)

Um poema para alguém cujos olhos não esqueço.

Imagem de StockSnap por Pixabay

Gilson Cruz

São teus olhos verdes, Menina
estranhos universos pra mim
Não sei, por favor, me ensina
Por que tem que ser assim?

O mundo ficou infinito
A partir desse instante
E o céu muito mais bonito
E ao mesmo tempo distante

Teus olhos verdes, Menina
De farol, de mar a luzir
De vulto triste, a neblina
De longe sinto partir

E retornar nas madrugadas
Em sonhos, frios, agitados
Como águas que levaram
O que se tinha esperado….

Teus olhos tristes, Menina
Verdes, folhas de flor…
É a solidão que ilumina
Todos meus sonhos de amor.

De em nuvens poder andar
Cantar a canção que fascina
E pra sempre,  mirar…
Teus olhos verdes…

Menina.

Leia também:  A pequena bailarina (pequenos versos!) – Jeito de ver

Notícias de Guerras – o jogo da informação

 

A manipulação no jogo da informação

Imagem de hosny salah por Pixabay

 

Notícias de Guerras – o jogo da informação

Gilson Cruz

A tragédia

Falar de guerras não é uma tarefa fácil, principalmente sabendo que a versão do vencedor prevalecerá.

Porém, eventos foram desencadeados desde o 7 de outubro de 2023, quando um ataque do grupo terrorista Hamas assassinou mais de 1.400 pessoas que participavam de uma rave no deserto.

A reação de choque foi inevitável. Saber que jovens tiveram suas vidas abreviadas, covardemente, sem nenhuma chance de se defender, abalou o mundo.

Israel – informado sobrea possibilidade do ataque

Por outro lado, informações atualizadas mostram que o governo de Israel já havia sido informado da possibilidade de um ataque iminente.

Infiltrados israelenses informaram que o Hamas, um grupo terrorista, havia intensificado seus treinamentos.

Mesmo sabendo das atividades do grupo inimigo, o Presidente de Israel ignorou os avisos especificados em documentos de mais de 40 páginas, que descreviam exatamente o que estava por vir!
Fonte: Inteligência de Israel descartou alerta detalhado sobre ataque do Hamas – (25/11/2023) – Mundo – Folha (uol.com.br).

A origem do Conflito

Os conflitos entre a Palestina e Israel remontam ao século XX, e, embora haja questões religiosas envolvidas, o principal motivo dos conflitos atuais é político.

A maneira violenta e desprezível com que os palestinos residentes na Faixa de Gaza e na Cisjordânia vêm sendo tratados ao longo dos anos alimenta o desejo de vingança.

Os palestinos buscam a sua autodeterminação, enquanto, sob o pretexto de que o Estado Palestino oficialmente não existe, a nação de Israel os trata como subumanos.

Sem nenhuma comoção da imprensa mundial, os palestinos vêm sendo submetidos a tratamentos degradantes que limitam o seu acesso a itens básicos, como água e remédios, e também a um bloqueio econômico que se estende desde 2007.

Outro motivo alegado por Israel é o combate ao grupo terrorista Hamas.

A imprensa e a informação

Historicamente, o próprio Israel ajudou a criar o Hamas.
Saiba mais: Como Israel ajudou a gerar o grupo Hamas – Revista Focus Brasil | Revista Focus Brasil (fpabramo.org.br).

Conforme matéria anterior deste site, um dos objetivos por trás de atos terroristas é atrair a atenção do mundo, e, infelizmente, a maior parte da imprensa só voltou sua atenção à Palestina após a tragédia no deserto.

