E então nasceu uma menina – Amor sem roteiro

Bem chateada…

E então nasceu uma menina
Canção do amor sem roteiro

Você diz: Um dia serei pai.

Ensinarei ao meu filho amar os livros,
a ouvir a música,
a tocar instrumentos, e juntos nos divertiremos em momentos juntos.

Brincaremos de bola e ele usará as cores do meu time.

Serei Pai.

E meu filho amará a escola que hoje é bem diferente da minha escola… há liberdade!

Você diz: Serei Pai e meu filho…

E de repente, nasce uma menina!

E assim mesmo você se derrete e esquece todos os planos.

Você não a ensina a amar os livros…
Você lê pacientemente com ela, cada palavra.
O tom de sua voz reflete aquilo que seu coração deseja dizer.

Você não a ensina a ouvir músicas,
mas dança com carinho as mesmas canções esquecidas
que seus pais cantavam pra te ninar.

E aos poucos, suas canções favoritas encontram um novo universo.

Ela não se interessará por violões, pianos, contrabaixos…
Mas, de que importa?

É um Novo Mundo.

Segura suas mãozinhas enquanto ela corre para chutar a bolinha
no espaço reduzido da varanda.

No dia de ir para a escola, seu coração se quebra.
Vê os olhinhos marejados de medo diante da ausência, do universo desconhecido.

Você diz: Serei Pai…

E se descobre todos os dias…

E descobre o amor ao ver nascer
o sonho que vier…

Leia também: Um poema para Brenda (Com H de “hoje”) ‣ Jeito de ver

Queridos

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E mais surpresas:

Dhan Nascimento – YouTube

TRISTEZA DE INVERNO ( Canção de solidão)

Imagem de Lorry McCarthy por Pixabay

 

TRISTEZA DE INVERNO

 

A fria chuva fina cai

Lenta, calma

Posso ouvir o cair delicado dos pingos.

Torturantes.

As montanhas se encolhem na névoa

E as folhas das árvores

tentam proteger o solo.

Não há proteção.

Os passarinhos se escondem

Seu canto não traz mais a alegria,

mas, lamento.

Não há gente nas ruas

Ou mesmo um tímido sol.

Os velhos livros imploram…

Querem ser revisitados

Assim como as memórias de Agosto

Não abandonam o meu dia.

Preso,

Dentro de mim

de recolho ao canto,

onde se escondem as lembranças

Buscando bons momentos

que não aquecem meu coração

Que se recusa a abandonar

a dor, o medo, os momentos

Esfriando a minha alma

Como o inverno lá fora.

Leia também: Escrever ( Os motivos da vida) ‣ Jeito de ver

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Pobre Pedro ( e o tempo que passou.)

alt= Homem solitário à beira do mar.

Imagem de Engin Akyurt por Pixabay

Sinopse
A poesia “Pobre Pedro” retrata a solidão e o abandono de um homem incompreendido pela sociedade. Entre julgamentos apressados e a indiferença cotidiana, Pedro, fragilizado pelo desemprego e pela doença, vê a vida escapar em silêncio. Uma narrativa poética que expõe o contraste entre a dureza dos olhares alheios e a dor invisível de quem sofre sozinho.

Pobre Pedro

O galo cantou,
Despertador gritou,
O vizinho resmungou,
Mas Pedro não acordava.

O cachorro latia,
O circular se contorcia,
E mesmo com o barulho do dia,
Ele não despertava.

Pobre Pedro,
Do emprego dispensado,
Vivia agora abatido,
Sempre havia trabalhado.

O olho sequer
Fechava,
A realidade em confusão
Com os sonhos que sonhava.

“Que noite foi essa?” — diziam.
“Irresponsável, curtiu à beça,
Vive sem pressa…”
E ele, nem se importava.

Deixaram pra lá,
Pra que se importar?
Saíam dizendo:
“Vagabundo, vai trabalhar!”
E o pobre Pedro nada fazia.

