Uma breve história de Comunicação

Bugaiau é conhecido por sua luta e tem seu nome ligado à comunicação.

Bugaiau é conhecido por sua luta e tem seu nome ligado à comunicação.

ENTREVISTA

O senhor Adalberto de Freitas é um senhor de características tímidas, de poucas palavras e riso fácil, uma pessoa de alma inquieta. Bem conhecido por seu apelido “Bugaiau”, tem seu nome intimamente ligado à história da Comunicação no município de Iaçu, pequena cidade no interior da Bahia.

Incentivador da arte, colecionador de histórias, criador da Rádio Rio Paraguaçu e idealizador do museu na cidade em que vive.

O site Jeito de ver teve o prazer de realizar a seguinte entrevista:

Jeito de ver.  – Adalberto de Freitas Guimarães por ele mesmo.

Adalberto de Freitas. – “Sou Iaçuense, iniciei a minha carreira profissional como eletricista, Pai, avô e marido de uma incrível mulher, Rosângela Aragão, artista e amante da arte.

Sempre me interessei pela comunicação, as ideais saíram do papel a partir de 1984, com a criação do Som da Cidade”.

Jeito de Ver. – Poderia nos contar um pouco sobre o início? Por exemplo, quem foram os primeiros locutores? Qual a programação naquele início?

Adalberto de Freitas. – “Em 1984, lá início, o Som da cidade tinha três locutores. Eu, Ronaldo Ramos e meu filho Fábio. A programação tinha início às oito da manhã e se estendia até as onze horas, no primeiro turno.

À tarde, a programação tinha início a partir das 17 indo até as 19 horas.

Consistia  de Músicas variadas, nacionais, regionais – dávamos também espaço para que músicos da terra divulgassem seus trabalhos. Era um prazer!  Às vezes,  também noticiávamos fatos urgentes e extras”.

Jeito de Ver. Como surgiu o som da cidade?

Adalberto de Freitas. “O som da Cidade surgiu por iniciativa própria.  O nome original seria Serviço de Som – Som da Cidade.

Surgiu da necessidade, de uma grande carência de comunicação em nossa cidade. Daí nasceu a ideia de buscar patrocínio para que o serviço de som da cidade permanecesse em funcionamento. Deste modo, o som da cidade continuaria a levar informação ao povo carente.

O povo teria em sua cidade um veículo informativo”.

Jeito de ver. – Por quanto tempo o Som da Cidade esteve em atividade?

Adalberto de Freitas.“Olha, o Som foi implantado em 20 de Dezembro de 1984 e teve suas atividades encerradas em 31 de Dezembro de 2005”.

Jeito de ver. – Gostaria de destacar o seu incentivo a arte.
No ano de 1991, Eu e quatro amigos ( Dilson, Valdomir, Pedrinho e Juarez) tentávamos gravar uma demo para a Banda Acordes, banda que se perdeu no tempo, como tantas outras. Lembro-me bem do estúdio gentilmente cedido.

Adalberto de Freitas. – “Como sempre atendia a outros grupos e pessoas, não iria me furtar em ajudar aos amigos da Banda Acordes. Ainda lembro”.

Jeito de Ver. – Realmente, era difícil esquecer de como a gente tocava mal, mal pra caramba!

Adalberto de Freitas. – ( Risos )

Jeito de ver. – Com o fim do Som da Cidade, mais uma vez, o senhor se inovou criando agora a rádio Rio Paraguaçu FM.
Como é que foi esse novo projeto?

Adalberto de Freitas.“Bem, foi criada uma associação denominada Associação Comunitária Ação e Cidadania em 30 de Junho de 1998. Os primeiros locutores neste novo desafio seria o experiente Ronaldo Ramos, meus filhos Fábio e Rafael Guimarães.

A programação consistia em divulgações, entrevistas, ações culturais, religiosas e esportivas.