Mas ainda o faz com um olhar tendencioso, sem nenhuma isenção. Por exemplo, um portal de notícias no Brasil enfatizava a morte de dois militares no “confronto” com o Hamas, esquecendo dois fatos:

  • Não está sendo um confronto, mas sim um massacre, não contra o Hamas, mas contra pessoas indefesas e inocentes na Palestina. Palestinos e Hamas não são a mesma coisa.
  • Entre os mais de 15.000 mortos em Gaza, cerca de 6.000 são crianças.
    Fonte: Dia 63 da guerra: 2 soldados de Israel e 6 palestinos morrem na Cisjordânia (uol.com.br).
Propostas humanitárias X Interesses comerciais

Outros supostos jornalistas criticaram as onze propostas do Brasil, entre elas, a liberação de todos os reféns, o tratamento humanizado, o direito aos bens básicos dos palestinos, pausas humanitárias para o cuidado das vítimas e profissionais.
Veja: Israel x Hamas: Veja as propostas do Brasil sobre a guerra vetadas no Conselho de Segurança da ONU (globo.com).

Apenas os Estados Unidos, um país notoriamente bélico, líder na indústria da guerra, exerceu o seu poder de veto.

E a imprensa permitiu-se mais uma vez intimidar, tratando superficialmente o assunto. Enquanto isso, ao redor do mundo, supostos evangélicos planejam suas próximas e lucrativas excursões às terras bíblicas.

Outros, numa descarada falta de conhecimento, alegam que os filisteus (ou palestinos) são conhecidos inimigos do povo de Deus e esquecem que Deus não é parcial.
Referência bíblica: Atos 10:34-35.

Erros repetidos

Lamentavelmente, o Holocausto ocorrido na Segunda Guerra Mundial vitimou milhões de judeus. Uma das características daquele massacre era a ideia nazista de que os judeus eram humanos inferiores.

Tal erro também vem sendo cometido pelo Estado de Israel, que trata com o mesmo desprezo os palestinos.

Jornalistas comprometidos com os fatos

Jornais e jornalistas independentes, preocupados em relatar os fatos, vêm mostrando com clareza o resultado dos ataques do exército israelense em Gaza:

  • Pais desesperados carregando os corpos de seus filhos mortos, pessoas completamente dilaceradas e o desespero de médicos e jornalistas na incerteza de viver para fazer o seu trabalho.
  • Milhares de corpos sendo enterrados em valas, enquanto outros continuam soterrados em escombros.
  • Famílias sobrevivendo sobre os escombros.

Centenas de jornalistas já foram mortos pelo exército de Israel!

Israel, “num suposto ato de bondade”, deu um prazo de 24 horas para que os palestinos se deslocassem para o sul de Gaza — e os bombardeios nessa área já começaram!

Reflexão final

Cabe a reflexão: o assassinato de milhares de inocentes, inclusive crianças, não seria também uma forma de terrorismo?

Qual deveria ser o papel da imprensa? Continuar investindo nos lucros por anunciar apenas o que convém aos patrocinadores?

O formato dos jornais visa moldar a opinião do espectador conforme o interesse do veículo de comunicação. E podemos resumir tais interesses numa frase: “Maiores audiências, maior divulgação de produtos, maior lucro!”

As imagens do massacre estão acessíveis em algumas plataformas digitais e causam dor ao ver o ser humano sofrendo injustamente e também revolta ao perceber a hipocrisia no país da fé e da liberdade.

Não disponibilizaremos os links das imagens dos massacres; esse não é o objetivo deste site.

Falar de guerras, realmente, não é tarefa fácil.

Há jogo de informações, investimento pesado em propagandas, e estes, na maioria das vezes, surtem o efeito esperado: uma população entorpecida e com preguiça de pensar.

Jamais apoiaremos nenhum ato de violência ou terrorismo.

O objetivo do site Jeitodever.com é que o leitor desenvolva também um jeito próprio de ver e entender o mundo.

 

Saiba mais em:

O papel da imprensa e a História ‣ Jeito de ver

Conflitos entre Israel e Palestina – Brasil Escola (uol.com.br)

 

Cabe a reflexão: O assassinato de milhares de inocentes, inclusive crianças – não seria também uma forma de terrorismo?

Qual deveria ser o papel da Imprensa? Continuar investindo nos lucros, por anunciar apenas o que convém aos patrocinadores ?

