Um novo tempo – Parte 2 ( Repensar)

Uma velha televisão. Não havia liberdade de expressão quando o Brasil esteve sobre o Regime Militar.

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Um novo tempo… A ditadura

As décadas de 1960 e 1970 foram marcadas pela repressão à liberdade de expressão e o controle da informação.

As informações eram controladas por um regime, que ditava o que deveria ser noticiado e como deveria ser anunciado.

O sistema educacional seguia nos mesmos trilhos.

O lema  “Brasil, ame-o ou deixe-o”, soava como o atual: “Se não gostou, pede pra sair…”

Sim, o sistema educacional era também moldado por esta filosofia.

O lema “a Pátria acima de Tudo” era repetido nas TV’s, nas rádios e nas escolas.

A imprensa acorrentada

A censura tranmitia a falsa impressão de paz, não haver motivos para manifestações, o governo da época não “cometia absolutamente nenhum crime”.

Não havia como divulgar livremente os desvios de recursos públicos, por exemplo, na construção da Usina de Itaipu.

Aqueles que investigassem ou questionassem teriam o mesmo destino que o embaixador José Jobim.

Veja o link CORRUPÇÃO NA CONSTRUÇÃO DA USINA DE ITAIPU PODE TER MOTIVADO A MORTE DO EMBAIXADOR JOSÉ JOBIM – Documentos Revelados.

Perseguidos, desaparecidos e mortos pelo Ditadura não eram mencionados e quando mencionados era sob manchetes falsas.

Por exemplo: a morte de Wladimir Herzog, professor, jornalista, assassinado nos porões da Ditadura após intensa tortura, foi noticiada como suicídio.

A ignorância era requisito para não ser classificado como inimigo do Estado. – Era uma bênção!

Esta é a razão por que muitos dos que viveram naquela época ainda acreditam não haver corrupção ou violência nos governos militares.

A educação, a base, era moldada aos interesses do Governo.

Um excelente resumo

Observe abaixo um trecho extraído do site Le Monde Diplomatique:

Um Brasil em construção neodesenvolvimentista para a formação profissional, técnica, sem estudos de formação crítica.

História e geografia, por exemplo, eram substituídas por “estudos sociais” com destaque para nenhum tipo de alusão ao escravismo, ao colonialismo, e às contínuas invisibilidades das lutas sociais e populares ao longo dos mais de quatrocentos anos de invasão sob diversas expressões políticas que tendem a expressar, sem discussão, uma ideia de soberania e autonomia nacionais.

Isso sem falar que nesse período, jamais saberíamos logo disto, muitos grandes nomes de pensadores e militantes já estavam mortos. Outros tantos exilados, tendo passado antes por torturas, interrogações, desaparecimentos.

Tudo isso compunha um álbum maior do que o retrato 3×4.

Mas ele não está presente nas casas de parte expressiva da classe trabalhadora, equivocadamente tratada como média no Brasil.

Se de média se trata, nem a da escola, nem a dos valores a tornou de fato consciente sobre esse período que precisa, de fato, ser tirado a limpo por essa mesma geração, agora entre 40 e 50 anos”.

– Veja : A torturante função da educação na década de 1970 – Le Monde Diplomatique

A educação e a arte

A disciplina na época era a mesma de países ditatoriais: “Aprenda o que queremos, nos seja útil” .

Os alunos eram disciplinados a seguir um padrão condicionado por uma elite militar, enquanto as benesses eram dadas a quem a pátria era realmente a mãe gentil.

O sistema educacional se resumia aprender o suficiente para uma profissão mediana, decorar preceitos e datas, cantar hinos nacionais mesmo sem entendimento de uma frase sequer das letras.

Os conceitos de livre pensamento, de livre expressão – de liberdade, eram definidos por aqueles que lucraram com o golpe militar em 1964.

Poetas e Compositores tinham que usar e abusar da criatividade para criticar o sistema, como Chico Buarque nas canções “Vai Passar”, “Cálice” e muitas outras , Caetano em “Tropicália”, bem como muitos outros artistas. – 18 músicas famosas contra a ditadura militar brasileira – Cultura Genial

Uma das mais belas canções compostas neste período, a canção “Novo tempo”, 1980, de Ivan Lins, sinalizava a mudança, a esperança e a incerteza do que viria após este período de trevas.

