A Síndrome do Vira-Lata: Uma Análise

Introdução

Vivemos em um mundo onde culturas se encontram, se influenciam e, muitas vezes, se confrontam.

No Brasil, esse cenário ganha contornos particulares: por um lado, temos uma rica diversidade cultural; por outro, enfrentamos um sentimento persistente de inferioridade diante do que é estrangeiro.

Este artigo propõe uma reflexão sobre o conceito de superioridade cultural e a chamada “síndrome do vira-lata”, termo consagrado por Nelson Rodrigues.

Ao analisar também a influência do estilo de vida americano e os limites entre apreciação e apropriação cultural, buscamos compreender os mecanismos que moldam a forma como os brasileiros percebem sua própria identidade.

A Superioridade Cultural e a Síndrome do Vira-Lata:

Uma Análise Psicológica

O Conceito de Superioridade Cultural

A ideia de superioridade cultural implica que certos valores e práticas tornam uma cultura intrinsecamente melhor do que outras.

Historicamente, esse pensamento foi reforçado pela colonização, onde culturas dominantes impuseram seus costumes às consideradas “inferiores”.

Essa dinâmica ainda ecoa hoje, influenciando a forma como sociedades se percebem e interagem culturalmente.

A educação tem papel central nesse processo. Quando privilegia uma cultura, seus valores se tornam mais aceitos e difundidos.

A mídia também colabora, promovendo estereótipos que reforçam a noção de que algumas culturas são mais “avançadas” ou “superiores”.

O “exótico” e o “estrangeiro” frequentemente ganham status de superioridade, eclipsando tradições locais.

Esse fenômeno traduz um esforço de afirmação identitária por meio do contraste com o outro.

A comparação cultural tende a gerar divisão, desvalorização interna e conflitos simbólicos.

Compreender a psicologia por trás dessa visão é essencial para desconstruir mitos e promover um olhar mais equitativo.

Cultivar o respeito às diversas expressões culturais é reconhecer a riqueza do patrimônio humano.

A Síndrome do Vira-Lata Segundo Nelson Rodrigues

Nelson Rodrigues cunhou o termo “síndrome do vira-lata” para descrever a inferiorização da identidade cultural brasileira.

A expressão compara o sentimento de menosvalia ao vira-lata, cão sem raça definida, frequentemente ignorado ou desprezado.

Esse fenômeno emerge após anos de influência estrangeira, onde o externo é visto como superior ao que é nacional.

Muitos brasileiros, influenciados por essa lógica, desvalorizam suas raízes e tentam imitar culturas percebidas como mais refinadas.

Na música, na moda e nas artes, a preferência por tendências estrangeiras é um reflexo claro desse comportamento.

Isso também se manifesta na política, quando se subestima a capacidade e os valores nacionais em discursos públicos.

A síndrome do vira-lata enfraquece a autoestima coletiva e fragmenta a identidade cultural do país.

Compreender esse conceito é crucial para resgatar o valor da cultura brasileira e promover autoconfiança cultural.

Rodrigues não só diagnosticou um problema psicológico-social, mas também propôs uma reflexão sobre como nos enxergamos como povo.

Ao reconhecer esse desafio, abre-se caminho para fortalecer a identidade nacional e restaurar o apreço pelas nossas origens.

A Influência da Cultura Americana: O American Way of Life

O American Way of Life representa o estilo de vida idealizado dos Estados Unidos e se espalhou globalmente através do soft power.

Música, cinema, moda e outros elementos da cultura pop são utilizados para moldar preferências e comportamentos mundo afora.

Filmes americanos promovem ideias de liberdade, individualismo e sucesso, influenciando padrões e aspirações em diferentes países.

Essas narrativas são absorvidas como modelos, transformando visões sobre o que é desejável ou moderno.

A música dos EUA, do jazz ao hip-hop, cria conexões afetivas e influencia gostos e identidades locais.

Na moda, marcas americanas ditam tendências globais, levando à adoção de estéticas que refletem o lifestyle estadunidense.

Essa assimilação cultural tende a valorizar o que é externo, relegando o local a um segundo plano.

O resultado é uma mudança nas percepções identitárias, muitas vezes reforçando a síndrome do vira-lata.

Tradições locais são ignoradas ou reinterpretadas sob a ótica do que é considerado moderno ou globalmente aceito.

Essa influência nos convida a refletir sobre os impactos da globalização e sobre como preservar o que nos torna únicos.

Reflexões Finais: Da Apreciação Cultural à Apropriação

A apreciação cultural promove aprendizado, empatia e convivência harmoniosa entre diferentes tradições e modos de vida.

