“Notícias na Era Digital (Viés e informação)

Nesta era digital, a leitura de jornais está quase extinta.

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Informativo

“Quem lê tanta notícia?”


Caetano Veloso questionava enquanto admirava a página do jornal O Sol, exposta nas bancas de revista. Talvez se desencorajasse com o calor do sol e as inúmeras novidades daqueles tempos turbulentos — trecho da canção “Alegria, Alegria”, de 1968.

Uma breve análise do que poder estar por trás das notícias.

Tanta notícia…

É fato que, na era digital, o hábito de ler jornais impressos está em declínio.

As notícias agora se condensam em portais online, comentários de entusiastas e analistas, e, com frequência, são distorcidas em redes sociais e outras mídias digitais.

Atualmente, reconhece-se que reportagens e documentários muitas vezes são moldados pelas motivações e afinidades de jornalistas, editoras ou redes de televisão.

Durante a pandemia de Covid-19 no Brasil, por exemplo, quando mais de 700 mil pessoas faleceram, muitas emissoras evitaram mostrar a gravidade da situação, agravada pela inércia do governo da época.

Em outros momentos, omitiu-se a seriedade das denúncias de corrupção na aquisição de vacinas, evidenciadas na CPI da Covid.

Enquanto isso, algumas mídias tratavam com leviandade as imitações do presidente sobre pessoas morrendo por falta de oxigênio.

Anteriormente, algumas emissoras apoiaram a Operação Lava Jato como se ela fosse o bastião da moralidade e da justiça.

Quando os áudios do Vaza Jato vieram à tona, revelando as bases frágeis de um projeto político disfarçado de operação judicial, muitos se chocaram.

Ainda assim, parte da imprensa demonstrou mais indignação com os hackers que revelaram o lawfare por trás da Lava Jato do que com a conduta do juiz que, conspirando com procuradores, promotores e possivelmente políticos, buscou eliminar seus adversários — afastando o principal oponente do presidente eleito e, posteriormente, assumindo o cargo de Ministro da Justiça.


Lawfare

“O termo se refere à junção da palavra law (lei) e do vocábulo warfare (guerra), e, em tradução literal, significa guerra jurídica.
Podemos entender lawfare da seguinte maneira: uso ou manipulação das leis como um instrumento de combate a um oponente, desrespeitando os procedimentos legais e os direitos do indivíduo que se pretende eliminar.
Em termos ainda mais gerais, pode ser entendido como o uso das leis como uma arma para alcançar uma finalidade político-social, que normalmente não seria atingida se não pelo uso do lawfare.”
(Fonte: Lawfare: o que esse termo significa? | Politize!)

Um grupo de jornalistas enfrentou o desafio de expor as falhas por trás da Lava Jato — projeto de poder celebrado na série “Polícia Federal, a lei é para todos”, e enaltecido pela grande mídia.

Eles revelaram como um juiz questionável se tornou a “nova sensação no combate à corrupção”, expondo como os acontecimentos se alinhavam aos interesses de juízes e procuradores da operação, como evidenciado nas mensagens trocadas via Telegram. — Que perspicácia a deles!

Conversas interceptadas entre os promotores revelaram que interesses pessoais se sobrepunham ao senso de justiça. Promotores e juiz criavam factoides para influenciar a opinião pública.

Os canais de TV, ansiosos por alcançar objetivos comerciais, reproduziam essas informações distorcidas sem realizar a devida checagem de fatos. A verificação era completamente negligenciada!

Mesmo diante de provas contundentes, grande parte da mídia continuava promovendo uma narrativa que atenuava a falta de ética na operação.

Assim, muitos cidadãos passaram a questionar a confiabilidade dos noticiários televisivos.

Observe abaixo outro ponto frequentemente omitido ou distorcido pelas mídias:


Sonegação Versus Corrupção

“A economia brasileira perde com a corrupção, todos os anos, algo em torno de 3 a 5% do Produto Interno Bruto (PIB). Isso equivale anualmente, em média, a cerca de R$ 76 bilhões, considerando os dados do IBGE em 2005, que apontavam um PIB na ordem de R$ 1,937 trilhão.”
(Fonte: tcu.gov.br)

Estudos mais recentes indicam que esse valor oscila entre R$ 70 e R$ 200 bilhões por ano.

Mas quanto se perde com a sonegação de impostos?

O site conteudojuridico.com.br responde:

“O Brasil perdeu R$ 417 bilhões por ano com sonegação de impostos, segundo estudo do IBPT. A pesquisa mostra que R$ 2,33 trilhões não são declarados.”
(30/11/2022)

No fim das contas, o país perde mais com sonegação do que com corrupção.


Ambas são desonestas.

Mas por que esse fato raramente é noticiado? Quem são os maiores sonegadores?

É essencial que o leitor, ao receber uma notícia, lembre-se de que, frequentemente, ela serve aos interesses de empresários e patrocinadores que preferem não ser tributados — pois se consideram superiores àqueles que trabalham, não recebem altos salários e se preocupam em declarar seu Imposto de Renda.

Portanto, sempre questione e busque compreender as notícias!

As notícias devem ser claras; insinuações servem para gerar dúvidas.

E quando o assunto é clareza, se já se deve examinar com atenção os jornais tradicionais, mais ainda as notícias sensacionalistas que circulam no WhatsApp. Elas devem ser sempre questionadas — e jamais repassadas sem checagem.


Fake News e Regulação

Durante o período eleitoral de 2018, espalharam-se notícias flagrantemente falsas com o intuito de prejudicar um determinado candidato.

Alegava-se que um partido distribuía mamadeiras com bicos em formato fálico nas creches, que existia um “kit gay”, e que haveria uma ameaça comunista — a mesma retórica usada pelos EUA na década de 1960, durante a Guerra Fria, para manipular países politicamente frágeis.