O formato dos jornais, visa moldar a opinião do expectador conforme o interesse do veículo de comunicação. E podemos resumir tais interesses, numa frase:

“Maiores audiências, maior divulgação de produtos, maior lucro!”

 

 

 

Fim de uma paixão (e o céu continuava azul)

Imagem de Hans por Pixabay

Gilson Cruz

Não sei o que ardia
naquele momento
Se a ansiedade de continuar tentando
ou o medo…
de aceitar que sonhos,
na maioria das vezes não se realizam.
E naquele momento,
que precisava acordar, acordei.
E o céu continuava azul.

Gilson Cruz

Leia também:  O tempo ( Contador de histórias) – Jeito de ver

Ao mesmo lugar (onde eu possa voltar)

Criança corre nos campos. Uma poesia de nostalgia e saudade. Se emocione também.

Imagem de andreas160578 por Pixabay

Gilson

Quero voltar ao lugar

onde as crianças brincam, e esquecer a minha pressa…

Contemplar os risos, esquecer dos riscos e da dor que me atravessa.

Lembrar que um dia naquele mesmo lugar ouvi os acordes suaves de um violão ressoar.

O balançar dos cabelos, o amor a sorrir, a inspiração, os apelos… que não voltasse a partir.

Quero voltar ao lugar

E reviver o medo de não acertar, de não merecer… Reviver a voz suave, poder viver…

Quero voltar ao lugar onde as crianças brincam e trazer de volta as memórias e fazer as pazes comigo…

E lembrar aquele dia, marcado, riscado no tempo… da menina que sorria, linda, livre, lindo firmamento.

Lembrar dos céus de primavera que nascera em outra estação, do amor que se espera, o infinito, a liberdade, a mão…

Outras crianças hoje brincam. Sim, no mesmo lugar… Venham, ouçam os risos… esqueçam os riscos… É onde quero voltar e ficar.

E recordar aqueles risos… De quem vivo a sonhar.

Leia também : O tempo ( Contador de histórias) – Jeito de ver

Amar novamente (acreditar sempre)

Investir num relacionamento é valorizar o humano. Como amar e amar sempre?

Imagem de Karen Warfel por Pixabay

Investir num Relacionamento Duradouro Tem Seus Desafios

O que, no começo, parece ser uma eterna primavera, toma contornos de cinza quando se percebe que a pessoa ao nosso lado também é cheia de defeitos! O fato é que todos nós temos nossos próprios vícios e virtudes, e alguns desses vícios podem ser estranhos a quem não tem a mesma formação, cultura e objetivos.

Por exemplo, algumas pessoas amam mostrar para toda a vizinhança a música que estão curtindo (mesmo quando não são solicitados), ao passo que outras preferem algo mais intimista e se irritam com volumes altos. Pode ser um desafio chegar a um ponto em comum, mesmo em algo tão simples.

Outro desafio comum é apaixonar-se pela aparência física de alguém e viver na ilusão de que a pessoa será assim para sempre. O fato, mais uma vez, é que com o tempo as pessoas mudam. Os traços da juventude amadurecem e aquele frescor de beleza toma agora contornos de uma beleza mais madura, realçada pela experiência vivida.

Entender esse ponto nem sempre é fácil, visto que vivemos numa sociedade escrava das aparências. Em especial, as mulheres são, na maioria das vezes, as mais impactadas pelas regras ocultas desta nova/velha sociedade.

Por exemplo, em novelas e filmes, é muito comum ver mulheres jovens contracenando ou fazendo pares românticos com homens bem mais velhos. Algumas atrizes já disseram em entrevistas que, uma vez que ficam mais velhas, perdem protagonismo nesta área da arte. Enquanto homens mais velhos são valorizados pela experiência, as mulheres mais velhas são criticadas por não conservarem a mesma aparência. No filme Top Gun: Maverick, por exemplo, eram comuns os elogios à boa forma física de Tom Cruise, enquanto a atriz Kelly McGillis, com uma aparência mais madura, recebeu comentários críticos e desnecessários.

