Minha Experiência no Kwai e no TikTok

Redes sociais. Vale a pena?

Minha Experiência no Kwai e no TikTok

Um experimento sobre conteúdo reflexivo nas redes sociais

Com a chegada da data de encerramento das atividades do nosso blog cultural Jeito de Ver -História e Cultura decidi uma nova experiência.

O nosso site prioriza a cultura e as reflexões.

Durante algumas semanas, decidi testar uma hipótese simples: conteúdo reflexivo tem espaço nas redes sociais?

Postei os mesmos textos — sobre paternidade, solidão, música, filosofia — no TikTok e no Kwai. O que descobri foi revelador, preocupante e, no fim, libertador.


O Experimento

Decidi postar vídeos com textos reflexivos em ambas as plataformas, nas mesmas condições, e comparar resultados.

Usei os seguintes textos;

  • “E então nasceu uma menina” (sobre paternidade inesperada)
  • “Solidão” (reflexão filosófica)
  • “O louco e a lua” (poesia)
  • “Rosa Negra” (divulgação de talento local)

A meta inicial era alcançar 1.000 visualizações em 30 dias.

E por fim, me desdobrando em mil partes entre trabalho secular, pesquisas e a mais nova experiência… encontrei a resposta.


Os Números

TikTok

  • Paternidade: 127 visualizações (3 dias)
  • Solidão: 119 visualizações (4 dias)
  • Padrão: Todos os vídeos travavam entre 119-127 views
  • Engajamento: Baixíssimo
  • Conclusão: O algoritmo simplesmente não distribui conteúdo reflexivo

Kwai

  • Paternidade: 1.032 visualizações (24 horas)
  • Solidão: 1.042 visualizações (24 horas)
  • Padrão: Consistentemente ~1.000 views nas primeiras 24h
  • Engajamento: 130 curtidas (19,2% de taxa)
  • Meta: Alcançada em 1 dia (esperava 30)

Proporção: Kwai performou aproximadamente 8x melhor que TikTok.

Você talvez diga: os números da segunda plataforma são bem superiores ao da primeira, não é verdade?

Mas, vamos aos fatos:


A Descoberta Incômoda: Bots

Ao analisar as notificações do Kwai, percebi padrões suspeitos:

Sinais de comportamento automatizado:

  • Nomes como “theusg10”, “mlqq184”, “Osas578”, “tavvsq”
  • Perfis com fotos genéricas ou vazias
  • Apenas curtidas/compartilhamentos (nunca comentários específicos)
  • Horários espaçados mecanicamente

Estimativa conservadora: 60-80% das visualizações no Kwai eram bots.

Realidade ajustada:

  • Kwai: ~1.000 views → 300-400 humanos reais
  • TikTok: ~120 views → 100-120 humanos reais

Mesmo descontando bots, o Kwai ainda alcançava 3-4x mais pessoas reais. Isso é um fato!


Os Comentários (Poucos, Mas Reveladores)

Entre centenas de curtidas robóticas, alguns comentários genuínos apareceram:

Sobre paternidade:

“me arrependi da minha rejeição mas é difícil” ( se não for real, é um bot bem sentimental! – risos)

Sobre solidão:

“Os outros dizem que eu sou forte, só eu sei que eu tenho que passar”( esse apesar de parecer real, parece um bot bem resiliente!)

Esses momentos — raros, vulneráveis, humanos ou bots bem sentimentais — provavam que o conteúdo tocava quem realmente assistia.

Mas eram gotas no oceano de interações falsas.

Gotas incertas em um oceano real.


O Ambiente Tóxico

Além dos bots, percebi algo mais perturbador:

Kwai e TikTok são dominados por:

  • Fake news massivas (impulsionadas por bots partidários)
  • Discurso de ódio normalizado
  • Insinuações pornográficas disfarçadas
  • Polarização extrema (impossível ter diálogo com nuance)
  • Analfabetismo funcional (incapacidade de interpretar contexto)

Vamos ao passo três do Experimento;


Caso concreto: A Mecânica da Manipulação

Este episódio recente ilustra perfeitamente como funciona esse ecossistema tóxico.

O contexto:

O presidente, ao abordar o tema do tráfico de drogas, tentou argumentar sobre a relação entre consumo e mercado ilegal.

A fala foi mal articulada — como tantas declarações presidenciais ao longo da história brasileira — e rapidamente virou munição política.

A extrema direita investiu pesadamente em bots para amplificar e distorcer a declaração, transformando um erro de comunicação em trending topic manipulado.

Minha tentativa de diálogo:

Comentei em um dos perfis que exploravam o tema: “Presidentes brasileiros costumam dar declarações infelizes. Lembram quando outro presidente, durante a pandemia, ao ser questionado sobre o número de mortos, respondeu que não podia fazer nada porque ‘não era coveiro’?”

Meu ponto era simples e apartidário: todos os presidentes, independente de espectro político, cometem gafes públicas. Não estava defendendo nem atacando — estava pedindo coerência crítica e contexto histórico.

A reação:

Grupo 1 (partidários de extrema-direita):
Interpretaram minha comparação como “defesa” do presidente atual. Ataques imediatos, sem leitura atenta.

Grupo 2 (analfabetos funcionais):
Não entenderam a analogia. “Por que você está falando de coveiro?” — Incapacidade de conectar dois momentos históricos semelhantes.