A mudança era necessária, a disciplina era pelo medo de cair nas mãos de uma polícia que era famosa pela violência.* Apesar dos perigos…

Nessa década a literatura marginal surgiu como um desafio às convenções, mostrando que a arte de escrever poderia e deveria assumir outras formas.

A educação pelo constrangimento

E enquanto isso, nas cidades do interior, alunos eram moldados por mestres impacientes, que não hesitavam em usar de violência física para “facilitar a entrada do conhecimento” nas cabecinhas machucadas.

Um episódio marcante já próximo ao fim do período militar, se deu em 1982, numa cidade do interior da Bahia:

Um aluno de oito anos perguntou à Professora após observar num desfile de 7 de Setembro, o por quê de haver muitos símbolos que representavam a cultura estadunidense, como bonecos do Universo Disney.

Não havia referências à escravidão ou a indígenas.

A professora chateada esbravejou: “ ISSO É CULTURA”, chamando-o de burro!

E aquele aluno, para o bem de sua vida, calou-se, AGRADECENDO a resposta.

A liberdade daquele desfile celebrava o domínio e influência cultural dos Estados Unidos, país que financiou o golpe de 1964 no Brasil e em outros países na mesma década.

A verdadeira cultura, a verdadeira origem do povo, as verdadeiras influências eram renegadas.

Então, em 1985, o regime militar e  seu desprezo pela cultura, pela individualidade e pelo acesso à informação chegou ao fim.

A necessidade de repensar e refazer

Enfim, “um novo tempo” precisava ser pensado, o sistema educacional precisava ser repensado para a que formação de verdadeiros cidadãos ganhasse força. Era preciso construir um novo pensamento.

Algo deveria ser REFEITO!

Leia  Um novo tempo – Parte 3 Refazer – Jeito de ver

É sobre o que falaremos na PARTE 3.

Notas

* A truculência da sistema policial da época moldou o temor e a confiança que muitos na atualidade têm da Polícia na atualidade.

Em muitos casos verifica-se, ainda hoje, a típica ação violenta comum no Regime Militar nas abordagens a pobres e a negros, ao passo que

mantém  a discrição e respeito no tratamento a bandidos ricos e de pele clara.

Um novo tempo – Parte 3 Refazer

Mãos em união.. A importância de se refazer, de estar sempre aprimorando o sistema educacional numa atividade conjunta.

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A educação, bem compreendida, não é apenas uma preparação para a vida; ela própria é uma manifestação permanente e harmoniosa da vida. Assim deveria ser com todos os estudos artísticos e, particularmente, com a educação musical, que recorre à maioria das principais faculdades do ser humano“.
(Willems, 1970, p. 10).

A música na educação

A educação musical tem importância na formação do indivíduo.

O ensino de música nas escolas traz efeitos beneficos à formação da personalidade do aluno, como veremos, assim como também o ensino com música.

Vocês já perceberam que logo no início de nossa caminhada pelo universo da educação começamos com atividades lúdicas ?

Atividades que suavizam o processo de descoberta de aprendizagem tais como brincadeiras e canções?

A música contribui para uma boa informação emocional, favorecendo a sensibilidade, a criatividade e o imaginário das crianças.

A aprendizagem com música favorece o desenvolvimento linguístico, a memorização e cria vínculos de amizade entre alunos e professores. – Revista Educação Pública – A importância da utilização da música na escola (cecierj.edu.br)

O foco do sistema educacional

Infelizmente, a educação com música tem sido abandonado pelo sistema ao passo que as crianças se tornam adolescentes, pois o sistema educacional não se concentra no aperfeiçoamento do indivíduo, como cidadãos capazes de viver e conviver numa sociedade cada vez mais distante, em vez disso, o sistema se concentra em preparar alunos para concursos e vestibulares.

As  consequências são uma sociedade cada vez mais solúvel, marcada pelo espírito de competição.