Milhões de pessoas mal informadas, e pouco dispostas a buscar conhecimento histórico, acreditaram nessas mentiras e passaram a compartilhá-las em correntes pelo WhatsApp.

Nessa brincadeira suja e injusta, até grupos supostamente religiosos se envolveram, prestando um desserviço — espalhando MENTIRAS.

Uma regulamentação que responsabilizasse os meios de comunicação pela divulgação de fake news não eliminaria completamente o problema, mas certamente reduziria os danos causados por essas mentiras.

Não esqueça:

Quando uma notícia falsa e chocante é divulgada, ela alcança muito mais gente do que a verdade ou qualquer retratação posterior!

 

Pesquise:

Unit – noticias/quais-os-impactos-da-sonegac…

Brasil perde R$ 417 bi por ano com sonegação de impostos, diz estudo | Agência Brasil (ebc.com.br)

Sonegação fiscal supera em muito os valores da corrupção pública – SEDEP

 

Leia mais  Notícias de Guerras – o jogo da informação ‣ Jeito de ver

 

 

 

 

 

O oitavo dia (Um dia terrível! )

A destruição e a tentativa de golpe de 8 de Janeiro de 2023. O que se via era cidadãos de bem dispostos a destruir tudo o que vissem pela frente…

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Tive um sonho ruim…

Os policiais olhavam perplexos…
Não havia nenhum trabalhador protestando contra a reforma da previdência,
como atirar?

Não havia professores a pedir melhoras salariais
e um tratamento digno,
o que fazer?

Não havia alunos protestando contra a farinata,
a ração para alunos…
como usar a força necessária?

Não havia ninguém pedindo reforma agrária,
nem Herzogs, Jobins,
ou estudantes de medicina lutando por liberdade e dignidade.

Então, como agir?

O que se via era cidadãos de bem
dispostos a destruir tudo o que vissem pela frente…
Tudo o que, a duras penas,
fora construído com luta e impostos.

Dispostos a rasgar leis,
destruir obras de arte
e até mesmo roubar portas.

Eram cidadãos de bem,
desrespeitando aquilo que os humanos civilizados
lutaram por um dia, de 21 anos.

Poucos policiais tentaram cumprir suas missões,
mas foram derrubados de suas montarias
e talvez espancados.
E os outros, o que poderiam fazer,
se eram homens de bem?

E o exército levantou sua voz:
“Não serão presos, são pessoas de bem!”

E no oitavo dia,
passei a temer as pessoas de bem.

Então, assustado, acordei!

Publicado originalmente no blog nojeitodever.
Oitavo dia… – Jeito de ver (wordpress.com)

Vamos brincar de índio? (Informativo)

Pequenos indígenas. Cerca de 3,5 milhões de índios habitavam o Brasil na época do descobrimento.

Imagem de Kátia por Pixabay

A matéria a seguir resume a história e as consequências da exploração gananciosa e  irresponsável durante a colonização, apenas estimular o interesse do leitor.

O Jeito de Ver recomenda a leitura do conteúdo nos links, que certamente acrescentarão conhecimento detalhado e suporte ao estudante. Agora, vamos ao assunto:

Uma velha canção

Este artigo evoca uma canção interpretada por Xuxa, que, se você já foi criança, certamente se lembrará.

A obra, criada por Michael Sullivan e Paulo Massadas em 1988, tem melodia vibrante e a voz suave da cantora, mas a letra traz um contraste: narra o cotidiano numa tribo, seus rituais e a luta pela sobrevivência, enquanto expressa o desejo do indígena de recuperar sua paz.

Ele clama por não ser mais visto como nos antigos filmes de faroeste — um vilão, um selvagem.

Outra velha canção…

Como cantou Edson Gomes:

“Eu vou contar pra vocês, uma certa história do Brasil…”

Vamos focar nos povos indígenas, por ora.


Um pouco de História

Em 22 de abril de 1500, os portugueses chegaram a esta terra “que tudo dava” — e, se não desse, seria tomado à força. Alguns ainda chamam esse evento de “descobrimento do Brasil”.

O contexto europeu

Entre 1383 e 1385, Portugal vivenciou um período de estabilidade política, que favoreceu o crescimento comercial e avanços na navegação. A localização geográfica do país permitia acesso facilitado às correntes marítimas do Atlântico, e Lisboa floresceu como centro comercial.

Após a queda de Constantinopla em 1453, os europeus buscaram novas rotas para o Oriente. Portugal liderava as Grandes Navegações, destacando-se no comércio de especiarias — produtos como pimenta-do-reino, noz-moscada e incensos, altamente valiosos no mercado europeu.

A chegada dos espanhóis à América, em 1492, intensificou a disputa territorial. Foram criados dois acordos importantes: a bula Inter Caetera (1493) e o Tratado de Tordesilhas (1494).


Pedro Álvares Cabral e o início da ocupação

Nesse cenário, Portugal organizou uma nova expedição, liderada por Pedro Álvares Cabral, cavaleiro da Ordem de Cristo desde 1494.

Sua frota partiu de Lisboa em 9 de março de 1500, com 13 embarcações e entre 1200 e 1500 homens. Apesar de sua limitada experiência, foi o escolhido, em vez de navegadores renomados como Bartolomeu Dias.

Em 22 de abril, avistaram terras, conforme relatado por Pero Vaz de Caminha:

“Avistamos terra! Primeiro, um grande monte, muito alto e redondo… Monte Pascoal. À terra, o Capitão deu o nome de Terra de Vera Cruz.”


Os primeiros contatos

No dia seguinte, o capitão enviou homens à terra. A primeira expedição foi liderada por Nicolau Coelho, e o contato inicial com os indígenas foi pacífico.

Pero Vaz de Caminha descreveu:

“Eles eram pardos, todos nus, com arcos e flechas. Tinham bons rostos, nariz bem-feito e lábios perfurados com ossos brancos inseridos, que não atrapalhavam a fala nem a alimentação.”

