O baile (Um último encontro)

Um baile. Um texto sobre um último encontro.

Imagem de Ri Butov por Pixabay

Eu não sabia que seria aquela a última vez que iria te ver
Chovia
O baile que começaria às oito, achava que provavelmente seria adiado
pois a eletricidade em nossa pequena cidade não tem um bom relacionamento com qualquer tipo de chuva
A escuridão queria um pouco mais de espaço

Imaginei…
Ela não deve vir…
Os sapatos e o vestido brancos
E o laço vermelho nos cabelos…
Não queria imaginar os teus olhos

A chuva ficava ainda mais forte
E ainda assim o baile começava
E a banda começava a tocar aquela música

Lá dentro os pares, já não sentiam medo
Dançavam
Deslizavam pelo salão
E eu te imaginava …

Confesso, não estava desapontado
Nem todos tinham carro naquele tempo…
E quanto a mim… nem bicicleta!
Mas, não queria que a chuva fria te molhasse

E a música continuava
E na chuva resolvi dançar sozinho, na chuva
Girava…
Escorregava na rua lisa
De olhos fechados
Aproveitava a festa sozinho
Lá mesmo, lá fora, na chuva

E antes mesmo de a música acabar
abria os meus olhos,
E lá estavas tu…

Me olhando
Sorrindo
De rostinho molhado
De vestido molhado
De sapatinhos molhados…

E de repente, te estenderia a minha mão
E  vinhas…
E lá, sob a chuva
Mas, sobre as nuvens
dançávamos… até o fim

da música, da noite

No que seria a última vez.

Gilson Cruz

Veja mais em:  O tempo ( Contador de histórias) – Jeito de ver.

Romântico (Uma poesia simples)

 

 

Ser romântico

É poder sonhar, ao menos um pouco,
e planejar,
mesmo sabendo que a realidade não é um sonho.

É acreditar que é possível,
é ter uma razão para ser otimista
quando as luzes apagam
e acreditar na luz
quando outros se escondem na escuridão.

É acreditar…

Ser romântico é parecer tolo
aos insensíveis,
cegos aos hedonistas
e irreal aos vazios de alma,
aos que sobrevivem apenas ao dia.

É ter no riso uma razão a mais,
e nas palavras algo certo a dizer,
nas mãos a simplicidade,
mas ter algo,
ter algo sempre…

Ser romântico
é não desejar mais que o possível,
é não desprezar o que se tem.
Sim… é amar o que se tem.

É poder sonhar e lutar
quando outros se escondem,
e talvez parecer tolo aos insensíveis.

É valorizar o riso da pessoa amada…
e amar tudo, tudo que se pode ter.

 

Leia mais Versos sem destino ( um conto ) ‣ Jeito de ver

 

Tanto pra falar (Música de Alan Sampaio)

Violão. A Canção no Post "Tanto pra Falar". Composição Alan Sampaio e Gilson Cruz. Divulgue a sua Obra.

Imagem de Firmbee por Pixabay

Sobre a Música

Inspirado na Jovem Guarda e nas melodias românticas dos anos 1970, o compositor Alan Sampaio trabalhou em mais uma de suas belas melodias.

Conheça e prestigie a sua obra.

Tema: Tanto pra falar

De: Alan Sampaio/Gilson Cruz

Intérprete: Grupo Terra

Edição: Jeito de Ver

Leia também:

 Que tal compor a sua obra de arte? ‣ Jeito de ver

 

 

 

Rosa Negra – Música de Ranne Ramos

Um homem, um violão, a arte A canção "Rosa Negra" é uma bela composição de Ranne Ramos. Divulgue a sua obra.

Imagem de Firmbee por Pixabay

 

 

 

Informações sobre a Música

ROSA NEGRA

Autor: Ranne Ramos

Ano : 2010-2011

Intérprete: Grupo Terra

A canção é uma homenagem  a uma colega dos tempos de escola que costumava se vestir de preto, recebendo o apelido de Rosa Negra.

A gravação foi realizada durante o ensaio do Grupo Terra, preservando erros da sessão.