Com a evolução do sistema educacional o professor se transformou em algo além de um ensinador, um transmissor de conhecimento.Ele se transformou num orientador.

A função deste orientador é guiar o aluno, reconhecendo a pluralidade – trabalhando as dificuldades e  estimulando as virtudes do aprendiz.

No artigo anterior, observamos que em décadas passadas o foco educacional era preparar o indivíduo para os interesses de uma elite.

Hoje, porém, o foco deve estar na formação de cidadãos, de indivíduos capazes de contribuir para uma melhor sociedade.

Foco na individualidade

A falta de interesse na individualidade dos alunos fazia da escola um ambiente tenso, um lugar totalmente diferente do mundo apresentado às crianças no início da jornada escolar.

As consequências eram o desinteresse, a falta de estímulo e altos números de evasão escolar ao longo do ano letivo.

A educação é o pacto de um País com o futuro de seus cidadãos.

O quão sério o Estado considera este pacto é evidente nos investimentos na qualificação de  Professores, com salários compatíveis com a importância de seu ofício e principalmente quando se cria  condições favoráveis ao desenvolvimento de um bom trabalho – o que é essencial para resultados mais satisfatórios.

Aos Professores exige-se a criatividade. A capacidade de se adaptar a um mundo em constante movimento.

Paulo Freire, Patrono da Educação brasileira, filósofo, pedagogo e escritor descrevia a música como “uma ferramenta para auxiliar a aprendizagem de outras disciplinas”. Freire (1992).

A música na sociedade e no contexto escolar pode ser transformadora, portanto deve assumir um papel mais definido no ensino escolar. Microsoft Word – Documento em ANNIELLY – ARTIGO (uepb.edu.br)

A música e o autoconhecimento

O uso da música na educação, pode induzir ao autoconhecimeto .

Alunos podem ser estimulados a criar canções nos mais variados estilos narrando fatos históricos, criar paródias, contando versões imaginárias de histórias assim como saber em que contexto histórico de uma composição.

No estudo de um idioma estrangeiro, o uso da música pode trazer aos alunos a familiaridade com pronúncias e expressões idiomáticas, além de um novo estímulo para aprender a aplicação de verbos.

A arte de educar não deve ser encarada como uma competitição entre Professores X Professores ou Alunos X Alunos.

È uma atividade conjunta.

Harmonia interdisciplinar

O professor de História pode tornar a Geografia ainda mais interessante por lembrar fatos relacionadas a sítios geográficos, assim como um Professor pode tornar o estudo do idioma inglês ainda mais atrativo por relacionar as diferenças.

Numa cidade da Bahia, um Professor de Inglês foi convidado a contribuir numa Escola de poucos recursos, onde não havia sequer material de apoio.

Era praxe naqueles dias a Prefeitura atrasar o pagamento do salário dos Professores em três meses. A cada três meses, pagava-se um!

Um desrespeito aos profissionais! Mas, isto já é outro assunto!

Percebendo a dificuldade dos alunos em especial em assimilar a pronúncia da maioria das palavras, aquele professor decidiu trabalhar o idioma com músicas, acompanhado por um violão.

A aula consistia em gramática, o texto da canção relacionado a aplicação da gramática e a música para facilitar a memorização da pronúncia das palavras.

A reação dos alunos, adolescentes, era incrível! Participavam com entusiasmo e de certo modo  acreditavam que algo novo estava acontecendo. Que o idioma era agora algo inetressante!

A novidade choca e nem sempre é compreendida.

Ao fim do ano letivo numa reunião geral , convocada pela diretora da escola, com todos alunos e professores da época, ele foi  colocado no centro e despedido sumariamente com as seguintes palavras: ” O trabalho deste professor não se enquadra ao que se espera nesta escola. Ensinar não é brincadeira! Não precisamos dele!” ( Ah! era eu esse professor – risos!)

A discussão de estratégias

Não houve discussão sobre uma melhor maneira de se usar a música.

Em sua preparação para a Profissão ele aprendera que deveria se criar meios para estimular a aprendizagem.

Os métodos pedagógicos incentivam a criatividade, mas o medo de criar, de inovar, era e tem sido a prática mesmo nos dias atuais.

