Por que a luz se esconde à noite E as palavras somem no silêncio? Por que o riso se recolhe no momento mais necessário? Ah! Brenda Se eu pudesse te explicar a vida De modo simples, Te diria que o céu é azul Pra acalentar teus sonhos E que a lua prata Brilha para te mostrar o caminho… E no final do caminho Depois de cantarem os grilos E as estrelas se esconderem Há uma nova estrada… Talvez, não tão diferente… Pois diferentes são os olhares Os passos e as esperas A beleza estará sempre no olhar As histórias, nos passos… E é na espera que se cresce e vive o amor. Te diria que a escuridão da noite É prenúncio de um dia de luz E que as palavras se calam… Para que o silêncio
fale o que em palavras não se pode dizer… Por isso, Menina Olha o céu azul… E se um dia estiver cinza… Permita que o teu sorriso O ilumine… E lumine… Brenda.
Um poema para Brenda (Com H de ‘hoje’)” é uma delicada reflexão poética sobre o crescer, o tempo e os sentimentos que se escondem nos silêncios da vida.
Com imagens que evocam a noite, o céu, a lua e o riso que às vezes se perde, o texto convida à escuta interior e ao acolhimento das dúvidas que surgem no caminho.
É um gesto de amor que procura suavizar as incertezas, lembrando que até os dias cinzentos podem ser iluminados por um sorriso.
Mais que um poema dedicado, é um lembrete de que a beleza está no olhar — e que, mesmo quando tudo parece calar, o amor continua a falar suavemente.
“Todos os dias, todas manhã Sorriso aberto e Roupa Nova…” — Roupa Nova, Milton Nascimento
Falar sobre o grupo Roupa Nova é como abrir o velho baú das memórias. Não é apenas música — é infância, juventude e afeto embalados em canções.
Talvez eu não seja a melhor pessoa do mundo para contar a biografia do Roupa Nova, pois falar do grupo Roupa Nova é estranho — é como revisitar a minha infância.
Relembrar as dificuldades para ir à escola no início dos anos 1980, quando, infelizmente, muitas instituições de ensino estavam em estado de abandono, reflexo da negligência de um governo autoritário que não valorizava a educação.
A situação era tão crítica que a escola Arquiteto Raul Cajado teve, intencionalmente, uma de suas letras trocadas para formar um trocadilho digno de processos…
Na cidadezinha em que eu morava, todos os prédios escolares estavam arruinados naquele início de década.
Nesse ambiente de descaso, as harmonias perfeitas e as músicas animadas do Roupa Nova acompanhavam meus passos rumo aos prédios que pareciam cenário de filme de guerra.
Em casa, a velha televisão valvulada da marca Colorado — preto e branco — ocupava a sala de estar.
Nos fins de semana, programas musicais e os rádios traziam as novidades.
As canções do grupo davam mais leveza aos novos dias.
Os Famks, os Motokas…
Mas a história deles era bem mais antiga do que eu imaginava.
Tudo tinha começado lá atrás, nos anos 1960, quando ainda não existia o Roupa Nova.
Em 1967, nascia o grupo Os Famks, no Rio de Janeiro.
Animavam festas e bailes, mas ainda não contavam com os integrantes que viriam pra encantar.
Foi só nos anos 1970 que os caminhos desses seis músicos se cruzaram de vez: Paulinho, Serginho Herval, Nando, Kiko, Cleberson Horsth e Ricardo Feghali.
Ainda como Os Famks, lançaram dois discos e, por um tempo, usaram o nome Os Motokas para gravar versões de sucessos internacionais.
Mas a virada veio no final da década.
Surge então o Roupa Nova.
A banda assinou com a gravadora Polygram e decidiu investir num som próprio.
Roupa Nova
O nome Roupa Nova foi inspirado em uma canção de Milton Nascimento e Fernando Brant, que gravaram em 1980.
O rádio tocava Sapato Velho…
Minha cabeça de menino não compreendia bem o significado, mas meu coração sentia algo diferente.
Roupa Nova
A música me inspirava a viver grandes coisas, mesmo sem entender direito.
Com o tempo, percebi: ela falava da passagem dos anos, das experiências e de um amor que não envelhece.
Ainda hoje, com cinquenta e poucos, ouço e me emociono.
A Canção de Verão era febre nas rádios.
Tentava seguir o contrabaixo do Nando — meu baixista favorito, mas neste grupo todos eram favoritos!
Na minha meninice, sonhava em assistir a um show daqueles que me acompanhavam nas manhãs escolares.
Aquela trilha sonora deixava tudo mais bonito.
A década de 1980 foi um estouro.
Era difícil escolher uma melhor música: Clarear, Lumiar, Vira de Lado, Voo Livre, Bem Simples, Anjo, Boa Viagem, Fora do Ar, Sensual, Chuva de Prata, Tímida e Não Dá. Whisky a Go Go virou clássico, tema de abertura da novela Um Sonho a Mais, junto com Chuva de Prata, num dueto com Gal Costa.
Lembro que, em todo baile que eu ia, havia uma regra: a banda tinha que tocar Whisky a Go Go.
Anos depois, senti a emoção do público ao tocá-la nas festas em que pude me apresentar.
Mas pra mim, tudo era Lumiar e Voo Livre.
Com o início da adolescência, as harmonias me arrepiavam a espinha.
Meus amigos curtiam as mais agitadas, mas eu… era das baladas românticas.
Em 1985, mais sucessos…
A banda lançou o disco mais vendido da carreira: mais de dois milhões de cópias!
A minha quinta série teve como trilha sonora Dona (tema de Roque Santeiro), Seguindo no Trem Azul, Linda Demais, Sonho, Corações Psicodélicos e Show de Rock’n Roll, que tocavam durante os vinte minutos de intervalo na escola.
As paixões aconteciam, e talvez por isso eu fosse mais chegado às músicas românticas.
Nos anos seguintes, eles continuaram firmes.
Vieram com Um Sonho a Dois (com Joanna), Volta Pra Mim, A Força do Amor, Cristina, De Volta Pro Futuro, Meu Universo É Você e Vício.
Em 1989, ainda com gás, gravaram Eu e Você com José Augusto, tema da novela Tieta, parceria perfeita!
Anos 90 – Adolescência, paixões e músicas
Na década seguinte, os tempos de menino ficaram pra trás.
Gostava de cantar a música Cristina, que foi lançada em 1987… sonhava tocar o projeto de minha banda, mas a vida nem sempre segue o curso desejado.
Aos 22 anos, passei a trabalhar em uma escola — de poucos recursos, mas diferente daquelas do início da década anterior — breve carreira de professor.
Lembro de um aluno de seis anos que me perguntou: “Professor, o senhor gosta do Roupa Nova?”
Mas… a resposta era óbvia demais!
Expliquei ao pequenino que, desde bem menino, colecionava discos e fitas do grupo.
Fui presenteado com a Fita K-7 Frente e Versos.
O álbum trazia sucessos como Coração Pirata, tema de Rainha da Sucata.
Trazia também uma linda versão de Yesterday, dos Beatles, e parcerias ousadas como Esse Tal de Repi Enroll, com o grupo americano The Commodores.
Eu era apaixonado por Cartas.
Em 1991, lançaram o primeiro álbum ao vivo, revisitando clássicos como Lumiar, Anjo, Linda Demais, Volta Pra Mim, Clarear, entre outras. Duas faixas inéditas viraram trilha de novela: Felicidade e Começo, Meio e Fim, que marcaram a novela Felicidade, da Globo.
Aquele ano trouxe também um momento simbólico: a banda subiu ao palco do Rock in Rio!
Releituras
Eles revisitaram seus sucessos e dividiram Todo Azul do Mar com Beto Guedes.
Uma das mais belas canções, numa nova roupagem!
Em 1993, veio De Volta ao Começo, só com releituras de clássicos da MPB.