Grupo 3 (bots):
Amplificaram automaticamente qualquer comentário que gerasse indignação, independente do conteúdo.

Grupo 4 (pensadores — raríssimos):
Silêncio. Minorias racionais não fazem barulho em ambiente de guerra algorítmica.

O que isso revelou:

Ninguém quis entender. Todos queriam lacrar.

O mundo dos algoritmos não há espaço para:

  • Comparações históricas (exigem memória)
  • Pensamento crítico equilibrado (não serve à polarização)
  • Nuance (algoritmos premiam preto-e-branco)
  • Diálogo (só existem trincheiras)

A mecânica da manipulação ficou clara:

  1. Declaração polêmica (real ou distorcida)
  2. Investimento em bots (milhares de perfis falsos repetem narrativa)
  3. Algoritmo amplifica (indignação = engajamento = lucro)
  4. Consenso artificial (parece que “todo mundo pensa assim”)
  5. Impossibilidade de contexto (quem tenta é atacado por ambos os lados)

Percebi naquele momento: não estou dialogando com pessoas. Estou alimentando máquinas de raiva projetadas para impedir pensamento.


O nível intelectual médio é baixíssimo. E não é acidente — é projeto sistêmico alimentado por algoritmos que premiam indignação, não reflexão.


A pergunta verdadeira não era: “Meu conteúdo funciona?”

Era: “Vale a pena?”


As Conclusões

1. Conteúdo reflexivo TEM espaço (tecnicamente)

  • Kwai prova que algoritmo pode distribuir
  • Pessoas reais podem se emocionar e comentar
  • Taxa de engajamento genuíno é alta (quando acontece)

2. MAS o espaço é contaminado

  • Inflado por bots (números falsos)
  • Tóxico por design (fake news, ódio, pornografia)
  • Insustentável financeiramente (custo > retorno)
  • Destrutivo emocionalmente (ambiente caótico)

3. O problema não é o conteúdo — é a plataforma

  • TikTok sufoca reflexão (algoritmo ultra-competitivo)
  • Kwai infla artificialmente (bots + sistema de recompensas)
  • Ambas priorizam viralidade sobre qualidade
  • Ambas são mercenárias (não há lealdade, gratidão ou memória)

4. Há outro caminho

  • Livros (permanentes, tangíveis, dignos)
  • Leitores de livro ≠ usuários de TikTok
  • Qualidade > quantidade
  • Paz mental > números inflados

A Decisão

Decidi desinstalar e abandonar definitivamente os aplicativos da experiência.

Vou deixar os vídeos postados — como garrafas lançadas ao mar. Quem se perder naquele caos e tropeçar numa reflexão, talvez encontre algo que o ajude a crescer.

Apenas desinstalarei os aplicativos.

Não com raiva. Não com frustração.

Com clareza.

Com a certeza de que a experiência valeu a pena.


Conclusão

Há sempre algo a aprender. E…

Sobre redes sociais:

  • São ferramentas, não comunidades
  • Algoritmos premiam o pior da humanidade
  • Números são ilusões (bots, manipulação, efemeridade)
  • Não se planta orquídeas em pântano

Sobre conteúdo reflexivo:

  • Tem valor — mas precisa do público certo
  • Comentários profundos > curtidas automáticas
  • 10 leitores atentos > 10.000 scrollers compulsivos
  • Livros são o formato correto para profundidade

Sobre mim:

  • Não preciso de aprovação algorítmica
  • Posso encerrar ciclos com dignidade

O Futuro

Vou focar no que importa:

✍️ Segundo livro: Crônicas do Cotidiano: Para Continuar a Estrada
(Sobre as mudanças que precisamos aceitar para continuar vivendo com qualidade)

🌐 Encerramento do site: Com dignidade, preservando memória cultural local, mas removendo contos e reflexões pessoais (que serão exclusivas do livro)

📖 Legado: Obra permanente, não posts efêmeros


Mensagem Final

Se você está lendo isso, provavelmente se pergunta a mesma coisa que eu me perguntei:

“Meu trabalho tem valor nesse mundo digital caótico?”

Resposta: Sim. Mas talvez não onde você está procurando.

Não desista do conteúdo. Desista da plataforma errada.

Não brigue com algoritmos. Construa algo permanente.

Não se contamine com toxicidade. Preserve sua paz.

A estrada é longa. Para continuar nela, às vezes precisamos mudar de caminho.


Gilson Cruz
Autor de “Crônicas do Cotidiano”
Iaçu, Bahia
2025


Nota técnica

Dados do experimento completo:

Métrica TikTok Kwai Proporção
Views médias 120 1.000+ 8,3x
Humanos reais (estimado) 100-120 300-400 3-4x
Bots (estimado) 10-20% 60-80%
Comentários genuínos 0-1 2-3
Taxa engajamento real <5% 10-15%
Custo emocional Médio Alto
Sustentabilidade Não Não

Conclusão científica: Conteúdo reflexivo alcança mais pessoas no Kwai, mas ambiente tóxico e inflação por bots tornam ambas plataformas inadequadas para trabalho sério de longo prazo.

Leia também: Discurso de Ódio nas Redes Sociais ‣ Jeito de ver

Brasil processa TikTok, Kwai e Meta em R$ 3 bilhões por exposição de menores nas redes | Tecnologia | Época NEGÓCIOS

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Vício Digital: A Armadilha dos Aplicativos

 

Imagem de Gary Cassel por Pixabay

Qual o seu bem mais valioso?