Com o tempo, foi admitido numa escola onde uma direção diferente incentivava o trabalho com a música.

O resultado foi satisfatório. A assimilação de assuntos e socialização entre os alunos eram bem evidentes, mesmo numa escola sem recursos.

O ambiente era de cooperação mútua!

As lições

O tempo passou e a experiência mostra que a música hoje, usada em vários cursos, é um excelente auxílio à educação.

Aos professores, nesta sociedade transformada, cabe o diálogo, o acordo e o apoio como classe, cujo objetivo maior é o aprimoramento de uma sociedade presente e futura.

Que os métodos do passado sejam apenas recordações de coisas que não precisam sequer, de uma  repetição.

Que não tenham medo de embarcar neste Novo Tempo, cujo perigo maior é estacionar ou regredir !

Leia também   Um novo tempo – Parte 2 ( Repensar) – Jeito de ver

A música contribui para uma boa informação emocional, favorecendo a sensibilidade, a criatividade e o imaginário das crianças. A aprendizagem com música favorece o desenvolvimento linguístico, a memorização e cria vínculos de amizade entre alunos e professores. – Revista Educação Pública – A importância da utilização da música na escola (cecierj.edu.br)

O valor das coisas simples

O verdadeiro valor está além dos olhos.

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O que há no âmago de cada pessoa?

O que há por trás dos olhos,

dos risos

e até mesmo, do jeito de falar?

O que há por trás das palavras,

dos gestos

e do jeito de andar?

O que há por trás do choro,

do grito

e do jeito de calar?

As histórias são silenciosas

as cores reais são invisíveis

Mas, quais tolos explicamos tudo aquilo que não sabemos…

risíveis…

tolos!

Não sabemos os motivos,

dos motivos

Sabemos quase nada a respeito de tudo

e não ficamos mudos

 subjetivos…

Contemplamos meras superfícies

Estagnamos em margens

sem curiosidade, coragem de nadar ,

de se aventurar,

de poder errar tantas vezes, até acertar…

Para se certificar

de encontrar o tesouro escondido nas coisas simples

e esse universo explorar.

E enfim, poder crescer.

Leia mais em: Transformar ( Bem simples) – Jeito de ver.

Os meios de comunicação e a política

Jovem observa o Planalto Central. Um texto que fala sobre influência da Imprensa na Política.

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Os Meios de Comunicação e a Política

Política – A Arte de Administrar

Selecionando Candidatos

O sistema brasileiro é composto por muitos partidos minúsculos, que formam o chamado Centrão.

Em períodos eleitorais, é comum convidarem artistas e pessoas em evidência — que, na realidade, não têm nenhum interesse nos cidadãos ou na política — para serem candidatos por suas legendas. O nível ético, às vezes, é tão baixo que, na época do escândalo envolvendo um morador de rua flagrado numa relação sexual com uma mulher que apresentava problemas psicológicos, cogitaram convidá-lo a ingressar na política como candidato por um partido nanico.

Visto que o morador foi tratado como uma celebridade por muitos, inclusive nas redes sociais, alguns políticos tentaram surfar nessa onda bizarra.

A falta de conhecimento e interesse na política faz com que muitos brasileiros votem em artistas apenas porque são “bonitos, famosos, engraçados” e assim por diante. Um exemplo dessa lógica foi a cogitação de alguns partidos políticos em lançar a candidatura do apresentador Luciano Huck à Presidência da República.

Para quem acompanha programas dominicais de TV, ele é visto como um jovem carismático, que faz doações e ajuda participantes em seu programa. Contudo, a falta de informação não permite perceber que as benesses são propagandas de patrocinadores. A imagem de Luciano Huck, forjada para vender anúncios, pode não representar o cidadão que ele é na realidade.

O jogo político funciona assim: um famoso atrai muito mais votos, gerando maior representatividade do partido na Câmara. Esse voto também beneficia outros candidatos menos conhecidos da mesma legenda.


Câmara de Deputados – A Divisão de Poderes

No Brasil, 513 deputados são eleitos por voto proporcional e exercem seus cargos por quatro anos. Essa informação é importante.