O patrocínio contava com a participação do comércio e apoio do Poder Público, havendo uma expansão na programação e variação de conteúdo que se entendia das seis da manhã até as 21 horas.

Por exemplo, aos sãbados,  trazíamos uma programação especial, dedicada a uma parte muitas vezes negligenciada pelas rádios tradicionais, os idosos. O programa “Canções da Velha Guarda” que  trazia os grandes cantores da Era do Rádio e era muito elogiado. Aos Domingos ,às seis, um pouco de música italiana e logo depois, a Jovem Guarda – num  programa pra cima.

Procurávamos atender todos os gostos”.

Jeito de Ver. – De fato, costumava escutar com meu Pai o programa dos sábados e, como apaixonado pela Jovem Guarda, a programação das manhãs de domingo.
Por quanto tempo a rádio vem exercendo suas atividades?
Adalberto de Freitas. – “De 14 de Agosto de 2001 até hoje” (Janeiro, 2023 – Mês da entrevista).
Sede da Rádio e Museu Paraguaçu.

A Rádio e Museu Rio Paraguaçu ficam situados no mesmo prédio. Localizados à Praça XV de Novembro 58, 
em Iaçu. Telefone (75)3325-2431.

Jeito de Ver.: Infelizmente, a cultura e arte não são tratados como prioridades em municípios pequenos.
Como se dá a manutenção e patrocínio da Rádio Rio Paraguaçu FM?

Adalberto de Freitas. – “Atualmente, infelizmente, estamos sem patrocínio…”

(Um silêncio!)

Jeito de ver.- Observando nas dependências da Sede da Rádio Rio Paraguaçu, vemos já em andamento o Museu da Cultura em Iaçu. Como surgiu a ideia? Qual o combustível dessa paixão pela arte, pela cultura?

Adalberto de Freitas. – “A ideia surgiu mesmo antes da implantação da rádio.  Apaixonado pela cultura e preservação memória de um povo. Nasceu assim a paixão por também criar um museu aqui em Iaçu”.

Jeito de ver. – É realmente, um belo museu. Já temos uma matéria a respeito.
E aí, temos novos projetos para o futuro?

Adalberto de Freitas. – “Sim, muitos projetos. O principal é o lançamento de um livro, o tema provisório “As histórias de Bugá”.

Neste livro, trago passagens biográficas, trago mais informações a respeito do Som da Cidade e da Rádio Rio Paraguaçu, os desafios, as lutas,  as dificuldades para manter o projeto – muitas vezes nadando contra todas as correntes”.

Jeito de ver. “Dias de luta” define bem a biografia do Sr. Adalberto de Freitas, esse homem que tem seu nome intimamente ligado a comunicação no município.
A ideia de trazer um serviço de informação para a cidade, significaria a inclusão daqueles que moravam nas partes mais distantes.
A divulgação de artistas locais, a transmissão das sessões da Câmara Municipal mostrava o nível político do município, lá naquela época.
Notícias, músicas e acima de tudo, cultura.
O que poderia ser feito aqui em Iaçu para estimular o interesse de pessoas pela história, pela arte – visto que não é comum eventos que valorizem comunicadores, cantores, essa infinidade de artistas locais?
Festivais de arte? Pequenos eventos mensais com artistas locais?

Adalberto de Freitas. – “Tudo que venha ajudar a juventude e a todos no município, será bem vindo“.

Jeito de ver. – Realmente, tudo que possa trazer à juventude mais arte, seja a poesia, seja a música, sejam as danças, atividades esportivas – enfim, nos muitos meios de expressão.

A Rádio e Museu  Rio Paraguaçu FM têm sido exemplos de perseverança de um homem, exemplo de o quanto a cultura luta para se manter .

A Rádio Rio Paraguaçu segue a sua luta sem patrocínios.

Acreditamos numa saída. E você já sabe qual… entrar em contato com a Rádio, pode ser o primeiro passo.

Aguardamos, o lançamento do livro e mais histórias do nosso amigo, Sr. Adalberto de Freitas, o sr. Bugaiau.