No entanto, existe uma linha tênue entre apreciar e apropriar-se de elementos culturais alheios.

A apropriação ocorre quando práticas culturais são utilizadas fora de contexto, sem respeito ou compreensão adequados.

Isso pode reduzir tradições ricas a modismos superficiais, esvaziando seus significados originais.

Além disso, reproduz desequilíbrios de poder, reforçando estereótipos e marginalizando comunidades que originaram essas práticas.

Como valorizar outras culturas sem apagar as nossas próprias? Essa é a questão central do debate contemporâneo.

É necessário promover o respeito à origem e ao simbolismo de cada expressão cultural com que entramos em contato.

A educação e o diálogo são fundamentais para distinguir apreciação de apropriação.

Trocas culturais devem ser vividas como construção de pontes, não como imposição ou cópia.

Ao respeitar a diversidade, fortalecemos não apenas o outro, mas nossa própria identidade e senso de pertencimento.

“Quando um povo compreende suas origens, fortalece sua autoestima e reconstrói sua identidade com mais confiança.”

Leia também: A Importância do Amor Próprio e da Aceitação ‣ Jeito de ver

São João e a Erosão das Tradições

alt="Celebração da Festa de São João com fogueira"

“A tradição sobrevive não pela nostalgia, mas pela reinvenção com respeito.”

Quando o arraial vira shopping a céu aberto:

Como o lucro secou as raízes do São João nordestino

As ruas do interior ainda exibem bandeirolas tremulantes e balões enfeitam o céu. Contudo, há uma sensação difusa de vazio e artificialidade nessas cores.

As apresentações juninas converteram-se em cópias reduzidas dos grandes eventos televisionados, distantes do cheiro do milho assado, do improviso dos sanfoneiros e do burburinho comunitário em torno da fogueira.

Ainda que tais eventos mantenham alguma importância cultural, observa-se uma preocupante tendência: as tradições estão perdendo sua forma original, cedendo espaço à lógica do lucro.

Canções juninas tornaram-se as mesmas que predominam nos demais meses, o forró perdeu centralidade, enquanto empresários, algoritmos e patrocinadores passaram a ditar as preferências culturais.

Essa constatação impõe uma questão:
Visto que os interesses comerciais possuem o poder de transformar ou mesmo extinguir tradições, impondo o que se deve consumir, quais as consequências disso?

A erosão da autenticidade

Tradições, assim como plantas, necessitam de raízes e tempo para se consolidarem. Quando são descontextualizadas e arrancadas de seu chão, não resistem.

Há uma erosão silenciosa da autenticidade:

As tradições perdem a forma, dando lugar à busca do lucro.

As canções juninas passaram a ser as mesmas que predominam nos demais meses, o forró perdeu a importância e os empresários ditam as preferências.

“Um povo que canta a mesma canção o ano inteiro está à beira da asfixia.”

Não se trata apenas de uma perda estética, mas simbólica e afetiva.

O ciclo agrícola que inspirava o São João, as histórias compartilhadas, as quadrilhas, as comidas típicas e os ritmos regionais foram substituídos por espetáculos genéricos, embalados pela trilha sonora homogênea do arrocha.

A homogeneização cultural: monocromia em lugar de policromia

“Um povo que canta a mesma canção o ano inteiro está à beira da asfixia”

A diversidade cultural, que antes estimulava a aprendizagem e fortalecia a convivência, foi gradativamente substituída por uma monocromia sonora e estética:

Na atualidade, há monocromia e apenas uma distorção de forró; um único ritmo predomina ao longo de todo o ano.

A falta de diversificação cultural empobreceu até mesmo a educação, pois a variedade estimula a aprendizagem.

Não se trata de um embate simplista entre o “tradicional” e o “moderno”, mas da percepção de que a cultura está se tornando refém de imposições externas.

“Além de enfraquecer a cultura em si, isso também promove o isolamento cultural, pois gerações mais novas abraçarão aquilo que recebem.”

Como resultado, muitas gerações crescem alheias à tradição musical nordestina e aos mestres que transmitiam não apenas melodias, mas também gestos de pertencimento e identidade.

O espetáculo que substitui o rito

As festas juninas, outrora comunais e espontâneas, transformaram-se em espetáculos inspirados nos grandes centros urbanos. O arraial se converteu em um shopping a céu aberto:

“Andando ontem pelas ruas da cidade, pude perceber que a estética interiorana tradicional se perdeu. Até mesmo as apresentações juninas se tornaram ‘cópias’… em miniaturas dos grandes eventos e de shows de grandes cidades, exibidos na TV” — disse um morador local.