Num mundo ideal, seria interessante haver proporcionalidade entre as três principais correntes ideológicas: direita, centro e esquerda. O problema, porém, é que a maioria dos partidos do Centrão não segue uma linha ideológica definida.

Por essa razão, esses partidos “garantem” ou “permitem” a governabilidade do governo eleito apenas se receberem cargos ou pastas importantes que envolvam o manejo de recursos orçamentários.

Diante da dificuldade de obter maioria na Câmara, o governo eleito tem duas opções para garantir a governabilidade:

  1. Negociar com tais partidos, cedendo pastas para assegurar o mínimo de condições para governar. Caso contrário, os partidos votam contra projetos que não sejam de seu interesse.
  2. Tentar argumentar sem sucesso, ser boicotado pelos partidos fisiológicos, e, assim, perder a chance de governar minimamente, correndo o risco de sofrer impeachment.

Como Funcionam os Meios de Comunicação?

Com a democratização da informação pela internet, é possível encontrar canais que se esforçam para trazer conteúdos legítimos. Entretanto, por muitos anos, as pessoas dependeram do principal canal de TV do Brasil, que se apresentava como imparcial e defensor da verdade. As informações transmitidas eram consideradas verdades absolutas.

O problema é que o público não foi educado a questionar os motivos por trás dos destaques dados nos jornais. As notícias são transmitidas conforme os interesses dos donos e patrocinadores das emissoras, que investem fortunas em anúncios.

Aquilo que serve aos seus interesses é apresentado de forma a causar comoção ou revolta nos telespectadores.

Falhas de Comunicação?

Nas eleições presidenciais de 1989, a mais popular rede de televisão do país editou descaradamente trechos de um debate entre os candidatos Luiz Inácio Lula da Silva e Fernando Collor de Mello para favorecer o segundo.

Outro exemplo é o caso de Arnon de Mello, pai do ex-presidente Collor, que, em 4 de dezembro de 1963, tentou assassinar seu desafeto político Silvestre Péricles, mas acabou matando o inocente senador José Kairala.

Como alguns jornais noticiaram o fato? Chega a ser espantoso saber que elogiaram o assassino e desqualificaram a vítima. Isso ilustra como os meios de comunicação podem manipular a opinião pública conforme seus interesses.


Não Existe Meio de Comunicação Isento

Não há isenção porque, como explicado, os jornais são mantidos por anunciantes que pagam grandes quantias e não querem ter seus nomes associados a propaganda negativa. Essa é a moeda de troca.

Portanto, analise e questione as opiniões dos meios de comunicação. Quando apresentarem algo como ruim ou extremamente ruim, pergunte-se: ruim para quem? Qual é o interesse da empresa que está noticiando?

Os meios de comunicação desempenham um papel poderoso nas eleições. Por meio de propagandas bem elaboradas, podem transformar verdadeiros demônios em anjos. Uma vez eleitos, legitima-se um projeto, e os resultados serão responsabilidade de quem os elegeu.


O Que Fazer?

Entenda como funcionam os meios de comunicação. Pesquise a história. O conhecimento histórico ajuda a evitar a repetição de erros, pois permite relacionar acontecimentos passados com seus efeitos ao longo do tempo.

A história desmistifica heróis, ajusta lendas e cria expectativas reais baseadas em experiências. Por isso, uma mudança essencial está na educação, especialmente na valorização da disciplina de História.

A preservação e o estudo da história são fundamentais para compreender o sistema político brasileiro e contribuir para sua evolução.


Sugestões:

  • Assista ao documentário Muito Além do Cidadão Kane (Beyond Citizen Kane – 1993).
  • Conheça o clássico filme Cidadão Kane.

 

Leia mais em: O papel da imprensa e a História ‣ Jeito de ver

 

 

 

 

 

 

Corre, Menino (Seja feliz, hoje)

Menino corre feliz. Um poema sobre aproveitar a vida.

Imagem de andreas160578 por Pixabay

Corre Menino,

mesmo contra o vento.

Desfruta a tua liberdade

e não tenha medo.