Tinha Gonzaguinha, Roberto Carlos, Os Mutantes, Milton Nascimento…
Destaques para De Volta ao Começo (tema de Renascer), Ando Meio Desligado (tema de Sonho Meu) e Maria Maria, que só virou trilha de novela anos depois, em 2007 (Caminhos do Coração).
Em 1994, lançaram Vida Vida, com a inesquecível A Viagem, tema da novela de mesmo nome. Ficou meses entre as mais tocadas.
Tinha também Os Corações Não São Iguais (que virou hit com outros artistas), Louca Paixão e Coração Aberto.
Em 1995, lançaram uma coletânea de trilhas de novelas, incluindo Ibiza Dance — tema instrumental de Explode Coração, que até ganhou remix.
Poderia contar ainda mais. Mas seria como tentar resumir o tempo.
Resumo de uma Vida
As canções que me acompanhavam desde a infância receberam novas músicas para a trilha da minha adolescência…
Sim, é verdade, muito mais eu poderia falar sobre discografia, biografias, a sentida perda do Paulinho… muitas coisas, mas, assim como as suas canções, gostaria de deixar algo de bom.
A banda mantém o ritmo com Fábio Nestares, músico experiente e carismático, mantendo aquilo que sempre foi o foco da banda: fazer música de qualidade, boa de ouvir.
Apesar da superficialidade dos streamings, independentemente das constantes mudanças no mercado musical, Roupa Nova sempre está presente. Com músicas de qualidade!
Roupa Nova é isso: trilha da vida de muita gente.
Deu voz às minhas primeiras paixões, me acompanhou nos tempos de escola, virou canção de ninar para minha filha e, hoje, com a minha família, é a trilha sonora dos nossos melhores dias.
Infelizmente, nas mudanças da vida, a minha coleção de vinil ficou no passado, não consegui preservar.
Mas, falar de Roupa Nova é falar de emoção, de vida.
E, pra quem viveu tudo isso — ou está conhecendo agora — é impossível não sentir um aperto no peito e um sorriso no rosto quando toca uma daquelas canções.
Os eternos meninos Paulinho, Serginho Herval, Nando, Kiko, Cleberson Horsth, Ricardo Feghali e Fábio são parte da história.
Roupa Nova é memória viva. É a trilha sonora da minha vida.
Vivemos em um mundo onde culturas se encontram, se influenciam e, muitas vezes, se confrontam.
No Brasil, esse cenário ganha contornos particulares: por um lado, temos uma rica diversidade cultural; por outro, enfrentamos um sentimento persistente de inferioridade diante do que é estrangeiro.
Este artigo propõe uma reflexão sobre o conceito de superioridade cultural e a chamada “síndrome do vira-lata”, termo consagrado por Nelson Rodrigues.
Ao analisar também a influência do estilo de vida americano e os limites entre apreciação e apropriação cultural, buscamos compreender os mecanismos que moldam a forma como os brasileiros percebem sua própria identidade.
A Superioridade Cultural e a Síndrome do Vira-Lata:
Uma Análise Psicológica
O Conceito de Superioridade Cultural
A ideia de superioridade cultural implica que certos valores e práticas tornam uma cultura intrinsecamente melhor do que outras.
Historicamente, esse pensamento foi reforçado pela colonização, onde culturas dominantes impuseram seus costumes às consideradas “inferiores”.
Essa dinâmica ainda ecoa hoje, influenciando a forma como sociedades se percebem e interagem culturalmente.
A educação tem papel central nesse processo. Quando privilegia uma cultura, seus valores se tornam mais aceitos e difundidos.
A mídia também colabora, promovendo estereótipos que reforçam a noção de que algumas culturas são mais “avançadas” ou “superiores”.
O “exótico” e o “estrangeiro” frequentemente ganham status de superioridade, eclipsando tradições locais.
Esse fenômeno traduz um esforço de afirmação identitária por meio do contraste com o outro.
A comparação cultural tende a gerar divisão, desvalorização interna e conflitos simbólicos.
Compreender a psicologia por trás dessa visão é essencial para desconstruir mitos e promover um olhar mais equitativo.
Cultivar o respeito às diversas expressões culturais é reconhecer a riqueza do patrimônio humano.
A Síndrome do Vira-Lata Segundo Nelson Rodrigues
Nelson Rodrigues cunhou o termo “síndrome do vira-lata” para descrever a inferiorização da identidade cultural brasileira.
A expressão compara o sentimento de menosvalia ao vira-lata, cão sem raça definida, frequentemente ignorado ou desprezado.
Esse fenômeno emerge após anos de influência estrangeira, onde o externo é visto como superior ao que é nacional.
Muitos brasileiros, influenciados por essa lógica, desvalorizam suas raízes e tentam imitar culturas percebidas como mais refinadas.
Na música, na moda e nas artes, a preferência por tendências estrangeiras é um reflexo claro desse comportamento.
Isso também se manifesta na política, quando se subestima a capacidade e os valores nacionais em discursos públicos.
A síndrome do vira-lata enfraquece a autoestima coletiva e fragmenta a identidade cultural do país.
Compreender esse conceito é crucial para resgatar o valor da cultura brasileira e promover autoconfiança cultural.
Rodrigues não só diagnosticou um problema psicológico-social, mas também propôs uma reflexão sobre como nos enxergamos como povo.
Ao reconhecer esse desafio, abre-se caminho para fortalecer a identidade nacional e restaurar o apreço pelas nossas origens.
A Influência da Cultura Americana: O American Way of Life
O American Way of Life representa o estilo de vida idealizado dos Estados Unidos e se espalhou globalmente através do soft power.
Música, cinema, moda e outros elementos da cultura pop são utilizados para moldar preferências e comportamentos mundo afora.
Filmes americanos promovem ideias de liberdade, individualismo e sucesso, influenciando padrões e aspirações em diferentes países.
Essas narrativas são absorvidas como modelos, transformando visões sobre o que é desejável ou moderno.
A música dos EUA, do jazz ao hip-hop, cria conexões afetivas e influencia gostos e identidades locais.
Na moda, marcas americanas ditam tendências globais, levando à adoção de estéticas que refletem o lifestyle estadunidense.
Essa assimilação cultural tende a valorizar o que é externo, relegando o local a um segundo plano.
O resultado é uma mudança nas percepções identitárias, muitas vezes reforçando a síndrome do vira-lata.
Tradições locais são ignoradas ou reinterpretadas sob a ótica do que é considerado moderno ou globalmente aceito.
Essa influência nos convida a refletir sobre os impactos da globalização e sobre como preservar o que nos torna únicos.
Reflexões Finais: Da Apreciação Cultural à Apropriação
A apreciação cultural promove aprendizado, empatia e convivência harmoniosa entre diferentes tradições e modos de vida.
No entanto, existe uma linha tênue entre apreciar e apropriar-se de elementos culturais alheios.
A apropriação ocorre quando práticas culturais são utilizadas fora de contexto, sem respeito ou compreensão adequados.
Isso pode reduzir tradições ricas a modismos superficiais, esvaziando seus significados originais.
Além disso, reproduz desequilíbrios de poder, reforçando estereótipos e marginalizando comunidades que originaram essas práticas.
Como valorizar outras culturas sem apagar as nossas próprias? Essa é a questão central do debate contemporâneo.
É necessário promover o respeito à origem e ao simbolismo de cada expressão cultural com que entramos em contato.
A educação e o diálogo são fundamentais para distinguir apreciação de apropriação.
Trocas culturais devem ser vividas como construção de pontes, não como imposição ou cópia.
Ao respeitar a diversidade, fortalecemos não apenas o outro, mas nossa própria identidade e senso de pertencimento.
“Quando um povo compreende suas origens, fortalece sua autoestima e reconstrói sua identidade com mais confiança.”