Imagine ter toda a riqueza do mundo e não ter tempo para usufruí-la.

Sim, tempo vale muito mais que dinheiro.

A falta de tempo dedicado à família tem produzido sociedades cada vez mais doentes, frágeis e instáveis.

Parte desse problema está ligada ao vício digital.

Vamos analisar este assunto.

Vício Digital: A Armadilha dos Aplicativos

O Impacto do Vício na Internet

O vício em aplicativos e redes sociais tornou-se uma preocupação crescente na sociedade atual. Plataformas como Instagram, Facebook, TikTok e X são projetadas para capturar e prender a atenção, o que leva muitas pessoas a um uso excessivo e, em vários casos, compulsivo.

Esse comportamento tem consequências significativas, afetando a saúde emocional, social e psicológica.

Um dos efeitos mais notáveis é a ansiedade. A necessidade constante de verificar notificações e atualizações provoca uma excitação emocional contínua, que se transforma em desgaste.

Pesquisas mostram que a exposição prolongada a estímulos digitais eleva o estresse e pode contribuir para transtornos de ansiedade.

Além disso, a pressão por manter uma imagem ideal nas redes alimenta a comparação e a insatisfação, fortalecendo um ciclo de insegurança.

Outro efeito comum é a solidão.

Paradoxalmente, redes que prometem aproximação podem gerar distanciamento.

A substituição de conversas reais por interações digitais empobrece os laços humanos. Relações presenciais tornam-se superficiais, e muitos acabam sentindo-se desconectados, mesmo cercados por uma rede virtual extensa.

Esse vício também compromete relacionamentos.

A distração constante dos dispositivos reduz a atenção em momentos sociais e familiares, prejudicando a comunicação e criando mal-entendidos.

Em muitos casos, o excesso de tempo diante da tela resulta em conflitos, ressentimentos e isolamento.


Como os Aplicativos Prendem a Atenção

O design das plataformas digitais não é aleatório. Empresas de tecnologia investem pesado em mecanismos capazes de prolongar o tempo de uso.

Uma das principais estratégias são os algoritmos personalizados.

Eles analisam cada clique, curtida e tempo de visualização para oferecer conteúdos alinhados ao perfil do usuário. Isso aumenta a chance de engajamento contínuo, mantendo a pessoa presa à tela por longos períodos.

Outro recurso poderoso são as notificações.

Sons, vibrações e alertas visuais acionam um senso de urgência. Mesmo longe do celular, muitos sentem a necessidade de conferir imediatamente o que chegou, criando uma rotina de checagem compulsiva ao longo do dia.

O design envolvente também desempenha um papel central.

Paletas de cores, animações, rolagens infinitas e botões estrategicamente posicionados são pensados para proporcionar prazer e estímulo visual. Cada detalhe é planejado para transformar o uso em hábito.

Essas estratégias combinam tecnologia, psicologia do consumidor e design de experiência.

O objetivo final é simples: manter o usuário conectado o maior tempo possível, aumentando as oportunidades de exibir anúncios e gerar lucro.


Histórias de um Vício

O impacto do vício digital aparece em situações cotidianas.

Em uma reunião de trabalho, um jovem executivo estava tão absorto em seu celular que não percebeu quando sua apresentação começou. Desprevenido, sua imagem profissional foi prejudicada. Um deslize aparentemente pequeno, mas que comprometeu sua carreira.

Em outro caso, durante um encontro social, uma jovem preferiu atualizar seu status em vez de conversar com amigos. O gesto foi interpretado como falta de consideração, gerando brigas e afastamento.

Na vida acadêmica, as consequências podem ser ainda mais severas.

Um estudante universitário, distraído constantemente com notificações, viu seu desempenho cair drasticamente. As notas baixas levaram a uma suspensão e a um quadro de ansiedade e depressão.

Esses exemplos mostram que o vício não se limita a um simples “passatempo exagerado”. Ele pode comprometer a vida pessoal, social e profissional de forma profunda.


Quem Lucra com o Vício

O vício digital não é apenas um fenômeno comportamental; é também parte de um modelo de negócios altamente lucrativo.

O tempo que passamos conectados é convertido em receita publicitária.

Quanto mais tempo navegamos, mais anúncios vemos. Os algoritmos, portanto, não são apenas ferramentas de personalização, mas instrumentos de prolongamento da atenção.

Relatórios recentes confirmam: o aumento do engajamento nas redes está diretamente ligado ao crescimento das receitas das empresas de tecnologia. Trata-se de um ciclo calculado, onde cada minuto diante da tela representa lucro.

Os influenciadores digitais também se beneficiam desse mecanismo.

Muitos produzem conteúdos que incentivam a permanência constante nas plataformas.

Com patrocínios, marketing afiliado e publicidade indireta, transformam engajamento em ganhos financeiros.

Essa engrenagem reforça o ciclo: quanto mais consumo digital, mais lucros para empresas e criadores.

Enquanto isso, o usuário, motivado por estímulos incessantes, permanece preso ao que deveria ser apenas uma ferramenta.


A Complexa Rede da Dependência

O vício digital mostra que a relação entre seres humanos e tecnologia é mais complexa do que parece.