Triste dizer, mas isso é apenas um reflexo do dia a dia. Isso acontece quando as pessoas deixam de valorizar a personalidade e se concentram apenas na beleza fugaz.

A Sociedade e as Expectativas Sobre a Aparência

A sociedade moderna está profundamente ligada à aparência e muitas vezes não dá espaço para a evolução natural das pessoas. As mudanças físicas, que são naturais e inevitáveis, muitas vezes se tornam um obstáculo para aqueles que esperam ver sempre a mesma pessoa. Isso é especialmente visível no tratamento dado às mulheres, que, à medida que envelhecem, enfrentam uma pressão ainda maior para manter uma imagem juvenil.

A mídia, por meio de filmes e novelas, reforça esses padrões ao valorizar homens mais velhos, associados à experiência e à sabedoria, enquanto as mulheres mais velhas são muitas vezes marginalizadas ou desvalorizadas por não atenderem aos padrões estéticos da juventude. Essa discrepância causa uma pressão desnecessária e contribui para um ciclo de insegurança que afeta a autoestima de muitas mulheres.

Problemas acontecem

Analise a história de alguém que chamaremos de Marta. Seu relacionamento com Carlos começou quando ela tinha aproximadamente 17 anos. Carlos era o homem dos seus sonhos: bonito, educado, paciente e trabalhador. Marta era uma menina cheia de sonhos, linda, alegre e excelente professora.

Ambos sonhavam com filhos, mas infelizmente alguns problemas os impediam. Investiram tempo e dinheiro em um tratamento que finalmente deu resultados, e ela engravidou. As expectativas aumentaram, assim como a ansiedade e a depressão de Marta, que temia que algo pudesse frustrar seus planos.

Enfim, uma linda criança nasceu! Mas Marta agora enfrentava um novo desafio. Seu corpo mudara, ela teve depressão pós-parto e enfrentou comentários que, embora bem-intencionados, aprofundavam ainda mais sua depressão e sentimentos de inutilidade. Até mesmo Carlos deixou de enxergar toda a batalha que haviam travado para alcançar o objetivo de ter um filho.

Observe que as maiores dificuldades estavam nas mãos de Marta. Carlos, ainda que involuntariamente, a maltratava ao dizer que sentia falta da jovem linda que conheceu aos 17 anos, que não era mais a mesma, pois não tinha a mesma aparência. O pobre Carlos não percebia que ele também não tinha mais a mesma aparência — as mudanças físicas acontecem a todos.

E que mais importante, naquele momento, era ver que, além dos lindos traços no rosto de Marta, havia uma mulher linda e agora mais madura.

Alguns talvez pensem: “Ela sabia que era assim. Que ele gostava da aparência física que ela apresentava!” Certo, mas ninguém precisa ser um idiota pra sempre, não é verdade? (Risos)

Valorizar o Humano e os Desafios da Saúde Mental

Investir num relacionamento é valorizar o humano. E quando a pessoa que amamos sofre de depressão, crises de ansiedade e outros males deste século terrível? As pessoas que amam têm essa incrível mania de acreditar que nunca devem desistir!

Em vez disso, farão o possível para tornar mais leves e suportáveis as pressões do dia a dia. Fazem isso porque estão dispostas a ouvir sem tecer julgamentos precipitados, a colocar-se no lugar do outro e, principalmente, a separar os sintomas da doença da verdadeira personalidade da pessoa.

Investir num relacionamento tem seus desafios, é verdade. Mas, à medida que cada desafio é superado, maior se torna o vínculo e a sensação de realização — de sucesso! Realmente, amar vale a pena!

Gilson Cruz

Leia mais em :E quando a infidelidade acontece? – Jeito de ver

As pessoas que amam, tem essa incrível mania de acreditar,  não desistem nunca!