A Lei da Selva no Mundo Comercial: Dumping e Deslealdade nas Relações de Mercado
Não existem bondades ou favores no mundo comercial, existe estratégia. Muitas vezes, quando uma empresa reduz drasticamente seus preços, ou, por exemplo, trabalha com fretes grátis, há um objetivo implícito: eliminar a concorrência.
O nome dessa prática é dumping. Trata-se de vender um produto no mercado interno ou externo por um preço inferior ao praticado no mercado interno ou abaixo do custo de produção, com o objetivo de conquistar o mercado, eliminar concorrentes ou prejudicar a indústria local. Uma verdadeira lei da selva, onde os mais fortes economicamente sobrevivem.
O Conceito de Dumping e Suas Características
Existem dois tipos principais de dumping: ocasional e predatório. O dumping ocasional ocorre quando uma empresa vende um excesso de estoque ou um produto que não é mais desejado a um preço abaixo do custo.
Este visa recuperar parte do investimento e liberar espaço em seus armazéns.
Já o dumping predatório é uma estratégia mais agressiva. A empresa reduz seus preços de modo a fazer com que concorrentes menos fortes não consigam sobreviver a essa pressão e saiam do mercado. Consolidada a posição, a empresa aumenta os preços, prejudicando os consumidores a longo prazo.
As implicações legais variam conforme a jurisdição. Muitos países possuem legislações antidumping para proteger a concorrência justa e prevenir distorções de mercado. Essas legislações podem incluir tarifas adicionais sobre produtos considerados como dumping, dificultando sua entrada no mercado nacional e protegendo as indústrias locais.
Do ponto de vista ético, o dumping levanta questões sobre a moralidade das ações empresariais e o impacto no ambiente de negócios. Ao afetar a concorrência saudável, pode gerar um ciclo de preços baixos e queda na qualidade, comprometendo a integridade do mercado.
Deslealdade Comercial: Como o Dumping Afeta o Mercado
O dumping envolve a venda de produtos a preços abaixo do custo de produção ou inferiores aos praticados em mercados domésticos. É usado para ganhar participação de mercado rapidamente, mas traz sérias consequências para a concorrência e o comércio local.
A deslealdade comercial do dumping prejudica empresas e ameaça a sustentabilidade de pequenos negócios. Empresas que praticam dumping eliminam concorrentes e concentram o poder nas mãos de grandes corporações, como assim?
Empresas Grandes que conseguem absorver as perdas financeiras associadas à venda a preços desleais.
Com o tempo, isso reduz a diversidade de ofertas e inibe a inovação. Um exemplo são marcas internacionais de vestuário que, ao entrarem em novos mercados, usam preços predatórios. Esses preços tentadores, insustentáveis a longo prazo, levam ao fechamento de lojas locais.
Consequências locais
As consequências incluem perda de empregos, queda na arrecadação de impostos e a erosão do tecido econômico local, prejudicando comunidades vulneráveis. Na prática, algumas super empresas operam com prejuízos durante anos até eliminarem a concorrência.
No comércio online, por exemplo, muitas empresas tradicionais caíram com a chegada da Shopee, parte do Sea Group. O Sea Group é um conglomerado que atua em diversas áreas: e-commerce (Shopee), jogos (Garena) e serviços financeiros digitais (Sea Money).
Além disso, o dumping desvaloriza o trabalho de pequenas empresas, que, apesar de oferecerem qualidade e bom atendimento, não conseguem competir com preços artificialmente baixos.
E a Taxa das blusinhas?
No Brasil, o Congresso aprovou uma lei conhecida como “taxa das blusinhas”, que, embora não seja tecnicamente uma medida antidumping clássica, busca proteger a indústria nacional da concorrência desleal. Por ser impopular, a medida trouxe críticas ao governo.
O Congresso falha ao se limitar a projetos de oposição, cortes midiáticos e à falta de criatividade em projetos para estimular a indústria nacional. Em última análise, a deslealdade nas relações de mercado gera um ciclo vicioso que ameaça o equilíbrio e a saúde do comércio justo e sustentável.
A Ascensão do Monopólio: Casos de Empresas que Aumentaram Preços Após a Eliminação da Concorrência
Em diversos setores, a ascensão de monopólios é impulsionada por práticas como o dumping. A empresa reduz preços abaixo do custo para eliminar concorrentes e, depois, aumenta-os significativamente.
Na indústria de telecomunicações, operadoras ofereceram tarifas baixas para conquistar clientes e, depois de consolidar mercado, elevaram os preços, afetando milhões. Isso prejudica os consumidores e reduz a qualidade dos serviços, pois a competição é enfraquecida.
Na área de medicamentos, empresas subsidiam preços para eliminar concorrentes menores e, depois, aumentam os valores. Isso limita o acesso a tratamentos e encarece os custos para o consumidor.
Esses casos mostram como o monopólio afeta o mercado e a economia. As táticas usadas comprometem a concorrência saudável e distorcem os princípios do livre mercado.
A Transformação dos Supermercados: De Lojas de Vizinhança a Galpões Frios
Os supermercados, antes comércios de vizinhança com atendimento personalizado, se transformaram em grandes galpões frios. A pressão da concorrência e as práticas de dumping mudaram o perfil do setor.
Hoje, os supermercados priorizam a eficiência econômica, sacrificando o relacionamento com o cliente. Essa mudança reduz a diversidade do mercado e limita as escolhas do consumidor.
O excesso de marcas próprias vendidas a preços inferiores prejudica os pequenos comerciantes. Para o consumidor, a compra se torna mecânica e distante. Para os pequenos negócios, o cenário torna-se hostil.
Entenda:
Medidas Antidumping
As medidas antidumping:
Exigem investigação administrativa prévia.
Aplicam-se apenas com comprovação da prática.
Visam corrigir distorções e proteger a indústria local.
Que tal começarmos este texto com este slogan bem fofinho?
É verdade que o amor é demonstrado e vivido das mais variadas formas, mas o slogan acima não se referia necessariamente a essas “mais variadas formas…”
Antes de entrarmos neste assunto, que tal conhecer um pouquinho da história do Dia dos Namorados?
Uma história de amor, fé, festa e… muito, muito marketing.
Valentine’s Day e Dia dos Namorados: uma história de amor, fé, festa e… marketing
Todo mês de junho, vitrines se enchem de corações, promoções e promessas de amor.
No hemisfério norte, o clima é parecido — só que acontece em fevereiro.
Mas o que muitos talvez não saibam é que tanto o Valentine’s Day quanto o nosso Dia dos Namorados têm origens bem mais curiosas (e contraditórias) do que parecem.
Entre cabras sacrificadas, santos apaixonados, poetas medievais e publicitários criativos, o amor encontrou muitas formas de se expressar ao longo dos séculos. E vale a pena olhar com carinho essa trajetória.
🌿 Entre rituais e rebeldias
Antes de tudo virar cartão com glitter, havia festa pagã e sangue de bode. Na Roma Antiga, existia um festival chamado Lupercália, celebrado todo mês de fevereiro.
Os sacerdotes sacrificavam cabras e cães, depois saíam pelas ruas com tiras desses animais, tocando suavemente nas mulheres para garantir fertilidade.
A cena pode parecer estranha hoje, mas era uma mistura de rito de purificação, culto à fertilidade e homenagem a deuses como Juno, ligada ao casamento, e Pan, ligado à natureza e aos instintos.
Mas foi no século III, ainda em Roma, que surgiu o nome que daria origem à celebração moderna: Valentim.
Um padre que desafiou as ordens do imperador Cláudio II, que havia proibido os casamentos achando que soldados solteiros eram melhores guerreiros. Valentim discordava — e seguia celebrando casamentos às escondidas. Descoberto, foi preso. Na prisão, apaixonou-se pela filha do carcereiro, que era cega.
Diz a lenda que ele curou sua visão e, antes de ser executado (em 14 de fevereiro de 270), escreveu-lhe uma carta com a assinatura que atravessaria séculos: “Do seu Valentim.”