Com essa transformação, perde-se a escala humana e comunitária.

A quadrilha, antes dançada entre vizinhos e familiares, cede espaço a palcos monumentais, mega shows, camarotes e artistas que atraem um público cada vez mais espectador e menos participante.

Um público cada vez mais espectador e menos participante.

O Dia dos Namorados: outro sintoma da compressão cultural

A celebração brasileira do Dia dos Namorados, em 12 de junho, ilustra um fenômeno semelhante. Apesar de ser uma data importada, mantinha uma camada cultural local:

“Uma remota lembrança de minha infância e adolescência é que, mesmo sendo no mês de junho, as rádios e a cidade reservavam espaços para músicas e atitudes românticas.” – lembra outro morador.

Hoje, até mesmo essa expressão cultural foi engolida pela uniformização das celebrações, embaladas pela onipresença do arrocha, inclusive nas campanhas publicitárias:

“O mercado comprime todas as datas num mesmo loop de consumo sonoro/comportamental.”

A ilusão de que tradição pode ser recuperada por decreto

Diante desse processo de diluição, surge uma pergunta inevitável: é possível resgatar o que se perdeu?

A ressurreição cultural não pareceria autêntica, mas um resgate forçado. Isso talvez soe fatalista, mas, como as tradições são elementos orgânicos, a recuperação deveria ser igualmente orgânica. Estou equivocado?

A cultura, como a natureza, não se recupera por força ou decreto. Ela floresce quando há afeto, desejo e compromisso comunitário.

Alguns locais ainda resistem:

Resistem por amor à cultura e a elementos que denominamos culturais — apego histórico. Outros lugares não têm a mesma raiz cultural e o mesmo amor à história.

Em outros, contudo, a adesão ao “novo” resulta no apagamento gradual do “antigo”.

Contratar antigos grupos de forró raiz, como “guardiães da cultura”, não dará resultados se estes não forem inseridos no contexto educacional de uma nova sociedade em formação.

A verdadeira educação dará sentido às novas inserções na cultura viva.

Entre resistência e luto

Considerar a situação sob um prisma fatalista pode parecer excessivo, mas expressa também um luto:

Isso, de certo modo, é condenar-se a viver refém das imposições de outros. Fatalismo?

A cultura, quando arrancada de suas raízes, seca.

Submetida ao ruído incessante do mercado, perde seu sentido vital.

Ainda assim, persistem formas de resistência. Em comunidades onde se dança coco de roda, nos saraus de repente, nos pequenos grupos que ainda colhem milho e acendem fogueiras, pulsa a continuidade cultural.

Como sintetizou Frei Betto:

O povo precisa é de pão e de beleza.”

E, como advertido:

– Um povo que canta a mesma canção o ano inteiro está à beira da asfixia.

O desafio: regar as raízes

A degradação das tradições ocorreu de forma paulatina; a reestruturação, se possível, será ainda mais difícil.

Não se trata de campanhas ou projetos oficiais, mas de pequenos gestos cotidianos: valorizar o artesanato local, transmitir às novas gerações os saberes tradicionais, manter vivas as manifestações culturais autênticas.

A cultura evolui, mas sua transformação precisa ser orgânica e não orientada exclusivamente pelas imposições do mercado.

Isso talvez soe fatalista, mas, como as tradições são elementos orgânicos, a recuperação deveria ser orgânica.

Mais do que nostalgia, trata-se de reconhecer que:

“A tradição sobrevive não pela nostalgia, mas pela reinvenção com respeito.” 

Regar as raízes é, portanto, um gesto de resistência e esperança, na direção de uma cultura que, mesmo transformada, preserve sua vitalidade e sentido.

Leia também: Varandas vazias e tradições perdidas ‣ Jeito de ver

Texto revisado por I.A.

Dançando a mesma música (No ritmo do coração)

Percebo que viver é aprender a seguir o ritmo.

Imagem de Michelle Pitzel por Pixabay

Ao meu mano e amigo, Anderson
Dançando a mesma música

Talvez alguém já tenha comparado alguma vez a vida a uma dança, num baile, não sei. Mas, a cada dia, percebo que viver é aprender a seguir o ritmo.

Às vezes, somos aqueles desengonçados que atrapalham a dança, que envergonham os nossos pares no salão. A natureza é cruel… pois não há pares perfeitos!

E, quando percebemos que não estamos indo bem na dança, mesmo tristes, abrimos caminho…

e dançamos sozinhos ao som dos ventos.