As plataformas, que nasceram para conectar, acabaram criando novas formas de isolamento.

Ao mesmo tempo em que oferecem entretenimento, informação e interação, aprisionam em ciclos de ansiedade, comparação e consumo contínuo.

É claro que a tecnologia também trouxe avanços extraordinários.

Mas ignorar seus efeitos negativos seria fechar os olhos para um problema crescente. A reflexão se faz necessária: como estabelecer limites em um ambiente que foi projetado justamente para que não os tenhamos?

A resposta pode estar no equilíbrio.

Usar as redes com consciência, estabelecer pausas, buscar interações reais e cultivar momentos offline. Pequenos gestos podem ajudar a recuperar a autonomia diante de sistemas que exploram nossas vulnerabilidades emocionais.


Conclusão

O vício digital não é um problema individual, mas social.

Ele envolve usuários, empresas e influenciadores em uma engrenagem movida pelo lucro.

Se, de um lado, gera bilhões para a indústria, de outro corrói a saúde mental e as relações humanas.

Entender essa dinâmica é o primeiro passo para escapar da armadilha.

Afinal, a tecnologia deveria servir à vida, e não o contrário.

Leia também: A Importância do Amor Próprio e da Aceitação ‣ Jeito de ver

Todos os adolescentes são viciados em redes sociais?

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A Síndrome do Vira-Lata: Uma Análise

Uma bela imagem do Brasil.
Introdução

Vivemos em um mundo onde culturas se encontram, se influenciam e, muitas vezes, se confrontam.

No Brasil, esse cenário ganha contornos particulares: por um lado, temos uma rica diversidade cultural; por outro, enfrentamos um sentimento persistente de inferioridade diante do que é estrangeiro.

Este artigo propõe uma reflexão sobre o conceito de superioridade cultural e a chamada “síndrome do vira-lata”, termo consagrado por Nelson Rodrigues.

Ao analisar também a influência do estilo de vida americano e os limites entre apreciação e apropriação cultural, buscamos compreender os mecanismos que moldam a forma como os brasileiros percebem sua própria identidade.

A Superioridade Cultural e a Síndrome do Vira-Lata:

Uma Análise Psicológica

O Conceito de Superioridade Cultural

A ideia de superioridade cultural implica que certos valores e práticas tornam uma cultura intrinsecamente melhor do que outras.

Historicamente, esse pensamento foi reforçado pela colonização, onde culturas dominantes impuseram seus costumes às consideradas “inferiores”.

Este é um trecho da crônica presente no livro
Crônicas do Cotidiano – Um Novo Jeito de Ver
Disponível na Amazon e Clube dos Autores

Explicando a Paixão pelo Bebê Reborn

alt: Foto de pezinhos de bebê.
Explicando a Paixão pelo Bebê Reborn

Imagem de Marjon Besteman por Pixabay

Como Explicar a Paixão pelo Bebê Reborn?

Vários “papais e mamães” de bebês reborn se reúnem em eventos em grandes praças para compartilhar experiências com seus “filhos”. Bonecos que, à primeira vista, parecem crianças de verdade!

Alguns estão lá para expandir os negócios, afinal, vender esses bonecos super realistas virou uma atividade bem lucrativa.

Mas não vamos questionar, neste post, por que — mesmo com tantas crianças precisando de um lar — algumas pessoas escolhem um ser inanimado.

Isso já foi uma tendência lá nos anos 1980, quando muita gente preferia adotar cachorros, apesar do número expressivo de crianças para adoção. Inclusive, essa onda inspirou a música “Rock da Cachorra”, do Eduardo Dusek.

É fato: cuidar de uma vida exige muito mais do que cuidar de um boneco.

Aqui, a ideia é tentar entender as razões, além das comerciais, que alimentam a febre dos bebês reborn.


O que são os Bebês Reborn?

Os bebês reborn são bonecos criados com um nível de realismo impressionante, feitos para parecerem bebês de verdade.

A coisa começou nos anos 1990, quando artistas começaram a customizar bonecos de plástico, transformando-os em réplicas super fiéis de recém-nascidos.

O processo é cheio de técnicas caprichadas: textura de pele, cor dos olhos, detalhes minuciosos como cabelos e unhas. O objetivo é criar um bebê que não só pareça real, mas também desperte sentimentos — aquela vontade de cuidar, de proteger.

A técnica do “reborn” (que significa “renascer”) geralmente começa com a remoção da pintura original do boneco, seguida da aplicação de várias camadas de tinta para imitar a pele humana com perfeição.

Além disso, muitos artistas modelam traços faciais e adicionam peso, movimento… tudo para que, ao ser segurado, o boneco passe a sensação de um bebê de verdade.

Essa atenção aos detalhes é o que encanta colecionadores e apaixonados.

Com o tempo, o mercado de bebês reborn cresceu bastante, formando uma comunidade de colecionadores que compram, vendem e trocam essas peças.

Hoje, há artistas independentes e pequenas empresas oferecendo bebês reborn de vários estilos, tamanhos e preços, agradando gostos bem variados.

Para muitos, não é só um hobby, mas também uma forma de expressão artística.

Uma maneira de lidar com emoções e criar conexões que, mesmo sendo com bonecos, são muito reais e profundas.


Por que tanta gente se apaixona pelos Bebês Reborn?