O site Jeitodever.com agradece.
Nota:

Adalberto de Freitas Guimarães veio a falecer no dia 18/01/2025, dois anos após esta matéria. Uma grande perda.

O amigo Adalberto de Freitas Guimarães, além de fundador da Rádio Rio Paraguaçu, foi o idealizador do Museu de Iaçu.

Também se destacou como um grande incentivador do nosso site, Jeito de Ver (www.jeitodever.com).

Seu nome estará eternamente associado à história da cultura e da comunicação em Iaçu-BA.

Que sua memória continue a inspirar os habitantes desta cidade que ele tanto amou ao longo de sua vida.

Jeitodever.com

Veja também:Um dia no museu Paraguaçu (Informativo) ‣ Jeito de ver

A soma dos dois (o abraço dos números)

Imagem de skalekar1992 por Pixabay

Um, dois
Três não é demais
Quando o coração está aberto
Quatro, cinco,seis
Sete e mais três…dez
O que mais quero por perto?

Dez, na completude
nos dias, nos anos alegres
da eterna juventude…

Dez, como os dedos que se fecham
como num abraço
Fechado, apertado
como num laço

Se há mais um no ninho
Nunca se estará sozinho…

Veja também Conselhos a um jovem – pra quê a pressa? ‣ Jeito de ver

Preencha com detalhes o quadro do seu dia!

Uma mensagem positiva para o dia.

Imagem de Hans por Pixabay

O que fazer com o novo dia?

Cada novo dia que se apresenta é como um esboço a ser preenchido com os detalhes.

Se rabiscos errados acontecerem ou se as cores perderem o tom, haverá a possibilidade da inovação.

Sim, quando cometemos equívocos é natural gastarmos tempo e energia, pensando naquilo que poderia ter sido feito.

Muito mais, porém, conseguiremos se canalizarmos nossas preocupações naquilo que podemos fazer para melhorar numa próxima tentativa ou em uma próxima oportunidade.

Traços ondulares podem se transformar em belas montanhas ou incríveis ondas do mar…dependerá daquilo que se imaginar!

Assim, aproveite os deslizes e transforme cada movimento numa particularidade nesse novo esboço.

Cada erro, deve ser transformado numa lição.

Mas, não apague os detalhes!

Eles serão úteis na continuação deste esboço amanhã.

E quando a obra da vida estiver completa, se entenderá como cada traço contribuiu para uma arte única: A arte de viver.

Aproveite!

Leia também Ressignificar – A arte de inovar a mente ‣ Jeito de ver

 

 

 

Minha Pequena Cidade: Santa Terezinha

A Nova Praça Ápio Medrado

Fotografia Jeitodever.

Se me ponho a cismar em outras eras
Em que ri e cantei, em que era bela,
Parece-me que foi noutras esferas,
Parece-me que foi numa outra estrela”.

“A Rua” – Mario Quintana

 

Não sei se o prédio da Prefeitura era cinza ou se essa é a cor da minha memória, mas era verão quando lá cheguei, há muito tempo.

Os velhos bancos deteriorados numa velha praça de imensas árvores nativas, sem ladrilhos, castigada pelo andar de milhares de pessoas ao longo dos velhos anos.

De frente com a praça, a tradição de Seu João do Bar, a meiguice da Professora Marlene e os doces risos iluminados de Dona Lourdes.

Senti-me bem-vindo.

Dona Maria Medrado e as velhas fotografias falavam um francês perfeito e um belo inglês – privilégio de uma antiga elite.

Lembro das histórias que contava…
Suas fotografias me deixaram apaixonado e as histórias de sua vida, seu primeiro amor, seus pais, primos e irmãos me mostraram o quanto a vida muda em tão pouco tempo.

Caminhando mais à frente, havia o Paço Municipal e um espaço que seria, no futuro, a Câmara Municipal dos Vereadores.