E quando a infidelidade acontece?

Imagem de Melk Hagelslag por Pixabay

Uma canção antiga pergunta a um tal de Sr. James: “Te envio esta carta pra saber, seus conselhos… e por que as pessoas brincam e nos chutam como se fôssemos pequenas pedras, eles esquecem que temos um coração…”

Tradução livre de My Dear, Manchester.

As pessoas realmente esquecem os sentimentos de outros…

Como discutimos anteriormente em um artigo, tem sido comum às pessoas viverem “relacionamentos abertos” (em que o casal está livre para se relacionar com quem quiser), e a matéria a seguir não é para estes.

É para aqueles que investem tempo e energia em um relacionamento e são vítimas de traição.

O entusiasmo inicial

O início de um relacionamento é marcado pelo entusiasmo e pela ideia de dar início a algo novo, de construir juntos — cria um vínculo que se fortalece à medida que as coisas acontecem.

A construção de um lar, o ocupar dos espaços e a elaboração de planos para o futuro podem transmitir ao jovem casal a confiança de que lutar vale a pena. Essa confiança faz com que ambos vejam sentido no dia a dia.

Há muito tempo, uma jovem senhora de origem humilde me disse as seguintes palavras: “Realmente, às vezes é bom encontrar tudo pronto… Mas, nada se compara a construir juntos! E algumas pessoas jamais entenderão o que é isso!”

O construir juntos traz aquela sensação de que tudo valeu a pena!

E acontecem os reveses…

Mas, mesmo relacionamentos aparentemente sólidos sofrem reveses.

Veja, por exemplo, na linda e triste canção Sonhos, do ano de 1977, composição de Peninha. Observe os versos que expressam bem a sensação de uma vítima de traição:

“Quando uma canção se fez mais forte E mais sentida Quando a melodia fez folia em minha vida Você veio me contar Dessa paixão inesperada por outra pessoa…”

A péssima surpresa e a perplexidade do eu lírico. A sensação de ter os sentimentos traídos pode ser extremamente dolorosa.

O fim da confiança, o golpe na autoestima e a desilusão… são, às vezes, mortais.

A traição tem sido normalizada

Vivemos numa sociedade misógina, e não é incomum ouvir alguns homens falarem: “Eu sou homem, eu posso trair… Quem não pode é ela, que é mulher!” Alguns que pensam dessa maneira, quando recebem de volta o troco na mesma moeda, recorrem à violência e, muitas vezes, ao crime “pela honra”.

Do ponto de vista emburrecido pela tradição, os sentimentos do outro não têm nenhuma importância!

Mas o ponto a ser estudado é: por que as pessoas traem?

Por que as pessoas traem?

É verdade que a falta de um diálogo franco tem sido usada como pretexto para traição. A falta de diálogo apenas mostra a distância que o casal precisa percorrer para que as coisas se ajustem — não um atalho para ser infiel.

As pessoas traem, em primeiro lugar, por serem egoístas! Isso mesmo, egoístas!

O traidor sabe os danos emocionais que causa, mas os seus desejos egoístas estão à frente disso.

Não importa se a vítima de traição sofrerá com a perplexidade de não entender o porquê das coisas — às vezes até desenvolvendo sentimentos de culpa e impotência, ou mesmo se esta culpará a si mesma buscando uma possível razão que justifique a culpa do outro.

O traidor, em algumas situações, demonstrará uma preocupação aparentemente genuína, mas, por ser, na maioria das vezes, um narcisista, esta preocupação tem um propósito que não é o bem da vítima.

Não são altruístas!

Como se fôssemos pequenas pedras…

A ênfase que se dá atualmente à satisfação dos instintos pessoais atingiu um nível quase animalesco! As pessoas foram, de certo modo, reduzidas a meros objetos! Materiais a serem usados e dispensados — quase recicláveis! (risos)

O narcisista

Os narcisistas encaram outros como escravos de suas vontades. Não há amanhã, os desejos são urgentes!