Balançamos, rodopiamos, e muitas vezes a dança parece muito mais fácil quando estamos dançando sozinhos.

Mas, daí… encontramos um par!

Alguém que talvez dance tão mal quanto a gente ou que esteja disposto a aprender os passos para seguir na mesma dança.

Pisamos os pés e somos pisados muitas vezes — mas desistir na metade da música, sem ao menos aprender a sentir a melodia, é se deixar desperdiçar.

Por isso, a gente tenta…

Mesmo sabendo que as palavras que ouvimos não têm o mesmo significado para outros ouvidos.

Sabendo que, mesmo os corações, pulsam em sentidos distintos, reagindo à mesma melodia.

Daí, aprendemos a seguir o ritmo.

E, enquanto a dança continua, haverá lindos momentos, como se dançássemos ao longo do salão, no mesmo baile… sentindo, em nossas costas, o toque suave daquele par que fará a dança ganhar sentido.

E, mesmo assim, quando pensamos que entendemos a música, há variações rítmicas que nos forçam a ajustar o passo… improvisos artísticos tornam mais belas as apresentações.

É triste saber que muitos que iniciaram o mesmo baile soltaram as mãos dos seus pares… que não souberam aceitar as diferenças, seguir o ritmo. Por isso, percebemos o esvaziar da festa e nos questionamos: vale a pena continuar a dança?

Durante a dança, permita-se abrir os olhos, observar o brilho no piso do salão e contemplar o riso de quem acompanha você.

Ouça a música, escute o coração do parceiro e fale no tom que você gostaria de ouvir.

Ouça o silêncio…

E, no fim do baile, contemple o quanto você evoluiu… desistir é muito fácil.

Aprender o ritmo é uma questão de amor.

Leia também Trem da vida (uma mensagem simples) ‣ Jeito de ver

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A Importância do Amor Próprio e da Aceitação

A Importância do Amor Próprio e da Aceitação

Imagem de Tumisu por Pixabay

Neste artigo, abordaremos um pouco mais a questão da autoestima: por que ela é necessária e como o ambiente ao nosso redor impacta nosso conceito a respeito.

Vamos trabalhar juntos na importância do amor-próprio e da autoaceitação.

Entendendo a Autoestima: A Importância do Amor-Próprio e da Aceitação

O que é autoestima e por que é necessária?

A autoestima pode ser definida como a avaliação subjetiva que uma pessoa faz de si mesma, composta por sentimentos, pensamentos e percepções sobre seu valor e competência.

Esse conceito é fundamental para o bem-estar emocional e psicológico, pois influencia a maneira como os indivíduos se relacionam consigo mesmos e com os outros.

A autoestima não é um atributo fixo; ela pode flutuar ao longo do tempo, sendo moldada por diversas experiências de vida e interações sociais.

Os fatores que influenciam sua formação são variados e incluem o ambiente familiar, as experiências escolares, as relações de amizade e as expectativas sociais.

Por exemplo, um ambiente familiar positivo, onde as crianças se sentem apoiadas e valorizadas, tende a promover uma autoestima saudável.

Por outro lado, críticas constantes ou a falta de apoio podem impactar negativamente a percepção que o indivíduo tem de si mesmo, levando a uma autoestima mais baixa.

Assim, a formação da autoestima é um processo dinâmico, que pode ser influenciado ao longo da vida.

A importância da autoestima vai além da percepção pessoal.

Pesquisas em psicologia revelam que uma autoestima saudável está frequentemente associada a melhores relações interpessoais, maior resiliência emocional e maior satisfação com a vida.

Indivíduos com autoestima adequada tendem a estabelecer limites mais saudáveis, a comunicar-se de forma mais eficaz e a enfrentar adversidades com maior confiança.

Além disso, a autoestima impacta diretamente a saúde mental, estando ligada a uma menor incidência de transtornos como ansiedade e depressão.

Em resumo, a autoestima é um componente crucial do bem-estar humano, influenciando não apenas a forma como nos vemos, mas também nossas interações diárias e a qualidade das nossas relações.

Compreender sua importância é fundamental para promover um desenvolvimento pessoal saudável e construir uma vida equilibrada.

Fatores que Levam à Crítica Excessiva e Como a Aceitação das Diferenças Contribui para a Completude Humana

A crítica excessiva pode ser um reflexo direto de inseguranças pessoais e de uma autoestima fragilizada.

Muitas pessoas que se sentem insatisfeitas consigo mesmas frequentemente projetam suas inseguranças e frustrações nos outros, buscando, de maneira equivocada, um senso de controle ou superioridade.