Corre.

Tropece, caia…

Levante quantas vezes necessário for

Se permita, levantar.

Corre, Menino

ria das tolices, ria de si mesmo

Mas, se permita chorar

e pedir colo

quando sentir medo.

Corre, Menino.

Seja menino enquanto ainda é tempo,

se permita ser…

Menino.

Pois chegará tempos

e estas liberdades serão apenas recordações,

e que recordações!

Corre Menino, brinca

vive a tua meninice pois o futuro te espera.

E quando o encontrar

ele não te devolverá esta chance.

Por isso…

Corre…

Pois a meninice passa correndo

e este hoje, jamais será o mesmo.

Não apresse os seus sonhos

viva os teus dias, sonhe as tuas noites

e abrace o teu tempo.

E quando o tempo te convidar para brincar

brinque, viva…

mesmo contra o vento,

mesmo na chuva

e quando a chuva molhar o teu caminho

Não pare…

Corra…seja feliz hoje

E quando o futuro te alcançar,

ainda te encontrará correndo, mas agora em direção a novos sonhos.

Leia mais em: A Marionete ( por um sorriso) – Jeito de ver.

Um novo tempo – Parte 1 (Apesar do perigo)

 

Você conhece o conto  “Flor vermelha de caule verde?” de Helen Barckley?

Hora de conhecer…

REIMAGINAR…

 

Conto: Flor vermelha de caule verde!

Helen Barckley

Era uma vez um menino. Ele era bastante pequeno e estudava numa grande escola. Mas, quando o menino descobriu que podia ir à escola e, caminhando, passar através da porta ficou feliz.

E a escola não parecia mais tão grande quanto antes.
Certa manhã, quando o menininho estava na aula, a professora disse:
– Hoje faremos um desenho.
– Que bom! Pensou o menino. Ele gostava de fazer desenhos. Podia fazê-los de todos os tipos: leões, tigres, galinhas, vacas, barcos e trens. Pegou então sua caixa de lápis e começou a
desenhar.

Mas a professora disse:
– Esperem. Ainda não é hora de começar. E ele esperou até que todos estivessem prontos.
– Agora, disse a professora, desenharemos flores.
– Que bom! Pensou o menininho. Ele gostava de desenhar flores. E começou a desenhar flores com seus lápis cor-de-rosa, laranja e azul.

Mas a professora disse:
– Esperem. Vou mostrar como fazer. E a flor era vermelha com o caule verde.
Num outro dia, quando o menininho estava em aula ao ar livre, a professora disse:
– Hoje faremos alguma coisa com barro.
– Que bom! Pensou o menininho. Ele gostava de barro. Ele podia fazer todos os tipos de
coisas com barro: elefantes, camundongos, carros e caminhões. Começou a juntar e a amassar a sua bola de barro. Mas a professora disse:
– Esperem. Não é hora de começar. E ele esperou até que todos estivessem prontos.
– Agora, disse a professora, faremos um prato.
– Que bom! Pensou o menininho. Ele gostava de fazer pratos de todas as formas e tamanhos.

A professora disse:
– Esperem. Vou mostrar como se faz. E ela mostrou a todos como fazer um prato fundo.
Assim, disse a professora, podem começar agora.
O menininho olhou para o prato da professora. Então olhou para seu próprio prato. Ele gostava mais de seu prato do que do da professora. Mas não podia dizer isso.

Amassou o seu barro numa grande bola novamente e fez um prato igual ao da professora. Era um prato fundo.
E, muito cedo, o menininho aprendeu a esperar e a olhar, e a fazer as coisas exatamente  como a professora fazia. E, muito cedo, ele não fazia mais as coisas por si mesmo.

