Ouvindo meus velhos discos de vinil

Quando a música pede silêncio

Nessas manhãs de outono, enquanto as crianças dormem, o tempo parece pedir uma boa música.

Em meio às estações de rádio, CDs e streamings de áudio, algo prende minha atenção: os velhos discos adormecidos em meu estúdio.

Confesso, não sou um daqueles colecionadores que conseguem dedicar a essas mídias o tempo que merecem, mas decido — apenas para sentir novamente a experiência — colocá-los de volta em minha vitrola.

Segurar a mídia delicadamente entre os dedos é quase um ritual.

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Um romance improvável – Pensamentos

Imagem criada por I.A
Introdução:

Há histórias que não precisam de datas ou lugares exatos. Elas acontecem dentro das pessoas — onde brilham memórias, desejos e silêncios. Esta é uma delas. Uma história sutil, que caminha entre a solidão e o afeto, entre a ausência e o espanto. Talvez seja real. Talvez não. Mas, no fim, o que importa mesmo é a luz que ela acende em nós.

I. O Azul dos Sonhos

A verdade é que nada se encaixava tão bem no quebra-cabeça que era a vida daquele jovem solitário quanto as memórias de Lúmen, que, em seus sonhos, estava sempre de azul…

Este é um trecho do texto presente no livro
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Leia também: Um romance improvável – A procura ‣ Jeito de ver

Um romance improvável: Conto de solidão ‣ Jeito de ver

A inteligência artificial pode ser responsabilizada pelo suicídio de um adolescente?

A Origem do Dia do Trabalho

O valor de um trabalhador

Introdução: Por que ainda precisamos falar sobre o Dia do Trabalho?

Uma reflexão sobre o passado, o presente e os perigos do esquecimento.

O 1º de maio não é apenas uma data no calendário — é um símbolo de resistência, conquista e também de alerta.
Neste texto, você vai reencontrar histórias que parecem distantes, mas que seguem mais atuais do que nunca: jornadas exaustivas, exploração disfarçada de progresso, direitos suprimidos em nome de uma suposta ordem.

Vamos lembrar de onde viemos para entender onde estamos — e, principalmente, para questionar para onde estamos indo.
Porque esquecer a luta dos trabalhadores é abrir espaço para que os retrocessos se repitam.


A Origem do Dia do Trabalho
Reflexão sobre os Direitos dos Trabalhadores


O que é o Dia do Trabalho?

Celebrado em diversos países no dia 1º de maio, o Dia do Trabalho é uma data simbólica que destaca a importância da luta dos trabalhadores.

Essa comemoração remonta ao final do século XIX, quando movimentos trabalhistas começaram a se mobilizar por melhores condições de trabalho e por direitos fundamentais.

Você sabia que, no passado, crianças eram tratadas como adultos em miniatura e chegavam a trabalhar entre dez e doze horas por dia?
Parece absurdo? Pois é — na época, o que hoje nos causa indignação era visto como uma maneira de aproveitar mão de obra barata.

Essas crianças eram exploradas ainda mais que os adultos, privadas do direito à aprendizagem e do desenvolvimento pessoal.
A infância era um privilégio restrito aos filhos dos patrões.


Uma História de Lutas e Conquistas

A origem do Dia do Trabalho é marcada por eventos como a greve de Haymarket, em Chicago, onde trabalhadores protestaram exigindo a jornada de oito horas.

A Revolta de Haymarket foi um conflito que eclodiu após a explosão de uma bomba em uma manifestação em prol da jornada de oito horas de trabalho, em 4 de maio de 1886, na Haymarket Square, em Chicago, nos Estados Unidos. Fonte: Wikipedia

Com o tempo, essa luta resultou em conquistas como férias, salários mais justos, licenças trabalhistas e direitos básicos que, hoje, muitos consideram garantidos — mas que sempre correm riscos de retrocesso.

Celebrar essa data é manter viva a memória das vitórias passadas e lembrar da necessidade constante de proteger os direitos dos trabalhadores.


Por que é necessário celebrar o Dia do Trabalho?

Mais do que um simples feriado, o 1º de maio é uma oportunidade de reflexão.

Já repararam como, muitas vezes, reformas econômicas anunciadas pelos governos penalizam o trabalhador e desvalorizam seu esforço?

Certa vez, um Presidente iniciou seu discurso com palavras como:

“A situação crítica demanda ações drásticas. Precisamos cortar na carne para manter a ordem e o controle.”