Antes, as sessões eram realizadas num velho espaço na Praça da Bandeira, vizinho ao cadastro de Serviço Militar, de onde podia ver o Clemenceau Teixeira.

O Clemenceau era o antigo colégio onde os alunos pareciam felizes por estudar.
Aquele prédio onde, havia muito tempo, tratavam as folhas do fumo, lá conheci a Nair.

Nair era jovem, linda, como era também lindo o seu jeito de falar. Amava o Fernando Mendes e Giz, da Legião Urbana.

Amiga das melhores histórias e que jovem se foi.

Na mesma rua havia a Delegacia de Polícia e o delegado Joanito e o cabo Bellini.
Joanito era amável e corajoso.
Disfarçado, em uma ocasião, conseguiu abater um bandido extremamente violento.
Mas era paciente.

De lá havia uma subida para a rua, que seria o alto do sossego, e descia a Rua da Casa Forte… onde morei e descobri os escorpiões…
Não, não sou amigo deles. Era lá que moravam as crianças Yana, Everaldo, Nil… e no número 16, a Nair.

Naquela rua havia ainda o rebuliço; uma pessoa querida havia perdido a vida. Afogado.
Triste começo.

Descendo a Rua da Casa Forte, havia a entrada para a rua do Minadouro, ou Minador, onde sempre morará em minhas memórias a Professora Dinalva.
Ela amava me presentear com mangas e mangas.
Eu amava Dona Dinalva e Dona Edite, a encarregada de me entregar.

As velhas e belas árvores embaladas pela ventania me encantavam tanto quanto me assustavam.

Como era uma rua sem saída, então costumava voltar e andar em nova direção pelas ruas 2 de Julho, onde morava o Bigu e o meu amigo Nereu.

Nereu morava no Rio, amava o Vasco e me explicava política… se tornou colega de trabalho.

Havia também um campo próximo à Rua 2 de Julho, e por isso chamavam-na também de Rua do Campo (e isso me enlouquecia; numeração repetida era sinônimo de confusão…)

A rua de cima era a Rua Elísio Medrado, tio da Dona Maria, da primeira rua em frente à praça, que me disse uma vez ser este uma pessoa muito bondosa.

Que ajudava os doentes.

Não sei se, por coincidência, esta rua levava ao município com o mesmo nome, mas antes, na metade do caminho, me permitia descer e visitar Pedra Branca, onde conheci a Almerinda.

Impossível não amar a Almerinda… sempre preocupada com os filhos.

Mas, desta vez, voltei da Rua e encontrei a Rua das Pedrinhas e, de lá de cima, vi a pequena ponte entre as ruas 2 de Julho, Pedrinhas e a Praça da Bandeira, vizinha à Duque de Caxias.

Resolvi não voltar pelo mesmo caminho; segui em frente e cheguei à rua Alto da Boa Vista.

De lá de cima, olhei a primeira rua.

O grande prédio da Igreja.
A minha praça favorita, onde fui vizinho por um tempo.

As montanhas cercam a Cidade de Santa Terezinha

Fotografia por Jeitodever.

A Praça Ápio Medrado.

Fotografia por Jeitodever.

Vi a Rua José Batista, Castro Alves, Armando Messias…

Não havia muitas ruas.

Talvez o casarão em frente à agência onde trabalhei por dez anos ainda guarde as memórias de uma linda bailarina que um dia passou as férias naquela pequena cidade.

Ou a pequena agência da época guarde a tristeza de estar só, por tanto tempo.

Talvez pareça estranho lembrar tanta coisa depois de quase trinta longos anos…

Recordo a Moreninha, a prefeita eleita na ocasião, Clemente, o ex-prefeito da época, Dona Antonia, Dona Margarida, meu irmão Rubão e a estrada que levava a Castro Alves…

Onde os moradores revoltados um dia queimaram pneus em protesto pelas péssimas condições da pista…
Dia histórico!

Quando cheguei, a cidade era pequena e talvez não tenha crescido tanto.
Tive receios de voltar e encarar as memórias.

