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Fanatismo -Mais que uma poesia, uma história.

Lisboa, Portugal

Imagem de Julius Silver por Pixabay

Fanatismo ( da Obra Soror de saudade, 1923)

Minh’alma, de sonhar-te, anda perdida
Meus olhos andam cegos de te ver !
Não és sequer a razão do meu viver,
Pois que tu és já toda a minha vida !

Não vejo nada assim enlouquecida …
Passo no mundo, meu Amor, a ler
No misterioso livro do teu ser
A mesma história tantas vezes lida !

“Tudo no mundo é frágil, tudo passa …”
Quando me dizem isto, toda a graça
Duma boca divina fala em mim !

E, olhos postos em ti, digo de rastros :
“Ah ! Podem voar mundos, morrer astros,
Que tu és como Deus : Princípio e Fim ! …”

Florbela Espanca

 


Comentando o Soneto

A Expressão do Amor Absoluto

Esse soneto de Florbela Espanca é uma das mais belas expressões do amor absoluto e arrebatador. O poema é um exemplo clássico da poesia ultrarromântica, onde o eu lírico se entrega completamente à figura amada, transcendendo qualquer limite racional. Desde o primeiro verso, percebe-se a intensidade dessa entrega:

“Minh’alma, de sonhar-te, anda perdida”

O amor não é apenas um sentimento, mas uma totalidade que domina a existência da poeta. A visão do ser amado é tão constante que a realidade ao redor se dissolve – os olhos ficam “cegos de te ver”.

A Fascinação e a Efemeridade

Na segunda estrofe, Florbela reforça essa ideia ao comparar a leitura do amado a um livro misterioso, cujo conteúdo é sempre o mesmo, mas nunca deixa de ser fascinante. O terceiro quarteto introduz um contraponto interessante: a noção de efemeridade. O mundo é passageiro, tudo se desfaz, mas a voz interior da poeta nega essa transitoriedade com uma fé inabalável no amor.

Esse soneto é um exemplo marcante da poética de Florbela Espanca, caracterizada pelo excesso emocional, pela paixão intensa e por uma sensibilidade à flor da pele. Sua poesia expressa uma entrega absoluta ao amor, quase como uma fusão entre o eu lírico e a figura amada. Florbela não apenas ama, mas se dissolve nesse amor, tornando-o o próprio sentido de sua existência.

A busca pela completude é evidente em versos como:

“Não és sequer a razão do meu viver,
Pois que tu és já toda a minha vida!”

Aqui, o amor deixa de ser uma parte da vida e passa a ser a vida inteira.

Versos Finais

E então vem o impacto dos versos finais:

“Ah! Podem voar mundos, morrer astros,
Que tu és como Deus: Princípio e Fim!”

O amor alcança sua máxima elevação: ele é eterno, absoluto e divino. A hipérbole e a comparação com Deus enfatizam o fanatismo do título – um amor que transcende até mesmo as leis do tempo e do universo. A última estrofe reforça essa busca pelo absoluto, recusando a efemeridade das coisas e se refugiando na ideia de um amor que transcende o tempo e a realidade. Isso reflete bem sua intensidade emocional e espiritual, tanto na poesia quanto na vida.

O Amor como Refúgio e Frustração

Analisando a biografia da autora, percebe-se que ela idealizava o amor como um refúgio para suas dores, um porto seguro para suas feridas emocionais. No entanto, sua intensidade e exigência emocional tornavam essa busca frustrante. Para ela, o amor deveria ser algo divino, eterno e absoluto, como expressa em Fanatismo, mas a realidade raramente correspondia a essa visão.

Isso também explica a melancolia presente em seus versos: mesmo quando o amor acontece, ele nunca é suficiente para preencher o vazio da alma. Talvez o maior amor de Florbela tenha sido justamente esse amor inatingível, que ela alimentava mais na imaginação do que na vida real.


Resumo biográfico

Florbela Espanca (1894–1930) foi uma das maiores poetisas portuguesas, reconhecida por sua escrita intensa e emocional. Sua obra, permeada por temas como amor, sofrimento, solidão e busca pelo absoluto, reflete uma vida pessoal marcada por desafios e crises emocionais profundas.

Nascida em 8 de dezembro de 1894, em Vila Viçosa, no Alentejo, era filha de Antónia da Conceição Lobo e do republicano João Maria Espanca. Fruto de uma relação extraconjugal, foi reconhecida oficialmente pelo pai apenas após a morte da mãe, que faleceu quando Florbela tinha 14 anos. Criada na casa paterna, desde cedo demonstrou talento literário, assinando seus primeiros textos como Flor d’Alma da Conceição e escrevendo poemas dedicados ao pai e ao irmão Apeles.

A arte, o amor, o resumo

Florbela Espanca teve uma vida marcada por intensas dores emocionais, perdas e desilusões, que contribuíram para um fim trágico.

