
Imagem de digasalinas por Pixabay
O Laço de Fita
Castro Alves
Imagem de digasalinas por Pixabay
Castro Alves
Imagem de Julius Silver por Pixabay
Minh’alma, de sonhar-te, anda perdida
Meus olhos andam cegos de te ver !
Não és sequer a razão do meu viver,
Pois que tu és já toda a minha vida !
Não vejo nada assim enlouquecida …
Passo no mundo, meu Amor, a ler
No misterioso livro do teu ser
A mesma história tantas vezes lida !
“Tudo no mundo é frágil, tudo passa …”
Quando me dizem isto, toda a graça
Duma boca divina fala em mim !
E, olhos postos em ti, digo de rastros :
“Ah ! Podem voar mundos, morrer astros,
Que tu és como Deus : Princípio e Fim ! …”
Florbela Espanca
Esse soneto de Florbela Espanca é uma das mais belas expressões do amor absoluto e arrebatador. O poema é um exemplo clássico da poesia ultrarromântica, onde o eu lírico se entrega completamente à figura amada, transcendendo qualquer limite racional. Desde o primeiro verso, percebe-se a intensidade dessa entrega:
“Minh’alma, de sonhar-te, anda perdida”
O amor não é apenas um sentimento, mas uma totalidade que domina a existência da poeta. A visão do ser amado é tão constante que a realidade ao redor se dissolve – os olhos ficam “cegos de te ver”.
Na segunda estrofe, Florbela reforça essa ideia ao comparar a leitura do amado a um livro misterioso, cujo conteúdo é sempre o mesmo, mas nunca deixa de ser fascinante. O terceiro quarteto introduz um contraponto interessante: a noção de efemeridade. O mundo é passageiro, tudo se desfaz, mas a voz interior da poeta nega essa transitoriedade com uma fé inabalável no amor.
Esse soneto é um exemplo marcante da poética de Florbela Espanca, caracterizada pelo excesso emocional, pela paixão intensa e por uma sensibilidade à flor da pele. Sua poesia expressa uma entrega absoluta ao amor, quase como uma fusão entre o eu lírico e a figura amada. Florbela não apenas ama, mas se dissolve nesse amor, tornando-o o próprio sentido de sua existência.
A busca pela completude é evidente em versos como:
“Não és sequer a razão do meu viver,
Pois que tu és já toda a minha vida!”
Aqui, o amor deixa de ser uma parte da vida e passa a ser a vida inteira.
E então vem o impacto dos versos finais:
“Ah! Podem voar mundos, morrer astros,
Que tu és como Deus: Princípio e Fim!”
O amor alcança sua máxima elevação: ele é eterno, absoluto e divino. A hipérbole e a comparação com Deus enfatizam o fanatismo do título – um amor que transcende até mesmo as leis do tempo e do universo. A última estrofe reforça essa busca pelo absoluto, recusando a efemeridade das coisas e se refugiando na ideia de um amor que transcende o tempo e a realidade. Isso reflete bem sua intensidade emocional e espiritual, tanto na poesia quanto na vida.
Analisando a biografia da autora, percebe-se que ela idealizava o amor como um refúgio para suas dores, um porto seguro para suas feridas emocionais. No entanto, sua intensidade e exigência emocional tornavam essa busca frustrante. Para ela, o amor deveria ser algo divino, eterno e absoluto, como expressa em Fanatismo, mas a realidade raramente correspondia a essa visão.
Isso também explica a melancolia presente em seus versos: mesmo quando o amor acontece, ele nunca é suficiente para preencher o vazio da alma. Talvez o maior amor de Florbela tenha sido justamente esse amor inatingível, que ela alimentava mais na imaginação do que na vida real.
Florbela Espanca (1894–1930) foi uma das maiores poetisas portuguesas, reconhecida por sua escrita intensa e emocional. Sua obra, permeada por temas como amor, sofrimento, solidão e busca pelo absoluto, reflete uma vida pessoal marcada por desafios e crises emocionais profundas.
Nascida em 8 de dezembro de 1894, em Vila Viçosa, no Alentejo, era filha de Antónia da Conceição Lobo e do republicano João Maria Espanca. Fruto de uma relação extraconjugal, foi reconhecida oficialmente pelo pai apenas após a morte da mãe, que faleceu quando Florbela tinha 14 anos. Criada na casa paterna, desde cedo demonstrou talento literário, assinando seus primeiros textos como Flor d’Alma da Conceição e escrevendo poemas dedicados ao pai e ao irmão Apeles.
Florbela Espanca teve uma vida marcada por intensas dores emocionais, perdas e desilusões, que contribuíram para um fim trágico.
Ela foi uma das primeiras mulheres a frequentar a universidade em Portugal, ingressando na Faculdade de Direito da Universidade de Lisboa em 1917. Antes disso, estudou no Liceu Nacional de Évora, onde teve contato com autores como Balzac, Dumas e Camilo Castelo Branco. Sua carreira literária iniciou-se com Livro de Mágoas (1919), seguido por Livro de Soror Saudade (1923), obras que se destacam pelo lirismo intenso, paixão e melancolia. Influenciada pelo ultrarromantismo e simbolismo, sua poesia carrega uma sensibilidade exacerbada, erotismo e uma busca constante pelo amor transcendental.