Essa dinâmica ocorre porque, ao criticar os outros, elas podem temporariamente desviar a atenção de suas próprias vulnerabilidades.

Além disso, a cultura contemporânea, que muitas vezes exalta padrões inalcançáveis de beleza e sucesso, alimenta esse ciclo de comparação e descontentamento.

A falta de aceitação das diferenças humanas pode, portanto, impactar significativamente o autoconhecimento.

Quando indivíduos não conseguem reconhecer ou respeitar as qualidades diversas que cada pessoa possui, criam um ambiente de crítica que limita suas próprias experiências e compreensão do mundo.

Essa limitação gera um vazio existencial e prejudica o bem-estar coletivo, uma vez que a diversidade de perspectivas é uma das maiores riquezas das interações sociais.

A aceitação das diferenças, por outro lado, propicia um espaço onde cada um é valorizado por suas singularidades.

Ao aceitarmos a diversidade, podemos cultivar um ambiente mais acolhedor e inclusivo, que enriquece as relações interpessoais.

Promover a aceitação e a valorização das particularidades de cada indivíduo não apenas combate a crítica excessiva, mas também fomenta um sentimento de comunidade e empatia.

Quando as pessoas se sentem aceitas e compreendidas, tendem a desenvolver uma autoestima mais forte, emergindo com uma visão mais positiva de si mesmas e dos outros.

Esse processo não apenas contribui para o bem-estar individual, mas também eleva a qualidade das interações sociais, resultando em uma sociedade mais harmoniosa e interconectada.

Assim, reconhecer a beleza da diversidade é fundamental para alcançar a completude humana.

Trabalhando o Amor-Próprio e a Autoestima

A construção de uma autoestima saudável e o cultivo do amor-próprio são processos que demandam tempo, esforço e, principalmente, estratégias práticas.

Um dos primeiros passos nessa jornada é a autoavaliação. É essencial entender como nos vemos e quais são nossos sentimentos sobre nós mesmos.

Trabalhando o Amor-Próprio e a Autoestima

Imagem de Gerd Altmann por Pixabay

Para isso, ferramentas como diários ou questionários reflexivos podem ser extremamente úteis.

Elas auxiliam na identificação de padrões de pensamento negativo, permitindo que possamos desafiá-los e substituí-los por pensamentos mais positivos.

Outro método eficaz é a prática de exercícios de reflexão.

Reservar um tempo diário ou semanal para refletir sobre nossas conquistas, por menores que sejam, e sobre nossos valores pessoais pode criar uma base sólida para o amor-próprio.

Ao focar em realizações e características positivas, a autoconfiança pode ser gradualmente fortalecida.

Além disso, é aconselhável estabelecer metas realistas e alcançáveis, que possibilitem um progresso tangível na autoconsciência e autoaceitação.

Cumprir essas metas traz um senso de realização, vital para a construção de uma autoestima saudável.

A conexão entre autoestima e saúde mental não deve ser subestimada.

Pesquisas indicam que indivíduos com uma autoimagem positiva experimentam níveis mais baixos de estresse e depressão.

Por isso, a prática do autocuidado é fundamental.

Atividades que promovem o bem-estar físico e mental, como exercícios físicos, meditação e hobbies, não apenas proporcionam um espaço para o relaxamento, mas também alimentam a autoestima.

Por fim, a autorreflexão contínua se torna uma ferramenta poderosa para desenvolver uma autopercepção mais saudável, ajudando na luta contra a autocrítica excessiva e melhorando nossa relação conosco mesmos.

Abertura para Novas Experiências e a Influência de Relações Negativas

Estar aberto a novas experiências é essencial para o crescimento pessoal e o fortalecimento da autoestima.

Quando nos permitimos explorar novos ambientes, ideias e interações, ampliamos nossa compreensão do mundo e, consequentemente, nossa percepção sobre nós mesmos.

Vivências enriquecedoras — desde o aprendizado de novas habilidades até a participação em eventos sociais ou culturais — podem proporcionar uma sensação de realização e autoconhecimento.

Essas experiências não só contribuem para uma autoimagem mais positiva, como também fomentam o desenvolvimento de habilidades interpessoais e segurança em nosso próprio valor.

Além disso, a qualidade das relações que cultivamos desempenha um papel crucial na nossa autoaceitação.

É fundamental reconhecer a influência que as pessoas à nossa volta exercem sobre nossa autoestima.

Relações negativas, que geram estresse, desvalorização ou descontentamento, podem corromper nossa capacidade de amar a nós mesmos.