Ela foi uma das primeiras mulheres a frequentar a universidade em Portugal, ingressando na Faculdade de Direito da Universidade de Lisboa em 1917. Antes disso, estudou no Liceu Nacional de Évora, onde teve contato com autores como Balzac, Dumas e Camilo Castelo Branco. Sua carreira literária iniciou-se com Livro de Mágoas (1919), seguido por Livro de Soror Saudade (1923), obras que se destacam pelo lirismo intenso, paixão e melancolia. Influenciada pelo ultrarromantismo e simbolismo, sua poesia carrega uma sensibilidade exacerbada, erotismo e uma busca constante pelo amor transcendental.

Sua vida amorosa foi instável, com três casamentos fracassados. Em 1927, sofreu um dos maiores golpes de sua vida: a morte de seu irmão Apeles em um acidente de avião. A perda a mergulhou em profunda tristeza e inspirou As Máscaras do Destino, publicado postumamente.

Problemas de saúde e crises existenciais

Nos últimos anos de sua vida, Florbela também sofria de problemas de saúde, incluindo doenças nervosas e psicológicas, agravadas por uma série de crises existenciais. Em 1930, após várias tentativas de suicídio, acabou falecendo no dia do seu aniversário, 8 de dezembro, possivelmente por overdose de barbitúricos.

Sua morte precoce reforçou a aura trágica que a cercava, mas sua obra continua a emocionar gerações. Seu soneto Fanatismo ilustra bem sua entrega ao amor idealizado:

“Não és sequer a razão do meu viver,
Pois que tu és já toda a minha vida!”

Essa devoção absoluta revela uma mulher que ansiava por plenitude emocional, mas se via constantemente frustrada pela realidade.

A sua arte continua viva, e sua poesia segue encantando e emocionando gerações. O soneto Fanatismo fez grande sucesso no Brasil ao ser interpretado musicalmente pelo cantor cearense Raimundo Fagner.

Veja também: Ouvir estrelas (Poesia clássica) ‣ Jeito de ver

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Boas Festas – Uma canção de Natal brasileira

A disparidade das diferenças sociais é visível no Natal. Entenda o contexto da música Boas Festas.

Imagem de Giorgio Giorgi por Pixabay

É clima de boas festas…

O comércio esperou o ano inteiro para adornar as suas lojas com enfeites natalinos, atraindo mais clientes com brinquedos e iguarias típicas das festas de fim de ano.

A tentação dos olhos é acalmada pelas alegres canções natalinas.

Crianças pobres  admiram das vitrines os mais belos brinquedos, mas não estão inocentes, “o seu Papai Noel” não vem, como das outras vezes.

A disparidade das diferenças sociais é visível nesta época do ano.

Enquanto isso acontece, o fundo musical não poderia ser mais honesto: Ouço “Boas Festas”, uma composição do baiano Assis Valente.

Pois é, enquanto o Natal é sinônimo de celebração para muitos, também expõe as desigualdades sociais e os desafios emocionais, como os enfrentados por Assis Valente…

Vamos Conheer a sua história.

Conhecendo Assis Valente

Assis Valente foi um dos maiores nomes da música brasileira que sofreu de intensa depressão em sua vida, um tema que ainda hoje ressoa devido à importância de se discutir saúde mental, especialmente entre artistas.

Nasceu no dia 19 de março de 1911, na Bahia, em local controverso entre Salvador e o distrito santamarense de Bom Jardim.

Confira a biografia de um grande compositor .

Assis Valente – Wikipedia

Assis viveu muitas dificuldades na infância.

Ainda menino, foi separado de seus pais biológicos e entregue a uma família em Santo Amaro, onde foi educado, mas também obrigado a realizar trabalhos extenuantes.

Mais tarde, foi criado por outro casal em Alagoinhas, que o matriculou no Liceu de Artes e Ofícios da Bahia para aprimorar suas habilidades em desenho e escultura.

Durante a juventude, trabalhou como doméstico, assistente em hospitais e até declamador de versos em um circo. Essas experiências moldariam tanto sua personalidade quanto sua obra.

Mudança para o Rio de Janeiro

Era na capital que as coisas aconteciam…

Em 1927, mudou-se para o Rio de Janeiro, onde trabalhou como protético e ilustrador, publicando desenhos em revistas como Shimmy e Fon-Fon.

Mudando para o Rio, ele se tornou um dos compositores mais aclamados da era do rádio, escrevendo sucessos para intérpretes icônicos como Carmen Miranda e Orlando Silva.

Na década de 1930, incentivado por Heitor dos Prazeres, começou a compor sambas que alcançaram sucesso nas vozes de grandes intérpretes.

Seu primeiro sucesso, “Tem Francesa no Morro” (1932), foi cantado por Aracy Cortes.