Então aconteceu que o menino e sua família mudaram-se para outra casa, em outracidade, e o menininho teve que ir para outra escola.
No primeiro dia, ele estava lá. A professora disse:
– Hoje faremos um desenho.
– Que bom! Pensou o menininho. E ele esperou que a professora dissesse o que fazer.
Mas a professora não disse. Ela apenas andava pela sala. Então, veio até ele e falou:
– Você não quer desenhar?
– Sim, disse o menininho. O que é que nós vamos fazer?
– Eu não sei até que você o faça, disse a professora.
– Como eu posso fazer? Perguntou o menininho.
– Da mesma maneira que você gostar. Respondeu a professora.
– De que cor? Perguntou o menininho.
– Se todos fizerem o mesmo desenho e usarem as mesmas cores, como eu posso saber quem fez o quê e qual o desenho de cada um?
– Eu não sei, disse o menininho.
E ele começou a desenhar uma flor vermelha com caule verde.

Conto de Helen Barckley – 201

História comovente, não é verdade?

Vocês já perceberam como é fácil se achar um inovador, quando na verdade estamos perpetuando velhos costumes e ideias?

As pessoas temem aceitar o novo, o diferente.

Mas, é um novo tempo e apesar dos perigos, é tempo de repensar e principalmente: REFAZER.

Desenvolveremos a série “UM NOVO TEMPO” em três partes.

Esperamos alcançar o objetivo maior que é estimular o debate, e por meio dele: REPENSAR, REIMAGINAR E principalmente REFAZER  aquilo que precisa ser refeito.

 

Veja mais: Um novo tempo – Parte 3 Refazer ‣ Jeito de ver

 

E quando as coisas não dão certo…

A bela imagem de um pianista e o piano. Um texto sobre a persistência.

Imagem de Pexels por Pixabay

Viver é mais que uma arte e a arte de viver nem sempre é fácil.

Seria comparável ao músico que dedicou sua vida  preparando-se para aquilo que seria o seu mais importante recital e que na hora “H” é traído pela ansiedade. que não o deixa enxergar as linhas na partitura.

É como se as notas parecessem dançar, mudar constantemente de posição na pauta.

Traído pelas emoções do momento, vê as notas perderem sentimento e intensidade.

Enquanto isso a plateia triste, observa apreensiva, enquanto ele… sente o  medo de errar pela segunda vez.

E o medo o paralisa…

O medo pode nos paralisar..

Mas, como em toda a arte, viver exige perseverança, como a de um músico que não pensa em desistir.

Exige uma ação em cada oportunidade, uma reação a cada erro.

Exige a coragem de se levantar depois do tombo e de rir depois da vergonha.

Exige a humildade de ver outros cruzarem a ponte enquanto não é a sua vez.

Exige traçar rabiscos, antes de completar o quadro.

E se os rabiscos, não estiverem certos…apagá-los e começar tudo, novamente.

Exige-se reler a partitura, sim, decorar a folha inteira, se necessário.

Repeti-la um milhão de vezes, até que todas as notas estejam nos tempos e lugares certos.

Para depois desse esforço maior, sentir uma alegria multiplicada por cada segundo que se planejou acertar.

Viver, é sim, mais que uma arte.

Leia mais Viver Plenamente o Presente ‣ Jeito de ver

Esse bonde chamado tempo ( Hora de partir )

Um bonde. Em um texto comovente e inspirador.

Imagem de Mazarik por Pixabay

Lamento dizer…

mas o bonde está passando.

Você talvez não se lembre,

mas quando você apareceu por aqui, você chorava.

Não estranhe, por favor,

todos os que pegam a próxima parada

também saem chorando

Enquanto outros ficam a chorar também,

olhando pela janela

os que descem.

Com o tempo você vai entender

que você perdeu uma boa parte da viagem

mas o bom é que a sua viagem começa aqui.

Você conhecerá um monte de gente

boa e má

pois muitos se conheceram nessa linha,

aqui se apaixonaram, amaram, se decepcionaram, amaram novamente

tiveram filhos, construíram uma história

Outros decidiram viajar sozinhos…

e foram felizes, mesmo assim.

Alguns abraçaram

o que outros deixaram partir

Alguns desistiram da viagem no meio do caminho

Outros foram obrigados a sair…

quando isso aconteceu

infelizmente, eu não pude parar.

Esse bonde corre em apenas uma direção

Não para, nem pode voltar.

Você às vezes terá pressa

noutras, você vai querer que o bonde ande bem devagarinho.

