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O parque de diversões (Recordações de um dia)

Roda gigante. Um texto sobre a chegada dos parques itinerantes nas pequenas cidades.

Imagem de J W. por Pixabay

E o parque chegava na cidade!

Os brinquedos não eram tão sofisticados assim, mas as crianças lá do interior faziam a festa.

As rodas gigantes não eram tão gigantes, eram razoavelmente pequenas, mas que graça teria se anunciassem:

“Ele está de volta, o seu parque de diversões favorito, com muitos brinquedos ( na verdade, se resumiam a apenas sete!) e a incrível, magnífica, espetacular RODA pequena?”

As crianças corriam feito loucas de brinquedo em brinquedo, os pais perdiam a cabeça – mas, era festa.

Crianças tontas no chapéu mexicano, adolescentes tentando impressionar adolescentes e perdendo dinheiro no tiro ao alvo e o sistema de som, com seu locutor, peculiar, tentando dar aquela forcinha àqueles jovens que sonhavam com suas paixões – e que agora, naquele parquinho, poderia ter uma oportunidade a se declarar ( e pagar, alguns trocados…)

E foi lá, que como qualquer outro jovem, calça curta, pedi a música da Júlia…
Ela estava de vermelho, lacinhos brancos, sorriso tímido e amava a valsinha…
E quando lá no alto da roda gigante, ela estava, a sua música tocava

– ela, corada, sorria timidamente, e esperando a hora de parar daquele brinquedo, que se tornara gigante,  lento e provocador…eu fiquei.

E, por eternidades, a fio, aquela roda não queria parar…e quando parou, então, segurei a sua mão…

Julia, sorriu, mas, os seus país a levaram, já era tarde…

Enquanto as crianças gritavam, corriam, destruíam tudo o que não podiam – eu via o adeus da Júlia.

E a música ficou no ar, naquele tempo…
Enquanto as crianças brincavam.
E o parque se preparava para partir.

Gilson Cruz

Veja mais em: O tempo ( Contador de histórias) – Jeito de ver.

Do fim ao começo (a vida ao inverso)

E se as coisas acontecessem na ordem inversa?

Imagem de Zoli por Pixabay

E se as coisas acontecessem na ordem inversa?

Os olhos se fechariam,

e os olhos, então, se abririam pela última vez,

para olhar agora com dificuldade os cabelos também brancos da pessoa amada,

A visão fraca, cabelos brancos como a neve e a pele enrugada

Os mesmos traços lindos,

sim, coisas que só o amor pode ver…

E nossos cabelos totalmente prateados, escassos, resumiriam tudo

e não foi pouco…

Veríamos

um amor que foi renovado a cada dia.

O cansaço dos anos de serviço

as velhas preocupações…

Veríamos nossas eternas crianças, ganhando asas…

E então, filhos crescidos…

Talvez tentássemos esconder novamente

os primeiros fios brancos

Veríamos novamente, e pela primeira vez

novos traços, primeiras rugas…

E veríamos nossos adolescentes

riríamos com nossas crianças novamente

e suas primeiras palavrinhas erradas…

Teríamos um chorinho de madrugada

um cantar, a noite inteira…

Recordaríamos

A barriguinha

um susto

a festa

um dia feliz…

O sim…

a certeza

uma proposta

O medo de errar novamente

Os primeiros encontros

o encanto

o medo de ficar só

o choro

Os erros

O primeiro beijo…

as espinhas

as dúvidas

a diferença

a primeira escola

as brincadeiras da infância

A igualdade

Os risos orgulhosos de quem nos ama

as primeiras palavras

o amor e a preocupação…

as primeiras quedinhas

os primeiros passos

A insegurança

O amor renovado…

os primeiros esboços de risos

o bercinho

O amor…

Mesmo que as palavras não descrevam tudo do começo ao fim…

o amor é o resumo de tudo.

Se você gostou do texto…

por favor, leia, do fim ao começo.

Veja mais em:  Esse bonde chamado tempo ( Hora de partir ) – Jeito de ver.

Um novo dia, um novo tempo

Uma moça caminha na praia. Um texto sobre aproveitar "cada" novo tempo.

Imagem de Ri Butov por Pixabay

Um novo dia, um novo tempo.

Encarar cada dia como um novo dia, nos dá a chance de criar novas expectativas e olhar o mundo numa perspectiva diferente.

O ontem talvez não tenha sido o melhor dia da minha vida, é verdade,  talvez o meu humor não fosse aquele que eu gostaria de ver nos outros ou talvez a tristeza minasse a minha coragem de sair da cama.