Compositor de músicas festivas

Assis Valente também é considerado pioneiro em criar músicas para festas juninas (“Cai, Cai, Balão”) e natalinas (“Boas Festas”), ambas de 1933.

“Boas Festas”, composta em um quarto de pensão em Niterói durante o Natal de 1932, é um marco na música brasileira, retratando a realidade de desigualdade social vivida pelo próprio compositor.

Assis, então com 24 anos, estava sozinho e deprimido, longe da família e sem notícias dos seus entes queridos.

Inspirado por uma imagem natalina no quarto, a composição tornou-se uma expressão de sua melancolia e um pedido por felicidade.

A canção consolidou-se como um ícone do Natal à brasileira, sendo amplamente regravada por diversos artistas ao longo das décadas.

Apesar de sua genialidade e das canções que marcaram época, como “Brasil Pandeiro” e “Camisa Listrada”, Assis enfrentou profundas angústias internas.

“Brasil Pandeiro”, sucesso que foi recusado por Carmen Miranda, ganhou notoriedade com os Anjos do Inferno e, mais tarde, com os Novos Baianos.

Conflitos internos

A depressão que o acometeu foi agravada por circunstâncias externas e internas.

Ele sofreu com questões financeiras, apesar do sucesso de suas músicas, e também com o reconhecimento limitado de sua contribuição artística na época.

Muitas de suas composições eram vendidas a preços irrisórios, privando-o de uma fonte de renda estável.

A crise financeira se agravou com dívidas crescentes, como a que teve com Elvira Pagã, cantora de alguns de seus sucessos.

Além disso, a pressão para manter o padrão de vida exigido por sua posição na sociedade exacerbava suas dificuldades econômicas.

Assis, um homem sensível, parecia carregar o peso do mundo em suas criações, que mesclavam humor, crítica social e uma melancolia subjacente.

Uma triste vida tumultuada e o fim

Casou-se em 1939 e teve uma filha, Nara Nadyli, mas o casamento terminou em separação.

Enfrentou várias tentativas de suicídio, incluindo uma em 1941, quando saltou do Corcovado, mas foi salvo pelas árvores.

Em um dos momentos mais desesperadores, procurou o escritório de direitos autorais na esperança de conseguir dinheiro, mas recebeu apenas um calmante.

Assis Valente decidiu encerrar sua vida no dia 11 de março de 1958, uma terça-feira chuvosa no Rio de Janeiro. Endividado e profundamente abatido, comunicou sua intenção a amigos e funcionários, antes de ingerir formicida em um banco de rua no Largo da Glória.

No bolso, deixou um bilhete onde pedia a Ary Barroso que pagasse dois aluguéis atrasados. Seu último verso dizia: “Vou parar de escrever, pois estou chorando de saudade de todos, e de tudo.”

Lições e legado

A relevância de Assis Valente transcende sua tragédia pessoal.

Ele deixou um legado que continua a influenciar a música popular brasileira, evidenciando o papel do artista como cronista de sua época.

Hoje, sua história inspira reflexões sobre os desafios enfrentados pelos criadores e a importância de oferecer suporte a quem lida com problemas emocionais e psicológicos.

Convém lembrar que mesmo na atualidade alguns intérpretes famosos exigem ter seus nomes como co-compositores de canções potencialmente lucrativas, desmerecendo o verdadeiro compositor, que teme ser boicotado caso não aceite.

As canções de Assis Valente foram redescobertas nos anos 1960 e desde então vem sendo regravadas por grandes nomes da MPB, como Chico Buarque, Maria Bethânia e Elis Regina.

Sua obra reflete sua genialidade como compositor, e também a realidade de uma época marcada por desigualdades sociais e desafios pessoais.

Conheça a letra:

Boas Festas
Assis Valente

Anoiteceu
O sino gemeu
E a gente ficou
Feliz a rezar

Papai Noel
Vê se você tem
A felicidade
Pra você me dar

Eu pensei que todo mundo
Fosse filho de Papai Noel
Bem assim felicidade
Eu pensei que fosse uma
Brincadeira de papel

Já faz tempo que eu pedi
Mas o meu Papai Noel não vem
Com certeza já morreu
Ou então felicidade
É brinquedo que não tem
Oh, anoiteceu

Leia também: Dezembro – História do mês e curiosidades ‣ Jeito de ver

Fonte: Wikipedia

“Boas Festas”: o “hino” do Natal brasileiro que nasceu da | Cultura

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Superexposição e direito à privacidade

A silhueta de alguém. De que modo a superexposição pode ser prejudicial à saúde?

Imagem de Niek Verlaan por Pixabay

 

Vivemos na era da superexposição.

As pessoas fazem o impossível para prolongar os 15 minutos de fama.

Desde plantar na mídia notícias sobre novos relacionamentos até mostrar demais numa praia, desde envolver-se em confusões até fazer tatuagens em partes íntimas – que não deveriam ser interessantes a mais ninguém.