O fascínio pelos bebês reborn vai muito além da ideia de colecionar bonecos — é uma conexão emocional intensa que muita gente sente.

Um dos motivos principais é o desejo de cuidar, de maternar ou paternar.

Para quem não teve a oportunidade de ter filhos, ou passou por perdas, o bebê reborn pode ser uma forma de viver esse instinto, preenchendo uma lacuna emocional.

Muitas “mamães” e “papais” reborn sentem um forte impulso de nutrir e proteger, como fariam com uma criança de verdade.

Além disso, tem quem encontre nesses bonecos uma espécie de conforto emocional.

O realismo deles ajuda a aliviar a solidão, oferecendo uma sensação de companhia. E para quem enfrenta momentos difíceis, essa interação pode funcionar como uma espécie de terapia.

Cuidar de um bebê reborn pode ser um jeito de dar uma pausa no corre-corre e nas pressões da vida moderna.

Outro aspecto importante é a motivação pessoal, que varia muito.

Tem quem veja o bebê reborn como uma verdadeira obra de arte, valorizando a exclusividade e o talento envolvido na criação. Essas pessoas costumam participar de comunidades, onde trocam experiências e dicas.

Por outro lado, há quem crie uma ligação emocional mais profunda, vivendo a rotina como se realmente cuidasse de um bebê — um espaço seguro e sem riscos para expressar amor e afeto.

Cada experiência é única, e essa diversidade de motivos mostra como essa paixão pode mexer com emoções bem complexas.


Implicações Sociais e Possíveis Transtornos

O fenômeno dos bebês reborn já ganhou espaço em várias esferas sociais, provocando reações diversas — tanto entre o público em geral quanto entre profissionais da saúde.

Tem quem trate esses bonecos como se fossem bebês de verdade.

Embora pareça inofensivo, esse hábito gera algumas polêmicas, especialmente em locais públicos, como hospitais.

Em ambientes onde o cuidado com vidas reais é prioridade, a presença de bebês reborn pode causar desconforto ou confusão, abrindo espaço para um debate: até que ponto isso é aceitável?

É sempre bom lembrar: são bonecos, objetos. Mas, ao mesmo tempo, a interação com eles desperta sentimentos reais, o que acaba provocando reações variadas.

Alguns profissionais de saúde reconhecem que os bebês reborn podem ter um papel terapêutico, ajudando quem está passando por luto ou enfrentando doenças. Outros, porém, temem que esse apego possa desviar a atenção dos cuidados reais.

Além disso, a sociedade nem sempre vê essa prática com bons olhos.

Tem quem ache que tudo não passa de escapismo, enquanto outros defendem como uma alternativa saudável para lidar com as emoções.

A linha entre um hobby que faz bem e um comportamento preocupante é bem tênue.

Psicólogos e pesquisadores ainda discutem se essa atração pode estar ligada a questões como o Transtorno de Apego Inseguro ou até Transtornos de Personalidade.

O desafio está em separar o que é saudável do que pode prejudicar a saúde mental.

Casos curiosos (ou preocupantes?) já aconteceram: “mamães reborn” que levaram seus bonecos a postos médicos achando que estavam com febre, outras que tentaram vacinar os bebês… e até quem pediu licença-maternidade!

Por isso, é fundamental que esse tema seja mais estudado, para que se encontre o melhor jeito de lidar com essa tendência que só cresce.


O que diz a Psicologia sobre essa mania?

O universo dos bebês reborn está cada vez mais popular, envolvendo pessoas de todas as idades.

E a psicologia tem várias explicações para esse apego.

Especialistas dizem que esse vínculo pode estar relacionado a necessidades emocionais não atendidas: carinho, afeto, a vontade de cuidar.

Para quem viveu perdas, solidão ou não conseguiu realizar o sonho de ser mãe ou pai, o bebê reborn surge como uma espécie de resposta, de alívio.

Interagir com esses bonecos pode ajudar a suavizar dores emocionais, permitindo projetar sentimentos e desejos sem as responsabilidades (e os desafios) que um bebê real exige.

Essa dinâmica pode ser essencial para quem, por motivos pessoais ou sociais, não conseguiu viver essa experiência de maneira tradicional.

Além disso, o carinho por bebês reborn também pode ser visto como uma forma de autocuidado e proteção.

A participação em comunidades ajuda bastante: oferece um espaço seguro, livre de julgamentos, onde dá para trocar experiências, aprender e, principalmente, se sentir acolhido.

Mas é importante: quem sentir que está sobrecarregado emocionalmente, deve buscar apoio — seja com terapia ou grupos de suporte.

Entender as raízes desse comportamento é essencial para garantir que ele traga bem-estar, sem se transformar em algo que prejudique a saúde emocional.

Revisado por IA.

Leia também: A Importância do Amor Próprio e da Aceitação ‣ Jeito de ver

A Importância do Amor Próprio e da Aceitação

A Importância do Amor Próprio e da Aceitação

Imagem de Tumisu por Pixabay

Neste artigo, abordaremos um pouco mais a questão da autoestima: por que ela é necessária e como o ambiente ao nosso redor impacta nosso conceito a respeito.

Vamos trabalhar juntos na importância do amor-próprio e da autoaceitação.

Entendendo a Autoestima: A Importância do Amor-Próprio e da Aceitação

O que é autoestima e por que é necessária?