 

 

Rosa Negra

 

A cor do som

na tristeza de um acorde menor

Da inocência, enclausurada ao riso, presa por um nó

 

E a minha dor, o meu amor

andam lado a lado com as estrelas

E ao deserto, fui atrás de uma miragem para que eu te esqueça

Rosa Negra

 

Te ver sorrir é melhor que contemplar o mar

E um universo sem razão

ri, como o seu olhar

E a vida flui como um Jazz, meio desconexo

E eu encontro a paz, que me traz enfim

um sentimento, complexo…

 

Rosa Negra…

Veja mais Veja mais em

 

Veja também Rosa Negra – Videoclipe da canção ‣ Jeito de ver

 

 

 

Aqueles olhos – Apenas mais uma poesia

Uma jovem em um jardim. Uma poesia sobre os olhos inesquecíveis.

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Gilson Cruz

Jamais me esquecerei,

aqueles olhos que traziam brilhos de esperança

Não eram  pretos, como a noite

castanhos, ou  azuis como o céu no verão…

eram verdes

Mas, não era um verde qualquer

era um verde que  apaixonava

cada vez que sorria.

Que me fazia esquecer das letras de músicas

dos poemas que escrevia…

e que me fazia tímido…

Ah! não bastavam serem verdes

eram também mágicos…

Falavam milhares de coisas – sem palavras

Traziam melodias prontas – mesmo sem  notas

Fazia que desejasse que os segundos, fossem séculos…

Triste, que até mesmo séculos passam…

Mas, sinto falta daquele olhar

que trazia brilhos de esperança,

melodias, desejos e poesias…

E que não eram pretos, lindos como a noite

ou castanhos como eram seus cabelos…

Eram verdes…

Sim, eram verdes.

Leia mais em  Teus olhos verdes (Menina) – Jeito de ver

Amizade ao Longo da Vida – definições

Amizade. Um texto sobre a amizade e tempo.

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AMIZADE: A JORNADA DO AFETO E DA CONEXÃO HUMANA

A amizade é uma rica tapeçaria de afeto entre indivíduos, tecida com carinho, lealdade e proteção. Pode ser descrita como a relação afetiva que preenche nossas vidas com cores únicas.

NA RODA DA VIDA

Desde a infância, encontramos companheiros de jornada que transformam o mundo ao nosso redor. Aquelas risadas enquanto brincávamos, as pequenas frustrações, tudo isso cria laços que dão sentido à nossa existência.

Quantos daqueles amigos de infância ainda estão conosco hoje?

A adolescência nos traz cumplicidade, segredos compartilhados e planos grandiosos que talvez nunca se realizem. É uma época onde as amizades são vitais, mesmo que os adultos pareçam seres de um mundo distante.

O VALOR DOS CAMINHOS DIVERSOS

Com o tempo, cada um segue seu próprio rumo, trilhando novos caminhos. É a dinâmica da vida, onde novos amigos surgem, trazendo consigo preciosas lições.

Nessa jornada, aprendemos que amizades superficiais também existem, muitas vezes mascaradas por desejos egoístas. A verdadeira amizade não impõe, não abusa, mas respeita e compartilha de maneira genuína.

A ESSÊNCIA DA GENEROSIDADE

É comum pensar que um amigo deve ser como desejamos, mas a verdadeira essência está em compreender o que estamos dispostos a oferecer. Amizades verdadeiras não exigem trocas constantes, pois a lealdade não se baseia em barganhas.

Pergunte-se: Que tipo de amigo tenho sido? E, mais importante ainda, que tipo de amigo desejo ser?

As amizades verdadeiras transcendem distâncias e resistem ao teste do tempo. São tesouros preciosos que nos lembram que nunca estamos sozinhos neste mundo.

Então, por que não ser o amigo que tanto desejamos ter ao nosso lado?

UM NOVO OLHAR

A amizade é uma jornada enriquecedora, repleta de altos e baixos, mas é no valorizar e no cuidar do outro que encontramos seu verdadeiro significado.

Que cada passo nessa jornada seja um testemunho do nosso compromisso em ser um amigo verdadeiro, alguém que ilumina a vida do outro com a luz da empatia e da compreensão.

Essa é outra maneira de ver a amizade.