✝ Quando a Igreja entra na dança
A Lupercália incomodava os cristãos.
Em 496, o papa Gelásio I oficializou o Dia de São Valentim, apagando aos poucos os traços pagãos da festa e transformando-a em uma celebração cristã. Coincidência (ou não): a data foi marcada para 14 de fevereiro, o dia da morte do mártir.
Com o tempo, São Valentim virou o patrono dos apaixonados — embora, em 1969, o Vaticano tenha removido seu nome do calendário oficial, alegando falta de provas sobre sua história.
Mas, a essa altura, o amor popular já estava muito além da burocracia religiosa.
Do canto dos pássaros aos cartões rendados
Na Idade Média, o romantismo ganhou força.
Poetas como Geoffrey Chaucer, na Inglaterra, começaram a associar o 14 de fevereiro ao tempo do acasalamento dos pássaros — uma espécie de primavera emocional. Era o início do chamado amor cortês, onde nobres trocavam cartas, poemas e pequenas lembranças.
Na França, chegou a existir uma “Corte do Amor”, com concursos poéticos celebrando os encantos da paixão.
Já no século XIX, a revolução foi industrial: nos Estados Unidos, Esther Howland, filha de donos de papelaria, criou os primeiros cartões de Valentine em larga escala.
Em seu primeiro ano, vendeu o equivalente a cinco mil dólares — uma pequena fortuna na época.
Corações, rendas e cupidos viraram padrão. O amor começava a andar de mãos dadas com o comércio.
E no Brasil? Santo Antônio e a jogada de mestre
Enquanto o resto do mundo celebra o amor em fevereiro, aqui no Brasil a data foi plantada com criatividade e estratégia. Em 1948, o publicitário João Doria (pai do ex-governador de São Paulo) foi chamado para aquecer as vendas de junho — um mês considerado fraco para o comércio.
Inspirado no sucesso do Dia das Mães, criou o Dia dos Namorados, marcado para 12 de junho, véspera do dia de Santo Antônio, o conhecido “santo casamenteiro”.
O slogan da campanha era direto e afetuoso: “Não é só com beijos que se prova o amor.”
Funcionou. Hoje, o 12 de junho é a terceira data mais lucrativa do varejo brasileiro, atrás apenas do Natal e do Dia das Mães.
🌍 O amor em outras línguas
Em outros cantos do mundo, o amor também encontra jeitos inusitados de se manifestar:
Dinamarca: Homens mandam bilhetes anônimos rimados (gaekkebrev). Se a mulher adivinhar quem enviou, ganha um ovo de Páscoa.
África do Sul: Mulheres usam corações com o nome do pretendente costurado na manga da roupa.
Filipinas: Casamentos coletivos gratuitos são tradição em 14 de fevereiro.
Finlândia e Estônia: Comemoram o Dia da Amizade — amor em todas as formas.
💘 Entre o afeto e a vitrine
Pode parecer contraditório: uma história de santos, rituais, amor cortês… terminando em vitrines de shopping.
Mas talvez aí esteja justamente o charme dessas datas: elas se reinventam.
Hoje, 59% dos espanhóis dizem gastar, em média, €95 no Valentine’s Day.
E no Brasil, em 2025, os restaurantes e floriculturas seguem cheios no dia 12 de junho. O amor pode até não ter preço — mas, no mundo moderno, ele tem data marcada, slogan, embalagem… e lugar garantido no calendário do coração (e do comércio).
P.S. É verdade que, em tempos de algoritmos (Tinder, Bumble), o clima de romance perdeu um tanto de seu encanto, e as pessoas, como num “capitalismo emocional tecnológico”, consomem seus afetos, assistem até enjoar e clicam no próximo… não se permitindo viver um pouco mais uma história.
Uma velha frase, talvez distorcida em minha memória — acredito que seja do Ailton Krenak, embora me lembre muito as citações do Goulart — dizia mais ou menos assim: “A vida não é útil, não se come. Mas, sem ela, a gente não come, não ama.”
É estranho como, mesmo em tempos tecnológicos, geramos bilhões de curtidas românticas por dia e tudo o que, às vezes, sonhamos é com um olhar sincero, diferente, que dure mais de 30 segundos.
Por muito tempo, as praças das pequenas cidades do interior nordestino ficavam lotadas de homens que se aventuravam em caminhões desconfortáveis ou ônibus em péssimas condições para o trabalho nas fazendas de corte de cana no Sudeste do Brasil.
Se expunham ao trabalho pesado, alguns morriam picados por cobras venenosas, outros penavam de saudade.
A bebida alcoólica fazia companhia ao sofrimento de muitos.
O Sudeste era símbolo de progresso, e o Norte e Nordeste eram vistos como símbolos de abandono e atraso.
Mas, como se deu isso?
A herança colonial
Esta é uma das heranças do período colonial, em que a exploração do território brasileiro foi feita de forma predatória e concentrada em ciclos econômicos regionais (a cana-de-açúcar no Nordeste, o ouro em Minas, o café no Sudeste).
À medida que o ciclo do café cresceu, especialmente no século XIX, o Sudeste passou a ter maior influência política e econômica.
Era onde estavam as elites econômicas e políticas.
Durante o século XX, principalmente com Getúlio Vargas e, depois, Juscelino Kubitschek, o Brasil passou por uma rápida industrialização — mas quase toda concentrada em São Paulo e Rio de Janeiro.
Essas regiões já tinham melhor infraestrutura, mão de obra disponível e acesso aos portos. Investimentos em energia, transporte e indústria foram canalizados para lá, ignorando o potencial de outras regiões.
Era mais rentável investir onde já havia infraestrutura.
Os grandes centros de decisão, como o Congresso, os bancos, os grandes jornais e empresas, sempre estiveram no Sul e Sudeste.
Isso criou uma espécie de “círculo vicioso”: onde há mais riqueza, há mais poder, e onde há mais poder, mais recursos são direcionados.
O descaso com o Nordeste
O Nordeste passou a ser visto por parte das elites políticas e econômicas como “problema social”, e não como região estratégica.
As políticas públicas geralmente foram emergenciais ou assistencialistas, como frentes de trabalho ou ações contra a seca — sem atacar as causas da desigualdade.
Havia preconceito e marginalização histórica contra o Nordeste.
A falta de investimentos no campo nordestino, somada às secas e ao abandono, forçou milhões a migrar para o Sudeste, onde acabavam vivendo em condições precárias nas periferias urbanas.
Isso contribuiu ainda mais para a concentração populacional e a sobrecarga dos serviços nas grandes cidades — e o ciclo se repetia.
O modelo de desenvolvimento era concentrador e excludente.
Triste Partida
Neste contexto, Patativa do Assaré compôs uma das mais belas músicas do cancioneiro brasileiro: Triste Partida.
“Setembro passou, Outubro e Novembro, Já tamo em Dezembro, Meu Deus, que é de nós? Assim fala o pobre Do seco Nordeste, Com medo da peste, Da fome feroz…”
Embora Triste Partida não mencione diretamente o governo, o pano de fundo da canção é, sim, profundamente político — ainda que de forma sutil.
A seca é retratada não apenas como fenômeno natural, mas como uma tragédia social e humana agravada pela ausência do Estado e pela falta de políticas públicas eficazes para o povo nordestino.
A seca, constante no sertão, transforma-se em símbolo da negligência histórica com o Nordeste.
Luiz Gonzaga
A fome, o êxodo, a desesperança — tudo isso poderia ser amenizado com ação governamental, mas o que se vê é o abandono.
A canção narra o drama do sertanejo que deixa tudo para trás em busca de sobrevivência.
Isso é consequência direta da falta de apoio e estrutura, de crédito, de acesso à terra, de políticas de convivência com o semiárido.
O silêncio do autor sobre o governo, nesse caso, fala alto, sugerindo que o sofrimento é tão prolongado e recorrente que já nem surpreende mais.