A autoestima pode ser definida como a avaliação subjetiva que uma pessoa faz de si mesma, composta por sentimentos, pensamentos e percepções sobre seu valor e competência.

Esse conceito é fundamental para o bem-estar emocional e psicológico, pois influencia a maneira como os indivíduos se relacionam consigo mesmos e com os outros.

A autoestima não é um atributo fixo; ela pode flutuar ao longo do tempo, sendo moldada por diversas experiências de vida e interações sociais.

Os fatores que influenciam sua formação são variados e incluem o ambiente familiar, as experiências escolares, as relações de amizade e as expectativas sociais.

Por exemplo, um ambiente familiar positivo, onde as crianças se sentem apoiadas e valorizadas, tende a promover uma autoestima saudável.

Por outro lado, críticas constantes ou a falta de apoio podem impactar negativamente a percepção que o indivíduo tem de si mesmo, levando a uma autoestima mais baixa.

Assim, a formação da autoestima é um processo dinâmico, que pode ser influenciado ao longo da vida.

A importância da autoestima vai além da percepção pessoal.

Pesquisas em psicologia revelam que uma autoestima saudável está frequentemente associada a melhores relações interpessoais, maior resiliência emocional e maior satisfação com a vida.

Indivíduos com autoestima adequada tendem a estabelecer limites mais saudáveis, a comunicar-se de forma mais eficaz e a enfrentar adversidades com maior confiança.

Além disso, a autoestima impacta diretamente a saúde mental, estando ligada a uma menor incidência de transtornos como ansiedade e depressão.

Em resumo, a autoestima é um componente crucial do bem-estar humano, influenciando não apenas a forma como nos vemos, mas também nossas interações diárias e a qualidade das nossas relações.

Compreender sua importância é fundamental para promover um desenvolvimento pessoal saudável e construir uma vida equilibrada.

Fatores que Levam à Crítica Excessiva e Como a Aceitação das Diferenças Contribui para a Completude Humana

A crítica excessiva pode ser um reflexo direto de inseguranças pessoais e de uma autoestima fragilizada.

Muitas pessoas que se sentem insatisfeitas consigo mesmas frequentemente projetam suas inseguranças e frustrações nos outros, buscando, de maneira equivocada, um senso de controle ou superioridade.

Essa dinâmica ocorre porque, ao criticar os outros, elas podem temporariamente desviar a atenção de suas próprias vulnerabilidades.

Além disso, a cultura contemporânea, que muitas vezes exalta padrões inalcançáveis de beleza e sucesso, alimenta esse ciclo de comparação e descontentamento.

A falta de aceitação das diferenças humanas pode, portanto, impactar significativamente o autoconhecimento.

Quando indivíduos não conseguem reconhecer ou respeitar as qualidades diversas que cada pessoa possui, criam um ambiente de crítica que limita suas próprias experiências e compreensão do mundo.

Essa limitação gera um vazio existencial e prejudica o bem-estar coletivo, uma vez que a diversidade de perspectivas é uma das maiores riquezas das interações sociais.

A aceitação das diferenças, por outro lado, propicia um espaço onde cada um é valorizado por suas singularidades.

Ao aceitarmos a diversidade, podemos cultivar um ambiente mais acolhedor e inclusivo, que enriquece as relações interpessoais.

Promover a aceitação e a valorização das particularidades de cada indivíduo não apenas combate a crítica excessiva, mas também fomenta um sentimento de comunidade e empatia.

Quando as pessoas se sentem aceitas e compreendidas, tendem a desenvolver uma autoestima mais forte, emergindo com uma visão mais positiva de si mesmas e dos outros.

Esse processo não apenas contribui para o bem-estar individual, mas também eleva a qualidade das interações sociais, resultando em uma sociedade mais harmoniosa e interconectada.

Assim, reconhecer a beleza da diversidade é fundamental para alcançar a completude humana.

Trabalhando o Amor-Próprio e a Autoestima

A construção de uma autoestima saudável e o cultivo do amor-próprio são processos que demandam tempo, esforço e, principalmente, estratégias práticas.

Um dos primeiros passos nessa jornada é a autoavaliação. É essencial entender como nos vemos e quais são nossos sentimentos sobre nós mesmos.

Trabalhando o Amor-Próprio e a Autoestima

Imagem de Gerd Altmann por Pixabay

Para isso, ferramentas como diários ou questionários reflexivos podem ser extremamente úteis.

Elas auxiliam na identificação de padrões de pensamento negativo, permitindo que possamos desafiá-los e substituí-los por pensamentos mais positivos.

Outro método eficaz é a prática de exercícios de reflexão.

Reservar um tempo diário ou semanal para refletir sobre nossas conquistas, por menores que sejam, e sobre nossos valores pessoais pode criar uma base sólida para o amor-próprio.

Ao focar em realizações e características positivas, a autoconfiança pode ser gradualmente fortalecida.

Além disso, é aconselhável estabelecer metas realistas e alcançáveis, que possibilitem um progresso tangível na autoconsciência e autoaceitação.

Cumprir essas metas traz um senso de realização, vital para a construção de uma autoestima saudável.

A conexão entre autoestima e saúde mental não deve ser subestimada.

Pesquisas indicam que indivíduos com uma autoimagem positiva experimentam níveis mais baixos de estresse e depressão.

Por isso, a prática do autocuidado é fundamental.