Mas, visto que a curiosidade é algo inerente à natureza humana – a tática funciona e enquanto estiver dando certo será usada, sem nenhum pudor até que a fórmula perca o efeito e seja necessário a criação de novos métodos.

Por exemplo, os reality shows exploram ao máximo aquilo que pode gerar algum entretenimento.

A superexposição de celebridades e de pessoas polêmicas, gera bons índices de audiência.

Numa premiação de melhor reality, uma das Kardashians, do reality “Acompanhado as Kardashians” (tradução livre), que se trata de um programa de televisão que acompanha o dia-a-dia desta família, declarou:”Nossa família sabe como a televisão verdadeiramente atraente vem de pessoas reais sendo elas mesmas”… “Contando suas histórias sem filtros e sem roteiro” – completou a outra, provocando o deboche da plateia – Plateia debocha da “vida real” das superexpostas Kardashians (terra.com.br)

Outras facetas da superexposição

A superexposição pode ser observada também em notícias a respeito de políticos que para não serem postos na prateleira merecida do esquecimento, fazem declarações bombásticas, não importando quão ofensivas e falsas estas sejam.

Por exemplo, nas eleições de 2018, o partido vencedor com o apoio de voluntários, inclusive do campo religioso e midiático, se empenhou na propagação de notícias falsas – como a chamada “mamadeira fálica“.

O medo e a ignorância afetaram profundamente o resultado daquelas eleições.

Porém, uma vez eleito e sem projetos, os eleitos passaram a se destacar pelas declarações bombásticas, como as da senadora que acusou sem prova o tráfico de crianças na ilha de Marajó. – saiba mais no link:

Investigamos a violência sexual no Marajó – e não é nada do que a ministra Damares diz – Agência Pública (apublica.org);  Em culto, Damares acusa sem provas tráfico de crianças na Ilha de Marajó (globo.com).

Um público despreparado? – As consequências

Um detalhe interessante na notícia acima é que ela ganhou terreno inicialmente dentro de igrejas.

Por causar choque e ser divulgada por pessoas, que deveriam ser, no mínimo, sérias e honestas, os fiéis sem poder de questionamento as espalham como deveriam fazer com o que aprendem sobre Deus.

O governo eleito foi entregue aos cuidados de uma Câmara, que adquiriu superpoderes e o presidente passou aparecer em motociatas, carreatas e em um  monte de bravatas.

A superexposição nestes casos, deu certo? – A resposta é sim.

O resultado das eleições seguintes não surpreendeu pelo número de falsos moralistas, de influencers e de envolvidos em polêmicas.

Os eleitos transformaram o púlpito da Câmara em palanques eternos e se apresentam para polemizar, sem nenhum projeto de futuro, que não seja garantir vantagens pessoais.

O artifício da superexposição e os riscos

A superexposição é usada com sucesso por pessoas do meio artístico e da política e pode ser danosa, principalmente a quem não está preparado para isso.

Com o avanço tecnológico e a criação das mídias sociais as pessoas passaram a postar muitas coisas a respeito de si, como viagens, localização atual e postagens de informações não recomendadas.

Fotos da hora em que despertam, fotos da hora do almoço e daquilo que estão comendo e mesmo fotos de momentos de intimidades em seus relacionamentos.

Além de problemas à saúde mental, o indivíduo pode estar fornecendo aos cybercriminosos todas as informações necessárias para um golpe.

– Saiba mais no link  Quais são os efeitos da superexposição nas redes sociais? (hotmart.com).

O que muitos não sabem é que, na  maioria das vezes, a superexposição de artistas e políticos, é milimetricamente calculada por acessores que sabem lucrar com  venda e direitos de imagem.

O Direito à Privacidade

O Direito à Privacidade é um Direito Fundamental, previsto na Constituição Federal onde se estabelece que não deve ser violado. – saiba mais no página Direito a Privacidade e sua Importância: Guia completo e Jurídico (diegocastro.adv.br)

A experiência mostra que o respeito a privacidade não é muito comum.

Veja exemplos no link a seguir  “Manda Nudes”: Histórias de quem expôs a intimidade – Revide – Notícias de Ribeirão Preto e região

Os danos colaterais podem ser ainda maiores, como no caso da jovem que cometeu suicídio após ter suas imagens íntimas divulgadas.

–  RS: adolescente comete suicídio após ter fotos íntimas divulgadas na web (terra.com.br).

Infelizmente, casos assim não são raros.

Compartilhar imagens íntimas sem autorização é crime. Saiba mais Compartilhar imagem íntima sem autorização é crime; veja como denunciar – BBC News Brasil.

O que se pode fazer?

Quando se passam os 15 minutos de fama, o que resta?

Para aqueles que usam a superexposição profissionalmente os lucros talvez compensem.