Sua vida amorosa foi instável, com três casamentos fracassados. Em 1927, sofreu um dos maiores golpes de sua vida: a morte de seu irmão Apeles em um acidente de avião. A perda a mergulhou em profunda tristeza e inspirou As Máscaras do Destino, publicado postumamente.
Nos últimos anos de sua vida, Florbela também sofria de problemas de saúde, incluindo doenças nervosas e psicológicas, agravadas por uma série de crises existenciais. Em 1930, após várias tentativas de suicídio, acabou falecendo no dia do seu aniversário, 8 de dezembro, possivelmente por overdose de barbitúricos.
Sua morte precoce reforçou a aura trágica que a cercava, mas sua obra continua a emocionar gerações. Seu soneto Fanatismo ilustra bem sua entrega ao amor idealizado:
“Não és sequer a razão do meu viver,
Pois que tu és já toda a minha vida!”
Essa devoção absoluta revela uma mulher que ansiava por plenitude emocional, mas se via constantemente frustrada pela realidade.
A sua arte continua viva, e sua poesia segue encantando e emocionando gerações. O soneto Fanatismo fez grande sucesso no Brasil ao ser interpretado musicalmente pelo cantor cearense Raimundo Fagner.
Veja também: Ouvir estrelas (Poesia clássica) ‣ Jeito de ver
Compartilhe com os amigos. Ajude-nos a fortalecer o nosso site cultural.
O que é fazer valer um sonho quando todos os sinais te apontam o mais fácil, que é desistir?
Às vezes, insistir num objetivo é saber insistir, apesar das frustrações. Por exemplo, como se sentem poetas, bons compositores e arranjadores quando percebem a qualidade da música atual e as mensagens nas letras (quando há alguma mensagem!)?
Não me acusem de reacionário, moralista ou seja lá o que for, com aquela frase batida de que tudo é questão de gosto.
É verdade que alguém sempre reclamará da decadência musical ao longo das décadas, mas isso também pode significar que os estilos coexistem e que prevalecem aquilo com que se identifica a sociedade atual. Por isso, ainda exerço o meu direito de gostar daquelas canções que chocam pela beleza, pela harmonia entre melodia e letra…
O fato é que a maior exposição musical é dada àquelas canções com potencial de vendas, mesmo que seja por um curto período de tempo e que serão substituídas por canções bem parecidas, com o mesmo objetivo de vendas, em que a música é apenas um mero produto a ser usado e descartado. Ninguém sentirá falta quando o sucesso passar.
A música não tem sido encarada como arte a se eternizar; reduziu-se a um produto, um mero produto.
Você talvez pense: “Ah! O Spotify, o Deezer, o YouTube e outros meios estão aí. A pessoa pode procurar o que quiser!” É verdade, mas você sabia que boa parte do que você gosta foi apresentado por alguém ou por um meio de comunicação?
Isso significa que, se as pessoas forem expostas a apenas um ou dois estilos de música, de melodias simples, terão dificuldades em se interessar por arranjos e letras mais complexas.
A exposição a vários estilos musicais seria essencial para ajudar na formação artística e cultural do indivíduo. Mas, atualmente, isso não acontece.
Hoje vivemos o “jabá turbinado”, que funciona de maneira sutil, mas extremamente eficaz.
Empresários, especialmente do campo do agro/sertanejo, não apenas pagam mais para terem seus produtos expostos, compram também estações de rádio, que tocarão exaustivamente seus produtos. A estratégia é composta por passos bem definidos:
Outros estilos musicais não têm espaço nessas emissoras, porque o objetivo principal é vender o produto. Em especial, em pequenas cidades, presume-se que o público seja menos informado e, portanto, mais suscetível à manipulação.
A consequência? Pressões e negociatas surgem.
A população dessas cidades, ao saber que um astro visitou uma cidade vizinha, passa a pressionar o administrador público para trazer o espetáculo. E, muitas vezes, o administrador cede, gastando mais do que o orçamento mensal destinado à saúde ou educação para atender à demanda.
Shows patrocinados por verbas públicas frequentemente estão associados a mau uso de recursos, isso quando não há desvios. Alguns argumentam que “não usamos a Lei Rouanet”, mas é preciso esclarecer:
A Lei Rouanet foi criada para incentivar o financiamento da arte com recursos privados, permitindo deduções no imposto de renda dos patrocinadores, sem utilizar diretamente dinheiro público.
Um amigo meu, desde jovem, sonhava em ter uma estação de rádio para promover artistas locais e tocar canções de todas as épocas. Durante um tempo, ele investiu em um serviço de alto-falantes, o “Som da Cidade”, que trazia uma programação eclética com espaço para todos os estilos musicais, notícias locais e até transmissões das sessões da Câmara Municipal.
Com o sucesso do Som da Cidade, ele decidiu investir numa rádio. O início foi promissor, mas os problemas não demoraram a surgir.
O clima político da cidade era acirrado. Ao apontar falhas da administração pública, foi agredido fisicamente em duas ocasiões, em administrações diferentes. As paixões pessoais estavam acima dos interesses públicos e culturais.