A voz e a Asa Branca
O cantor que deu voz à canção foi Luiz Gonzaga, o autor de, entre muitas belas canções da música, Asa Branca.
A música Asa Branca, composta por Luiz Gonzaga e Humberto Teixeira em 1947, é uma das canções mais emblemáticas da música popular brasileira.
Ela retrata o drama da seca no sertão nordestino e a migração forçada dos sertanejos em busca de melhores condições de vida.
A letra é narrada por um sertanejo que se despede de sua terra natal devido à seca devastadora.
Ele menciona a ausência de chuvas, o sofrimento dos animais e a partida do pássaro asa-branca — símbolo da aridez do sertão.
O protagonista também se despede de sua amada, prometendo retornar quando a chuva voltar e a terra voltar a florescer.
Asa Branca é, portanto, uma canção que representa o Nordeste profundo, seu povo, sua dor, sua força e sua esperança.
É considerada um verdadeiro hino do sertão brasileiro.
Rei do Baião
Entender e expressar os sentimentos de um povo são prerrogativas de um Rei, e embora muitos o fizessem pela cultura nordestina, nenhuma voz soou tão alto quanto a de Luiz Gonzaga – O Rei do Baião.
O conhecimento da história pode ajudar a entender as raízes do preconceito e da ignorância e trazer à luz a luta de um povo que expressou a sua história e a sua luta por meio de trabalho e arte.
Vamos à história do Rei do Baião:
Luiz Gonzaga – O Rei do Baião
Luiz Gonzaga do Nascimento nasceu em 13 de dezembro de 1912, na Fazenda Caiçara, povoado do Araripe, em Exu, no sertão de Pernambuco.
Filho de Januário José dos Santos, sanfoneiro e consertador de instrumentos, e Ana Batista de Jesus, conhecida como Mãe Santana, Luiz foi batizado em 5 de janeiro de 1920 na matriz de Exu.
Seu nome foi escolhido em referência ao dia de Santa Luzia (13 de dezembro), e o sobrenome “Nascimento” foi inspirado no mês em que se celebra o nascimento de Jesus.
Desde pequeno, Luiz demonstrava fascínio pela sanfona do pai. Ajudava na roça, mas preferia ouvir Januário tocar.
Com o tempo, aprendeu o instrumento e passou a animar festas da região.
Aos 13 anos, comprou sua primeira sanfona com ajuda do coronel Manuel Aires de Alencar e suas filhas, que também lhe ensinaram a ler e escrever.
Sua primeira apresentação remunerada foi em um casamento — momento em que sentiu que a música era seu destino.
A fuga de casa e o Exército
Aos 17 anos, Luiz fugiu de casa após um romance proibido e uma surra da mãe.
Foi para o Crato, no Ceará, vendeu sua sanfona e seguiu para Fortaleza, onde alistou-se no Exército em busca de uma vida melhor.
Durante a Revolução de 1930, percorreu diversas regiões como corneteiro.
Em Minas Gerais, comprou uma sanfona nova e começou a ter aulas com o mestre Domingos Ambrósio.
Teve suas primeiras experiências públicas tocando em clubes, antes de ser transferido para Ouro Fino.
Em 1939, deixou o Exército.
Carreira no Rio de Janeiro
Sem notícias da família havia nove anos, permaneceu no Rio de Janeiro à espera de um navio de volta para Pernambuco.
Um colega do Batalhão de Guardas sugeriu que ele tentasse ganhar a vida tocando sanfona pela cidade.
Luiz começou a tocar nos bares do Mangue, nas docas e nas ruas. Logo passou a se apresentar em cabarés da Lapa.
No início, seu repertório era composto por tangos, fados e valsas — exigência do público.
Tentou a sorte nos programas de calouros de Silvino Neto e Ary Barroso, mas tirava notas baixas.
Em 1940, um grupo de estudantes cearenses o incentivou a tocar músicas nordestinas.
Com a música “Vira e Mexe”, ganhou nota 5 e o primeiro lugar em um concurso de rádio.
Sua habilidade chamou a atenção de Januário França, que o convidou para acompanhar Genésio Arruda em uma gravação.
Primeiras gravações e parcerias
O desempenho foi tão bom que Ernesto Morais, diretor artístico da RCA, convidou-o para gravar como solista.
Em 14 de março de 1941, Luiz Gonzaga gravou seus dois primeiros discos.
Nos anos seguintes, gravou cerca de 70 músicas, muitas instrumentais.
Em 1945, lançou seu primeiro disco como cantor, com a música “Dança Mariquinha”, marcando o início de sua carreira vocal.
Parcerias e o sucesso do baião
Em busca de um parceiro letrista, Luiz conheceu o advogado cearense Humberto Teixeira, com quem formou uma das duplas mais importantes da música brasileira.
Juntos lançaram sucessos como “Baião”, “Asa Branca”, “Assum Preto”, “Paraíba” e “Kalu”.
As músicas eram acompanhadas por sanfona, triângulo e zabumba — a formação clássica do forró pé de serra.
“Asa Branca”, lançada em 3 de março de 1947, se tornou um marco.
A canção, de caráter folclórico, retrata o drama do sertanejo diante da seca e foi gravada por artistas como Dominguinhos, Sérgio Reis e Baden Powell.
Retorno ao Nordeste e novos parceiros
Após anos longe de casa, Luiz retornou ao Recife e passou a se apresentar nos programas de rádio da capital. Com trajes típicos — gibão de couro, chapéu de vaqueiro e óculos Ray-Ban —, reforçava sua identidade nordestina.
Em 1949, levou a família para o Rio de Janeiro e conheceu o médico e compositor Zé Dantas, iniciando uma nova e frutífera parceria, que rendeu canções como “Vem Morena”, “Cintura Fina”, “A Dança da Moda” e “A Volta da Asa Branca”.
Entre 1948 e 1954, morou em São Paulo e viajava o Brasil fazendo shows.
Tornou-se um dos artistas mais populares do país, levando os ritmos do sertão para as grandes cidades.
Em 1980, Luiz Gonzaga cantou para o Papa João Paulo II, em Fortaleza. Apresentou-se também em Paris, a convite da cantora Nazaré Pereira. Recebeu o prêmio Nipper de Ouro e dois discos de ouro com o álbum “Sanfoneiro Macho”.
Vida pessoal
Luiz Gonzaga teve um relacionamento com a cantora e dançarina Odaléia Guedes dos Santos, com quem teve um filho, Luiz Gonzaga do Nascimento Júnior, o Gonzaguinha, em 1945.
Odaléia faleceu quando o menino tinha dois anos.
Em 1948, Gonzagão casou-se com Helena Neves Cavalcanti, que o ajudou a criar Gonzaguinha. O casal também adotou uma menina, Rosa Gonzaga.
Luiz Gonzaga morreu em 2 de agosto de 1989, no Recife, deixando um legado inestimável para a música brasileira.
Foi um dos artistas mais importantes da história da MPB e verdadeiro porta-voz da cultura nordestina.
Seus sucessos continuam vivos na memória do povo e influenciaram gerações de músicos, como Gilberto Gil, Caetano Veloso, Raul Seixas e Geraldo Vandré.
Será eternamente lembrado como o Rei do Baião, aquele que deu voz, forma e ritmo ao Sertão — e transformou a dor de sua terra em música eterna.
O conhecimento da história pode ajudar a entender as raízes do preconceito e da ignorância e trazer à luz a luta de um povo que expressou a sua história e a sua luta por meio de trabalho e arte.
“A tradição sobrevive não pela nostalgia, mas pela reinvenção com respeito.”
Quando o arraial vira shopping a céu aberto:
Como o lucro secou as raízes do São João nordestino
As ruas do interior ainda exibem bandeirolas tremulantes e balões enfeitam o céu. Contudo, há uma sensação difusa de vazio e artificialidade nessas cores.