Mas, será que vale à pena vender a própria privacidade? Mesmo alguns que investiram profissionalmente na superexposição revelaram o stress e a possível depressão consequentes disso.

Portanto, mesmo quando alguém íntimo pede um Nude, como prova de amor, tenha bom senso.

Não é uma prova válida e pode gerar um monte de dor de cabeça no futuro, como nos casos de revenge porn ( vingança pornô), em que um namorado sai criminosamente divulgando imagens íntimas, após o fim de um relacionamento.

A resposta é NÃO NEGOCIE A SUA PRIVACIDADE!

Em casos de divulgação de imagens íntimas, denuncie a SAFERNET, que possui vínculos com o Ministério Público Federal. – O que fazer caso alguém publique suas imagens íntimas na Internet | Exame.

Embora a superexposição seja amplamente explorada e produza certa popularidade, a vida precisa significar mais que apenas os 15 minutos de fama.

Gilson Cruz

 

Vivemos na era da superexposição.

As pessoas fazem o impossível para prolongar os 15 minutos de fama desde plantar na mídia notícias sobre novos relacionamentos até mostrar demais numa praia, desde envolver-se em confusões até fazer tatuagens em partes íntimas – que não deveriam ser interessantes a mais ninguém.

Leia também Qual o preço de uma amizade? ‣ Jeito de ver

 

O lobo mau dentro de casa (a vida real)

Criança deprimida. Muitas crianças sofrem maus tratos de pais ignorantes.

Imagem de Mandy Fontana por Pixabay

 

 

Falaremos sobre a criação de filhos.

Criar filhos é prepará-los para um mundo que está  sempre em movimento. Um mundo de mudanças, surpresas e desapontamentos.

Em décadas passadas, havia uma disparidade na maneira como se educava  meninos e  meninas.

Analisaremos o problema na raiz.

O PROBLEMA NA RAIZ: A má Educação 
e as consequências

Notava-se neste País de cultura Patriarcal a seguinte distinção na criação dos filhos:

Os meninos eram ensinados a agir como seres superiores, capazes de tudo. Podiam brincar do que quisessem.

Eram incentivados a se mostrarem homens desde bem cedo, “aprenderem a namorar” desde a infância.

Ao passo que a menina era a caça, às vezes proibidas de até mesmo terem acesso à educação.

Seus brinquedos seriam bonecas, para que desde bem cedo aprendessem a ser futuras mamães. Não podiam aprender a ler e a escrever, para que não se comunicassem  com seus namoradinhos.

Sobre os ombros destas jovens, havia o peso de carregar a obrigação da virtude (como eles chamavam a virgindade) e caso elas fossem enganadas e “desvirtuadas “( como diziam na época) seriam expulsas de casa, por não serem “mais nada“.

Expulsas de casa, desonradas pelos pais, mal faladas pelos vizinhos e sem amparo de parentes as jovens muitas vezes conseguiam refúgio em casas de prostituição, onde passavam a trabalhar, entenda-se, vender seus corpos, por uma remuneração.

Lamentavelmente, houve casos de jovens não suportarem a pressão da sociedade e cometerem suicídio.

O preconceito e a educação numa sociedade patriarcal

Às meninas a cobrança, a humilhação e às vezes o suicídio.

Aos homens, a fama por suas realizações, traduzida na seguinte frase machista, tantas vezes ouvida e repetida:   -“Prendam suas cabras , pois o meu bode está solto!”

E essa sociedade patriarcal  pervertida, tenta se perpetuar por meio do machismo, presente  também na objetificação da mulher e em relacionamentos abusivos e misóginos em que o homem diz poder trair e punir pelo simples fato de ser ele o homem!

Exemplos sutis da objetificação da mulher, também se dá naquelas conhecidas festas em que há a promoção “Mulher entra sem pagar!“, onde o altruísmo se traduz no fato de que as mulheres servirão apenas de chamariz para caçadores famintos.

As consequências de tal objetificação é trágica. Veja os exemplos nos links a seguir. – Homem que matou mulher dois dias após assinar o divórcio é preso em MG | Zona da Mata | G1 (globo.com);

Por não aceitar fim do relacionamento, homem mata a ex-sogra a facadas e fere a ex-namorada | Centro-Oeste | G1 (globo.com)

As consequências da objetificação da mulher vão desde não respeitar seus desejos e vontades a até mesmo puni-las com a morte.

As mulheres seriam meros objetos a favor dos homens.

Nesse sistema abusivo, não tardaria a haver um clamor por mudanças. Nasce daí o Feminismo.

O que é o Feminismo

As mulheres lutariam para ter liberdade nas suas escolhas, lutariam por demandas justas e exigiriam respeito pelo que são.

Parece injusto?

Isso é o Feminismo. Contrario ao que muitos imaginam FEMINISMO não é o contrário de MACHISMO.