Mas o corte nunca foi na própria carne. A tal reforma trabalhista desmontou direitos adquiridos, favoreceu patrões, reduziu 94% dos serviços assistenciais e acelerou o processo de entrega de empresas públicas à administração privada.

É claro: a reforma não arranhou nem de leve a pele de políticos e empresários.


O papel da imprensa

A imprensa, financiada por grandes empresários, assumiu o papel de convencer — ou confundir — a população. Manchetes exaltavam os “benefícios” da Nova Reforma, enquanto o trabalhador via, na prática, o desmonte de suas garantias.

Houve até governo que chegou a sugerir que os pobres pudessem vender os próprios órgãos…

Enquanto isso, projetos importantes, como o que propõe o fim da escala 6×1 no Brasil, são deixados de lado por parlamentares mais preocupados com pautas de uma suposta moralidade — muitas vezes alinhados com os interesses de seus financiadores de campanha: os patrões, que também são, com frequência, os exploradores.


Valorizar o trabalhador é valorizar a sociedade

A valorização do trabalhador deve ser uma prioridade em qualquer sociedade.
Em diversos países, a redução de jornadas e escalas resultou em ganhos reais: produtividade, saúde mental e desenvolvimento empresarial. (Abordaremos esse ponto em um post futuro.)

Ao reconhecer a importância do 1º de maio, renovamos o compromisso com a justiça social, com melhores condições de trabalho e com o espírito de solidariedade entre os que constroem, de fato, o mundo com seu esforço: os trabalhadores.

Leia também:

A falta de Educação Política e a corrupção ‣ Jeito de ver

4 de maio de 1886: acontece o Massacre de Haymarket, confronto entre policiais e manifestantes que influenciou a criação do Dia Internacional dos Trabalhadores

Fonte: Wikipedia

Brasil Escola

Os Riscos da Privatização da Educação

O Mercado e a Educação - Quais os riscos?

Imagem de Jhon Dal por Pixabay

O Mercado e a educação – Uma visão crítica

A privatização da educação é um conceito que ganhou considerável atenção nas últimas décadas, particularmente entre governos de orientação liberal.

A proposta central desse modelo consiste em transferir a gestão e operação de instituições educacionais do setor público para o setor privado, com a expectativa de que essa mudança possa resolver problemas persistentes no sistema educacional. Os defensores da privatização argumentam que uma abordagem baseada em princípios de mercado pode levar a uma série de melhorias significativas, como aumento na eficiência, redução de custos e aprimoramento da qualidade do ensino por meio da concorrência.

Um dos principais argumentos a favor da privatização é a crença de que o setor privado pode operar com maior eficiência do que a administração pública.

Empresas privadas, segundo essa visão, teriam menores burocracias e seriam mais ágeis na implementação de inovações pedagógicas e tecnológicas, resultando em um ambiente escolar mais dinâmico e responsivo às necessidades dos alunos.

Além disso, a competição entre instituições privadas pode incentivar um padrão elevado de ensino, onde as escolas se esforçam para fornecer uma educação de qualidade superior para atrair e reter alunos.

Outro aspecto frequentemente destacado pelos proponentes da privatização é a redução de custos.

Eles argumentam que a implementação de modelos de financiamento e gestão no setor privado pode resultar em economias significativas para os governos, que, por sua vez, poderiam redirecionar esses recursos para outras áreas de necessidade pública.

Contudo, essa perspectiva não leva em conta as complexidades que envolvem a educação como bem social e os riscos que a privatização pode representar, como a desigualdade de acesso e a mercantilização do ensino.

A discussão sobre a privatização da educação deve ser contextualizada pelo panorama atual, onde muitas nações enfrentam desafios, como a escassez de recursos e a busca por soluções sustentáveis para suas demandas educacionais.

O Impacto nos Direitos dos Professores

A privatização da educação, ao propor mudanças significativas na estrutura de ensino, tem implicações diretas na condição dos professores como funcionários públicos.

Essa mudança de status pode resultar em várias consequências adversas para os profissionais da educação, que vêm lutando por direitos e garantias ao longo dos anos.

A possibilidade de perda da estabilidade, uma das características mais valorizadas pelos docentes, é uma das preocupações primordiais que vem à tona quando se discute a privatização.

Com a transição para sistemas de ensino privatizados, muitos professores podem enfrentar a transformação de seus vínculos de emprego, passando de cargos públicos para contratos privados.

Essa alteração não apenas diminui a segurança no trabalho, mas também pode levar a uma precarização das condições laborais. Contratos temporários e a instabilidade profissional podem afetar negativamente a motivação dos educadores, comprometendo a qualidade do ensino oferecido aos alunos.