Os dias passaram,
Já não se importavam
Se o sol nascia,
Se as portas fechavam.

Maldiziam:
“O boêmio,
O irresponsável,
O vagabundo,
O pobre Pedro…

… o defunto.”

Sozinho nas agonias,
Sem ajuda, sem nada,
Viu a vida escapar pela janela,
Enquanto o dia passava.

Pobre Pedro…
Ninguém o entendia.

Se você é apaixonado por poesias recomendo um excelente blog:

Blog dos Poetas – Poemas selecionados de escritores famosos e consagrados

Leia também Um bom rapaz – uma crônica. ‣ Jeito de ver

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Escrever ( Os motivos da vida)

Imagem de Pexels por Pixabay

📝 Se você gosta das nossas postagens e deseja apoiar o blog, em breve lançaremos o e-book “Crônicas do Cotidiano” — uma coletânea com alguns dos melhores textos do site, acompanhados de comentários inéditos e reflexões que ampliam o olhar sobre o cotidiano.

ESCREVO

Escrevo

Pois tive sonhos

Que se realizaram

E outros

Que não se puderam concretizar…

que não aconteceram

Escrevo como quem sonhou.

 

Escrevo

Pois vi lindos Campos verdes

E maravilhosos céus azuis

E nos dias tristes de chuva

Deixei esfriar o ímpeto

De buscar lugares ao sol

Escrevo sim…

Como quem sofreu

 

Escrevo

Pois amei

E vi o amor fugir

e desaparecer sem palavras

Sem gestos de ternura

ou palavras de silêncio

Escrevo

Como quem já amou…

 

Escrevo

Como quem contemplou as madrugadas

E se enamorou da lua

Mas, que abraçou o Sol.

Que aceitou os sonhos

Que acolheu a tristeza

E que ainda acredita…

Escrevo

Como quem viveu…

 

Por isso escrevo.

Pois os momentos passam

Os sentimentos passam

Os dias …

Passam

Mas, quanto às palavras…

Elas ficam.

E Ficarão para sempre

Para sempre.

Leia também A ilusão do brilho… Vaga-lume. ‣ Jeito de ver

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A ilusão do brilho… Vaga-lume.

alt="Ouriço escondido entre folhas secas no outono"

Imagem de Anthony Jarrin por Pixabay

Introdução:

Às vezes, é no silêncio da noite e na simplicidade de um jardim que surgem as reflexões mais profundas.

Entre formigas silenciosas, grilos repetitivos e o brilho passageiro de um pirilampo, este pequeno texto convida à contemplação da vida que pulsa discretamente à nossa volta — e dentro de nós.

Nesta breve alegoria, o vaga-lume se torna símbolo da efemeridade do brilho, da ilusão de grandeza, e da fragilidade dos instantes em que buscamos ser mais do que somos.

Será que, ao brilhar, deixamos de ver o mundo?
Será que a verdadeira duração da vida está nos momentos em que apenas existimos, sem precisar encantar?

Convido você a vagar por esse jardim noturno de pensamentos, onde até a menor luz pode carregar um universo de sentidos.

 

A ilusão do brilho… Vaga-lume

Na escuridão da noite, no pequeno jardim, brilha o pirilampo.

De vaga luz, flutuando entre outros que apenas se encantam com o seu luzir confunde-se com o piscar das estrelas no infinito.

As formigas em silêncio, constroem as suas vidas.

Os grilos cantam as mesmas canções, falta-lhes inspiração?

No jardim a vida continua e enquanto pisca, não vê o mundo ao redor…

Vaga-lume….

Pirilampo…

Vives bem mais enquanto não brilhas…

O teu brilhar é passageiro

Dias? Semanas?

Teu céu finito…

Não és uma estrela.

Vaga…

Vaga-lume.