O Feminismo é a luta pelos direitos da mulher e pela igualdade de gêneros e Machismo é uma atitude, um comportamento fundamentado na ideia de que os homens são superiores às mulheres. Veja – O que é feminismo? – Brasil Escola (uol.com.br)

O feminismo tem suas raízes lá no final do século XVIII, na França e tem ganhado força desde então, com a conscientização de uma sociedade, que antes aceitava o machismo como sendo algo natural e que então despertou para princípios de igualdade.

Atualmente, mais mulheres atuam na política e na liderança em outros campos, apesar da resistência de muitos a presença feminina não deve ser encarada como competição por espaço, a espírito deve ser de cooperação e de entendimento, pois as habilidades se complementam.

Há espaço para o diálogo. Em nome de uma tradição de dominação e incapazes de dialogar, por se sentirem inseguros, esperneiam e divulgam fake news a respeito deste movimento, que nada mais é do a procura de tratamento igualitário.

Os mesmos machistas sentem saudades do tempo em que homens traídos eram cobrados a cometer o crime pela honra, quando eles mesmos podiam trair.

Apesar de muitos avanços, ainda há muito a se mudar para que haja a justiça.

A necessidade de mudanças
Reeducação dos pais

Muitos pais precisam ser reeducados, pois embora vivam neste seculo XXI ainda se comportam como aqueles que privam seus filhos da socialização e educação necessárias a um bom desenvolvimento da personalidade.

Por exemplo, num município da Bahia, um senhor mantinha por  meses  filha e esposa em cárcere privado, numa pequena sala, sob a ameaça de um revólver.

Fonte-  Homem é preso por manter companheira e filha em cárcere privado no interior da BA; mulher estava em estado de depressão | Bahia | G1 (globo.com)

Apesar dos danos psicológicos causados à mulher e à filha, o homem desfruta a liberdade gloriosa dos filhos deste sistema machista.

Não se sabe exatamente os motivos que levaram o senhor da reportagem citada acima a cometer tal crime, provavelmente o desejo de proteger a filha de predadores, dos lobos mencionados anteriormente nesta matéria.

O fato infeliz, é que apenas ele conhece os seus próprios motivos, apesar de não dizê-los – e o pior, é que a vida de sua filha jamais voltará à normalidade!

Devemos admitir que apesar de todas as lutas, de todas as mudanças na sociedade, a mudança na raiz, que é a forma de pensar o mundo, será a luta mais árdua.

O mesmo ciclo continua, em que pais mal informados, mal direcionados, talvez  imaginem proteger suas filhas do mal – sem percebem que são eles próprios o problema, o Lobo Mau na história.

Veja mais De Degraus e Silêncios – Um Pai Solitário ‣ Jeito de ver

 

 

 

 

Um novo dia, um novo tempo

Uma moça caminha na praia. Um texto sobre aproveitar "cada" novo tempo.

Imagem de Ri Butov por Pixabay

Um novo dia, um novo tempo.

Encarar cada dia como um novo dia, nos dá a chance de criar novas expectativas e olhar o mundo numa perspectiva diferente.

O ontem talvez não tenha sido o melhor dia da minha vida, é verdade,  talvez o meu humor não fosse aquele que eu gostaria de ver nos outros ou talvez a tristeza minasse a minha coragem de sair da cama.

É, o dia pode não ter sido bom.

Mas, hoje é um novo dia.

Você não precisa resolver tudo hoje…resolva apenas o possível, e aquilo que não for possível resolver – guarde para o amanhã. Não perca a sua noite, seu sono, sua vida por isso.

Seja sempre honesto com você mesmo, com seus amigos e até com aqueles que você não conhece. Dizem que o melhor travesseiro é uma boa consciência, então, presenteie a si mesmo com este presente.

O novo dia é a sua chance de viver um novo tempo.

Leia mais em As pequenas escolhas ( Reflexão) – Jeito de ver

Sozinho ( Poema de Solidão)

Um poema sobre solidão

Imagem de Peter H por Pixabay

 

O mundo é grande

a solidão é grande

mas o medo, é imenso!

Não tão imenso quanto este universo

em que me paraliso

me escondo…

Me escondo no medo do que já aconteceu

e daquilo que não pude mudar.

E temo o futuro…

Volto às mesmas noites de solidão

que já estavam resolvidas

mas, que sozinho na imensidão dessa pequena casa

me esconde,  me paralisa…

Lembro as estações,

quando amei a Primavera, sofri no inverno, morri nos verões…

e que o mundo continuava grande,

e a solidão, imensa…

Quando a noite passou

E os pensamentos ganharam asas

e ganharam o universo…

deixando todo o medo pra trás.

Voei.

Na imaginação, nos pensamentos..

e o mundo já não era mais tão grande!