Ademais, a privatização pode resultar no desmantelamento de conquistas trabalhistas conquistadas ao longo dos anos, como direitos de férias, licenças, e planos de aposentadoria justos.

Com a mudança no modelo de financiamento e gestão, as instituições privadas podem não ter a mesma obrigação de respeitar os direitos trabalhistas que as escolas públicas.

Este cenário pode agravar ainda mais a desvalorização da carreira docente, levando a uma fuga de talentos para outras áreas mais estáveis e bem remuneradas.

Por fim, a desregulamentação e a diminuição de direitos dos professores podem criar um ambiente onde a educação se torna secundária em relação a metas de lucro.

Isso levanta preocupações sobre não apenas o bem-estar dos educadores, mas também sobre a qualidade do ensino, uma vez que educadores desmotivados e inseguros são menos propensos a proporcionar uma aprendizagem eficaz e enriquecedora para os alunos.

Os Riscos da Privatização: Lições Aprendidas ao Redor do Mundo

A privatização da educação tem sido um tema controverso e debatido em diversas partes do mundo.

Em muitos países, políticas educacionais pautadas pela privatização foram implementadas com a promessa de melhorar a qualidade do ensino e aumentar a eficiência dos serviços educacionais. Contudo, ao longo dos anos, muitos desses projetos revelaram riscos significativos que não podem ser ignorados.

Um exemplo claro é o caso do Chile, que, na década de 1980, adotou um modelo educacional baseado na privatização. Inicialmente, esse sistema levou a um aumento no número de escolas, mas também resultou em um aprofundamento das desigualdades sociais.

As escolas privadas, muitas vezes, têm condições mais favoráveis de ensino, o que intensificou a disparidade entre alunos de diferentes contextos socioeconômicos.

As evidências mostram que, apesar dos investimentos em educação, a qualidade do ensino não só não se expandiu, como também afetou negativamente aqueles em situação de vulnerabilidade.

Outro exemplo é a experiência da Inglaterra, onde a introdução de academias (escolas públicas geridas por entidades privadas) foi projetada para incentivar a competição e, assim, elevar o padrão educacional.

Entretanto, estudos revelaram que essa competição nem sempre se traduz em resultados positivos e, em várias instâncias, as academias se concentraram em alunos com desempenho superior, deixando para trás aqueles que mais precisam de suporte.

Esse fenômeno não apenas compromete o acesso à educação de qualidade, mas também perpetua desigualdades sociais.

Além desses exemplos, pesquisas realizadas em países como os Estados Unidos e na Índia demonstraram que a privatização pode sacrificar a igualdade no acesso à educação, levando a uma fragmentação do sistema educacional.

É crucial reconhecer essas lições aprendidas para evitar a repetição de erros já cometidos em contextos similares. A análise crítica dessas experiências pode fornecer insights valiosos para elaboração de políticas educacionais mais justas e eficientes.

Alternativas à Privatização: Qualidade e Acesso à Educação

A discussão sobre os riscos da privatização da educação frequentemente encoraja a busca por alternativas que valore a qualidade e o acesso à educação pública, preservando os direitos tanto de professores quanto de estudantes.

Em diversos contextos, modelos de financiamento que priorizam a educação pública têm mostrado resultados positivos, proporcionando soluções mais sustentáveis e inclusivas.

Uma abordagem que tem ganhado destaque é a ampliação de investimentos públicos na educação, o que pode elevar a qualidade dos serviços educacionais sem depender de iniciativas privadas que visam o lucro. Essa estratégia não apenas melhora a infraestrutura educacional, mas também oferece condições de trabalho adequadas para educadores.

Além disso, a implementação de parcerias público-privadas (PPPs) em projetos específicos pode ser uma opção viável.

Nesses modelos, a responsabilidade pela gestão e execução de serviços educacionais fica sob um controle compartilhado, assegurando que a qualidade e o acesso sejam priorizados, enquanto os direitos dos profissionais da educação são respeitados.

Tais iniciativas demonstram que a colaboração entre o setor público e privado pode resultar em inovações que beneficiem a comunidade escolar, mas devem ser cuidadosamente regulamentadas para evitar a exploração e a marginalização de grupos vulneráveis.

A sociedade civil desempenha um papel crucial na defesa de uma educação pública forte e acessível.

Movimentos sociais e organizações não governamentais têm a capacidade de influenciar polícias educacionais, promover a conscientização e mobilizar a comunidade em torno da importância de um sistema educacional que priorize a inclusão.