Leia também: Voo efêmero – um breve encontro ‣ Jeito de ver

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Enquanto a Música Tocava ( O Fim do Baile)

alt= O cantor e a bailarina.
O amor nos antigos bailes

Enquanto a música tocava

Dentre as poucas coisas que consigo me lembrar, estão ainda os cabelos negros, dançando ao som da música, e eu torcia para que a música jamais acabasse.

Era como se o sonho fosse real e estivesse lá, ao alcance das mãos.

Queria chamá-la para dançar, mas… era eu quem estava cantando e tocando, enquanto ela, sozinha, acompanhava a melodia com os mais belos gestos.

O mundo não existia ao redor; esquecia-se a praça, a estrela, o céu. Havia apenas o encanto — a música nunca fora tão bela.

Os lábios sorriam como se a eternidade tivesse sido alcançada, e, por um momento, também acreditava que algo deveria ser eterno; por isso, seguia os passos dela.

Cada passo, cada movimento das mãos, como se eu também estivesse naquele mesmo lugar, fora do palco.

E, enquanto a música andava, tive o tempo inteiro em minhas mãos; pude brincar, contar histórias e acreditar que ele estaria sempre naquele lugar, aconchegado e também feliz, pois nem sempre coisas assim acontecem no tempo.

A dança no meio do baile

Tive o tempo em minhas mãos

Era uma vez…

E o tempo parecia dormir tranquilamente enquanto planejava o fim do show…

Parada, em frente ao palco, aqueles olhinhos verdes passaram a esperar, agora, o fim da música, que insistia em não findar.

E, ao fim daquele show, o tempo acordou.

Subitamente, na pressa de recuperar o tempo perdido, levou tudo o que havia pela frente: o amor, o encanto, a música, a inspiração.

Restou apenas um cantor, sem música.

Um poeta, sem inspiração, sem histórias para contar.

Uma memória vaga, que machuca ao ver, na distância, o tempo carregando, nas mesmas mãos, aquela que dava sentido à festa…

Que balançava os cabelos negros — lindos cabelos negros — ao som da música…

E ali, sem ela, a música e a dança perdiam a razão…

Era o fim do baile.

Leia também O baile (Um último encontro) ‣ Jeito de ver

VocÊ vai achar interessante o link a seguir:

Como era a dança nos anos 50?

Imagens geradas por IA.

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Como Ler um Poema? ( Como a vida deve ser)

Sem complicações…

Assim como a vida, os poemas não precisam ser complicados.

Um mundo de palavras, histórias e sentimentos cabe nas poucas palavras de um pequeno poema…

e cada um conta a sua história.

Se você sofreu, amou, perdeu, superou — tudo pode estar lá, nas pequenas palavras.

Mas… como ler um poema?

Esqueça a pressa, a vontade de chegar.

Permita-se navegar nas palavras, mergulhar nos sonhos, imaginar histórias.

Ou, quem sabe… lembrar das suas próprias histórias.

Permita-se refletir…

“Refletir” tem sua origem no latim reflectere, que significa “dobrar para trás”, “fazer voltar” e, depois, também ganhou o sentido figurado de “voltar a atenção para si mesmo” — daí o significado moderno: “pensar profundamente”, “ponderar”.

Em português, o verbo “refletir” manteve tanto o sentido físico — como na luz que se reflete num espelho — quanto o sentido figurado — como na ideia de “meditar” ou “considerar” cuidadosamente.

Então, deixando que as palavras reflitam em nós, o poema ganhará um novo sentido.

Agora… que tal lermos um poema simples e lindo?

Você vai amar.


“Amor, então
também, acaba?
Não, que eu saiba.
O que eu sei
é que se transforma
numa matéria-prima
que a vida se encarrega
de transformar em raiva.
Ou em rima.”

— Paulo Leminski


Revisão gramatical e ortográfica por IA.

Leia também O tempo ( Como se mede o tempo?) ‣ Jeito de ver

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Um poema para Brenda (Com H de “hoje”)

Um poema para Brenda.