As apresentações juninas converteram-se em cópias reduzidas dos grandes eventos televisionados, distantes do cheiro do milho assado, do improviso dos sanfoneiros e do burburinho comunitário em torno da fogueira.
Ainda que tais eventos mantenham alguma importância cultural, observa-se uma preocupante tendência: as tradições estão perdendo sua forma original, cedendo espaço à lógica do lucro.
Canções juninas tornaram-se as mesmas que predominam nos demais meses, o forró perdeu centralidade, enquanto empresários, algoritmos e patrocinadores passaram a ditar as preferências culturais.
Essa constatação impõe uma questão: Visto que os interesses comerciais possuem o poder de transformar ou mesmo extinguir tradições, impondo o que se deve consumir, quais as consequências disso?
A erosão da autenticidade
Tradições, assim como plantas, necessitam de raízes e tempo para se consolidarem. Quando são descontextualizadas e arrancadas de seu chão, não resistem.
Há uma erosão silenciosa da autenticidade:
As tradições perdem a forma, dando lugar à busca do lucro.
As canções juninas passaram a ser as mesmas que predominam nos demais meses, o forró perdeu a importância e os empresários ditam as preferências.
“Um povo que canta a mesma canção o ano inteiro está à beira da asfixia.”
Não se trata apenas de uma perda estética, mas simbólica e afetiva.
O ciclo agrícola que inspirava o São João, as histórias compartilhadas, as quadrilhas, as comidas típicas e os ritmos regionais foram substituídos por espetáculos genéricos, embalados pela trilha sonora homogênea do arrocha.
A homogeneização cultural: monocromia em lugar de policromia
“Um povo que canta a mesma canção o ano inteiro está à beira da asfixia”
A diversidade cultural, que antes estimulava a aprendizagem e fortalecia a convivência, foi gradativamente substituída por uma monocromia sonora e estética:
Na atualidade, há monocromia e apenas uma distorção de forró; um único ritmo predomina ao longo de todo o ano.
A falta de diversificação cultural empobreceu até mesmo a educação, pois a variedade estimula a aprendizagem.
Não se trata de um embate simplista entre o “tradicional” e o “moderno”, mas da percepção de que a cultura está se tornando refém de imposições externas.
“Além de enfraquecer a cultura em si, isso também promove o isolamento cultural, pois gerações mais novas abraçarão aquilo que recebem.”
Como resultado, muitas gerações crescem alheias à tradição musical nordestina e aos mestres que transmitiam não apenas melodias, mas também gestos de pertencimento e identidade.
O espetáculo que substitui o rito
As festas juninas, outrora comunais e espontâneas, transformaram-se em espetáculos inspirados nos grandes centros urbanos. O arraial se converteu em um shopping a céu aberto:
“Andando ontem pelas ruas da cidade, pude perceber que a estética interiorana tradicional se perdeu. Até mesmo as apresentações juninas se tornaram ‘cópias’… em miniaturas dos grandes eventos e de shows de grandes cidades, exibidos na TV” — disse um morador local.
Com essa transformação, perde-se a escala humana e comunitária.
A quadrilha, antes dançada entre vizinhos e familiares, cede espaço a palcos monumentais, mega shows, camarotes e artistas que atraem um público cada vez mais espectador e menos participante.
Um público cada vez mais espectador e menos participante.
O Dia dos Namorados: outro sintoma da compressão cultural
A celebração brasileira do Dia dos Namorados, em 12 de junho, ilustra um fenômeno semelhante. Apesar de ser uma data importada, mantinha uma camada cultural local:
“Uma remota lembrança de minha infância e adolescência é que, mesmo sendo no mês de junho, as rádios e a cidade reservavam espaços para músicas e atitudes românticas.” – lembra outro morador.
Hoje, até mesmo essa expressão cultural foi engolida pela uniformização das celebrações, embaladas pela onipresença do arrocha, inclusive nas campanhas publicitárias:
“O mercado comprime todas as datas num mesmo loop de consumo sonoro/comportamental.”
A ilusão de que tradição pode ser recuperada por decreto
Diante desse processo de diluição, surge uma pergunta inevitável: é possível resgatar o que se perdeu?
A ressurreição cultural não pareceria autêntica, mas um resgate forçado. Isso talvez soe fatalista, mas, como as tradições são elementos orgânicos, a recuperação deveria ser igualmente orgânica. Estou equivocado?
A cultura, como a natureza, não se recupera por força ou decreto. Ela floresce quando há afeto, desejo e compromisso comunitário.
Alguns locais ainda resistem:
Resistem por amor à cultura e a elementos que denominamos culturais — apego histórico. Outros lugares não têm a mesma raiz cultural e o mesmo amor à história.
Em outros, contudo, a adesão ao “novo” resulta no apagamento gradual do “antigo”.
Contratar antigos grupos de forró raiz, como “guardiães da cultura”, não dará resultados se estes não forem inseridos no contexto educacional de uma nova sociedade em formação.
A verdadeira educação dará sentido às novas inserções na cultura viva.
Entre resistência e luto
Considerar a situação sob um prisma fatalista pode parecer excessivo, mas expressa também um luto:
Isso, de certo modo, é condenar-se a viver refém das imposições de outros. Fatalismo?
A cultura, quando arrancada de suas raízes, seca.
Submetida ao ruído incessante do mercado, perde seu sentido vital.
Ainda assim, persistem formas de resistência. Em comunidades onde se dança coco de roda, nos saraus de repente, nos pequenos grupos que ainda colhem milho e acendem fogueiras, pulsa a continuidade cultural.
Como sintetizou Frei Betto:
“O povo precisa é de pão e de beleza.”
E, como advertido:
– Um povo que canta a mesma canção o ano inteiro está à beira da asfixia.
O desafio: regar as raízes
A degradação das tradições ocorreu de forma paulatina; a reestruturação, se possível, será ainda mais difícil.
Não se trata de campanhas ou projetos oficiais, mas de pequenos gestos cotidianos: valorizar o artesanato local, transmitir às novas gerações os saberes tradicionais, manter vivas as manifestações culturais autênticas.
A cultura evolui, mas sua transformação precisa ser orgânica e não orientada exclusivamente pelas imposições do mercado.
Isso talvez soe fatalista, mas, como as tradições são elementos orgânicos, a recuperação deveria ser orgânica.
Mais do que nostalgia, trata-se de reconhecer que:
“A tradição sobrevive não pela nostalgia, mas pela reinvenção com respeito.”
Regar as raízes é, portanto, um gesto de resistência e esperança, na direção de uma cultura que, mesmo transformada, preserve sua vitalidade e sentido.
Vários “papais e mamães” de bebês reborn se reúnem em eventos em grandes praças para compartilhar experiências com seus “filhos”. Bonecos que, à primeira vista, parecem crianças de verdade!
Alguns estão lá para expandir os negócios, afinal, vender esses bonecos super realistas virou uma atividade bem lucrativa.
Mas não vamos questionar, neste post, por que — mesmo com tantas crianças precisando de um lar — algumas pessoas escolhem um ser inanimado.
Isso já foi uma tendência lá nos anos 1980, quando muita gente preferia adotar cachorros, apesar do número expressivo de crianças para adoção. Inclusive, essa onda inspirou a música “Rock da Cachorra”, do Eduardo Dusek.
É fato: cuidar de uma vida exige muito mais do que cuidar de um boneco.
Aqui, a ideia é tentar entender as razões, além das comerciais, que alimentam a febre dos bebês reborn.
O que são os Bebês Reborn?
Os bebês reborn são bonecos criados com um nível de realismo impressionante, feitos para parecerem bebês de verdade.
A coisa começou nos anos 1990, quando artistas começaram a customizar bonecos de plástico, transformando-os em réplicas super fiéis de recém-nascidos.