Já não estava sozinho…

 

Veja mais em: Amar novamente (acreditar sempre) ‣ Jeito de ver

 

 

 

 

Transformar ( Bem simples)

Caminhando na praia. Um poema sobre transformar se deixar transformar.

Imagem de Ri Butov por Pixabay

Transformar

o acordar

num passo

Os passos em objetivos

os objetivos em motivos

Os motivos em meios

e os meios, enfim…

em realizações.

E de novo,

as realizações

em  novos sonhos

e caso os sonhos não deem certo, chore

pois chorar não é pecado

e nem fraqueza,

é reconhecer que às vezes estes também falham.

Então…

Chore.

Experimente

O choro

O riso

o tentar novamente,

o amar

o persistir…

e insistir naquilo que se vale à pena.

Daí…

Recomece

Em novos passos

novos objetivos

novos meios

motivos mais nobres

E enfim…

novas conquistas.

Tudo outra vez, pois a vida não para.

O que poderia ser mais interessante

que esse ciclo infinito de se estar vivo?

Leia mais em:  Sozinho ( Poema de Solidão) – Jeito de ver.

Perigo nas redes sociais – como o se proteger

 

Facebook, Instagram, Twitter, X (o antigo Twitter), BlueSky, WhatsApp, WeChat, TikTok, Linkedin… são nomes de algumas redes sociais populares, bilhões de pessoas fazem uso diário pelos mais variados motivos.

Seja pra saber as novidades sobre famosos, conhecidos, desconhecidos, extraterrestres ou mesmo para atualizar as próprias novidades .

Todos sabem que as redes sociais foram criadas com o nobre objetivo de dar lucro aos criadores e que elas por meio de algorítmos influenciam modos e tendências.

Mas, este não é o assunto principal deste Post.

O ódio por trás das telas

Muitos predadores morais, incapazes de ter ou mostrar qualquer empatia, covardes que se escondem atrás de telas de computadores ou Smartphones, de ip’s alterados, fazem uso das redes sociais com objetivos perversos: destruir reputações, tecer comentários maldosos, doentios, na intenção de desestabilizar inocentes ou talvez criticar nos outros aquilo que não sabem fazer ou o talento e beleza que sabem que não possuem.

A falta de amor próprio é projetada em forma de palavras de ódio contra qualquer outra pessoa.

Na ocasião da morte do cantor e compositor Adam Schlesinger , vitima da Covid 19, aos 52 anos, um dos comentários de leitores dizia: “Nunca ouvi falar”.

Bem, há um monte de cantores e compositores bons que infelizmente passaremos a vida sem conhecer.

Talvez, o nobre leitor do comentário acima tenha procurado posteriormente informações a respeito do artista e tenha chegado à trilha sonora do filme The Wonders – O sonho não acabou, e quem sabe a curiosidade o tenha levado à Banda Fountais of Wayne, e talvez tenha gostado ou não. – Isso realmente não importa!

O  fato de alguém não conhecer ou não gostar de determinado estilo ou cantor não tornará insignificante a obra do artista para aqueles que gostam.

A música That thing you do, foi indicada ao Oscar em 1997.

Outras situações…

Em 2021, dois amigos faziam brincadeiras em que conversavam e simulavam o início de um beijo, que não acontecia. Os haters, nome dado aos que espalham ódio por meio das redes sociais, lançaram críticas doentias, ferozes ao jovem que devido à pressão, cometeu suicídio aos 16 anos.

Em 2013, na Flórida, EUA, uma jovem de 12 anos atirou-se de uma plataforma de uma fábrica de cimento abandonada, após ser atacada de modo cruel por meio de mensagens ou aplicativos de fotos. Os ataques que culminaram em nesta tragédia duraram mais de um ano.

Lamentavelmente, pouco tem sido feito para se combater discursos de ódio e fake news, uma vez que redes sociais são criadas para dar lucro e relatos perversos sensacionalistas  e mentiras geram engajamento.

As fake news se espalham 70% mais rápido que notícias verdadeiras. – ‘Fake news’ se espalham 70% mais rápido que notícias verdadeiras, diz MIT (correiobraziliense.com.br)

Discursos de ódio e posts de raiva geram cliques. – Posts de raiva são os que mais geram cliques e engajamento nas redes sociais – Giz Brasil (uol.com.br)

Dilema moral ?

O dilema moral em que se encontra as redes sociais é o mesmo que se dá com grandes empresas da mídia tradicional, seja Televisiva ou impressa  quando se trata em noticiar fatos de corrupção entre grandes anunciantes. – O que seria mais importante que o lucro? A verdade ou o lucro? 

Irremediavelmente, a maioria decide pelo lucro!

Atualizar Termos de Uso não tem mostrado ser a solução.

Alguns pais, decidem limitar ou mesmo proibir que seus filhos façam uso de Redes Sociais.