Houve troca de presentes. Alguns indígenas foram levados ao navio, mas rejeitaram a comida e o vinho oferecidos.

Bonitinha a história, não?


A história real

O site Mundo Educação complementa:

A colonização portuguesa no Brasil foi marcada pela submissão e extermínio de milhões de indígenas — algo que também ocorreu em outras colônias europeias.

Durante as Grandes Navegações (séculos XV e XVI), os principais objetivos da Coroa portuguesa eram lucro comercial e obtenção de produtos exóticos para a Europa.

Os indígenas, tratados pejorativamente como “selvagens”, foram forçados a trabalhar. Historiadores tentam suavizar o impacto desse encontro chamando-o de “encontro de culturas”, mas o que houve foi, na verdade, um desencontro de culturas.


O desencontro de culturas

A colonização foi marcada pelo extermínio e subjugação dos nativos, seja por meio de conflitos, seja por doenças trazidas pelos europeus, como gripe, tuberculose e sífilis.

No século XVI, os portugueses estabeleceram feitorias e extraíram pau-brasil, usando mão de obra escravizada indígena.

Mas os indígenas resistiram — muitos fugiram para o interior. Com o fracasso da escravidão indígena, os portugueses passaram a explorar a escravidão africana.

“Os nativos não querem trabalhar…” era o que se dizia.
(Já ouviu algo semelhante sobre os brasileiros? Quem, afinal, quer ser escravizado?)


O extermínio dos povos indígenas

Na época da chegada dos portugueses, cerca de 3,5 milhões de indígenas viviam no Brasil, divididos em quatro grandes grupos linguístico-culturais: tupi, jê, aruaque e caraíba, com predominância tupi.

A tragédia não ficou no passado: a mineração ilegal continua matando. O uso de mercúrio contamina solo e águas, causando desnutrição e morte em terras indígenas.


Tempos de corrupção e desinformação

Vivemos tempos em que desinformação e discursos preconceituosos ganham espaço.

Um ex-jornalista, por exemplo, questionou por que cerca de 18 mil Yanomami vivem em uma área do tamanho de Pernambuco e ainda sofrem de fome — como se a culpa fosse deles.

“Lembra-se da velha narrativa dos nativos preguiçosos?”

Mas o que se omite é que suas terras estão contaminadas, os peixes morreram, e o que se planta não prospera. O que prospera, causa morte.

“Homem branco tem pensamento equivocado!”
(Como diriam os indígenas nos antigos filmes americanos, agora com sotaque brasileiro.)


Reflexão

E quanto aos nossos representantes?

Continuarão emitindo notas de repúdio enquanto enriquecem às custas dos bestializados, que jamais entenderão uma simples canção infantil.


📚 O Jeito de Ver recomenda a leitura dos conteúdos nos links ao longo do texto, que certamente acrescentarão conhecimento detalhado e apoio ao estudante.

 

Fonte:

Escravidão indígena: contexto, causas, resistência – Brasil Escola (uol.com.br)

Portugueses e indígenas: encontro ou desencontro de culturas? (uol.com.br)

As sociedades indígenas brasileiras no século XVI (rio.rj.gov.br)

– Último censo do IBGE registrou quase 900 mil indígenas no país; dados serão atualizados em 2022 — Fundação Nacional dos Povos Indígenas (www.gov.br).

Fonte : Descobrimento do Brasil: contexto, curiosidades – Brasil Escola (uol.com.br)

Saiba mais em Os índios e o velho Oeste (História) – Jeito de ver.

Os índios e o velho Oeste (História)

Um Americano Nativo. O cinema costumava romantizar o “heroísmo dos brancos” imputando aos nativos sempre a imagem de bandidos.- Mas, o que realmente aconteceu?

Imagem de David Mark por Pixabay

Este artigo fornece apenas uma visão superficial de um assunto crucial. Nosso objetivo é despertar sua curiosidade, incentivando-o a explorar os links que fornecemos para obter detalhes históricos. Você ficará surpreso com a riqueza dessa história. Boa leitura!

A influência de Filmes do Velho Oeste

Você sabia que boa parte das pessoas tem seu conceito a  respeito dos indígenas moldado pelos antigos filmes de velho oeste?

O cinema americano costumava repetir  a versão  dos colonizadores sobre a conquista e expansão norte-americana, e foi de certo modo responsável pelo estereótipo de que o povo nativo, era selvagem, insociável e perigoso aos caras-pálidas,  gíria nos filmes de velho oeste, para homem branco.

O cinema costumava romantizar o “heroísmo dos brancos” imputando aos nativos a pecha de vilões.

Mas, o que realmente aconteceu?

Um pouco de história…

O período de colonização da idade Moderna (1453 a 1789) se inicia no final do século XIV, com o crescimento econômico de países europeus e asiáticos.

O processo de colonização inglesa da América do Norte decorre da formação de treze colônias a partir do século XVII, essas treze colônias são representadas pelas treze linhas horizontais na bandeira dos Estados Unidos.

A coroa inglesa controlava o comércio, as leis que estabeleciam aumento de taxas sobre produtos e a força armada, que mudava a política econômica das colônias. Como as treze colônias não tinham representação no parlamento britânico, os colonos americanos declararam guerra aos ingleses.

E em 1775 começou a guerra da Independência…

No dia 4 de julho de 1776 os Estados Unidos se tornaram independentes da Inglaterra, mas os ingleses somente reconheceram a independência anos depois, e em 1783 novos territórios foram incorporados.

Até que, por fim, em 1787, os Estados Unidos se tornaram uma República Federal.

Entre 1845 e 1853, os EUA invadiram e ocuparam territórios mexicanos como o Texas, Califórnia, Nevada, Utah e Novo México e áreas dos estados de Arizona, Colorado e Wyoming, que correspondia, que correspondia a quase metade do México.