O comércio local não se interessava em patrocinar a rádio, e os administradores públicos temiam associar-se a quem poderia denunciá-los. Além disso, o custo com direitos autorais (ECAD) era desanimador para quem desejava iniciar uma pequena emissora.
Documentos, contas e processos descansavam sobre a mesa do pequeno escritório que ele montou com recursos próprios, mas o sonho de erguer novamente a rádio nunca se concretizou. Ele gostava de ter seu nome ligado à comunicação.
Nos últimos dias, ainda sonhava em lançar um livro contando toda a sua batalha, desde as dificuldades em manter uma rádio com identidade própria aos seus desafios na construção desse sonho.
Seria um ótimo livro!
Desde jovem, sempre sonhei em escrever memórias, histórias, poemas, músicas… o que me viesse à cabeça. Hoje, sem o meu amigo, me pergunto: será que vale a pena insistir nesse sonho, quando o caminho mais sábio parece ser desistir?
Falar de música, poesias, histórias…arte! Sei que tudo mudará, certamente, mas em que direção?
Haverá algum dia espaço para se conversar sobre notícias, poesias, histórias e músicas longe das paixões doentias que apenas dividem e afastam? Haverá espaço para a diversidade ou apenas o poder financeiro fará da pessoas fantoches, ditando o que fazer e ouvir?
Um dia, retornando do trabalho, deparei-me com o que costumam chamar de pichações num grande muro que separa o bairro mais distante do caminho de onde moro. Ao olhar com atenção, percebi que o que pareciam ser borrões transformava-se na face de um escritor quando eu atingia certa distância, mas desaparecia poucos passos à frente.
Confesso que não sei se o efeito era intencional ou mero acidente, mas aquilo me fez refletir sobre o que é a arte. Esse é o dom da arte: fazer pensar, refletir!
Não sei quem foi o autor daquela imagem, nem se ele desistiu depois daquela arte.
Assim como ele, escrevo apenas por escrever. Não sei se alguém, na distância do tempo, vai parar, olhar ou mesmo se preocupar em entender o que tentei dizer.
Desejo apenas que alguém veja minhas palavras como vi aquela imagem no muro: da distância correta, ganhando sentido e, talvez, revivendo minhas histórias.
Quando penso na arte e na cultura em geral, frequentemente desejo desistir. É, realmente, caminhar sozinho, a um horizonte muito mais fácil.
Leia também: A Evolução da Música Caipira no Brasil ‣ Jeito de ver
📖 Acabei de lançar Crônicas do Cotidiano – Um Novo Jeito de Ver! Um livro com poesias, reflexões e histórias que celebram a cultura e a alma brasileira. Cada compra ajuda a manter meu site Jeito de Ver vivo! Apoie: https://www.amazon.com.br/dp/B0FSGMPHGY 🌟 #LiteraturaBrasileira #Poesia
Você já percebeu que passamos uma boa parte de nosso tempo imaginando, planejando, carregando sonhos que alimentamos por toda a vida? Isso é mais que natural…
Não se trata de fugir da realidade, a nossa mente gosta de viajar.
Às vezes, nos pegamos sozinhos e, de repente, percebemos que a nossa mente nos levou a tempos e lugares incríveis. Visitamos pessoas que estão escondidas nos cantinhos mais ocultos da memória e, às vezes, refazemos velhas experiências.
A difícil tarefa de lidar com um mundo onde tudo se tornou descartável, desde pessoas até a arte, é desgastante. Por isso, as mentes inquietas buscam refúgio em outros horizontes…
Não se preocupe, você não está louco e nem está enlouquecendo… Permita-se sonhar um pouco!
“Ah! Mas enquanto eu ficar sonhando, o tempo passa. E tempo é dinheiro!”, você talvez pense.
Ninguém te disse para passar o dia inteiro sonhando… Disse? (Risos)
Então, vamos lá… Permita-se realizar alguns sonhos, tais como aprender a tocar algum instrumento, cantar, escrever poesias, ler um pouco mais, ou aproveitar a sua família.
Está bem… Mas, se nada disso soar um pouco atraente aos seus ouvidos, pergunte-se: “O que realmente me atrai?”
Se sua resposta não incluir a alegria de quem te ama ou de quem você ama, talvez seja a hora de repensar. E, se nada disso for importante para você, o mundo não vai mudar — vai continuar exatamente o mesmo.
Pois as pessoas não costumam pensar na sociedade como um todo; pensam apenas em si mesmas (a família é pretexto!).
Se a sua resposta for diferente, você não é um mero sonhador. É um legítimo ser humano!
Então, permita-se sonhar, pois é a imaginação que nos ajuda a criar coisas novas e encontrar uma saída. Ainda é tempo:
Você ainda pode sonhar…
Leia também: Ajustando a rota – O caminho e o destino ‣ Jeito de ver
📖 Acabei de lançar Crônicas do Cotidiano – Um Novo Jeito de Ver! Um livro com poesias, reflexões e histórias que celebram a cultura e a alma brasileira. Cada compra ajuda a manter meu site Jeito de Ver vivo! Apoie: https://www.amazon.com.br/dp/B0FSGMPHGY 🌟 #LiteraturaBrasileira #Poesia
Papo de E.T.