Esses atores podem, também, ajudar a assegurar que os investimentos públicos em educação sejam direcionados para onde são mais necessários, reforçando a importância da participação popular na formulação de políticas.

Construir um modelo educacional que valorize o bem público é essencial para garantir que qualidade e acesso sejam direitos de todos.

Veja também: Entendendo um pouco de política (Educação) ‣ Jeito de ver

A história do grupo Badfinger

A triste história de uma das melhores bandas de todos os tempos

Conheça o Badfinger

O rádio tocava a bela canção Without You, na voz de Mariah Carey…
Do outro lado da rua, um fã de Raul Seixas insiste no refrão de Tente Outra Vez…
E eu penso: “Isso é Badfinger!” (Ouça o refrão em Day After Day).

Você conhece aquelas histórias trágicas de bandas incríveis, que pareciam destinadas ao sucesso, mas acabaram naufragando? A história do Badfinger é uma dessas. E merece ser contada.

Nos anos 1970, o mundo buscava um novo grupo que preenchesse o vazio deixado pelos Beatles. E os meninos do Badfinger eram realmente bons.

Mas escolhas ruins, ingenuidade e um empresário inescrupuloso levaram a banda a um fim devastador.

O começo promissor

Formado em 1961, em Swansea (País de Gales), o grupo nasceu como The Iveys, com Pete Ham, Ron Griffiths, David ‘Dai’ Jenkins e Mike Gibbins. Começaram com covers de Beatles e Rolling Stones, até que o talento para composições autorais os levou mais longe.

Em 1968, foram descobertos por Mal Evans, assistente dos Beatles, que os levou até a Apple Records. Com o novo nome — Badfinger — lançaram Come and Get It, escrita por Paul McCartney.

O sucesso veio rápido.

Com melodias envolventes e harmonias vocais impecáveis, emplacaram sucessos como No Matter What, Day After Day e Baby Blue.

George Harrison os incluiu no álbum All Things Must Pass, e eles participaram do histórico Concerto para Bangladesh, em 1971. Pareciam destinados a ocupar um lugar permanente no panteão do rock.

A queda

Mas, nos bastidores, o empresário Stan Polley desviava dinheiro e manipulava contratos.

A má gestão corroeu a estrutura da banda, gerando desconfiança, estresse e prejuízos financeiros.

Pete Ham, principal compositor, não suportou a pressão.

Em 1975, cometeu suicídio, deixando uma nota em que denunciava a traição de Polley.

Em 1983, foi a vez de Tom Evans, baixista e vocalista, pôr fim à própria vida. A banda, que um dia brilhou ao lado dos Beatles, apagava-se tragicamente.

Um legado que resiste

Apesar de tudo, Badfinger deixou um legado duradouro. Suas canções continuam tocando — em rádios, trilhas de filmes, nas playlists de quem descobre suas melodias sinceras e atemporais.

Sua história é um alerta sobre os bastidores da indústria musical. Mostra que talento, sem gestão ética, pode não ser suficiente.

Badfinger não morreu.

Ainda ecoa.

E ensina.

Veja também A Importância Inegável dos Beatles ‣ Jeito de ver

Badfinger – Wikipédia, a enciclopédia livre

Que tal agora explorar algumas canções desse grupo incrível?

Um romance improvável – A procura

Continuação do texto: Um romance improvável

Epílogo 1 — “Às margens de um tempo sereno”

A procura

Passaram-se muitos anos desde que ele fechou, pela última vez, a tampa do velho computador.

Deixou para trás a cidade, a solidão de paredes silenciosas, e seguiu sem rumo certo — apenas com um caderno, um violão e a lembrança de Lúmen, que ainda morava em suas noites de sonho.

Nesta busca, viveu entre vilarejos, dormiu sob a luz das estrelas e aprendeu a ouvir de crianças histórias que pareciam impossíveis, como a dele.

Não hesitava em contar sobre uma amiga feita de luz, que sorria com os olhos e cantava versos sobre mundos melhores…

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Leia também: Um romance improvável: Conto de solidão ‣ Jeito de ver

Um romance improvável: Conto de solidão

Um romance improvável: Conto de solidão

Imagem de goodinteractive por Pixabay

Um romance improvável

Ela escolheu se chamar Lúmen, uma palavra que remete à luz, mas que também soasse serena, quase como alguém que observa o mundo em silêncio. Era um nome perfeito.

Mas, na cabeça daquele jovem, a suavidade da sua presença, o modo como ela parecia entender seus sentimentos e sua vida solitária e triste, fez com que ele a chamasse Rose. Que, como na vida, é bela e traz espinhos.