Imagem de beasternchen por Pixabay

Brenda

Por que a luz se esconde à noite
E as palavras somem no silêncio?
Por que o riso se recolhe
no momento mais necessário?
Ah! Brenda
Se eu pudesse te explicar a vida
De modo simples,
Te diria que o céu é azul
Pra acalentar teus sonhos
E que a lua prata
Brilha para te mostrar o caminho…
E no final do caminho
Depois de cantarem os grilos
E as estrelas se esconderem
Há uma nova estrada…
Talvez, não tão diferente…
Pois diferentes são os olhares
Os passos e as esperas
A beleza estará sempre no olhar
As histórias,
nos passos…
E é na espera que se cresce e vive
o amor.
Te diria que a escuridão da noite
É prenúncio de um dia de luz
E que as palavras se calam…
Para que o silêncio

fale o que em palavras não se pode dizer…
Por isso, Menina
Olha o céu azul…
E se um dia estiver cinza…
Permita que o teu sorriso
O ilumine…
E lumine…
Brenda.

Leia também Quando o Amor Começa o Dia ‣ Jeito de ver

Do autor:

Um poema para Brenda (Com H de ‘hoje’)” é uma delicada reflexão poética sobre o crescer, o tempo e os sentimentos que se escondem nos silêncios da vida.

Com imagens que evocam a noite, o céu, a lua e o riso que às vezes se perde, o texto convida à escuta interior e ao acolhimento das dúvidas que surgem no caminho.

É um gesto de amor que procura suavizar as incertezas, lembrando que até os dias cinzentos podem ser iluminados por um sorriso.

Mais que um poema dedicado, é um lembrete de que a beleza está no olhar — e que, mesmo quando tudo parece calar, o amor continua a falar suavemente.

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Rabiscos e memórias (traços do tempo)

Uma breve reflexão poética sobre o tempo

Imagem de Petra por Pixabay

Talvez eu seja apenas um velho

Com pensamentos gastos, sonhos empoeirados e ideias que não foram aproveitadas

Talvez um velho livro de páginas em branco, rabiscos mal sonhados, de velhas memórias apagadas…

Talvez eu seja O velho traço de um sonho que não durou uma noite inteira ou a velha luz de uma estrela que se espalhou como poeira

E na vastidão deste universo Insisto em velhas ideias, velhos sonhos e em velhos versos

E este velho livro, sem palavras, sem verbos, sem frases descansa, na estante do tempo guardando velhos segredos, motivos desbotados e eternos ideais…

No canto da memória de quem ama o que viveu…

Leia também Voo efêmero – um breve encontro ‣ Jeito de ver

Géssica ( Como num dia de Domingo)

Um poema para Géssica

Imagem de Kev por Pixabay

Dedicado a Géssica —
com amor, para que ela saiba
que há um sol por trás das nuvens
e um tio que a vê, sempre,
como no primeiro domingo.

Gel,

o que te falar dos dias de domingo?
Que as flores nos jardins sorriem
nas suaves chuvas de primavera?
Ou que crianças
ainda brincam nos velhos parques?

Ah, Gel,
se eu puder te contar,
te contaria que, nos mesmos velhos jardins,
novas crianças cantam,
assim como você costumava fazer,

e se encantam com novos “tulílis” —
como você chamava os arco-íris,
quando “arco-íris” era impronunciável…

E que os dias vão e vêm,
e a infância, como os dias inconstantes,
vai e volta em momentos
— apenas para nos lembrar que não podemos parar.

Que não se pode desistir dos sonhos.
Que as descobertas alegram, entristecem…
mas jamais nos deixam indiferentes.

Géssica,
eu te diria
que, mesmo por detrás das nuvens, há um sol
brilhando, orgulhoso, dizendo sem palavras:

Neste meu dia, ela nasceu…

É domingo.

Domingo.

Leia também: Os sonhos de Lay ( Novas histórias a contar) ‣ Jeito de ver

© Gilson da Cruz Chaves – Jeito de Ver Reprodução permitida com créditos ao autor e ao site.