O problema é que já havia gente por lá… estima-se que havia 25 milhões de índios na América do Norte e cerca de 2 mil idiomas diferentes.

A ideia de civilizar os Nativos
O interesse nas Ricas Terras

“Claro que por trás deste processo de civilização havia interesse em terras, fontes, reservas, expansão territorial e principalmente comercial..

e nisto, deu-se início a um processo de massacre de milhões de indígenas, na destruição irreversível de culturas e idiomas, sob a alegação de ser uma guerra justa.

Tamanhas atrocidades diferem em alcance do que aconteceu em outras partes da América – sim, a vasta maioria dos colonizadores era composta de homens GANANCIOSOS E QUE NÃO HESITAVAM em ser cruéis (e não levavam tanto espelho para trocar por ouro, como alguns de vocês talvez tenham aprendido na escola).

A ideia de civilizar os Nativos
Limpeza étinica e genocídio

A limpeza étnica do oeste americano tornou-se política oficial do governo americano, que passou a declarar guerra às tribos indígenas sob qualquer pretexto.

Assim os apaches foram destruídos pela ação do exército americano após a entrada de mineiros e bandidos no território dos apache.

A eliminação dos índios também foi defendida por dificultarem o trabalho dos empreiteiros e empresários de ferrovias que construíam e cortavam suas terras com a nova malha viária, ou como uma forma de se desobstruir o solo das planícies, destruindo suas culturas de subsistência, substituídas por lavouras comerciais em contato com os mercados consumidores através do novo sistema ferroviário.

Os indígenas foram paulatinamente empurrados pelo governo americano para territórios cada vez mais áridos, inférteis, isolados e diminutos.

O antigo “Território Indígena”, que cobria a superfície de 4 estados da União, acabou sendo abolido e trocado por pequenas e esparsas reservas indígenas.

Em um discurso diante de representantes dos povos indígenas americanos em junho de 2019, o governador da Califórnia, Gavin Newsom, pediu desculpas pelo genocídio cometido em seu estado.

Newsom disse: “Isso é o que foi, um genocídio. Não há outra maneira de descrevê-lo. E é assim que ele precisa ser descrito nos livros de história. – Wikipedia Genocídio indígena nos EUA.

A quase extinção

Ao fim das chamadas “guerras indígenas”, restavam apenas 2 milhões, menos de 10% do total.

Para o etnólogo americano Ward Churchill, da Universidade do Colorado, esse mais de um século de extermínio e, particularmente, o ritmo com que isso ocorreu no século XIX, caracterizaram-se “como um enorme genocídio, o mais prolongado que a humanidade registra”.

“O genocídio nos EUA foi um processo com apoio declarado dos setores que deslumbravam a possibilidade de lucros com o extermínio generalizado dos índios e sua substituição por áreas integradas ao sistema de comércio, que renderia dividendos a banqueiros, fazendeiros, industriais das ferrovias e implementos agrícolas e outros capitalistas”. Wikipedia

Os filmes do Velho Oeste romantizaram esse genocídio, contribuindo para a perpetuação de estereótipos prejudiciais.

Este resumo apenas arranha a superfície da tragédia da conquista dos territórios indígenas pelos Estados Unidos. É essencial não repetir comentários insensíveis que minimizam essa história e suas consequências devastadoras.

A colonização do Brasil também tem sua própria história, que abordaremos mais adiante.

Só pra lembrar:

Enriqueça o seu conhecimento.

Fonte da matéria nos links citados.

Saiba mais:  https://www.todamatéria.com.br).

‘Quase aniquilação’: o massacre de Bear River, um dos piores contra indígenas da história dos EUA – BBC News Brasil

Genocídio indígena nos Estados Unidos – Wikipédia, a enciclopédia livre (wikipedia.org)

Leia mais em  Vamos brincar de índio? (Informativo) – Jeito de ver.

A População Carcerária no Brasil

Um problema crescente

A população carcerária do Brasil atinge cerca de 900 mil pessoas, ultrapassando a população de muitos municípios no país (https://carceraria.org.br).

Uma parcela significativa está detida por crimes considerados leves.

Por exemplo, no município de Iaçu, estado da Bahia, um senhor desesperado com a fome dos filhos invadiu um pequeno mercado e roubou uma lata de leite. Por esse ato, ele passou mais de um ano preso.

Sim, roubar é crime.

Enquanto pessoas cometem crimes de pequeno porte, muitas vezes por fome e desespero, pagam seus pecados em longas penas.

Aqueles que cometem crimes BEM MAIORES, por vezes, conseguem pagar fiança e desfrutar de liberdade com valores obtidos por meios ilegais.

Surgem perguntas…

Mas, o que justificaria manter alguém em cárcere por tanto tempo?

Quantos se encontram em situação semelhante?

Que pena poderia ser aplicada para ajudar a pessoa sem prejudicar aqueles que foram lesados?

O atual sistema parece justo?

A reação de muitos…

Alguns inflamados, com um típico falso senso de justiça, poderiam responder: “Tem que ser preso mesmo! Ninguém mandou roubar!”

Por exemplo, ao testemunhar o desespero de uma mãe que tentava roubar uma lata de leite para seu filho recém-nascido, um senhor tentou negociar com o dono do mercado o valor do produto subtraído, oferecendo-se para pagar pelo produto em troca da liberdade da jovem mãe.

O gerente, no seu desejo de justiça, não aceitou a proposta, pois “lugar de ladrão é na cadeia”.

Muitos falsos moralistas cobram justiça enquanto em suas vidas privadas sonegam impostos, traficam drogas e até planejam outros crimes de maior porte.

O problema da corrupção

Quantos juízes e políticos, que dizem combater a corrupção, são flagrados se corrompendo? Como exemplo: Nicolau dos Santos Neto – Wikipédia, a enciclopédia livre (https://pt.wikipedia.org/wiki/Nicolau_dos_Santos_Neto).