De repente, voltei a ser o assunto principal nas conversas…
Estava em paz, no meu cantinho do universo, e lá vem vocês com um tal de “apareceram lá em New Jersey, Massachusetts, Connecticut, Pensilvânia, Virgínia e até lá no Pará”.
Vocês acham que a minha vida é de viagens eternas?
Tanta estrela por aí… e eu vou cair na tolice de entrar num planeta onde os seres só pensam em dominar os mais fracos e acabar com todos os recursos?
Veja só, dia desses inventei de alugar uma casa em Londres, estava disfarçado. Lá os preços estão os três olhos da cara… desculpe, são apenas dois!
É que por lá “os mercados” (vocês adoram essa expressão por aqui), o nome que se dá às poderosas instituições financeiras e comerciais, compraram tudo, e são eles que determinam o valor do aluguel de imóveis. E sabe no que resultou?
O preço subiu tanto, que acredito que sou o primeiro alien caloteiro “das galáxias”! Tive que sair antes de ver a polícia chegar…
Eu tenho certeza de que esses malditos têm profundo interesse em perpetuar a pobreza e as diferenças sociais. A lógica é: quanto mais terráqueos carentes, maior a concorrência por trabalho.
E, quando a busca é maior que a oferta, o valor cai…neste caso, a mão de obra fica baratinha…
Mão de obra barata também é uma forma de escravizar (o povo daqui não sabe!).
Veja você, enquanto isso, aqui do outro lado vejo países em guerra, outros massacrando seus vizinhos… Lá no Brasil, um tal de “orçamento secreto”, computadores emprestados a ONGs por mais de R$ 30 mil a unidade… da última vez que estive lá, eu podia comprar um por uns 2 mil.
Fui esperar e olha o quanto inflacionou.
Lá também “os mercados” querem matar os pobres…
Veja você, um país com orçamento secreto, morte ficta, emenda PIX, pensão para filhas de militares — está pressionando o governo a cortar “benefícios” dos mais pobres.
Por meio de especulação, estão tentando desestabilizar o governo eleito.
Sinceramente… não consigo falar de tudo!
Aí, de repente, alguns engraçadinhos resolvem brincar com seus drones, e vocês começam a fazer piadinhas a meu respeito! Vocês não têm nada mais interessante pra pensar?
Por exemplo… vocês não fazem pesquisas meteorológicas? Fotos panorâmicas? Espionagem?
Por que tudo tem que ser… o ET aqui, o ET acolá?
Enquanto vocês olham para o céu, as coisas acontecem aqui embaixo!
Vão continuar roubando, matando, escravizando… distraindo a sua atenção.
Portanto, mantenha o foco em seus problemas — resolva-os primeiro!
Deixe-me voltar à minha nave-mãe… é hora dos comprimidos para dormir!
Veja:
Um E.T em meu quintal (Um dia estranho) ‣ Jeito de ver
Aparições de OVNIs são investigadas pelo FBI nos EUA
Se você gostou, por favor, compartilhe também o nosso site.
📖 Acabei de lançar Crônicas do Cotidiano – Um Novo Jeito de Ver! Um livro com poesias, reflexões e histórias que celebram a cultura e a alma brasileira. Cada compra ajuda a manter meu site Jeito de Ver vivo! Apoie: https://www.amazon.com.br/dp/B0FSGMPHGY 🌟 #LiteraturaBrasileira #Poesia
Imagem de Giorgio Giorgi por Pixabay
É clima de boas festas…
O comércio esperou o ano inteiro para adornar as suas lojas com enfeites natalinos, atraindo mais clientes com brinquedos e iguarias típicas das festas de fim de ano.
A tentação dos olhos é acalmada pelas alegres canções natalinas.
Crianças pobres admiram das vitrines os mais belos brinquedos, mas não estão inocentes, “o seu Papai Noel” não vem, como das outras vezes.
A disparidade das diferenças sociais é visível nesta época do ano.
Enquanto isso acontece, o fundo musical não poderia ser mais honesto: Ouço “Boas Festas”, uma composição do baiano Assis Valente.
Pois é, enquanto o Natal é sinônimo de celebração para muitos, também expõe as desigualdades sociais e os desafios emocionais, como os enfrentados por Assis Valente…
Vamos Conheer a sua história.
Assis Valente foi um dos maiores nomes da música brasileira que sofreu de intensa depressão em sua vida, um tema que ainda hoje ressoa devido à importância de se discutir saúde mental, especialmente entre artistas.
Nasceu no dia 19 de março de 1911, na Bahia, em local controverso entre Salvador e o distrito santamarense de Bom Jardim.
Assis Valente – Wikipedia
Assis viveu muitas dificuldades na infância.
Ainda menino, foi separado de seus pais biológicos e entregue a uma família em Santo Amaro, onde foi educado, mas também obrigado a realizar trabalhos extenuantes.
Mais tarde, foi criado por outro casal em Alagoinhas, que o matriculou no Liceu de Artes e Ofícios da Bahia para aprimorar suas habilidades em desenho e escultura.
Durante a juventude, trabalhou como doméstico, assistente em hospitais e até declamador de versos em um circo. Essas experiências moldariam tanto sua personalidade quanto sua obra.
