Num dia sem sentido,
me sentei
E o tempo sentou-se ao meu lado.
E a história amou acontecer…
E o tempo adorou contá-la.
Gilson Cruz
Veja mais em A esperança (Poesia de resistência) ‣ Jeito de ver
Num dia sem sentido,
me sentei
E o tempo sentou-se ao meu lado.
E a história amou acontecer…
E o tempo adorou contá-la.
Gilson Cruz
Veja mais em A esperança (Poesia de resistência) ‣ Jeito de ver
Por Gilson Cruz
Olha o céu
vê mais que o azul
Sinta do sol, mais que o calor
– A sensação de viver
Veja nas flores mais que meras cores
sinta a beleza
E no tempo, veja mais que idade, muito mais do que aquilo que já passou
Veja a tua hora, teu espaço.
Perceba nas linhas
muito mais que meras palavras
Tenha uma mensagem.
E nas ações
Muito além das intenções…
Um desejo de bem.
Siga em frente
haverá sempre uma razão
não desista
E se as luzes se apagam, e te esconde a face, sorria… por você
Esteja disposto a não cair
E se cair
tenha disposição de se levantar
Quantas vezes necessário for
Ah! E se apaixone…
Por uma beleza…
Por um motivo…
Por alguém…
E se as coisas não acontecerem
Perdoe
Perdoe sempre…
E tente tudo.
Tudo outra vez.
Leia mais em A esperança (Poesia de resistência) ‣ Jeito de ver
Não pare,
ainda há esperança
Não desista…
Ainda existe a luz
e ela resiste
Não se cale
Ainda há algo a ser dito
Não tema
A escuridão
Não é eterna,
A luz resiste
Não se esconda
Todos precisam te ver
Não corra…
Ainda não é tempo…
A tempestade parece invencível
Mas, a paz precisa resistir.
Não se esconda
Não se cale
Não pare…
Não corra.
Pois, apesar da tempestade
A flor brotou…
E ela resiste!
Gilson Cruz
Leia mais em: O tempo ( Contador de histórias)
-Jeito de ver: Como seria … – Poema de um novo dia. › Jeito de ver
Imagem de Joel santana Joelfotos por Pixabay
Tuca,
Menino de raiz africana
de peito aberto ao mundo
e de sonhos
Tuca, o menino
teve um sonho
e ganhou asas
Chegou às nuvens
E das nuvens
Viu o azul no mar
E mergulhou sem medo…
Nadou com os peixes
brincou com as conchas…
Mas, não andou sobre as águas…
Tuca, o menino
Ganhou o mundo
E sofreu…
Lutou,
mas amou.
Daí, sentiu saudades de casa.
E o menino voltou
de novo, às raízes
E descobriu um mundo novo.
E por aqui ficou.
Meu amigo,
O que um poeta faz, além de empregar palavras?
O poeta busca a razão e o sentimento escondidos nas entrelinhas, procura também a vida por trás dos nomes e sutilmente coloca a cada um deles no espaço, para que preencham pensamentos. O verdadeiro sentido estará na imaginação.
Gilson.
Leia mais em O tempo ( Contador de histórias) – Jeito de ver.
Imagem de Melk Hagelslag por Pixabay
Num canto da sala o violão
No outro
os livros na estante imploram atenção…
Nada substitui o canto
Nada
Nada substitui o encanto…
de transformar
risos em melodias
palavras em versos
E abraços
em universos…
Nada substitui o riso
nem preenche a ausência
desse espaço, que já foi conquistado
Nada substitui
Nada preenche
Nada…
Apenas a solidão
e a incompreensão de ser feliz
com as lembranças de algo eterno.