Observe o trecho abaixo, extraído do site Carceraria.org.br:

“Segundo o 14º Anuário Brasileiro de Segurança Pública, que reflete dados de 2018 e 2019, o percentual de pessoas negras (pretas e pardas) no sistema prisional brasileiro é de 66,7%. Não é de hoje que se fala em seletividade penal. Não é de hoje que se vê casos em que ela opera.

“Genivaldo, morto pela polícia rodoviária de Sergipe asfixiado em uma câmara de gás improvisada no camburão, foi abordado porque estava dirigindo sem capacete. O presidente Jair Bolsonaro, nas motociatas realizadas com o aparato financeiro do Estado, era frequentemente fotografado sem o uso do equipamento de proteção ou usando capacetes inadequados.

O Anuário, ao analisar os números, faz o paralelo entre as pessoas que são encarceradas e aquelas que são mortas (pelo Estado ou em situações particulares): “Historicamente, a população prisional do país segue um perfil muito semelhante aos das vítimas de homicídios. Em geral, são homens jovens, negros e com baixa escolaridade” (https://carceraria.org.br).

Conclusão e alternativas

É lamentável observar que a venda nos olhos da justiça tem sido usada para que não se veja a injustiça. Os dados escancaram a diferença na aplicação da justiça entre as raças.

Mas, o que poderia ser feito para reduzir a população carcerária e pelo menos atenuar tal injustiça?

As penitenciárias têm servido ao longo do tempo como depósitos para pessoas indesejáveis ao convívio em sociedade. Por muitos anos, não houve interesse na ressocialização dos detentos.

É verdade que pessoas más existem, SIM, EXISTEM EM TODAS AS ESFERAS!

Uma mudança na aplicação da lei, por exemplo: alguém acusado de roubo ou fraude poderia receber como pena devolver o dinheiro acrescido de juros ou trabalhar para pagar o prejuízo causado.

E que essa mudança fosse aplicada a todos, sem distinção!

Deste modo, haveria justiça e proporcionalidade, pois o valor de restituição seria equivalente ao prejuízo causado.

Mas, como fazer isso?

Em casos de roubo, desvios de dinheiro e crimes semelhantes, a proporcionalidade da pena e a criação de meios para que haja a restituição à vítima seriam uma boa solução.

Daí o tema: O que você sugere?

Pense e envie sugestões.

Informativo

 

Veja mais em  Crimes e responsabilidades na tragédia no RS ‣ Jeito de ver

 

 

 

 

 

Contexto da Proclamação da República

15 de Novembro - Praclamação da República

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A República é um sistema de governo onde o poder reside em representantes eleitos pelo povo, comumente através de eleições.

Neste modelo, o governo busca o bem-estar comum e os governantes possuem mandatos com prazo determinado, o que impede a permanência indefinida no poder.

Este regime é fundamentado em princípios como igualdade perante a lei, divisão dos poderes (Executivo, Legislativo e Judiciário) e a prestação de contas dos governantes em relação às suas ações.

Estudar a proclamação da República no Brasil é essencial para compreender as raízes das disparidades sociais e políticas no país.

Vamos entrar no contexto histórico.

Inseridos no contexto…

A fundação do Partido Republicano Paulista

A Proclamação da República no Brasil, ocorrida em 15 de novembro de 1889, foi o resultado de um contexto histórico complexo e multifacetado. A crise da monarquia teve raízes em insatisfações que se intensificaram ao longo das décadas.

No século XIX, a elite agrária exercia grande influência na política, e os interesses regionais frequentemente se chocavam com as diretrizes centralizadoras do governo imperial.

Esse cenário ficou ainda mais tenso com a pressão crescente da oligarquia cafeeira por maior autonomia.

Os movimentos republicanos começaram a ganhar força na década de 1870, pouco depois da Guerra do Paraguai. A vitória na guerra não trouxe prestígio à monarquia; pelo contrário, revelou suas fragilidades.

Nesse período, novos arranjos políticos emergiam, defendendo a modernização do país. A fundação do Partido Republicano Paulista (PRP) e o lançamento do Manifesto Republicano, em 1870, foram fundamentais para fortalecer a ideia de uma república.

O manifesto criticava o centralismo imperial e propunha o federalismo, defendendo que os grandes males do Brasil provinham da monarquia.

O papel dos Militares

Os militares, uma das principais forças insatisfeitas, começaram a se organizar após a Guerra do Paraguai.

O Exército havia se profissionalizado e, como consequência, seus membros exigiam melhores salários, melhorias na carreira e o direito de expressar suas opiniões políticas.

Eles também defendiam o laicismo no país e encontraram no positivismo, ideologia de Augusto Comte, um discurso que justificava a modernização por meio de uma república autoritária.

Muitos oficiais passaram a enxergar-se como guardiões do Estado, acreditando que uma república ditatorial era a solução para o Brasil.

A crise na monarquia se agravou com as elites emergentes nas cidades, que desejavam maior participação política, mas se viam excluídas por um sistema que beneficiava poucos.

Mesmo os liberais, ao tentarem expandir o eleitorado, não foram eficazes, pois a Lei Saraiva, de 1881, reduziu drasticamente o número de eleitores.

No interior do país, províncias como São Paulo, que já tinham grande importância econômica, exigiam uma representação mais justa. A centralização do poder na monarquia e a falta de autonomia para as províncias geraram profundo descontentamento.

Outro ponto crucial foi a questão da abolição da escravatura em 1888, que deixou um vácuo econômico para setores conservadores, especialmente fazendeiros que perderam sua mão de obra gratuita.

Este evento aprofundou a crise, forçando a sociedade a buscar novos modelos de governança. Grupos políticos, cafeicultores e os militares viam na república a solução para os problemas nacionais.

Além disso, a urbanização e a industrialização, embora ainda incipientes, evidenciavam a necessidade de uma reestruturação que atendesse às demandas de um Brasil em transformação.