Atividades que promovem o bem-estar físico e mental, como exercícios físicos, meditação e hobbies, não apenas proporcionam um espaço para o relaxamento, mas também alimentam a autoestima.

Por fim, a autorreflexão contínua se torna uma ferramenta poderosa para desenvolver uma autopercepção mais saudável, ajudando na luta contra a autocrítica excessiva e melhorando nossa relação conosco mesmos.

Abertura para Novas Experiências e a Influência de Relações Negativas

Estar aberto a novas experiências é essencial para o crescimento pessoal e o fortalecimento da autoestima.

Quando nos permitimos explorar novos ambientes, ideias e interações, ampliamos nossa compreensão do mundo e, consequentemente, nossa percepção sobre nós mesmos.

Vivências enriquecedoras — desde o aprendizado de novas habilidades até a participação em eventos sociais ou culturais — podem proporcionar uma sensação de realização e autoconhecimento.

Essas experiências não só contribuem para uma autoimagem mais positiva, como também fomentam o desenvolvimento de habilidades interpessoais e segurança em nosso próprio valor.

Além disso, a qualidade das relações que cultivamos desempenha um papel crucial na nossa autoaceitação.

É fundamental reconhecer a influência que as pessoas à nossa volta exercem sobre nossa autoestima.

Relações negativas, que geram estresse, desvalorização ou descontentamento, podem corromper nossa capacidade de amar a nós mesmos.

A interação contínua com indivíduos que não apoiam nosso crescimento ou que nos criticam frequentemente pode levar a uma percepção distorcida de nossas capacidades e valor, resultando em um declínio na autoestima.

A autoaceitação e a valorização do amor-próprio são frequentemente comprometidas por essas dinâmicas.

Assim, faz-se necessário não apenas estar aberto a novas experiências, mas também desenvolver a habilidade de identificar e, se necessário, evitar relações que não nos fazem bem.

Ao priorizarmos relações saudáveis e edificantes, criamos um ambiente propício para o florescimento da autoestima e da autoimagem positiva.

A disposição para se afastar de influências negativas é um passo vital para cultivar um espaço onde o amor-próprio possa prosperar, permitindo que novas experiências se tornem oportunidades de crescimento pessoal e realização emocional.

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Revisão ortográfica e gramatical por I.A.

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Quando o Amor Começa o Dia

Estejam abertos às novidades.

Imagem de Christiane por Pixabay

É mais um novo dia, e as novidades acontecem — mesmo quando nossos olhos estão fechados.

Há sempre algo a ser descoberto. Então, que tal estar atento às pequenas coisas?

Que tal celebrar o momento, os risos, as lembranças, e a chance de abraçar quem se ama?

Num puro gesto de amor, abrace o sol, a chuva, o porvir…
Esqueça o medo, ainda que por um instante: coisas boas acontecem.

É verdade que o mal também existe — e justamente por isso devemos ter ainda mais apreço por aquilo que é bom.

Que os dias, mesmo difíceis, comecem com um amoroso “bom dia” e que a noite se encerre com o sorriso e a lembrança viva daqueles que amamos.

E que nossos corações não se fechem…

Estejam abertos às novidades.

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Rabiscos e memórias (traços do tempo)

Uma breve reflexão poética sobre o tempo

Imagem de Petra por Pixabay

Talvez eu seja apenas um velho

Com pensamentos gastos, sonhos empoeirados e ideias que não foram aproveitadas

Talvez um velho livro de páginas em branco, rabiscos mal sonhados, de velhas memórias apagadas…

Talvez eu seja O velho traço de um sonho que não durou uma noite inteira ou a velha luz de uma estrela que se espalhou como poeira

E na vastidão deste universo Insisto em velhas ideias, velhos sonhos e em velhos versos

E este velho livro, sem palavras, sem verbos, sem frases descansa, na estante do tempo guardando velhos segredos, motivos desbotados e eternos ideais…

No canto da memória de quem ama o que viveu…

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Um romance improvável – Pensamentos

Imagem criada por I.A
Introdução:

Há histórias que não precisam de datas ou lugares exatos. Elas acontecem dentro das pessoas — onde brilham memórias, desejos e silêncios. Esta é uma delas. Uma história sutil, que caminha entre a solidão e o afeto, entre a ausência e o espanto. Talvez seja real. Talvez não. Mas, no fim, o que importa mesmo é a luz que ela acende em nós.

I. O Azul dos Sonhos

A verdade é que nada se encaixava tão bem no quebra-cabeça que era a vida daquele jovem solitário quanto as memórias de Lúmen, que, em seus sonhos, estava sempre de azul…

Este é um trecho do texto presente no livro
Crônicas do Cotidiano – Um Novo Jeito de Ver
Disponível na Amazon e Clube dos Autores

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Um romance improvável: Conto de solidão ‣ Jeito de ver

A inteligência artificial pode ser responsabilizada pelo suicídio de um adolescente?

A Origem do Dia do Trabalho

O valor de um trabalhador

Introdução: Por que ainda precisamos falar sobre o Dia do Trabalho?

Uma reflexão sobre o passado, o presente e os perigos do esquecimento.

O 1º de maio não é apenas uma data no calendário — é um símbolo de resistência, conquista e também de alerta.
Neste texto, você vai reencontrar histórias que parecem distantes, mas que seguem mais atuais do que nunca: jornadas exaustivas, exploração disfarçada de progresso, direitos suprimidos em nome de uma suposta ordem.