A interação contínua com indivíduos que não apoiam nosso crescimento ou que nos criticam frequentemente pode levar a uma percepção distorcida de nossas capacidades e valor, resultando em um declínio na autoestima.

A autoaceitação e a valorização do amor-próprio são frequentemente comprometidas por essas dinâmicas.

Assim, faz-se necessário não apenas estar aberto a novas experiências, mas também desenvolver a habilidade de identificar e, se necessário, evitar relações que não nos fazem bem.

Ao priorizarmos relações saudáveis e edificantes, criamos um ambiente propício para o florescimento da autoestima e da autoimagem positiva.

A disposição para se afastar de influências negativas é um passo vital para cultivar um espaço onde o amor-próprio possa prosperar, permitindo que novas experiências se tornem oportunidades de crescimento pessoal e realização emocional.

Leia também:  Críticas -O que Elas Revelam Sobre Nós Mesmos ‣ Jeito de ver

Revisão ortográfica e gramatical por I.A.

Quando o Amor Começa o Dia

Estejam abertos às novidades.

Imagem de Christiane por Pixabay

É mais um novo dia, e as novidades acontecem — mesmo quando nossos olhos estão fechados.

Há sempre algo a ser descoberto. Então, que tal estar atento às pequenas coisas?

Que tal celebrar o momento, os risos, as lembranças, e a chance de abraçar quem se ama?

Num puro gesto de amor, abrace o sol, a chuva, o porvir…
Esqueça o medo, ainda que por um instante: coisas boas acontecem.

É verdade que o mal também existe — e justamente por isso devemos ter ainda mais apreço por aquilo que é bom.

Que os dias, mesmo difíceis, comecem com um amoroso “bom dia” e que a noite se encerre com o sorriso e a lembrança viva daqueles que amamos.

E que nossos corações não se fechem…

Estejam abertos às novidades.

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O Passado Muda Quando Você Muda ‣ Jeito de ver

Jeito de ver – O Fim de um Projeto

Editor WordPress

Imagem de Werner Moser por Pixabay

Começar um projeto, investir num sonho, é sempre uma aventura interessante.

A incerteza do sucesso, o temor da aceitação, a insegurança quanto aos apoios… Todo começo é carregado de dúvidas.

Lembro da ideia de criar um blog que tratasse dos mais variados assuntos: de poesias a crônicas, de histórias a músicas, de casos bem-humorados a reflexões.
Foi assim que nasceu o projeto Jeito de Ver.

A proposta era abordar cultura e história com um leve toque de humor.

A primeira ideia era falar um pouco sobre a cidade de Iaçu, no interior da Bahia, onde o projeto nasceu, em plena pandemia da Covid-19.

Em meio às perdas de amigos e conhecidos, à indiferença do governo da época e a poucas coisas boas para contar — restando apenas a esperança —, quis criar algo que ajudasse a elevar a autoestima e trouxesse algo diferente para se pensar.

Começamos com alguns colaboradores, que nos cediam poesias para publicação — e as publicávamos com prazer.
Mas o processo de divulgar cultura, às vezes, é um tanto cansativo, pois exige tempo, dedicação, e, muitas vezes, envolve custos sem retorno financeiro.

À medida que os desafios da divulgação se tornavam mais evidentes, logo a equipe se reduziu ao “bloco do eu sozinho”.

Com o tempo, pesquisar, editar e divulgar tornaram-se tarefas demasiadamente exaustivas.

Apoios…

Ainda assim, não posso me queixar da falta de apoio.

Lembro que, no início do projeto, tive o privilégio de conversar com o senhor Adalberto de Freitas, pioneiro da comunicação no município.

Das belas conversas, agendamos duas entrevistas que renderam matérias especiais, como Um pouco da História da Comunicação em Iaçu, em que falamos sobre os desafios de criar uma estação de rádio e dos projetos para lançar um livro com os Contos de Bugá, no qual ele relataria os caminhos percorridos até o sucesso da Rádio Rio Paraguaçu FM.

Falamos também sobre sua luta pessoal para manter o Museu da Arte e Cultura Rio Paraguaçu.

Prometemos trabalhar em conjunto: eu divulgaria a rádio e o museu em meu blog e, em contrapartida, teria meu projeto anunciado na Rádio Rio Paraguaçu.

Seria um acordo de cavalheiros! (risos)

Lamentavelmente, o amigo enfrentou problemas de saúde e faleceu dois anos depois.Logo do Blog Jeito de Ver - História e Cultura
Ficam a saudade e a gratidão.

Outros amigos também colaboraram com textos e músicas — somos gratos a todos eles!