Era na capital que as coisas aconteciam…
Em 1927, mudou-se para o Rio de Janeiro, onde trabalhou como protético e ilustrador, publicando desenhos em revistas como Shimmy e Fon-Fon.
Mudando para o Rio, ele se tornou um dos compositores mais aclamados da era do rádio, escrevendo sucessos para intérpretes icônicos como Carmen Miranda e Orlando Silva.
Na década de 1930, incentivado por Heitor dos Prazeres, começou a compor sambas que alcançaram sucesso nas vozes de grandes intérpretes.
Seu primeiro sucesso, “Tem Francesa no Morro” (1932), foi cantado por Aracy Cortes.
Assis Valente também é considerado pioneiro em criar músicas para festas juninas (“Cai, Cai, Balão”) e natalinas (“Boas Festas”), ambas de 1933.
“Boas Festas”, composta em um quarto de pensão em Niterói durante o Natal de 1932, é um marco na música brasileira, retratando a realidade de desigualdade social vivida pelo próprio compositor.
Assis, então com 24 anos, estava sozinho e deprimido, longe da família e sem notícias dos seus entes queridos.
Inspirado por uma imagem natalina no quarto, a composição tornou-se uma expressão de sua melancolia e um pedido por felicidade.
A canção consolidou-se como um ícone do Natal à brasileira, sendo amplamente regravada por diversos artistas ao longo das décadas.
Apesar de sua genialidade e das canções que marcaram época, como “Brasil Pandeiro” e “Camisa Listrada”, Assis enfrentou profundas angústias internas.
“Brasil Pandeiro”, sucesso que foi recusado por Carmen Miranda, ganhou notoriedade com os Anjos do Inferno e, mais tarde, com os Novos Baianos.
A depressão que o acometeu foi agravada por circunstâncias externas e internas.
Ele sofreu com questões financeiras, apesar do sucesso de suas músicas, e também com o reconhecimento limitado de sua contribuição artística na época.
Muitas de suas composições eram vendidas a preços irrisórios, privando-o de uma fonte de renda estável.
A crise financeira se agravou com dívidas crescentes, como a que teve com Elvira Pagã, cantora de alguns de seus sucessos.
Além disso, a pressão para manter o padrão de vida exigido por sua posição na sociedade exacerbava suas dificuldades econômicas.
Assis, um homem sensível, parecia carregar o peso do mundo em suas criações, que mesclavam humor, crítica social e uma melancolia subjacente.
Uma triste vida tumultuada e o fim
Casou-se em 1939 e teve uma filha, Nara Nadyli, mas o casamento terminou em separação.
Enfrentou várias tentativas de suicídio, incluindo uma em 1941, quando saltou do Corcovado, mas foi salvo pelas árvores.
Em um dos momentos mais desesperadores, procurou o escritório de direitos autorais na esperança de conseguir dinheiro, mas recebeu apenas um calmante.
Assis Valente decidiu encerrar sua vida no dia 11 de março de 1958, uma terça-feira chuvosa no Rio de Janeiro. Endividado e profundamente abatido, comunicou sua intenção a amigos e funcionários, antes de ingerir formicida em um banco de rua no Largo da Glória.
No bolso, deixou um bilhete onde pedia a Ary Barroso que pagasse dois aluguéis atrasados. Seu último verso dizia: “Vou parar de escrever, pois estou chorando de saudade de todos, e de tudo.”
A relevância de Assis Valente transcende sua tragédia pessoal.
Ele deixou um legado que continua a influenciar a música popular brasileira, evidenciando o papel do artista como cronista de sua época.
Hoje, sua história inspira reflexões sobre os desafios enfrentados pelos criadores e a importância de oferecer suporte a quem lida com problemas emocionais e psicológicos.
Convém lembrar que mesmo na atualidade alguns intérpretes famosos exigem ter seus nomes como co-compositores de canções potencialmente lucrativas, desmerecendo o verdadeiro compositor, que teme ser boicotado caso não aceite.
As canções de Assis Valente foram redescobertas nos anos 1960 e desde então vem sendo regravadas por grandes nomes da MPB, como Chico Buarque, Maria Bethânia e Elis Regina.
Sua obra reflete sua genialidade como compositor, e também a realidade de uma época marcada por desigualdades sociais e desafios pessoais.
Boas Festas
Assis Valente
Anoiteceu
O sino gemeu
E a gente ficou
Feliz a rezar
Papai Noel
Vê se você tem
A felicidade
Pra você me dar
Eu pensei que todo mundo
Fosse filho de Papai Noel
Bem assim felicidade
Eu pensei que fosse uma
Brincadeira de papel
Já faz tempo que eu pedi
Mas o meu Papai Noel não vem
Com certeza já morreu
Ou então felicidade
É brinquedo que não tem
Oh, anoiteceu
Leia também: Dezembro – História do mês e curiosidades ‣ Jeito de ver
Fonte: Wikipedia
“Boas Festas”: o “hino” do Natal brasileiro que nasceu da | Cultura
Posts | Discografia Brasileira
📖 Acabei de lançar Crônicas do Cotidiano – Um Novo Jeito de Ver! Um livro com poesias, reflexões e histórias que celebram a cultura e a alma brasileira. Cada compra ajuda a manter meu site Jeito de Ver vivo! Apoie: https://www.amazon.com.br/dp/B0FSGMPHGY 🌟 #LiteraturaBrasileira #Poesia
“Aquele que tem um porquê para viver pode suportar quase qualquer como.” – Nietzsche
Escrever textos para um blog, montar e trabalhar edição e composição de música, um monte de livros pra ler, enquanto se trabalha oito horas por dia…
E no final, aquela sensação decepcionante de que não fez o melhor…
Tudo ao mesmo tempo, sem foco definido!