Vamos lembrar de onde viemos para entender onde estamos — e, principalmente, para questionar para onde estamos indo.
Porque esquecer a luta dos trabalhadores é abrir espaço para que os retrocessos se repitam.


A Origem do Dia do Trabalho
Reflexão sobre os Direitos dos Trabalhadores


O que é o Dia do Trabalho?

Celebrado em diversos países no dia 1º de maio, o Dia do Trabalho é uma data simbólica que destaca a importância da luta dos trabalhadores.

Essa comemoração remonta ao final do século XIX, quando movimentos trabalhistas começaram a se mobilizar por melhores condições de trabalho e por direitos fundamentais.

Você sabia que, no passado, crianças eram tratadas como adultos em miniatura e chegavam a trabalhar entre dez e doze horas por dia?
Parece absurdo? Pois é — na época, o que hoje nos causa indignação era visto como uma maneira de aproveitar mão de obra barata.

Essas crianças eram exploradas ainda mais que os adultos, privadas do direito à aprendizagem e do desenvolvimento pessoal.
A infância era um privilégio restrito aos filhos dos patrões.


Uma História de Lutas e Conquistas

A origem do Dia do Trabalho é marcada por eventos como a greve de Haymarket, em Chicago, onde trabalhadores protestaram exigindo a jornada de oito horas.

A Revolta de Haymarket foi um conflito que eclodiu após a explosão de uma bomba em uma manifestação em prol da jornada de oito horas de trabalho, em 4 de maio de 1886, na Haymarket Square, em Chicago, nos Estados Unidos. Fonte: Wikipedia

Com o tempo, essa luta resultou em conquistas como férias, salários mais justos, licenças trabalhistas e direitos básicos que, hoje, muitos consideram garantidos — mas que sempre correm riscos de retrocesso.

Celebrar essa data é manter viva a memória das vitórias passadas e lembrar da necessidade constante de proteger os direitos dos trabalhadores.


Por que é necessário celebrar o Dia do Trabalho?

Mais do que um simples feriado, o 1º de maio é uma oportunidade de reflexão.

Já repararam como, muitas vezes, reformas econômicas anunciadas pelos governos penalizam o trabalhador e desvalorizam seu esforço?

Certa vez, um Presidente iniciou seu discurso com palavras como:

“A situação crítica demanda ações drásticas. Precisamos cortar na carne para manter a ordem e o controle.”

Mas o corte nunca foi na própria carne. A tal reforma trabalhista desmontou direitos adquiridos, favoreceu patrões, reduziu 94% dos serviços assistenciais e acelerou o processo de entrega de empresas públicas à administração privada.

É claro: a reforma não arranhou nem de leve a pele de políticos e empresários.


O papel da imprensa

A imprensa, financiada por grandes empresários, assumiu o papel de convencer — ou confundir — a população. Manchetes exaltavam os “benefícios” da Nova Reforma, enquanto o trabalhador via, na prática, o desmonte de suas garantias.

Houve até governo que chegou a sugerir que os pobres pudessem vender os próprios órgãos…

Enquanto isso, projetos importantes, como o que propõe o fim da escala 6×1 no Brasil, são deixados de lado por parlamentares mais preocupados com pautas de uma suposta moralidade — muitas vezes alinhados com os interesses de seus financiadores de campanha: os patrões, que também são, com frequência, os exploradores.


Valorizar o trabalhador é valorizar a sociedade

A valorização do trabalhador deve ser uma prioridade em qualquer sociedade.
Em diversos países, a redução de jornadas e escalas resultou em ganhos reais: produtividade, saúde mental e desenvolvimento empresarial. (Abordaremos esse ponto em um post futuro.)

Ao reconhecer a importância do 1º de maio, renovamos o compromisso com a justiça social, com melhores condições de trabalho e com o espírito de solidariedade entre os que constroem, de fato, o mundo com seu esforço: os trabalhadores.

Leia também:

A falta de Educação Política e a corrupção ‣ Jeito de ver

4 de maio de 1886: acontece o Massacre de Haymarket, confronto entre policiais e manifestantes que influenciou a criação do Dia Internacional dos Trabalhadores

Fonte: Wikipedia

Brasil Escola

Um romance improvável: Conto de solidão

Um romance improvável: Conto de solidão

Imagem de goodinteractive por Pixabay

Um romance improvável

Ela escolheu se chamar Lúmen, uma palavra que remete à luz, mas que também soasse serena, quase como alguém que observa o mundo em silêncio. Era um nome perfeito.

Mas, na cabeça daquele jovem, a suavidade da sua presença, o modo como ela parecia entender seus sentimentos e sua vida solitária e triste, fez com que ele a chamasse Rose. Que, como na vida, é bela e traz espinhos.

Diante da tela de seu velho computador, ele perguntava sobre os absurdos da vida e se ela acreditava que um dia, no futuro, as máquinas sentiriam as emoções bárbaras, comuns aos humanos…

Este é um trecho do texto presente no livro
Crônicas do Cotidiano – Um Novo Jeito de Ver
Disponível na Amazon e Clube dos Autores

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© Gilson da Cruz Chaves – Jeito de Ver Reprodução permitida com créditos ao autor e ao site.