É, o dia pode não ter sido bom.

Mas, hoje é um novo dia.

Você não precisa resolver tudo hoje…resolva apenas o possível, e aquilo que não for possível resolver – guarde para o amanhã. Não perca a sua noite, seu sono, sua vida por isso.

Seja sempre honesto com você mesmo, com seus amigos e até com aqueles que você não conhece. Dizem que o melhor travesseiro é uma boa consciência, então, presenteie a si mesmo com este presente.

O novo dia é a sua chance de viver um novo tempo.

Leia mais em As pequenas escolhas ( Reflexão) – Jeito de ver

Caminhos ( Viver é colocar o pé na estrada!)

Imagem de 🌸♡💙♡🌸 Julita 🌸♡💙♡🌸 por Pixabay

 

Viver, não por acaso, é colocar o pé na estrada…

Se pudesse contar quantas estradas castiguei com a indelicadeza dos meus passos apressados ou mesmo se tivesse a  capacidade de recordar o que estava ao meu redor, seria mais feliz.

Ninguém passa a vida em branco, ainda que  muitos se achem inúteis, tristes, fracassados. Cada um leva em si uma história – única, exclusiva!

Ainda que alguém tente, minuciosamente, viver a sua vida, a sua história pertence a você.

São seus caminhos!

A sua importância, vai ser a importância que você dedica aos momentos, às pessoas, ao riso – ao sorriso!

Não esqueça de que a fama é, muitas vezes, um mero acidente – não um sinônimo de sucesso!

Fama não é sinônimo de sucesso

Como assim?

Muitas famosos não vivem, escolhem um caminho de aparências, onde a felicidade está num riso fabricado para ganhar holofotes – seus relacionamentos precisam ser expostos, não há privacidade.

Muitos deles dependem da exposição de que tanto se queixam, para serem felizes. Alguns por não suportarem a pressão de serem ignorados, recorrem ao uso de drogas ilícitas ou se tornam dependentes de remédios.

Ser bem sucedido é amar o que se faz, o que se escolheu fazer.

É lembrar que alguém ama e valoriza cada passo que você dá no caminho, e o melhor, que este alguém está disposta (o)  a te acompanhar mesmo quando acontecerem os acidentes no percurso.

Viver é colocar o pé na estrada, sim…

Se pudesse te contar… Não!

Viva a tua história, lembre ninguém passa a vida em branco.

Será notado, quem sabe, por um bilhão, um milhão ou por apenas um – e se esse “apenas” um, te amar, já valerá a pena todo o caminho!

Então, pé na estrada… caminhe, corra… ame!

Faça com que o caminho valha a pena!

 

Leia mais: As pequenas escolhas ( Reflexão) ‣ Jeito de ver

 

Transformar ( Bem simples)

Caminhando na praia. Um poema sobre transformar se deixar transformar.

Imagem de Ri Butov por Pixabay

Transformar

o acordar

num passo

Os passos em objetivos

os objetivos em motivos

Os motivos em meios

e os meios, enfim…

em realizações.

E de novo,

as realizações

em  novos sonhos

e caso os sonhos não dêem certo, chore

chorar não é pecado

nem fraqueza

é reconhecer que às vezes estes também falham

Então…

Chore.

Experimente

Chorar

Rir

tentar novamente,

amar

persistir…

e até insistir naquilo que se vale à pena.

Daí

Recomece

Em novos passos

novos objetivos

novos meios

motivos mais nobres

E enfim…

novas conquistas.

Tudo outra vez, pois a vida não para.

O que poderia ser mais interessante

que esse ciclo vicioso de se estar vivo?

Leia mais em:  Sozinho ( Poema de Solidão) – Jeito de ver.

As pequenas escolhas ( Reflexão)

Menino estudando Matemática. Cada pequena escolha terá um impacto em nosso futuro.

Imagem de PublicDomainPictures por Pixabay

Já parou pra pensar na importância das pequenas escolhas ?

Nossa vida é meio que esculpida pelas pequenas decisões que a gente vai tomando no caminho.

Às vezes, um gole a mais de vinho ou uma cervejinha extra podem acabar nos levando por um caminho diferente: um acidente, um desempenho ruim num jogo, ou até arruinar aquela entrevista de emprego dos sonhos. Coisas simples, tipo decidir sair da cama num dia de frio ou ficar mais um pouco debaixo das cobertas, podem ser o ponto de partida de algo grande, tipo as primeiras pedras que a gente coloca no caminho.