Você talvez diga: – “Ou você é ocupado demais, ou sofre de déficit de atenção… TDAH.”
Talvez, mas o que é TDAH?
Antes de analisar a resposta, saiba que, de acordo com o site www.gov.br, estima-se que entre 5% e 8% da população mundial apresenta Transtorno de Déficit de Atenção com Hiperatividade.
Nos últimos anos, percebemos que houve uma mudança nos números de portadores desse transtorno… O que isso significa?
É o que vamos entender nesta matéria.
O Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade (TDAH) é uma condição neuropsiquiátrica que impacta o comportamento, a capacidade de atenção e a autorregulação.
A capacidade de atenção e a autorregulação são habilidades fundamentais para o desenvolvimento humano, e estão relacionadas a diversos aspectos da vida, como desempenho acadêmico, saúde mental e bem-estar geral.
Geralmente diagnosticado na infância, o TDAH é caracterizado por três traços principais: desatenção, hiperatividade e impulsividade, que variam de pessoa para pessoa.
Essa desatenção se traduz em dificuldades para se concentrar, ser facilmente distraído e ter problemas em finalizar tarefas.
Quanto à hiperatividade, ela se expressa através de uma inquietação constante e uma necessidade incessante de movimentação, enquanto a impulsividade leva a ações precipitadas, sem pensar nas consequências.
A psicologia aborda o TDAH considerando fatores biológicos, psicológicos e sociais, além do contexto familiar e social.
Uma análise multidisciplinar é essencial para intervenções que vão de terapias comportamentais a medicamentos, promovendo melhor funcionamento diário.
O diagnóstico segue critérios como persistência dos sintomas por mais de seis meses em diferentes ambientes, como escola e casa, segundo diretrizes da American Psychiatric Association e da Organização Mundial da Saúde.
O aumento de diagnósticos de TDAH nas últimas décadas reflete mudanças nos critérios diagnósticos e maior conscientização sobre o transtorno.
Campanhas de sensibilização e debates públicos ampliaram o reconhecimento dos sinais de TDAH, indicando mais detecção do que um real aumento na incidência.
Pressões sociais e acadêmicas modernas também contribuem para maior atenção aos sintomas, muitas vezes interpretados como um fenômeno recente.
Estudos apontam a importância de analisar cuidadosamente as causas desse aumento, diferenciando entre diagnósticos precisos e avaliações excessivas.
Indivíduos com TDAH enfrentam desafios que afetam suas relações pessoais, acadêmicas e profissionais. Em interações sociais, podem ter dificuldades em manter o foco, causando mal-entendidos e isolamento.
No contexto acadêmico, problemas com organização e gerenciamento de tempo impactam o desempenho e podem gerar estigmatização e baixa autoestima.
No trabalho, impulsividade e dificuldade em cumprir prazos podem criar obstáculos, mas muitos indivíduos mostram resiliência e criatividade excepcionais quando suas habilidades são reconhecidas e apoiadas.
Estratégias como comunicação aberta, ajuda profissional e desenvolvimento de habilidades interpessoais ajudam a construir relações significativas e uma vida equilibrada.
O tratamento do TDAH exige uma abordagem multifacetada, incluindo terapias psicológicas, intervenções comportamentais e, em alguns casos, medicamentos.
Terapias como a cognitivo-comportamental ajudam a desenvolver estratégias para lidar com os sintomas, melhorar a organização e a gestão do tempo.
Intervenções comportamentais reforçam comportamentos positivos em ambientes estruturados, enquanto medicamentos estimulantes podem melhorar concentração e reduzir impulsividade, sob supervisão médica.
O suporte contínuo de familiares, educadores e profissionais é vital para fortalecer autoestima e resiliência, encorajando indivíduos a reconhecerem seus pontos fortes.
O TDAH não define a identidade de uma pessoa, e os desafios podem levar a crescimento pessoal e realizações significativas, mostrando que há esperança e possibilidades em todas as circunstâncias.
Você talvez se pergunte se há aspectos positivos. A resposta é sim. Alistamos algumas abaixo:
Alistamos abaixo algumas estratégias:
Autoconhecimento: Entender como o TDAH afeta você ajuda a encontrar estratégias personalizadas.
Rotinas estruturadas: Usar lembretes, calendários e listas pode minimizar distrações.
Terapia e suporte profissional: Terapias como TCC e intervenções específicas ajudam a desenvolver habilidades práticas.
Comunicação aberta: Compartilhar desafios com pessoas próximas reduz julgamentos e promove empatia.
Como afirmou Nietzsche: “Aquele que tem um porquê para viver pode suportar quase qualquer como.”