Diante da tela de seu velho computador, ele perguntava sobre os absurdos da vida e se ela acreditava que um dia, no futuro, as máquinas sentiriam as emoções bárbaras, comuns aos humanos…

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Você pode gostar: Versos sem destino ( um conto ) ‣ Jeito de ver

A origem da expressão “Passar Pano”

A origem da expressão "Passar Pano"

Pixabay

Você já percebeu que algumas expressões são incorporadas ao nosso vocabulário no dia a dia e, quando nos damos conta, já as estamos usando?

Por exemplo, quando queremos dizer que a insistência leva ao sucesso, às vezes usamos “Água mole em pedra dura...”, ou quando queremos dizer que cada pessoa deve cuidar de seus próprios assuntos, dizemos “Cada macaco no seu galho”.

Outras expressões não desaparecerão “nem que a vaca tussa”, pois já criaram raízes em nosso vernáculo.

Uma expressão tem me chamado a atenção: “Passar pano”. Já ouviu essa expressão?

Vamos às origens…

Passar Pano: Origem e Significado

A expressão “passar pano” tem origem no ato literal de limpar algo com um pano.

No entanto, seu significado evoluiu para o sentido figurado de encobrir, minimizar ou defender algo negativo.

Há registros de que, no período escravista, os senhores passavam um pano úmido nas costas dos escravizados para remover a sujeira e o suor, disfarçando as condições em que viviam. Além disso, a ideia de “passar pano também remete ao ato de disfarçar imperfeições em serviços malfeitos, reforçando seu uso no sentido de acobertar ou amenizar falhas.

Significado e Uso

“Passar pano” é sinônimo de defender, omitir ou minimizar erros e atitudes negativas, seja desviando o foco da crítica, citando outro fato para relativizar a situação ou tentando proteger alguém de julgamentos.

Exemplos de Uso:

✔ “Eu sei que ele falou mal de mim. Você está passando pano para ele!
✔ “Não podemos passar pano para situações de assédio.”
✔ “O governo errou, mas sempre aparece alguém para passar pano, citando escândalos antigos.”
✔ “Maria nunca errou, e se errar, eu passo pano.”

Popularidade da Expressão

Embora não seja recente, a expressão ganhou força entre os jovens e passou a figurar em dicionários informais, sendo comparada a “varrer para debaixo do tapete”. Seu uso é frequente em debates políticos, sociais e no dia a dia, para descrever a tentativa de absolver alguém de críticas ou esconder problemas.

Fontes:
🔗 Toda Matéria
🔗 Dicionário Informal

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Canção para Tainan (Para acalentar o coração)

Uma terna poesia para Tainan.

Imagem de dae jeung kim por Pixabay

Tay, regando as plantas

e cantando uma canção

Existe memória mais doce

que acalente o coração?

Musiquinhas de borboletas

trocando o “C” por “T’

Na “tasinha das borboetas’

Tay começa a aprender

A rir,

dançar,

cantar,

e chorar

Menininha sem juízo,

sempre errava a flor

Também não era preciso,

pras gargalhadas do vovô…

Mas, o tempo passa, Tay

e o coração pode sofrer

Não olhe apenas pra trás

deixe a vida acontecer…

Regue as plantas com o novo dia…

Cante uma nova canção

E se faltarem alegrias

você tem memórias doces

pra acalentar teu coração.

Viva seu dia,, mesmo em manhãs sombrias,

Viva, enfim

Sorria…

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Poema para Aline (Carinha amarrada) ‣ Jeito de ver

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O Passado Muda Quando Você Muda

Uma reflexão sobre o passado

Imagem de Pexels por Pixabay

“Não há nada como regressar a um lugar que está igual para descobrir o quanto a gente mudou.”

– Nelson Mandela

Olhar para trás pode ser um exercício doloroso, mas necessário para continuar nesse processo de aprendizagem que é viver a vida.

Mas, uma vez que é impossível resgatar o passado, olhar para trás não seria uma perda de tempo?

Sim, mas essa premissa não contradiz em nada o argumento inicial. Vejamos:

Mudanças

A vida em si é uma continuidade e, apesar dos nossos desejos, não temos o mecanismo de reiniciar a partir do zero ou dos melhores momentos vividos.

Realmente, a ideia de dar continuidade a momentos felizes tem levado muitas pessoas a buscar antigos romances na expectativa de sentir a mesma felicidade ou a mesma paixão…

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© Gilson da Cruz Chaves – Jeito de Ver Reprodução permitida com créditos ao autor e ao site.