Gilson Cruz
Leia mais Flores pobres (Sonhos interrompidos) – Jeito de ver
Imagem de Mohamed Hassan por Pixabay
Pele negra, cor da noite
Riso prata, de lua
Me conta a tua história
Esta história só tua
Com esses olhos de estrelas
N’uma noite de luar
Me conta quais são teus sonhos
p’ra que eu possa sonhar
Me fala dos teus sorrisos
Da mágoa que já passou
Do futuro que não houve
De um amor, que sempre amou
Me conta o que te inspira
O que te faz esperar
Que’ste teu riso de prata
Num riso faz acordar
Me explica, como acontece
Tanta beleza de olhar
Que essa pele da noite
um sonho faz recordar
Esse pobre poeta,
Que em teu sorriso encontrou
Olhos de luz, de estrelas
E nesse instante amou
Procura na noite, na lua
Beleza pr’a comparar
E como em sonhos, flutua
Em doces canções de ninar…
A sonhar…sonhar…
Gilson Cruz
Veja mais em: Do começo ao fim… ( Como a vida é ) – Jeito de ver.
Saí
olhei a velha praça e as flores no jardim
Senti o sol morno, da Primavera
e o vento suave que vinha dos morros.
Iluminavam e abriam caminho
Os passarinhos não queriam acordar
Não cantavam por onde eu andava
Talvez percebessem a solidão
E a tristeza em meus passos
E eu contava os dias
Para esquecer um passado recente
e a esperança que morrera
no horizonte…
Para esquecer que estava só,
num mundo tão grande,
imenso
E as pessoas
que sorriam e viam o meu riso
não viam a dor em meus olhos…
Que imploravam,
ao menos uma mão
algo que desse sentido aos meus passos…
Mas, os dias passavam
e o tempo passava…
E quando na pressa de viver,
de dar sentido a tudo,
e continuar vivendo…
Saí… na mesma direção
e abraçando a estrada,
deixei a porta aberta.
Gilson Cruz
Leia mais em Motivos… ( Não desistir!) – Jeito de ver
Me perguntas, como se mede o tempo?
Milésimos?
Segundos?
Minutos?
Horas?
Dias?
Semanas?
Meses?
Anos?
Décadas?
Séculos?
Milênios?
E eu te digo:
Não se mede o tempo
Não se conta as horas…
O tempo só existe de verdade
Para quem sabe o que é saudade…
Gilson Chaves
Imagem de Lukas_Rychvalsky por Pixabay
Difícil era não olhar…
a tua pele rosada
teus olhinhos claros
e eras pequena…
éramos pequeninos.
Difícil era não se perdoar,
por tropeçar cada vez que te via.
Timidez não era privilégio
e ser bela, não era pecado…
Difícil era saber que ao partir
não te veria…
além dos meus sonhos.
E que os sonhos, nem sempre se realizam.
Difícil
foi te ver partir…
Gilson Cruz
Veja também: O fim (Cenas de um último encontro) ‣ Jeito de ver
.
As águas claras do pequeno lago, eram tão claras que ainda posso ver os peixinhos nadando entre as pequenas pedras onde costumávamos sentar nas manhãs de verão.
Eles não temiam, havia um silêncio ensurdecedor de quem não sabia explicar o que tinha acontecido ou mesmo o por quê.
Teu vestido branco, sandálias pretas combinavam com teus cabelos escuros, mas contrastavam com o vermelho em teu rosto.
Não sabia por onde começar e, muito menos, como terminar.
Estava tudo tão bonito naquele dia, tão perfeito, que a mera ideia de se desistir assustava.
E o “Bom dia” foi frio, sem abraços.
E o diálogo, sem palavras.
E falar do passado, sem alegria, sinalizava – não haveria futuro.
E sentados juntos, no mesmo lugar, sem palavras, sem reações fingíamos contemplar a relva que cercava o pequeno lago, as flores brancas lá do outro lado e admirar os peixinhos prateados pelo reflexo de um sol aconchegante que se tornara, então, frio como o inverno que chegaria em poucos dias.
O que se ouvia, era o som do vento.
E sem palavras, levantamos, damos as mãos pela última vez, sem entender e saber explicar como tudo acabou.
Gilson Cruz
Veja atambém Difícil (Poesia da saudade) › Jeito de ver