Leia também: Comportamento de Vítima e Manipulação: Entendendo os Traços de Personalidade
Fonte: Wikipedia
📖 Acabei de lançar Crônicas do Cotidiano – Um Novo Jeito de Ver! Um livro com poesias, reflexões e histórias que celebram a cultura e a alma brasileira. Cada compra ajuda a manter meu site Jeito de Ver vivo! Apoie: https://www.amazon.com.br/dp/B0FSGMPHGY 🌟 #LiteraturaBrasileira #Poesia
Imagem de hosny salah por Pixabay
Ao analisar os portais de notícias não é incomum observar com espanto por entre os destaques, as terríveis novidades a respeito do ataque do exército Israelense ao povo Palestino, numa caçada implacável aos responsáveis pelo ataque terrorista ocorrido no início de Outubro de 2023, em uma festa tecno no deserto, em que mais de mil jovens israelenses foram cruelmente assassinados.
É também impossível não indignar-se ao saber que, entre os mais de dez mil palestinos mortos na retaliação Israelense a este ataque, quatro mil são crianças e que a vasta maioria dos mortos são pessoas que nada tem a ver com o grupo Hamas..
Diante de um cenário tão desolador, que palavras expressariam os mais profundos desejos de alguém, que vivenciou e ainda vivencia inúmeras tragédias?
Uma das mais belas passagens bíblicas, no livro Apocalipse capítulo 21, versos 3, 4 diz parcialmente:
” Então ouvi uma voz alta do trono dizer: “Veja! A tenda de Deus está com a humanidade; ele residirá com eles, e eles serão o seu povo. O próprio Deus estará com eles. Ele enxugará dos seus olhos toda lágrima e não haverá mais morte, nem haverá mais tristeza, nem choro, nem dor…” – Tradução do Novo Mundo.
As palavras no texto acima traduzem o desejo de pais, filhos e amigos que acreditam que um milagre ainda é possível!
E como diz a letra de uma canção conhecida: ” Você talvez diga que eu sou um sonhador…mas, não sou único.
Espero que um dia, você se junte a nós – e o mundo inteiro será como um! (Imagine, John Lennon – tradução livre)
Saiba mais:
ONU: Número de civis mortos por Israel aponta algo ‘claramente errado’ | VEJA (abril.com.br)
Israel-Palestina: entenda como começou este conflito histórico centenário (correiobraziliense.com.br)
Indústria das armas dos EUA prevê maior lucro da história com ofensiva de Israel em Gaza (pragmatismopolitico.com.br)
Guerras no mundo: quantos conflitos estão ativos neste momento? | CNN Brasil
Gilson Cruz
Veja mais em Notícias de Guerras – o jogo da informação ‣ Jeito de ver
*Matéria publicada originalmente em 10/2023
📖 Acabei de lançar Crônicas do Cotidiano – Um Novo Jeito de Ver! Um livro com poesias, reflexões e histórias que celebram a cultura e a alma brasileira. Cada compra ajuda a manter meu site Jeito de Ver vivo! Apoie: https://www.amazon.com.br/dp/B0FSGMPHGY 🌟 #LiteraturaBrasileira #Poesia
Num dia sem sentido,
me sentei
E o tempo sentou-se ao meu lado.
E a história amou acontecer…
E o tempo adorou contá-la.
Gilson Cruz
Veja mais em A esperança (Poesia de resistência) ‣ Jeito de ver
📖 Acabei de lançar Crônicas do Cotidiano – Um Novo Jeito de Ver! Um livro com poesias, reflexões e histórias que celebram a cultura e a alma brasileira. Cada compra ajuda a manter meu site Jeito de Ver vivo! Apoie: https://www.amazon.com.br/dp/B0FSGMPHGY 🌟 #LiteraturaBrasileira #Poesia
Se você gosta do conteúdo e quiser apoiar para que o projeto continue, pode contribuir com qualquer valor pelo Pix: jeitodever2023@gmail.com
Imagem de Niek Verlaan por Pixabay
As pessoas fazem o impossível para prolongar os 15 minutos de fama.
Desde plantar na mídia notícias sobre novos relacionamentos até mostrar demais numa praia, desde envolver-se em confusões até fazer tatuagens em partes íntimas – que não deveriam ser interessantes a mais ninguém.
Mas, visto que a curiosidade é algo inerente à natureza humana – a tática funciona e enquanto estiver dando certo será usada, sem nenhum pudor até que a fórmula perca o efeito e seja necessário a criação de novos métodos.
Por exemplo, os reality shows exploram ao máximo aquilo que pode gerar algum entretenimento.
A superexposição de celebridades e de pessoas polêmicas, gera bons índices de audiência.
Numa premiação de melhor reality, uma das Kardashians, do reality “Acompanhado as Kardashians” (tradução livre), que se trata de um programa de televisão que acompanha o dia-a-dia desta família, declarou:”Nossa família sabe como a televisão verdadeiramente atraente vem de pessoas reais sendo elas mesmas”… “Contando suas histórias sem filtros e sem roteiro” – completou a outra, provocando o deboche da plateia – Plateia debocha da “vida real” das superexpostas Kardashians (terra.com.br)
A superexposição pode ser observada também em notícias a respeito de políticos que para não serem postos na prateleira merecida do esquecimento, fazem declarações bombásticas, não importando quão ofensivas e falsas estas sejam.