Ficará chateado e desapontado uma porção de vezes

noutras, você você vai esquecer estes momentos,

destes acidentes de percurso…

Talvez você veja até mesmo o amor de sua vida

descer no meio do caminho…

ou mudar de assento.

Isso pode acontecer

Mas, não desanime,

o amor sempre acontece nesta viagem

Não deixe que os desastres do caminho te façam desistir de amar

de ser feliz…

A viagem é única… aproveite!

aproveite as experiências

as companhias

o trajeto

Viva a estrada…

Pois,

lamento te dizer, uma hora

você também terá que abandonar a este bonde

E que outros assim como você, entrarão chorando…

os que te amam, ou te odeiam, te verão apenas pelas janelas

e delas chorarão.

E você não saberá, nem mesmo lembrará

desta viagem apressada

assim como não lembra como entrou aqui

Neste bonde

implacável

chamado tempo.

Gilson Cruz

Veja mais em: Presos ( Onde está a tua liberdade?) – Jeito de ver.

Do fim ao começo (a vida ao inverso)

E se as coisas acontecessem na ordem inversa?

Imagem de Zoli por Pixabay

E se as coisas acontecessem na ordem inversa?

Os olhos se fechariam,

e os olhos, então, se abririam pela última vez,

para olhar agora com dificuldade os cabelos também brancos da pessoa amada,

A visão fraca, cabelos brancos como a neve e a pele enrugada

Os mesmos traços lindos,

sim, coisas que só o amor pode ver…

E nossos cabelos totalmente prateados, escassos, resumiriam tudo

e não foi pouco…

Veríamos

um amor que foi renovado a cada dia.

O cansaço dos anos de serviço

as velhas preocupações…

Veríamos nossas eternas crianças, ganhando asas…

E então, filhos crescidos…

Talvez tentássemos esconder novamente

os primeiros fios brancos

Veríamos novamente, e pela primeira vez

novos traços, primeiras rugas…

E veríamos nossos adolescentes

riríamos com nossas crianças novamente

e suas primeiras palavrinhas erradas…

Teríamos um chorinho de madrugada

um cantar, a noite inteira…

Recordaríamos

A barriguinha

um susto

a festa

um dia feliz…

O sim…

a certeza

uma proposta

O medo de errar novamente

Os primeiros encontros

o encanto

o medo de ficar só

o choro

Os erros

O primeiro beijo…

as espinhas

as dúvidas

a diferença

a primeira escola

as brincadeiras da infância

A igualdade

Os risos orgulhosos de quem nos ama

as primeiras palavras

o amor e a preocupação…

as primeiras quedinhas

os primeiros passos

A insegurança

O amor renovado…

os primeiros esboços de risos

o bercinho

O amor…

Mesmo que as palavras não descrevam tudo do começo ao fim…

o amor é o resumo de tudo.

Se você gostou do texto…

por favor, leia, do fim ao começo.

Veja mais em:  Esse bonde chamado tempo ( Hora de partir ) – Jeito de ver.

Um novo dia, um novo tempo

Uma moça caminha na praia. Um texto sobre aproveitar "cada" novo tempo.

Imagem de Ri Butov por Pixabay

Um novo dia, um novo tempo.

Encarar cada dia como um novo dia, nos dá a chance de criar novas expectativas e olhar o mundo numa perspectiva diferente.

O ontem talvez não tenha sido o melhor dia da minha vida, é verdade,  talvez o meu humor não fosse aquele que eu gostaria de ver nos outros ou talvez a tristeza minasse a minha coragem de sair da cama.

É, o dia pode não ter sido bom.

Mas, hoje é um novo dia.

Você não precisa resolver tudo hoje…resolva apenas o possível, e aquilo que não for possível resolver – guarde para o amanhã. Não perca a sua noite, seu sono, sua vida por isso.

Seja sempre honesto com você mesmo, com seus amigos e até com aqueles que você não conhece. Dizem que o melhor travesseiro é uma boa consciência, então, presenteie a si mesmo com este presente.

O novo dia é a sua chance de viver um novo tempo.

Leia mais em As pequenas escolhas ( Reflexão) – Jeito de ver