A insatisfação com a monarquia culminou em um golpe que uniu diferentes setores da sociedade.

O papel das elites urbanas e rurais

O descontentamento das elites urbanas e rurais, somado à crescente mobilização das forças armadas, gerou um ambiente propício para a Proclamação da República.

O evento foi liderado por militares, apoiados por uma parcela da sociedade civil, e resultou na expulsão da família real. Marechal Deodoro da Fonseca proclamou a república e se tornou o primeiro presidente do Brasil.

A nova república trouxe mudanças significativas, como a Constituição de 1891, que implantou o federalismo e descentralizou o poder, favorecendo a autonomia dos estados.

No entanto, apesar das expectativas de modernização e inclusão, a elite militar e a classe ilustrada assumiram posições de destaque no novo regime, garantindo que seus interesses fossem preservados.

A estrutura republicana acabou beneficiando poucos, enquanto as camadas populares continuaram enfrentando desigualdades.

A narrativa oficial sobre a Proclamação da República frequentemente simplifica esses eventos, omitindo as complexidades e os conflitos de interesses envolvidos.

A transição não foi consensual nem espontânea; foi marcada por tensões sociais e políticas que continuam a moldar a história brasileira.

Uma análise mais crítica revela a multiplicidade de vozes que influenciaram a queda da monarquia e a importância de questionar a memória histórica dominante.

O papel do Povo

Segundo o livro Os Bestializados, de José Murilo de Carvalho, a reação da população mais humilde, em sua maioria composta por trabalhadores urbanos, escravos recém-libertos e cidadãos de baixa renda, foi marcada pela indiferença e falta de envolvimento com a Proclamação da República.

Carvalho argumenta que, para a maioria das pessoas comuns, o evento passou quase despercebido e não trouxe um significado claro ou um impacto imediato em suas vidas cotidianas.

O autor explica que a mudança de regime, de monarquia para república, foi conduzida por elites políticas e militares sem a participação ativa das massas.

O povo foi espectador de um processo que, para ele, parecia distante e abstrato.

As decisões políticas eram tomadas por um círculo restrito de líderes, e a falta de comunicação e integração entre as elites e a população mais pobre contribuiu para um sentimento de alheamento.

A população, portanto, se sentia desamparada e desconectada do novo regime, sem compreender as implicações da mudança.

Conclusão

A história oficial muitas vezes pinta um quadro de que a população inteira estava engajada na luta pela proclamação da República, mas a realidade é que apenas uma elite buscava preservar e expandir seus privilégios.

Os desfavorecidos do império continuaram a ser os desfavorecidos na república, permanecendo pobres, sem voz ativa, sem acesso à educação adequada por décadas e excluídos da participação em regimes autoritários subsequentes.

Essas consequências e sua continuidade são visíveis no modelo educacional que prevaleceu por décadas no Brasil, perpetuado pelas mesmas elites que dominam desde a agricultura até os meios de comunicação e eventos culturais.

Uma parte da população, assim como naquela época, se contenta com as migalhas oferecidas através de cargos políticos adquiridos por bajulação e traição, sacrificando sua própria dignidade e a de seus descendentes.

Pesquisas:  “O Reino que não era deste Mundo”  por Marcos Costa

“Os bestializados” por José Murilo de Carvalho

Leia também:  Independência do Brasil – Uma História ‣ Jeito de ver

15 de novembro, Proclamação da República: por que historiadores concordam que monarquia sofreu um ‘golpe’ – BBC News Brasil

A inocência das crianças – Pobres Crianças!

Qual não foi o espanto da população com aquela cena...leia a crônica.

O espanto!

A INOCÊNCIA DAS CRIANÇAS

A campanha eleitoral naquela pequena cidade do interior nordestino já havia alcançado o mais baixo nível de toda a história…

Cadeiradas eram afagos, perto do que se via por lá, mas também não era tão violenta quanto aquele caso do senador assassino que matou alguém lá em 4 de Dezembro de 1963…

Mas esqueceram a gentileza!

Palavrões, cadeiras voando, e um tal de “ladrão” pra cá e “ladrão” pra lá… mas ninguém cogitava a ideia de processar o candidato A, B ou C. Vai que tinha algo escondido!

Então, o coordenador da campanha de Jorge Clemente resolveu inovar: — “Nada é tão puro quanto uma criança!”

Bem, crianças não votam…

Usar crianças em campanhas políticas é meio estranho. Candidatos com cara de nojo abraçando crianças que dariam tudo para não estar naquele lugar…

Usar crianças é um artifício complicado, pois muitos casos de corrupção envolvem dinheiro que seria destinado à educação e à cultura – o futuro das mesmas.

Mas, como não estou aqui para explicar política e sim para contar o caso, deixe-me continuar:

Jorge Clemente teve a brilhante ideia para apaziguar os ânimos: — “Vou inovar… No carro de som, vou colocar algumas crianças para acenar ao povo, enquanto o locutor fala mansamente o nome Clemente…”

E assim se deu.

Quatro meninos foram escolhidos para desfilar no carro e acenar ao povo pelas ruas da cidade.

E qual não foi a surpresa da população ao ver que, enquanto a caravana passava, as inocentes crianças erguiam os pequenos dedos médios, em riste, para os adversários políticos.

Pobres e inocentes crianças…

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Os Riscos das bets no Futebol

As bets foram projetadas para beneficiar as bancas.

Imagem de Dinh Quan por Pixabay

Os Riscos das Casas de Apostas Esportivas no Futebol

O Crescimento das Apostas Esportivas

Nos últimos anos, o mundo das apostas esportivas tem experimentado um crescimento sem precedentes.

As casas de apostas estão cada vez mais presentes no futebol, oferecendo promoções atraentes e inúmeras oportunidades de aposta.

Segundo o site Exame, o Brasil tem hoje 300 empresas especializadas no mercado de apostas esportivas, as populares bets.