Por exemplo, nas eleições de 2018, o partido vencedor com o apoio de voluntários, inclusive do campo religioso e midiático, se empenhou na propagação de notícias falsas – como a chamada “mamadeira fálica“.
O medo e a ignorância afetaram profundamente o resultado daquelas eleições.
Porém, uma vez eleito e sem projetos, os eleitos passaram a se destacar pelas declarações bombásticas, como as da senadora que acusou sem prova o tráfico de crianças na ilha de Marajó. – saiba mais no link:
Investigamos a violência sexual no Marajó – e não é nada do que a ministra Damares diz – Agência Pública (apublica.org); Em culto, Damares acusa sem provas tráfico de crianças na Ilha de Marajó (globo.com).
Um detalhe interessante na notícia acima é que ela ganhou terreno inicialmente dentro de igrejas.
Por causar choque e ser divulgada por pessoas, que deveriam ser, no mínimo, sérias e honestas, os fiéis sem poder de questionamento as espalham como deveriam fazer com o que aprendem sobre Deus.
O governo eleito foi entregue aos cuidados de uma Câmara, que adquiriu superpoderes e o presidente passou aparecer em motociatas, carreatas e em um monte de bravatas.
A superexposição nestes casos, deu certo? – A resposta é sim.
O resultado das eleições seguintes não surpreendeu pelo número de falsos moralistas, de influencers e de envolvidos em polêmicas.
Os eleitos transformaram o púlpito da Câmara em palanques eternos e se apresentam para polemizar, sem nenhum projeto de futuro, que não seja garantir vantagens pessoais.
A superexposição é usada com sucesso por pessoas do meio artístico e da política e pode ser danosa, principalmente a quem não está preparado para isso.
Com o avanço tecnológico e a criação das mídias sociais as pessoas passaram a postar muitas coisas a respeito de si, como viagens, localização atual e postagens de informações não recomendadas.
Fotos da hora em que despertam, fotos da hora do almoço e daquilo que estão comendo e mesmo fotos de momentos de intimidades em seus relacionamentos.
Além de problemas à saúde mental, o indivíduo pode estar fornecendo aos cybercriminosos todas as informações necessárias para um golpe.
– Saiba mais no link Quais são os efeitos da superexposição nas redes sociais? (hotmart.com).
O que muitos não sabem é que, na maioria das vezes, a superexposição de artistas e políticos, é milimetricamente calculada por acessores que sabem lucrar com venda e direitos de imagem.
O Direito à Privacidade
O Direito à Privacidade é um Direito Fundamental, previsto na Constituição Federal onde se estabelece que não deve ser violado. – saiba mais no página Direito a Privacidade e sua Importância: Guia completo e Jurídico (diegocastro.adv.br)
A experiência mostra que o respeito a privacidade não é muito comum.
Veja exemplos no link a seguir “Manda Nudes”: Histórias de quem expôs a intimidade – Revide – Notícias de Ribeirão Preto e região
Os danos colaterais podem ser ainda maiores, como no caso da jovem que cometeu suicídio após ter suas imagens íntimas divulgadas.
– RS: adolescente comete suicídio após ter fotos íntimas divulgadas na web (terra.com.br).
Infelizmente, casos assim não são raros.
Compartilhar imagens íntimas sem autorização é crime. Saiba mais Compartilhar imagem íntima sem autorização é crime; veja como denunciar – BBC News Brasil.
Quando se passam os 15 minutos de fama, o que resta?
Para aqueles que usam a superexposição profissionalmente os lucros talvez compensem.
Mas, será que vale à pena vender a própria privacidade? Mesmo alguns que investiram profissionalmente na superexposição revelaram o stress e a possível depressão consequentes disso.
Portanto, mesmo quando alguém íntimo pede um Nude, como prova de amor, tenha bom senso.
Não é uma prova válida e pode gerar um monte de dor de cabeça no futuro, como nos casos de revenge porn ( vingança pornô), em que um namorado sai criminosamente divulgando imagens íntimas, após o fim de um relacionamento.
A resposta é NÃO NEGOCIE A SUA PRIVACIDADE!
Em casos de divulgação de imagens íntimas, denuncie a SAFERNET, que possui vínculos com o Ministério Público Federal. – O que fazer caso alguém publique suas imagens íntimas na Internet | Exame.
Embora a superexposição seja amplamente explorada e produza certa popularidade, a vida precisa significar mais que apenas os 15 minutos de fama.
Gilson Cruz
Vivemos na era da superexposição.
As pessoas fazem o impossível para prolongar os 15 minutos de fama desde plantar na mídia notícias sobre novos relacionamentos até mostrar demais numa praia, desde envolver-se em confusões até fazer tatuagens em partes íntimas – que não deveriam ser interessantes a mais ninguém.
Leia também Qual o preço de uma amizade? ‣ Jeito de ver
📖 Acabei de lançar Crônicas do Cotidiano – Um Novo Jeito de Ver! Um livro com poesias, reflexões e histórias que celebram a cultura e a alma brasileira. Cada compra ajuda a manter meu site Jeito de Ver vivo! Apoie: https://www.amazon.com.br/dp/B0FSGMPHGY 🌟 #LiteraturaBrasileira #Poesia