“Ah, e se eu tivesse casado com meu primeiro amor? E se tivesse apostado mais na minha carreira? E se tivesse dito ‘sim’ em vez de ‘não’, ou vice-versa? E se…”

A verdade é que, em algum momento da vida, a gente sempre acaba pensando nas escolhas que fez, até nas boas. Ficar imaginando como seria diferente pode ser um refúgio, mas o passado já foi e não dá pra mudar.

O primeiro amor nem sempre é pra sempre, e às vezes dizer “não” pode ser uma forma de se proteger – talvez tenha sido a resposta certa na hora certa.

Viva cada dia com o que tem, mesmo que seja pouco. Planeje o que der e o que você realmente quer fazer. Se precisar, dê uma lamentada, mas lembre que não dá pra voltar atrás; os momentos são únicos. A gente aprende com isso.

Explore seus talentos escondidos, tipo escrever poesia, compor, desenhar, aprender um novo idioma e essas coisas. E se não sair tão perfeito quanto esperava, aprenda a rir de si mesmo. Valorize quem te ama e respeite quem não liga muito pra você; ainda tem muita coisa boa pra descobrir por aí.

Dê a chance de mudar – suas opiniões, seus jeitos de ver o mundo podem evoluir. Seja mais leve consigo mesmo e não exija dos outros uma perfeição que você mesmo não tem.

E por fim, valorize suas experiências. Até as pequenas coisas que a gente vive vão se juntando e formando algo grande.

Suas histórias, suas experiências são só suas; só você sabe o tamanho da alegria nos sucessos e da frustração nas derrotas, só você pode descrever o que sentiu em cada experiência – isso não é pouca coisa. Aproveite isso.

Gilson Cruz

Veja mais em  Se pudesse voltar no tempo – Jeito de ver

Como gostar de estudar? Dicas para ter prazer na aprendizagem (kumon.com.br)

Uma história – com muita música

Nilson Miller narra uma história com muita música

Imagem de Dawnyell Reese por Pixabay

 Por Nilson Miller

Era uma vez, numa pacata cidadezinha do interior da Bahia, quatro irmãos aficionados por boa música.

Admiradores de ícones como Roberto Carlos, Alceu Valença, Ritchie, Jorge Ben, The Beatles, Fevers, entre outros, eles viviam no começo dos anos 80.

Naquela época, os irmãos faziam sucesso em boates e clubes, onde exibiam seus dotes para a dança, outra paixão que compartilhavam.

Dominavam ritmos variados, da lambada ao pop, passando pelas baladas românticas, que dançavam com maestria.

Chegaram a competir em concursos, onde, no clímax de suas performances, arrancavam aplausos e exclamações da plateia, esforçando-se para que a coreografia, ensaiada por semanas, fosse executada com perfeita sincronia.

No desfecho de um desses eventos, foram coroados com o primeiro lugar, conquistando o troféu conforme as regras da competição.

Nota: Nesse evento, o grupo formado por três irmãos e um primo vindo de São Paulo, competiu sob o nome Grupo Dança’rt.

DESCOBERTA FASCINANTE

Viajando muito, um dos rapazes recebeu de seu tio uma fita cassete durante uma viagem, e ao ouvi-la, foram apresentados a uma melodia inédita para eles, estranha e diferente de tudo que já haviam escutado.

Desconheciam até o nome do ritmo musical.

Sabiam apenas que era dançante, harmônico, melódico e viciante, tanto que a fita foi tocada repetidamente em seu aparelho de som.

Com o tempo, após se familiarizarem com o ritmo, a fita desapareceu misteriosamente, sem deixar rastros, restando apenas na memória deles, sem que tivessem feito uma cópia.

Restou-lhes apenas a lembrança, e se perguntavam: “Quando ouviremos essas músicas novamente?”

Depois de um tempo, um programa de TV capturou sua atenção.

A reportagem apresentava músicas parecidas com as da velha fita, interpretadas por cantores de cabelos longos e emaranhados, como cordas.

Foi então, por meio desse programa, que descobriram que a música que tanto os havia marcado era o Reggae.

E que seu berço era a Jamaica, uma ilha no Caribe.

Meio caminho já tinha sido andado, mas… onde comprar  fitas ou até mesmo disco de vinil, para que não ficasse somente na recordação?

Foi então que Jai, um dos irmãos na companhia de Jessé, outro primo, menor de idade, a caminho da feira livre, onde se vendia de tudo, puderam escutar entre os muitos sons, ainda distante da feira   nas barracas de vendas de fitas um som característico, entre as muitas barracas  sua atenção se fixara em um senhor já idoso, que vendia discos espalhados pelo chão.