O processo é cheio de técnicas caprichadas: textura de pele, cor dos olhos, detalhes minuciosos como cabelos e unhas. O objetivo é criar um bebê que não só pareça real, mas também desperte sentimentos — aquela vontade de cuidar, de proteger.
A técnica do “reborn” (que significa “renascer”) geralmente começa com a remoção da pintura original do boneco, seguida da aplicação de várias camadas de tinta para imitar a pele humana com perfeição.
Além disso, muitos artistas modelam traços faciais e adicionam peso, movimento… tudo para que, ao ser segurado, o boneco passe a sensação de um bebê de verdade.
Essa atenção aos detalhes é o que encanta colecionadores e apaixonados.
Com o tempo, o mercado de bebês reborn cresceu bastante, formando uma comunidade de colecionadores que compram, vendem e trocam essas peças.
Hoje, há artistas independentes e pequenas empresas oferecendo bebês reborn de vários estilos, tamanhos e preços, agradando gostos bem variados.
Para muitos, não é só um hobby, mas também uma forma de expressão artística.
Uma maneira de lidar com emoções e criar conexões que, mesmo sendo com bonecos, são muito reais e profundas.
Por que tanta gente se apaixona pelos Bebês Reborn?
O fascínio pelos bebês reborn vai muito além da ideia de colecionar bonecos — é uma conexão emocional intensa que muita gente sente.
Um dos motivos principais é o desejo de cuidar, de maternar ou paternar.
Para quem não teve a oportunidade de ter filhos, ou passou por perdas, o bebê reborn pode ser uma forma de viver esse instinto, preenchendo uma lacuna emocional.
Muitas “mamães” e “papais” reborn sentem um forte impulso de nutrir e proteger, como fariam com uma criança de verdade.
Além disso, tem quem encontre nesses bonecos uma espécie de conforto emocional.
O realismo deles ajuda a aliviar a solidão, oferecendo uma sensação de companhia. E para quem enfrenta momentos difíceis, essa interação pode funcionar como uma espécie de terapia.
Cuidar de um bebê reborn pode ser um jeito de dar uma pausa no corre-corre e nas pressões da vida moderna.
Outro aspecto importante é a motivação pessoal, que varia muito.
Tem quem veja o bebê reborn como uma verdadeira obra de arte, valorizando a exclusividade e o talento envolvido na criação. Essas pessoas costumam participar de comunidades, onde trocam experiências e dicas.
Por outro lado, há quem crie uma ligação emocional mais profunda, vivendo a rotina como se realmente cuidasse de um bebê — um espaço seguro e sem riscos para expressar amor e afeto.
Cada experiência é única, e essa diversidade de motivos mostra como essa paixão pode mexer com emoções bem complexas.
Implicações Sociais e Possíveis Transtornos
O fenômeno dos bebês reborn já ganhou espaço em várias esferas sociais, provocando reações diversas — tanto entre o público em geral quanto entre profissionais da saúde.
Tem quem trate esses bonecos como se fossem bebês de verdade.
Embora pareça inofensivo, esse hábito gera algumas polêmicas, especialmente em locais públicos, como hospitais.
Em ambientes onde o cuidado com vidas reais é prioridade, a presença de bebês reborn pode causar desconforto ou confusão, abrindo espaço para um debate: até que ponto isso é aceitável?
É sempre bom lembrar: são bonecos, objetos. Mas, ao mesmo tempo, a interação com eles desperta sentimentos reais, o que acaba provocando reações variadas.
Alguns profissionais de saúde reconhecem que os bebês reborn podem ter um papel terapêutico, ajudando quem está passando por luto ou enfrentando doenças. Outros, porém, temem que esse apego possa desviar a atenção dos cuidados reais.
Além disso, a sociedade nem sempre vê essa prática com bons olhos.
Tem quem ache que tudo não passa de escapismo, enquanto outros defendem como uma alternativa saudável para lidar com as emoções.
A linha entre um hobby que faz bem e um comportamento preocupante é bem tênue.
Psicólogos e pesquisadores ainda discutem se essa atração pode estar ligada a questões como o Transtorno de Apego Inseguro ou até Transtornos de Personalidade.
O desafio está em separar o que é saudável do que pode prejudicar a saúde mental.
Casos curiosos (ou preocupantes?) já aconteceram: “mamães reborn” que levaram seus bonecos a postos médicos achando que estavam com febre, outras que tentaram vacinar os bebês… e até quem pediu licença-maternidade!
Por isso, é fundamental que esse tema seja mais estudado, para que se encontre o melhor jeito de lidar com essa tendência que só cresce.
O que diz a Psicologia sobre essa mania?
O universo dos bebês reborn está cada vez mais popular, envolvendo pessoas de todas as idades.
E a psicologia tem várias explicações para esse apego.
Especialistas dizem que esse vínculo pode estar relacionado a necessidades emocionais não atendidas: carinho, afeto, a vontade de cuidar.
Para quem viveu perdas, solidão ou não conseguiu realizar o sonho de ser mãe ou pai, o bebê reborn surge como uma espécie de resposta, de alívio.
Interagir com esses bonecos pode ajudar a suavizar dores emocionais, permitindo projetar sentimentos e desejos sem as responsabilidades (e os desafios) que um bebê real exige.
Essa dinâmica pode ser essencial para quem, por motivos pessoais ou sociais, não conseguiu viver essa experiência de maneira tradicional.
Além disso, o carinho por bebês reborn também pode ser visto como uma forma de autocuidado e proteção.
A participação em comunidades ajuda bastante: oferece um espaço seguro, livre de julgamentos, onde dá para trocar experiências, aprender e, principalmente, se sentir acolhido.
Mas é importante: quem sentir que está sobrecarregado emocionalmente, deve buscar apoio — seja com terapia ou grupos de suporte.
Entender as raízes desse comportamento é essencial para garantir que ele traga bem-estar, sem se transformar em algo que prejudique a saúde emocional.
Talvez alguém já tenha comparado alguma vez a vida a uma dança, num baile, não sei. Mas, a cada dia, percebo que viver é aprender a seguir o ritmo.
Às vezes, somos aqueles desengonçados que atrapalham a dança, que envergonham os nossos pares no salão. A natureza é cruel… pois não há pares perfeitos!
E, quando percebemos que não estamos indo bem na dança, mesmo tristes, abrimos caminho…
e dançamos sozinhos ao som dos ventos.
Balançamos, rodopiamos, e muitas vezes a dança parece muito mais fácil quando estamos dançando sozinhos.
Mas, daí… encontramos um par!
Alguém que talvez dance tão mal quanto a gente ou que esteja disposto a aprender os passos para seguir na mesma dança.
Pisamos os pés e somos pisados muitas vezes — mas desistir na metade da música, sem ao menos aprender a sentir a melodia, é se deixar desperdiçar.
Por isso, a gente tenta…
Mesmo sabendo que as palavras que ouvimos não têm o mesmo significado para outros ouvidos.
Sabendo que, mesmo os corações, pulsam em sentidos distintos, reagindo à mesma melodia.
Daí, aprendemos a seguir o ritmo.
E, enquanto a dança continua, haverá lindos momentos, como se dançássemos ao longo do salão, no mesmo baile… sentindo, em nossas costas, o toque suave daquele par que fará a dança ganhar sentido.
E, mesmo assim, quando pensamos que entendemos a música, há variações rítmicas que nos forçam a ajustar o passo… improvisos artísticos tornam mais belas as apresentações.
É triste saber que muitos que iniciaram o mesmo baile soltaram as mãos dos seus pares… que não souberam aceitar as diferenças, seguir o ritmo. Por isso, percebemos o esvaziar da festa e nos questionamos: vale a pena continuar a dança?
Durante a dança, permita-se abrir os olhos, observar o brilho no piso do salão e contemplar o riso de quem acompanha você.
Ouça a música, escute o coração do parceiro e fale no tom que você gostaria de ouvir.