Veja mais em  Inventando passados (O Criador de histórias) – Jeito de ver

O compositor (para inspirar)

E a melodia, como a amada,que se sente amada descansa agora em seus braços

Imagem de Pexels por Pixabay

Momentos para contemplar

Gilson Cruz

Sentado

esperando inspiração

o músico senta,

na mesma praça, na grama, junto a antiga árvore

As notas fluem no braço do instrumento

que também é seu braço, e juntos

tentam abraçar a música no ar

A melodia ainda solta, teme ser esquecida

e ele desesperado a repete, como num mantra

e ela fica.

E a melodia, como a amada,

que se sente amada

descansa agora em seus braços,

em seu coração.

Jamais será esquecida!

Veja mais  Que tal compor a sua obra de arte? – Jeito de ver

A velha praça (um texto para te lembrar!)

Um banco na praça. Um texto nostálgico.

Imagem de João Almeida por Pixabay

O Mundo Era um Pouco Menos Estranho

As Canções de Setembro

Não tínhamos tanto medo, não desconfiávamos do escuro.
A velha praça era mal iluminada,
podíamos ver estrelas
e ouvir as meninas cantando.

Elas ensaiavam uma canção de setembro.
Era lindo ouvi-las cantar…

Os casais caminhavam de mãos dadas e havia tanta vida pra viver.
O tempo parecia parar, para que eles passassem
e para que também ouvissem as meninas naquela canção de setembro.

Os bares desligavam seus aparelhos sonoros
para que as vozes tomassem o ambiente.
As pessoas sabiam que seria apenas uma música,
um instante na hora, na história.
Por isso, não tinham pressa…
e por coincidência, era setembro.

O Maldito Tempo

Maldito tempo,
por que tinha que passar, ainda que devagar? Maldito tempo!

Quem dera aquele momento fosse eterno
e as pessoas não vivessem como vivem hoje, com essa pressa,
trancadas em telas de aparelhos, escravas da pressa e dessa impaciência…

Quem dera aquele tempo lançasse uma semente no vento,
e as pessoas aprendessem um novo instrumento
e cantassem juntas.

Quem dera não vivessem isoladas nesta multidão, como vivem hoje.
Quem dera os músicos pudessem cantar nas ruas
e que poesias pudessem ser decantadas…
Sem pressa, no devido tempo.

E que as belas meninas, sentassem novamente, naquele mesmo lugar,
na velha praça, e cantassem novamente
e semeassem no ar as velhas canções de setembro.

Gilson Cruz

Leia mais em O tempo ( Contador de histórias) – Jeito de ver

Um pouco de preguiça (um poema)

Despertador. Os momentos de tédio são preguiçosos. Uma poesia sobre aproveitar o tédio.

Imagem de Jan Vašek por Pixabay

 

Momentos para contemplar

Gilson Cruz

Preguiçosa como as Segundas

O Ritmo dos Sentimentos

A ansiedade caminha,
a tristeza senta,
mas a alegria tem pressa,
não quer esperar.

O Tempo Preguiçoso

Preguiçosa
como todas as segundas,
passam as horas de angústia
e o nada se encaixa no vazio,
sem imaginação.

E os pensamentos querem voar,
voar como as horas voam
na presença da pessoa amada
e nos bons momentos.

Voar como o tempo da canção,
das notas.
E também andar,
mas sem pressa.

A Contemplação

Preguiçosamente,
contemplar também o que há de bom…

O nascer de um dia de sol,
as diferentes nuvens
de um dia de chuva.

Um bom livro,
uma boa música,
a melhor companhia,
a noite,
e o dom da vida…

 

Veja mais em A esperança (Poesia de resistência) ‣ Jeito de ver

 

 

 

 

 

 

 

Poema ao amanhecer do Outono

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Imagem de wal_172619 por Pixabay

Por Gilson Cruz

A calma nas ruas

e o gosto suave do frio que se aproxima

e me trazem de volta

o sabor do encontro das estações

Flores tímidas,  nordestinas

Olhar suave de menina…

Pessoas passam nas mesmas ruas

sem contemplar o céu

sem estrelas, sem lua, sem nada

como num branco papel

A ser preenchido com letras, palavras, com lágrimas

E quando se retirar o véu…

dele brotará um sol

e ventos, do olhar que fascina

que trazem das estações, o encontro

de flores tímidas, nordestinas

onde  se escondem atrás de nuvens, estrelas

e o brilho doce do olhar de menina.

Leia também  A pequena bailarina (pequenos versos!) ‣ Jeito de ver