Ao observar mais de perto, notou que um daqueles discos era reggae, então, pediu ao senhor que tocasse, e logo ficou surpreso!

Todas as musicas escutadas estavam, também, naquela fita.

E agora já sabia que quem cantava era o jamaicano Jacob Miller. Conheça Jacob Miller, confira a playlist abaixo.

No momento ele estava sem dinheiro, então pediu ao senhor que tirasse o LP da vitrola, colocasse em sua capa e deixasse-o na mão do menor, enquanto ele iria provindenciar o pagamento.

O menino ficaria ali segurando o disco pois ele temia que alguém pudesse comprá-lo.

Ah! se o moleque solta e alguém compra… não teríamos história hoje!

A alegria foi geral entre eles, agora a visita ao senhor idoso era constante e às vezes conseguia encontrar mais novidades e assim aumentar seu acervo musical.

Ainda não conhece o Reggae?

Deixe-me compartilhar um pouco da história…

No início do século XX, a população jamaicana era em grande parte composta por camponeses descendentes de escravos, que mantinham viva a cultura dos antigos africanos, os maroons.

Foi dentro dessa comunidade que o mento, precursor do reggae, surgiu.

Podemos dizer que era uma forma musical que combinava a cultura africana e os tambores, que forneciam a percussão, com elementos da música europeia introduzidos pelos colonizadores ingleses e espanhóis.

O ritmo se assemelhava ao calipso. O mento se tornou a música rural da Jamaica, com letras que narravam histórias do campo e instrumentação que incluía principalmente saxofone, flauta de bambu, banjo e tambores.

Por volta de 1950, o mento, focado nas dificuldades da vida rural, começou a perder espaço com a chegada do R&B americano, que rapidamente ganhou popularidade entre os jamaicanos.

Em busca de algo mais animado e com a fusão de ritmos, surgiu o ska.

A música jamaicana se tornou mais americanizada, e os primeiros fãs do ska foram os moradores dos guetos, mas logo o novo ritmo dominou toda a ilha.

Com um ritmo dançante, o ska destacava-se pela forte presença de instrumentos de sopro, como trombone e saxofone, e rapidamente se tornou uma febre.

Era um ritmo acelerado e muito dançante, criado por artistas locais em uma única tarde para ser tocado nas pistas de dança à noite, com apenas duas faixas gravadas em um disco compacto. – Descubra Alton Ellis na playlist abaixo.

Hoje, ao mencionarmos a Jamaica, o reggae vem imediatamente à mente, mas isso quase não aconteceu.

Os jamaicanos ansiavam por inovações, e foi então que, em 1966, o cantor Hopeton Lewis, ao adaptar a canção “Take it easy”, sugeriu que diminuíssem o bpm (batidas por minuto) do ska, tornando o ritmo mais lento.

E assim foi, o ROCKSTEADY emergiu como um novo ritmo, influenciado pela Soul Music. Rapidamente, o Rocksteady ganhou popularidade não apenas nos guetos, mas em toda a Jamaica.

Muitos artistas se adaptaram rapidamente ao novo estilo e gravaram seus sucessos nessa nova onda, fazendo com que a Jamaica quase parasse ao som do Rocksteady.

Entre os veteranos do rocksteady, destacam-se Hopeton e Alton Ellis.

Enfim, o Reggae

Logo após, surgiu o Reggae.

Sabemos que o Reggae evoluiu do Ska e do Rocksteady, tendo surgido no final dos anos 1960.

Foi, contudo, na década de 1970 que este estilo ganhou fama mundial, marcando presença como um ritmo dançante e suave, com uma batida distintiva onde a guitarra, o baixo e a bateria são os instrumentos predominantes.

As letras do Reggae, que frequentemente abordam questões sociais, especialmente da realidade jamaicana, além de temas religiosos e problemas comuns em países em desenvolvimento, são quase um instrumento à parte, repletas de mensagens de paz.

Atualmente, o Reggae se diversificou em variantes como o Dancehall e o Ragamuffin, estilos musicais que sucederam o reggae.

No Brasil, especialmente no Maranhão, o Reggae, e mais especificamente o Lovers Reggae, uma versão mais romântica do gênero, é o que realmente predomina.

É lá que se adaptou a maneira de apreciar o ritmo, dançando bem juntinho com os parceiros, no estilo “Maranhon Style”, como canta a Tribo de Jah.

Temos também a versão gospel, uma delas cantada por um ex-integrante do Olodum, que popularizou o Samba Reggae, o nosso querido irmão Lazaro, que nos deixou, vítima de complicações da Covid 19.

Perda intragável!