Ouça o silêncio…
E, no fim do baile, contemple o quanto você evoluiu… desistir é muito fácil.
Neste artigo, abordaremos um pouco mais a questão da autoestima: por que ela é necessária e como o ambiente ao nosso redor impacta nosso conceito a respeito.
Vamos trabalhar juntos na importância do amor-próprio e da autoaceitação.
Entendendo a Autoestima: A Importância do Amor-Próprio e da Aceitação
O que é autoestima e por que é necessária?
A autoestima pode ser definida como a avaliação subjetiva que uma pessoa faz de si mesma, composta por sentimentos, pensamentos e percepções sobre seu valor e competência.
Esse conceito é fundamental para o bem-estar emocional e psicológico, pois influencia a maneira como os indivíduos se relacionam consigo mesmos e com os outros.
A autoestima não é um atributo fixo; ela pode flutuar ao longo do tempo, sendo moldada por diversas experiências de vida e interações sociais.
Os fatores que influenciam sua formação são variados e incluem o ambiente familiar, as experiências escolares, as relações de amizade e as expectativas sociais.
Por exemplo, um ambiente familiar positivo, onde as crianças se sentem apoiadas e valorizadas, tende a promover uma autoestima saudável.
Por outro lado, críticas constantes ou a falta de apoio podem impactar negativamente a percepção que o indivíduo tem de si mesmo, levando a uma autoestima mais baixa.
Assim, a formação da autoestima é um processo dinâmico, que pode ser influenciado ao longo da vida.
A importância da autoestima vai além da percepção pessoal.
Pesquisas em psicologia revelam que uma autoestima saudável está frequentemente associada a melhores relações interpessoais, maior resiliência emocional e maior satisfação com a vida.
Indivíduos com autoestima adequada tendem a estabelecer limites mais saudáveis, a comunicar-se de forma mais eficaz e a enfrentar adversidades com maior confiança.
Além disso, a autoestima impacta diretamente a saúde mental, estando ligada a uma menor incidência de transtornos como ansiedade e depressão.
Em resumo, a autoestima é um componente crucial do bem-estar humano, influenciando não apenas a forma como nos vemos, mas também nossas interações diárias e a qualidade das nossas relações.
Compreender sua importância é fundamental para promover um desenvolvimento pessoal saudável e construir uma vida equilibrada.
Fatores que Levam à Crítica Excessiva e Como a Aceitação das Diferenças Contribui para a Completude Humana
A crítica excessiva pode ser um reflexo direto de inseguranças pessoais e de uma autoestima fragilizada.
Muitas pessoas que se sentem insatisfeitas consigo mesmas frequentemente projetam suas inseguranças e frustrações nos outros, buscando, de maneira equivocada, um senso de controle ou superioridade.
Essa dinâmica ocorre porque, ao criticar os outros, elas podem temporariamente desviar a atenção de suas próprias vulnerabilidades.
Além disso, a cultura contemporânea, que muitas vezes exalta padrões inalcançáveis de beleza e sucesso, alimenta esse ciclo de comparação e descontentamento.
A falta de aceitação das diferenças humanas pode, portanto, impactar significativamente o autoconhecimento.
Quando indivíduos não conseguem reconhecer ou respeitar as qualidades diversas que cada pessoa possui, criam um ambiente de crítica que limita suas próprias experiências e compreensão do mundo.
Essa limitação gera um vazio existencial e prejudica o bem-estar coletivo, uma vez que a diversidade de perspectivas é uma das maiores riquezas das interações sociais.
A aceitação das diferenças, por outro lado, propicia um espaço onde cada um é valorizado por suas singularidades.
Ao aceitarmos a diversidade, podemos cultivar um ambiente mais acolhedor e inclusivo, que enriquece as relações interpessoais.
Promover a aceitação e a valorização das particularidades de cada indivíduo não apenas combate a crítica excessiva, mas também fomenta um sentimento de comunidade e empatia.
Quando as pessoas se sentem aceitas e compreendidas, tendem a desenvolver uma autoestima mais forte, emergindo com uma visão mais positiva de si mesmas e dos outros.
Esse processo não apenas contribui para o bem-estar individual, mas também eleva a qualidade das interações sociais, resultando em uma sociedade mais harmoniosa e interconectada.
Assim, reconhecer a beleza da diversidade é fundamental para alcançar a completude humana.
Trabalhando o Amor-Próprio e a Autoestima
A construção de uma autoestima saudável e o cultivo do amor-próprio são processos que demandam tempo, esforço e, principalmente, estratégias práticas.
Um dos primeiros passos nessa jornada é a autoavaliação. É essencial entender como nos vemos e quais são nossos sentimentos sobre nós mesmos.
Para isso, ferramentas como diários ou questionários reflexivos podem ser extremamente úteis.
Elas auxiliam na identificação de padrões de pensamento negativo, permitindo que possamos desafiá-los e substituí-los por pensamentos mais positivos.
Outro método eficaz é a prática de exercícios de reflexão.
Reservar um tempo diário ou semanal para refletir sobre nossas conquistas, por menores que sejam, e sobre nossos valores pessoais pode criar uma base sólida para o amor-próprio.
Ao focar em realizações e características positivas, a autoconfiança pode ser gradualmente fortalecida.
Além disso, é aconselhável estabelecer metas realistas e alcançáveis, que possibilitem um progresso tangível na autoconsciência e autoaceitação.
Cumprir essas metas traz um senso de realização, vital para a construção de uma autoestima saudável.
A conexão entre autoestima e saúde mental não deve ser subestimada.
Pesquisas indicam que indivíduos com uma autoimagem positiva experimentam níveis mais baixos de estresse e depressão.
Por isso, a prática do autocuidado é fundamental.
Atividades que promovem o bem-estar físico e mental, como exercícios físicos, meditação e hobbies, não apenas proporcionam um espaço para o relaxamento, mas também alimentam a autoestima.
Por fim, a autorreflexão contínua se torna uma ferramenta poderosa para desenvolver uma autopercepção mais saudável, ajudando na luta contra a autocrítica excessiva e melhorando nossa relação conosco mesmos.
Abertura para Novas Experiências e a Influência de Relações Negativas
Estar aberto a novas experiências é essencial para o crescimento pessoal e o fortalecimento da autoestima.
Quando nos permitimos explorar novos ambientes, ideias e interações, ampliamos nossa compreensão do mundo e, consequentemente, nossa percepção sobre nós mesmos.
Vivências enriquecedoras — desde o aprendizado de novas habilidades até a participação em eventos sociais ou culturais — podem proporcionar uma sensação de realização e autoconhecimento.
Essas experiências não só contribuem para uma autoimagem mais positiva, como também fomentam o desenvolvimento de habilidades interpessoais e segurança em nosso próprio valor.
Além disso, a qualidade das relações que cultivamos desempenha um papel crucial na nossa autoaceitação.
É fundamental reconhecer a influência que as pessoas à nossa volta exercem sobre nossa autoestima.
Relações negativas, que geram estresse, desvalorização ou descontentamento, podem corromper nossa capacidade de amar a nós mesmos.
A interação contínua com indivíduos que não apoiam nosso crescimento ou que nos criticam frequentemente pode levar a uma percepção distorcida de nossas capacidades e valor, resultando em um declínio na autoestima.
A autoaceitação e a valorização do amor-próprio são frequentemente comprometidas por essas dinâmicas.
Assim, faz-se necessário não apenas estar aberto a novas experiências, mas também desenvolver a habilidade de identificar e, se necessário, evitar relações que não nos fazem bem.
Ao priorizarmos relações saudáveis e edificantes, criamos um ambiente propício para o florescimento da autoestima e da autoimagem positiva.
A disposição para se afastar de influências negativas é um passo vital para cultivar um espaço onde o amor-próprio possa prosperar, permitindo que novas experiências se tornem oportunidades de crescimento pessoal e realização emocional.