Últimos passos do projeto

Entramos agora no último ano do Jeito de Ver, cujo encerramento está previsto para o início de maio de 2026.

Até lá, traremos poesias, histórias, sonhos e a certeza de que o apoio de todos os que leram e participaram — especialmente aqueles que ajudaram na divulgação — foi fundamental para que o blog alcançasse mais de 30 mil visualizações.

Talvez não sejam tantas, se comparadas às de grandes blogs, mas, nos primeiros meses — há três ou quatro anos —, eram apenas sete visualizações por mês. (risos)

Neste último ano do projeto, vamos oferecer ainda mais: mais cultura, comentários esportivos com Bruno Santana e o retorno de quadros antigos, como os Contos do Tio do Pavê.

Vamos juntos nessa viagem.

Obrigado pela companhia!

Leia também: Jeito de ver – Um novo jeito – o seu! ‣ Jeito de ver

O Passado Muda Quando Você Muda

Uma reflexão sobre o passado

Imagem de Pexels por Pixabay

“Não há nada como regressar a um lugar que está igual para descobrir o quanto a gente mudou.”

– Nelson Mandela

Olhar para trás pode ser um exercício doloroso, mas necessário para continuar nesse processo de aprendizagem que é viver a vida.

Mas, uma vez que é impossível resgatar o passado, olhar para trás não seria uma perda de tempo?

Sim, mas essa premissa não contradiz em nada o argumento inicial. Vejamos:

Mudanças

A vida em si é uma continuidade e, apesar dos nossos desejos, não temos o mecanismo de reiniciar a partir do zero ou dos melhores momentos vividos.

Realmente, a ideia de dar continuidade a momentos felizes tem levado muitas pessoas a buscar antigos romances na expectativa de sentir a mesma felicidade ou a mesma paixão.

O fato é que, a cada aprendizagem, somos transformados de alguma maneira.

O amor que sentimos no passado jamais será o mesmo amor, não terá a mesma intensidade – o que pode ser para o bem ou para o mal.

Alguns ficam frustrados ao perceberem que retornar ao primeiro amor não significou necessariamente voltar ao amor primeiro.

Essa mesma ideia também tem levado muitos a retornarem às suas cidades de origem, apenas para perceberem que tudo mudou.

A cidade não é mais a mesma. A pessoa não é mais a mesma!

As buscas, os sentimentos, a materialidade… mudam!

“Encarando o passado”

Então, por que olhar para trás pode ser útil?

Visitar o passado pode nos ajudar a ter uma perspectiva mais madura dos acertos e desacertos e a entender que as coisas mudaram.

Trazer o passado de volta pode ser doloroso.

Lembrar de constrangimentos, frustrações e primeiros amores pode causar desconforto.

Paixões doentias e acidentes, podem até gerar a sensação de que se viveu do modo errado, que não valeu a pena.

Resgatar essas memórias pode ser essencial para lidar com emoções reprimidas ao longo do tempo. A ajuda profissional de um psicólogo pode ser útil.

Alguns temem encarar as memórias, pois lamentam não terem encontrado as melhores palavras ou a melhor ação para aquele momento.

Convenhamos, a sensação de frustração parece ser multiplicada pelos anos em que foram escondidas.

Mas, mesmo assim, por que olhar para trás? Para que revisitar antigas memórias e situações?

Um dos principais motivos é aprender a ter outra perspectiva: a aceitação.

“Aqueles que não conseguem lembrar o passado estão condenados a repeti-lo.” – George Santayana

Aprender que frustrações e mal-entendidos fazem parte do processo de viver e que, mesmo nos tempos de desacertos, também se experimentou momentos de felicidade. E que esses momentos também não devem ser esquecidos!

Esse novo modo de ver pode ser essencial para o entendimento de que o passado é inevitável, que o futuro ainda está em curso e que, se não lidarmos com o passado, não saberemos abraçar o futuro.

Vencer o medo de encarar o passado não é apenas uma necessidade, mas um passo essencial para construir um futuro mais leve e pleno.

“A vida só pode ser compreendida olhando para trás, mas deve ser vivida olhando para frente.” – Søren Kierkegaard

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Veja também Ajustando a rota – O caminho e o destino ‣ Jeito de ver

 

Você ainda pode sonhar (Acredite!)

Reflexão sobre sonhar e viver

Imagem de Jupi Lu por Pixabay

Você já percebeu que passamos uma boa parte de nosso tempo imaginando, planejando, carregando sonhos que alimentamos por toda a vida? Isso é mais que natural…

Não se trata de fugir da realidade, a nossa mente gosta de viajar.