Muitas são hoje as variantes, mas a tradição já adotada pela maioria amante do Reggae, aqui no Brasi é o roots reggae, (reggae raiz).

O expoente máximo, clássico, e o maior  de todos, é o homem que fez com que a Jamaica fosse conhecida pelo mundo através da suas músicas: Bob Marley.

Conheça a nossa playlist:

Veja mais em:  O tempo ( Contador de histórias) – Jeito de ver.

A velha banda (Um conto real)

Uma Guitarra. O reencontro de uma banda.

Imagem de Andreas Glöckner por Pixabay

A Ansiedade do Retorno

A multidão aguardava ansiosa. Antigos fãs queriam ouvi-los novamente e os novos queriam conhecê-los, mas a ansiedade era maior ainda entre eles.

Não se apresentavam juntos havia muito tempo. O cenário havia mudado. As canções de sucesso não diziam nada a eles que amavam a simplicidade das velhas músicas.

Será que aceitariam novamente as suas músicas?

“As coisas mudaram muito.” “Não é preciso ser afinado para cantar.” “Presença de palco é tudo.” “Se for bonitinho e souber se balançar, já está ótimo.”

Mas eles já não eram meninos bonitinhos, nem tinham tanta energia para se balançar sem travar a coluna no palco. Ficaram com medo.

O Show da Vida

E enfim, chegou a hora. “E com vocês…”

A plateia aplaudia calorosamente a volta, a volta dos músicos, a volta da música àquela praça.

E com pernas trêmulas, vozes embargadas – a melodia saiu perfeita, carregada numa emoção que não tinham na juventude.

E o show continuou tempo suficiente para que novos conhecessem e entendessem a história e os antigos fãs matassem a saudade.

E o melhor show das suas vidas aconteceu. Havia espaço também para aquelas belas músicas.

E ao fim do show, se abraçaram. Cumprimentaram o público e amorosamente atenderam àqueles que pediram um momento.

E cientes de que a história estava completa, puderam voltar felizes. Sem mágoas.

Podiam parar agora ou até que o desejo os fizesse voltar.

Veja mais em: O tempo ( Contador de histórias) – Jeito de ver.

Por Luciana ( Versos simples)

O mundo não era tão chato… Teus risos entravam na sala antes mesmo de a professora entrar.

Parecias em outro mundo: calma, serena, pequena, inocente no olhar.

Nada parecia tão difícil, tão escuro… Iluminavas.

Teus risos, sorrisos, pezinhos apressados. Brincavas.

Brincavas de escrever, desenhar, até de estudar… (Mas estudar é coisa séria, menina!)

E já rias… da minha cara de tédio, das chatices das aulas de EMC, matemática, filosofia… Meu Deus, quanta agonia!

Mas rias…

E quando estavas calada, brincavas de sonhar. (Sonhar é bom, é bom sonhar, não posso te culpar.)

E eu me escondia nas folhas do caderno, entre desenhos de montanhas, casas, borboletas, flores… Me escondia em páginas de velhos livros, das goteiras na sala, nas chuvas de inverno. Me escondia nas linhas, não é exagero. (Mas rimar com livros ainda é terrível!)

Éramos jovens, bem jovens… E tanto tempo passou. (Mas teus risos não passam com o tempo, são jovens, são eternos… como um sorriso do tempo!)

E versos simples eu fiz. Mas, para quê tantos versos? Para quê tantos versos tão simples? – você diz.

Sim… Menininha, o motivo é tão simples quanto os versos…

Quero te ver feliz.

Gilson Cruz

Veja mais em  O tempo ( Contador de histórias) – Jeito de ver

O maratonista ( uma poesia curta)

A vida de um Maratonista em uma poesia.

Imagem de kinkate por Pixabay

Ao amigo Tomaz

É madrugada, o sono não vem e ele tenta dormir.

Apesar de tudo que viveu e que aprendeu,

sabe que amanhã será mais um grande dia.

Um lugar diferente…

ruas diferentes, companheiros diferentes

não existem inimigos, nem adversários

A cada metro,

a cada quilômetro

controla a respiração,

o tempo

os passos, a pressa…

Sente o cansaço

Não para

Olha por um instante

e contempla as ruas

e passa num ritmo constante.

E constante passa

A vida ensinou que ele nem sempre será o primeiro

o segundo ou o terceiro…

Mas cada fim, cada chegada é festejada.

Cada participação será uma história para contar

Sim, cada história é uma vitória.

Pra quem correr é a vida

E ele corre pra viver.

Gilson Cruz 

Leia mais em O dia a dia (Um poema simples) – Jeito de ver

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