A cidade era pequena e grande para mim, que não conhecia muitas pessoas e que se apaixonou por todos de uma maneira bem especial, embora vivesse sozinho, longe da família e dos velhos amigos.

O vento soprava nas minhas madrugadas e, por muitos anos, foi o som das minhas noites.
Me traziam versos que não pude compartilhar e que destruí quando chegou a hora de partir.

E parti.

E a imagem daquela pequena cidade ainda permanece gravada, como uma fotografia, em minha mente.

Impossível não recordar a Ene se preocupando em ajudar as pessoas, o amor entre as famílias com quem pude trabalhar, a Ellis que amava a Argentina, o incrível Doutor Marcos…

Impossível esquecer o céu e a lua, nascendo brilhantes no horizonte, entre os montes, fazendo companhia a mim e aos meus livros e ao violão, naquela mesma velha praça. Cheia de árvores.

O antigo sobrado

Fotografia por Jeitodever

Há muitos ainda na memória, se transformando em palavras, na minha saudade…

Muitos ainda habitam as minhas memórias e sonhos.

As recordações me arrebatam aos meus vinte e três anos, quando a cidade apenas começava a despertar.

Onde a lua, as ruas escuras e a solidão de minha pequena casa me ensinavam o duro processo de crescer.

E meus passos se apagaram, como os passos daqueles que caminharam na velha praça antes de mim.

Talvez, no futuro, com cabelos ainda mais grisalhos, eu volte e trabalhe apenas mais um dia na terra em que comecei… faça as pazes comigo mesmo e abrace pela última vez, para sempre, o meu pequeno lar.

A cidade de Santa Terezinha.

Mas, as coisas findas,
Muito mais que lindas, estas ficarão”
– Carlos Drummond de Andrade

Leia também Voo efêmero – um breve encontro ‣ Jeito de ver

Santa Teresinha (Bahia) – Wikipédia, a enciclopédia livre (wikipedia.org)

A prisão da alma – uma mente cativa

A imagem do desânimo.

Imagem de Anemone123 por Pixabay

 

Ele saiu de casa determinado a acabar com o mundo

não retribuía aos acenos

não sorria,

esbravejava com  quem o cumprimentava.

Ele partiu de casa, determinado a revidar contra o mundo

todas as injustiças que a vida lhe impôs:

as perdas, a solidão, a timidez

golpeava o ar, como a um adversário imaginário.

Saiu de casa

apenas para fazer o mesmo:

sua rotina, sua pressa, sua raiva

e não queria mudar.

Saiu

apenas por sua obrigação

por um nada, por um fim de mês

pela raiva…

 

E teve um péssimo dia…

Pois estava preso…

numa mente cativa!

Gilson Cruz

Veja mais em O Milagre da Atitude: O sentido no Cotidiano ‣ Jeito de ver

 

Cartas ao passado… Uma primavera

Se eu soubesse que aquela seria a última primavera

não reclamaria os ventos no outono

ou da tristeza no inverno

Se apenas soubesse que não mais haveria estações

contemplaria as flores tímidas do dia

e o vento gentil da noite

Contemplaria a beleza dos pássaros

e o ouviria as suas canções

Se soubesse

não te falaria das próximas estações

ou dos sonhos, de nada…

contemplaria o presente!

E amaria cada segundo…

Te abriria os olhos para o azul no céu

e os ouvidos, para a música no soprar dos ventos

Se eu soubesse no inverno

te daria o calor, a paz, a vida… a minha vida!

E o inverno não seria tão longo, tão frio

E a primavera…

Te oferceria flores e mais uma estação

apenas uma estação.

Não faria tantos planos

se eu soubesse, se apenas soubesse desta primavera

teria vivido os verões e outonos, outras estações

E não estaria escrevendo cartas ao vento, aos ventos

ao tempo que se foi.