As famílias devem decidir, sem pessoas as redes acabam, portanto limitar o acesso ou mesmo parar de usar (o que muitas vezes é quase impossível!) reduziria os lucros e forçaria a uma mudança de melhor efeito.

Enquanto a mudança não acontecer, haverá sempre predadores morais, criminosos, doentes prontos a envenenar e até mesmo matar sonhos e reputações.

Leia mais em “Notícias na Era Digital (Viés e informação) ‣ Jeito de ver

 

 

 

Cachorros abandonados – o que fazer?

Um velho cachorro. Muitos animais morrem durante festividades que envolvem queima de fogos. Veja a história de Duke.

Imagem de Rajesh Balouria por Pixabay

 

Um cão chamado Duke

 

Você consegue imaginar a seguinte cena?

Festejos de virada de ano,  shows de fogos de artifício, clarões, barulho, sim, muito barulho – turistas e moradores locais entusiasmados olhando o céu, extasiados com a coreografia dos fogos, bebendo, cantando, celebrando o fim de ciclo de mais um ano.

Neste exato momento, o Sr. José, sim, o chamaremos de José, morador de rua, está desesperado tentando abafar os sons e acalmar seu companheiro, o Duke* (chamaremos de Duke) seu amiguinho de quatro patas, um SRD de três anos que o acompanha desde o nascimento.

Duke, é um cachorrinho amoroso, brincalhão e a melhor companhia contra o tédio.

Uma lembrança de que mesmo em tempos difíceis, alguém vai estar lá apenas por te amar.

Duke ama o José, mas está desesperado.

E o Zé, também está desesperado.

Ele sabe que os cachorros têm a capacidade auditiva maior que a dos humanos e que, para eles, barulhos acima de 60 decibéis, que equivale a uma conversa em tom alto, pode causar estresse físico e psicológico, pois o ouvido canino é capaz de perceber uma frequência maior de sons, e podem detectar sons quatro vezes mais distantes, se comparado a humanos. -(Fonte: Fogos, bombas e rojões: saiba o risco que isso pode causar nos animais – Voz das Comunidades)

Duke, o pequeno companheiro, infartou naquela noite.

Muitos animais morrem durante festividades que envolvem queima de fogos. Exemplos nos posts abaixo:

Cachorro morre durante queima de fogos, no réveillon | Bom Dia Rio | G1 (globo.com)

Mulher relata morte de cadela após queima de fogos de artifício no revéillon – Nacional – Estado de Minas

A história acima tem o nome dos protagonistas trocados, mas aconteceu no Rio de Janeiro, Brasil.

Caso você tenha um cachorrinho de estimação já percebeu como ele fica agitado com as bombas e sons altos? Nestes casos seria bom deixá-lo pela casa à vontade e tentar minimizar os efeito dos barulhos e treiná-lo para que aos poucos ele se acostume com sons diferentes.  – Fonofobia: seu cachorro tem medo de barulho? – BLOG.Petiko

Mas, quando se trata de cães que vivem nas ruas (sim, eles existem!) seria necessário uma política para conter os danos.

Uma política voltada para o cuidado de animais.

Não como aquelas em que prefeitos mandam recolher os pobres bichinhos para o abate, que além de cruel – é criminosa. Veja um exemplo na matéora do post: -Prefeitura na BA publica decreto que determina abate de animais abandonados em vias públicas | Bahia | G1 (globo.com)

Criar canis, investir em veterinários, criar programas de incentivo a adoção responsável, seria questão de saúde pública, contudo, infelizmente, quando a maioria dos políticos pensam neste problema, que são os cães abandonados, não entendem (ou fingem não entender) que o problema é o ABANDONO, não os cães.

Por isso, pensam apenas matá-los. Termo mais sincero para o comum “abatê-los”.

Buscam a solução mais fácil, pois se até mesmo a humanos em necessidade muitos políticos tratam como nada além de votos necessários, ou escadas necessárias,  que pensar das criaturinhas que não votam?

Lamentavelmente, esse tem sido o cenário.

Respeitar a vida está entre as principais virtudes de um ser humano.

Quanto ao dono do Duke, anda pelas ruas, sozinho e as pessoas não o notam.

Estão ocupadas demais olhando para cima. Não se importam, também com os HUMANOS.

 

Nota> O nome Duke foi escolhido por causa de um cachorro que foi espancado a pauladas, numa praça pública na cidade de Seabra, Bahia. Espancado, por animais sem raça definida, não deviam ser humanos, apesar de parecerem.  Até o momento ninguém foi preso, até o dia da reportagem.  O verdadeiro Duke morreu, em consequência dos espancamentos. – Cachorro é espancado a pauladas em praça na Bahia; animal foi atingido com pelo menos 8 golpes | Bahia | G1 (globo.com)

 

Leia também:  Os meios de comunicação e a política ‣ Jeito de ver

 

 

 

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