Com a regulamentação da lei 14,790/23 estas ganharam impulso e seus nomes estão ligados a toda espécie de patrocínios imaginários, desde programas de Televisão a Clubes de Futebol.

A própria série A do Campeonato brasileiro de futebol de 2024 chama-se Brasileirão Betano 2024.

Essa indústria em expansão levanta questões sérias sobre suas implicações sociais e econômicas.

Manipulação de Resultados e Lavagem de Dinheiro

Um dos maiores riscos associados às apostas esportivas é a possibilidade de manipulação de resultados.

Quando grandes quantias de dinheiro estão em jogo, a tentação de alterar o resultado de partidas se torna uma preocupação real.

Por exemplo, o Ministério Público de Goiás investigou um esquema de manipulação de resultados em três jogos da Série B em 2023, onde jogadores foram abordados com uma oferta de R$ 150 mil para cometer pênaltis.

O esquema visava lucrar com apostas combinadas, onde as “odds ” aumentam significativamente quando eventos específicos são apostados, como pênaltis no primeiro tempo.

A ausência de um dos atletas impediu a concretização do plano, que potencialmente poderia render R$ 2 milhões.

A modalidade de apostas combinadas, com alta cotações, leva apostadores a investir grandes valores para maiores retornos.

Esse não foi o único caso de manipulação: no ano passado, um funcionário do Santos tentou uma fraude similar envolvendo o Red Bull Bragantino no Brasileirão Feminino.

A atleta envolvida recusou a proposta e denunciou o caso, resultando na demissão do funcionário responsável.

“A maioria das pessoas que se aventuram em apostas são pobres e desesperadas, e nessas circunstâncias, a aposta responsável não existe.

Lavagem de dinheiro

Além disso, as casas de apostas podem inadvertidamente facilitar a lavagem de dinheiro, permitindo que indivíduos infiltrados movimentem fundos de origem ilícita.

A falta de regulamentação adequada nesta área agrava ainda mais o problema.

Na Itália, o mercado de apostas esportivas é dominado pelas máfias Ndrangheta, Cosa Nostra e Camorra, que são acusadas de lavagem de dinheiro e manipulação de resultados, especialmente em ligas de menor expressão.

No Leste Europeu, a máfia russa atua com plataformas de apostas online e redes de “mulas”, além de subornar jogadores e treinadores.

Na Ásia, as Tríades Chinesas e a máfia japonesa Yakuza controlam a manipulação de grandes eventos esportivos internacionais como futebol, críquete e corridas de cavalos.

Na América Latina, cartéis de drogas, como o Cartel de Sinaloa no México e outros no Brasil, utilizam o mercado de apostas para lavagem de dinheiro.

A variedade de apostas disponíveis facilita essas atividades ilegais, tornando a manipulação e a lavagem mais complexas e difundidas.

A maioria das pessoas que se aventuram em apostas são pobres e desesperadas, e nessas circunstâncias, a aposta responsável não existe.

“No ano passado, mais de 300 empresas de bets movimentaram entre R$ 60 bilhões e R$100 bilhões em apostas no Brasil, quase 1% do Produto Interno Bruto (PIB), segundo projeções da Strategy& Brasil, consultoria estratégica da PwC. -https://www.estadao.com.br/economia

O Impacto nas Camadas Mais Carentes da População

Além disso, as casas de apostas podem inadvertidamente facilitar a lavagem de dinheiro, permitindo que indivíduos infiltrados movimentem fundos de origem ilícita.

No ano passado, mais de 300 empresas de bets movimentaram entre R$ 60 bilhões e R$100 bilhões em apostas no Brasil, quase 1% do Produto Interno Bruto (PIB), segundo projeções da Strategy& Brasil, consultoria estratégica da PwC.

As casas de apostas esportivas podem oferecer uma ilusão de renda rápida, mas a realidade é que elas frequentemente levam ao empobrecimento das populações mais vulneráveis.

Muitas pessoas, em busca de uma saída financeira, acabam se afundando em dívidas.

Os riscos são significativos, e os impactos negativos podem perpetuar um ciclo de pobreza entre as comunidades mais afetadas.

Em resumo, enquanto as apostas esportivas podem parecer divertidas, é essencial considerar os riscos envolvidos: A banca ganhará sempre!

Manipulação, lavagem de dinheiro e o empobrecimento da população são razões convincentes para se refletir antes de entrar neste mundo.

Em sua maioria, as pessoas que se arriscam em bets são pobres e desesperados, em tal situação não existe aposta responsável.

O melhor caminho é optar por formas de entretenimento que não comprometem o bem-estar social.

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O árbitro perfeito -uma crônica futebolística

A crônica bem humorada de Aristóbulo -o árbitro perfeito

O mais querido venceu – uma crônica.

O Árbitro Imparcial

Árbitros de futebol são imparciais. Mas, nenhum foi tão perfeito quando Aristóbulo Duarte, este parecia odiar times de futebol!

Explica-se: não dava nenhuma demonstração de paixão ou a mínima quedinha por qualquer time em qualquer partida que arbitrou.

Mas, mesmo o coração dos árbitros pode ser traiçoeiro.

O campeonato não estava bom para o mais querido. A primeira partida da final foi difícil, e o time da Fala Mansa venceu por um gol de diferença.

O clima estava terrível, pois o futebol nunca fora tão equilibrado. O jogo da volta era uma incógnita.

Mas, chegou a data!

Todos temiam, menos a turma que venceu a primeira partida. Aristóbulo era o árbitro. Com ele haveria, no mínimo, uma partida justa. Mas Aristóbulo tremia por dentro.

O Mais Querido também era o mais querido do árbitro, que estava triste — nada podia fazer.


O Fantasma Invisível

E começou a partida.

O time da casa deu o pontapé inicial.