Leia também  Voo efêmero – um breve encontro ‣ Jeito de ver

O que pode acontecer hoje – faça o seu dia!

Uma atitude positiva para um dia mellhor.

Imagem de Hans por Pixabay

O quadro do dia amanheceu como todos os outros: sol, nuvens, ventania… mas algo está diferente!

Não me refiro às nuvens de inverno desta manhã. O sol volta a aparecer a qualquer momento…

Digo que a cada dia, mudamos um pouco…

As experiências deixaram marcas… de uma forma ou de outra. Mas, ainda nos resta o hoje!

As histórias de ontem já estão escritas e é impossível apagar mesmo um traço daquilo que está registrado.

Se no ontem houve tropeços, choros, lágrimas, sorrisos, risos ou muita alegria, as telas do hoje já estão prontas para receber novas matizes. Sim, ainda há a possibilidade de assentar contornos àquilo que não foi completado ontem.

As pedras em que  tropeçamos ontem,  podem ser reajustadas. O choro e as lágrimas podem ser a marca daquilo que se precisava para preencher a arte do novo dia.

O riso, o sorriso e a alegria são as recompensas daquilo que deu certo – e que deve ser relembrado, celebrado, para a beleza do hoje.

No quadro de hoje surgirão novas tintas, novos rabiscos, novas ideias…

Tudo pode acontecer, assim como o nada também pode acontecer – e que isso não signifique ansiedade, tédio ou medo de não estar vivendo o que desejaria viver.

O sol, as nuvens, a ventania estão – no mesmo lugar… faça a diferença hoje.

Adicione as cores, o brilho e a nitidez e mesmo as sombras.

Faça a sua arte acontecer.

Viver é a arte!

Leia também: Ressignificar – A arte de inovar a mente ‣ Jeito de ver

 

 

 

 

Ressignificar – A arte de inovar a mente

Refletir sobre o amor pelo nosso trabalho é essencial para uma vida repleta de significado. Realizar tarefas que não nos satisfazem torna cada momento um fardo pesado, com os minutos se arrastando e afetando nosso ânimo e relações.

Em contraste, ao encontrar propósito no trabalho e perceber seus benefícios coletivos, ele se torna mais leve e gratificante. O sentimento que nutrimos pelo nosso trabalho e o propósito que lhe atribuímos são determinantes para os resultados alcançados.

Por exemplo, se filhos ajudam na limpeza da casa sentindo-se explorados, o trabalho é feito com ressentimento, prejudicando a todos e desperdiçando energia. Mas se entendem que estão contribuindo para o bem-estar comum, a tarefa é realizada sem frustração.

Da mesma forma, um funcionário que resiste a vender um produto por desconforto pessoal pode até ter sucesso nas vendas, mas sem satisfação.

Conhecer e refletir sobre os benefícios do produto pode mudar essa percepção, facilitando o amor pelo trabalho.

A forma como executamos nossas tarefas espelha o amor que temos por elas, e esse amor é necessário para dar sentido à nossa existência.

Portanto, ressignificar é a palavra.

Seja no trabalho ou nas adversidades da vida, há sempre algo a se aprender.

 

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Gilson Cruz

Jeitodever.com”

Leia também: Quando tudo não é o bastante ‣ Jeito de ver

O que se desejar para o dia? ‣ Jeito de ver

Quando tudo não é o bastante

Vivemos numa teia.

Imagem de Gabi por Pixabay

Aranhas, não gosto muito de aranhas…

Mas, o que é que isso tem a ver com  o título?

Vamos ao texto.

Saber que nem sempre conseguiremos alcançar  as nossas metas parece fácil.

Por exemplo, às vezes, percebemos que o esforço por algo valeu à pena. Quando os resultados são perceptíveis, nós ficamos felizes.

Mas, em algumas situações tudo que fazemos se parece um  mero rascunho, sim, as coisas parecem não estar no lugar correto…  ficamos desanimados. E agora?

Isso acontece quando sentimos a falta de encorajamento, elogios e apoio.