O traidor, por ser egoísta e muitas vezes narcisista, jogará o seu jogo, com arte, até estar pronto para uma nova partida. Por um tempo, jogará o jogo da manipulação. Reconquistar a confiança, fingir se importar — e como “mentiras sinceras me interessam” pensa a pessoa fragilizada, o maior abandonado, é quase certo que ele conseguirá seus objetivos.

E quanto à vítima? O que fazer?

O primeiro passo é lembrar que cada pessoa tem seu valor, e se alguém não valoriza você, está mostrando seu próprio preço. Não tenha medo de reconhecer seu valor.

A falha não é do traído. Perdoar é pessoal, mas desistir de um relacionamento abusivo pode ser necessário, por mais doloroso que seja.

Não tenha medo! A falha de caráter não é do traído!

Não tema recomeçar.

A experiência ensina lições valiosas, entre elas a percepção de traços desejáveis em futuros relacionamentos. Um bom relacionamento é construído por duas pessoas dispostas a se adaptar e serem francas uma com a outra.

Apesar dos percalços… amar ainda vale a pena.

Gilson Cruz

Leia mais em: Amar novamente (acreditar sempre) – Jeito de ver

A menina que falava de Anne Frank.

Lápide de Anne Frank. Como o entusiasmo de uma menina me fez reler um livro?

Imagem de meisterhaui por Pixabay

Uma Conversa

Alguns livros ganham uma profundidade extra quando alguém os conecta à sua própria realidade, revelando nuances que talvez tenham passado despercebidas anteriormente.

Há tempos, voltando tarde das aulas de inglês, no silêncio quase meia-noite do transporte da Prefeitura, uma estudante se sentou ao meu lado e compartilhou seus planos para o futuro. Seu modo cativante e otimismo eram inspiradores.

Ela falava dos sonhos de cursar Direito, de cuidar das pessoas e de outras ambições, e eu me maravilhava: “Como pode haver espaço para tantos sonhos dentro de alguém tão sereno?”

Naquela conversa, redescobri um pedaço de mim mesmo. Na minha juventude, entre poesias e músicas, sonhava com a profissão mais inspiradora: ser professor e ajudar a trilhar caminhos.

Eu estava sem palavras, ciente do esforço daquela pequena cansada para se manter acordada.

E então, ela me disse: “Estou lendo um livro que está mexendo muito comigo, você conhece a história de Anne Frank? Estou lendo O Diário de Anne Frank!”

O entusiasmo dela me fez esquecer o cansaço. Pedi que me contasse mais. Ela descreveu a avançada Anne Frank, sua paixão por filmes, o sonho de ser atriz e sua decisão de registrar sua rotina em “Kitty”, o nome que deu ao seu diário. Falou das experiências da jovem durante o período de confinamento, suas paixões, medos e incertezas sobre o futuro.

Mesmo sem chegar ao fim do diário (a menina temia este momento), ela já conhecia o resumo da história (e eu também!). As luzes da cidade se aproximaram enquanto agradeci por tornar a viagem mais agradável.

Prometemos falar mais sobre o livro, mas eu sabia que, ao concluir meu curso, isso dificilmente aconteceria. Ao chegar em casa, algo me instigava: “Por que não reler O Diário de Anne Frank?”

Redescobrindo Anne Frank e a Natureza Humana

E assim o fiz.

Cada palavra no diário ganhou uma nova vida, cada momento e experiência me ensinaram uma nova lição. Comecei a questionar menos sobre a maldade das pessoas e mais sobre como pequenos atos podem dar significado ao mundo.

Não, não vou contar o que está no diário ou narrar a história de Anne Frank. Recomendo que você mesmo o faça. Leia, pense na natureza humana e no quanto ainda precisamos aprender.

Gilson Cruz

Veja mais em: O tempo ( Contador de histórias) – Jeito de ver.

Palavras de 2023 – o ano que passou! ‣ Jeito de ver

Optimized by Optimole