A pressão nos primeiros minutos era horrível, mas o João do Fala Mansa pegava tudo, o que queria e até mesmo o que não queria — gripe foi uma delas.

A calma adversária irritava o Mais Querido, que precisava vencer por dois gols de diferença. Trinta minutos, o empate persistia.

Mas, num lance de pura sorte, Cabeludinho entra na área, e algum fantasma adversário deu-lhe uma rasteira que o fez rolar por cinco metros.

Fantasma? Deve ter sido, pois ninguém viu o autor da falta, só o Aristóbulo. Gol do Mais Querido! Pênalti!

O Fala Mansa EC se revoltou. Cercou o árbitro, reclamou, brigou.

Mas, não se ousou a dizer que ele estava roubando.

Perninha, o atacante adversário, se ousou a dizer: “com ou sem juiz, a gente vence.” Foi a gota d’água! Aristóbulo sacou um vermelho imediato e mandou o Perninha pro chuveiro.

O engenhoso técnico Martins não entendeu. E tratou de organizar o time. E acabou o primeiro tempo.

O Mais Querido ainda precisava de mais dois gols para levar o título, mas estava difícil.


O Gol de Aristóbulo

Trinta minutos da mais pura pressão e nada. Já que o Mais Querido não podia fazer nada, cabia ao sobrenatural dar um jeito!

E aos trinta, Baixinho entra velozmente na área pelo lado esquerdo.

Sem marcação e também sem bola — e acidentalmente tropeça nas pernas de quem? Acho que do mesmo fantasma, pois ninguém viu — exceto Aristóbulo.

Pênalti.

Segundo pênalti em circunstâncias idênticas.

Algo deveria estar errado!

Mas, quem se ousaria a falar? O time já estava com um a menos!

Mas, Getúlio não suportou e reclamou. E de quebra levou o vermelho, no meio da testa.

A revolta foi geral e mais dois do Fala Mansa foram para o chuveiro!

Agora, estava fácil! Mas, o Mais Querido não ajudava.

Dois a zero. E, num lance absurdo, pra se livrar da bola, Antônio Grosso, dos visitantes, chutou a bola pra cima… E ela morreu no fundo das redes do Mais Querido!

O goleiro não esperava, o time não esperava… e Aristóbulo não esperava.

Acréscimo: 3 minutos.

O Mais Querido foi pra cima. 2×1 no placar, quatro jogadores a mais… Era tudo ou nada!

A pressão foi terrível… E naquelas maravilhas do futebol, Garotinho chuta a última bola, cruzada, o jogo iria para os pênaltis…

E a bola corre para fora no que seria o último lance da partida…

Ninguém para esticar a perna e colocar pra dentro…

E Aristóbulo, como um atleta, deu o seu último pique e se atirou como um herói… Deslizando no gramado do Mais Querido e, como um artilheiro, colocando a bola pra dentro e apitando abruptamente o final do jogo, saindo pra comemorar com os jogadores…

Não houve quem reclamasse. Todos, inclusive os dirigentes do futebol, amavam o Mais Querido. Não haveria possibilidade de mudar!

E nas fotos do título, Aristóbulo realizava seu sonho:

Erguer a taça de campeão, pelo Mais Querido!

E ninguém mais se importou com o resultado…

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Máfias da loteria e do apito: o que aconteceu nos outros escândalos de manipulação no Brasil | futebol | ge (globo.com)

O cantor sincero que ninguém ouviu!

Uma ficção sobre a indústria da música.

Imagem de Pexels por Pixabay

Sabe aquele tipo de cantor que tem tudo pra dar errado? Carlos Alvinegro era um desse tipo.

Apesar da bela voz, da barba bem feita e do incrível talento, ele tinha um probema: Era sincero demais!

Não, não. Sinceridade  não é aquilo que alguns confundem com grosseria. É a qualidade de dizer a verdade de forma honesta e sem falsidade, expressando os próprios sentimentos e pensamentos genuínos.

Ele sabia que ao longo do tempo suas canções vinham caindo de qualidade, mas o público continuava fiel – não importava as letras.

Ele tinha o apoio total da gravadora e sobreviveu às mudanças da era digital, passou a investir também no Sertanejo.

Bem, são tantos caminhos do Sertanejo que não sei exatamente em qual ele entrou.

Os empresários adoraram e a partir daí houve uma transformação brutal no estilo e nas letras do Carlos. Passou a falar de bois, tratores, soja, do romantismo que era ser empresário e comprar um monte de amores…

Ele tentou…

Mas, Carlos odiava tudo aquilo.

Não se identificava com a música engessada, as letras hipócritas e não raro iniciava os shows com palavras de carinho ao público, que podiam ser facilmente mal interpretadas:

-“Essa canção eu não fiz e não entendo o que a letra quer dizer, mas se vocês gostam… deve significar alguma coisa! Vocês são demais!!!”

A voz suave e o jeito amável de dizer tais palavras cativavam o público.

Assim como era comum no mundo musical, Carlos não compunha as suas próprias músicas. Ele apenas interpretava aquilo que os empresários mandavam cantar. Letras rasas para um grande público raso!

E foi assim por muitos anos, até que ele cansou. Brigou com todo mundo! Ele queria fazer as suas próprias músicas, voltar ao seu estilo!

Mas, os empresários não gostaram da ideia. Explicaram: “Se você quiser sair… a gente cria outro! O povo nem vai perceber!”

Carlos, chateado, sentindo-se usado pelo sistema, decidiu: “Vou estragar tudo!”

E, num estádio lotado, de pessoas da cidade, vestindo roupas de couro sintético, com celulares apontando para o palco, mecanicamente como das outras vezes, em meio às luzes coloridas e escuras do palco ele cantou:

Ouça (escute) a letra:

E o povo chorava, aplaudia, pedia bis.

Não escutaram nada. O público já estava estragado!

E foi o último show do desiludido Carlos Alvinegro.

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Melodia com o auxílio do Udio.IA