O encorajamento é o ato de inspirar, motivar ou dar apoio a alguém, incentivando a continuar em direção a seus objetivos ou a superar desafios. A falta desse apoio pode gerar sentimentos de insegurança e desânimo.

Elogios podem ser definidos como expressões de apreço, admiração ou reconhecimento dirigidas a alguém por suas habilidades, realizações ou comportamento positivo.

A competitividade atual tornou a chamada “crítica construtiva” mais comuns que elogios sinceros. Isso talvez porque o crítico muitas vezes se apresente como alguém em uma posição superior à do criticado.

O elogio quando dado de forma correta pode surtir efeitos bem mais positivos do que as chamadas críticas construtivas. Quando o elogiado entende o motivo do elogio, isso o motivará a repetir ou melhorar ainda mais o desempenho.

O elogio quando dado de forma correta pode surtir efeitos bem mais positivos do que as chamadas críticas construtivas.

Por outro lado, o que fazer quando há algo a ser aprimorado?

Mostrar o caminho, dar o exemplo  é muito mais produtivo do que gastar todo o vernáculo do mundo em “críticas construtivas”.

E enfim, apoio.

Este pode ser definido como suporte físico, moral ou emocional para ajudar a alguém em necessidades, nos objetivos ou desafios. Fornecendo recursos, encorajamento, orientação ou assistência prática.

A falta destes três elementos pode gerar a sensação de que todo o esforço, não foi o bastante.

Aprender que nem sempre se chegará ao fim do percurso é essencial para ter um conceito correto a respeito de si mesmo. Mas, não se deve desprezar aquilo que foi alcançado ou parcialmente alcançado.

No dia a dia, aplique o princípio dos três elementos citados (encorajamento, elogio e o apoio). Seja você mesmo aquilo que se espera nos outros. As boas atitudes, também são contagiantes!

Lembre, na teia em que vivemos, cada movimento afetará, de forma  positiva ou negativa, a vida de quem nos cerca.

Que cada vibração que dermos nesta teia espalhe a energia necessária para que cada um possa espelhar e espalhar a mesma força  também aos demais.

Leia também: A beleza da individualidade ‣ Jeito de ver

 

A beleza da individualidade

A beleza individual

Imagem de Reza Askari por Pixabay

 

As pessoas são naturalmente diferentes!

Mesmo gêmeos idênticos têm ideias diferentes, metas diferentes, personalidades diferentes, e isso é maravilhoso!

Imagine se todas as pessoas no mundo tivessem as mesmas ideias.

Como seria a música, a poesia, a arte… como seria a vida?

Aquilo que consideramos nossa fraqueza pode ser uma virtude valorizada por outros, enquanto o que valorizamos como virtude pode ser apenas um traço comum aos olhos de diferentes perspectivas.

Portanto, não precisamos nos esforçar para ser diferentes, pois já o somos – tal busca por uma identidade talvez apenas reforce a falta de autoconhecimento.

Tome tempo para pensar em si.

O que você realmente gosta de fazer? Cantar, compor, desenhar, escrever, falar, ouvir, descobrir novas ideias, reciclar a história?

O mundo precisa de variedade 

Não precisamos nos esforçar para ser exóticos ou excêntricos, quando a própria vida pede um pouco mais de naturalidade.

Se por acaso você se sente inferior por não alcançar a fama ou o reconhecimento que outros têm, repense. Não é isso que você precisa para ser uma pessoa melhor.

Não recorra a extremos na busca por poder e fama. Tenha calma!

Ainda existem neste vasto universo estrelas, constelações e belas galáxias que não foram vistas por nossos olhos limitados, e nem por isso elas se tornaram menos belas ou menos importantes.

Sua importância, seu valor, não está no reconhecimento dos outros – está em ser exatamente quem você é!

Portanto, abrace quem você é: único e naturalmente você!

Leia também O que se desejar para o dia? ‣ Jeito de ver