Às vezes, nos pegamos sozinhos e, de repente, percebemos que a nossa mente nos levou a tempos e lugares incríveis. Visitamos pessoas que estão escondidas nos cantinhos mais ocultos da memória e, às vezes, refazemos velhas experiências.

A difícil tarefa de lidar com um mundo onde tudo se tornou descartável, desde pessoas até a arte, é desgastante. Por isso, as mentes inquietas buscam refúgio em outros horizontes…

Não se preocupe, você não está louco e nem está enlouquecendo… Permita-se sonhar um pouco!

“Ah! Mas enquanto eu ficar sonhando, o tempo passa. E tempo é dinheiro!”, você talvez pense.

Ninguém te disse para passar o dia inteiro sonhando… Disse? (Risos)

Novos planos

Então, vamos lá… Permita-se realizar alguns sonhos, tais como aprender a tocar algum instrumento, cantar, escrever poesias, ler um pouco mais, ou aproveitar a sua família.

Está bem… Mas, se nada disso soar um pouco atraente aos seus ouvidos, pergunte-se: “O que realmente me atrai?”

Se sua resposta não incluir a alegria de quem te ama ou de quem você ama, talvez seja a hora de repensar. E, se nada disso for importante para você, o mundo não vai mudar — vai continuar exatamente o mesmo.

Pois as pessoas não costumam pensar na sociedade como um todo; pensam apenas em si mesmas (a família é pretexto!).

Se a sua resposta for diferente, você não é um mero sonhador. É um legítimo ser humano!

Então, permita-se sonhar, pois é a imaginação que nos ajuda a criar coisas novas e encontrar uma saída. Ainda é tempo:

Você ainda pode sonhar…

Leia também: Ajustando a rota – O caminho e o destino ‣ Jeito de ver

Ajustando a rota – O caminho e o destino

Motoristas experientes costumam agir automaticamente diante de mudanças de sinal ou sinais de perigo nas rodovias.

Reduzir a velocidade ou mudar a direção pode ser tudo o que separa a segurança do risco.

Às vezes, tomar um caminho diferente é exatamente o que se precisa para chegar ao destino.

Você talvez se pergunte: mudar de direção pode atrasar a chegada ao destino. Compensaria tal sacrifício?

Isso depende das suas prioridades.

As prioridades e o verdadeiro sucesso

Não é incomum ver pessoas sacrificando família, amizades e até mesmo a própria moral para alcançar um objetivo mais rápido.

Mas, o que é o sucesso se, para alcançá-lo, abrimos mão das coisas que dão sentido à vida?

É verdade que algumas pessoas não se importam com quem deixaram para trás. Talvez nunca tenham tido apego a amizades ou sentimentos. Não as criticamos.

Por outro lado, se você não pensa assim, fique tranquilo: você é normal.

Sucesso não se mede pelo acúmulo de riquezas ou pela fama. O verdadeiro sucesso está na satisfação de fazer o que se gosta.

Carregar um título ou alcançar um status não significa necessariamente ser bem-sucedido.

Às vezes, abrir mão de certos planos e mudar de direção é necessário para não deixar para trás aquelas pessoas que queremos ao nosso lado por toda a vida.

Por elas, estamos dispostos a ajustar a rota — afinal, o que pode ser mais valioso do que compartilhar o sucesso com quem amamos?

Esteja atento: no futuro, o resumo da viagem será o mais importante. E as viagens são sempre melhores quando não estamos sozinhos.

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And Then… ( There will be no future!)

War... Reason And hopeWere escaping together, far away...

Imagem de hosny salah por Pixabay

 

 

On one side,

Reason was slipping away,

 

And on the other,

Hatred had taken its place,

Keeping company with death…

 

Reason And hope

Were escaping together, far away…

 

There would be no more Values, Loves or Colors…

Only a destroyed scenario.

 

The tyrant

Who referred to a people As animals

Found a pretext for tyranny.

 

The extremist

Captured the world’s eyes

While Innocent children Died…

 

War crimes were happening…

 

As sepia tones

Took over the picture

In a painting of sadness,

 

Thirst was becoming desperate…

And the innocent believers

Raised their eyes to the heavens,

Imagining a Paradise beyond…

For there was no more Another hope.

 

And the warlords

Ignored conventions

Invented new stories…

Deceived their own people

Eliminated a people…

 

The wicked smiled

While perplexed nations

Lost themselves

Without agreements,

without words

And perplexed the mankind Perished.

Humanity was lost.

Gilson Cruz

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