A verdade por trás das Privatizações

A verdade por trás das Privatizações


Em tempos de discussões acaloradas sobre o papel do Estado e o avanço das privatizações, torna-se essencial compreender as nuances desse processo e seus reais impactos sobre a sociedade. Este texto apresenta uma análise comparativa entre diferentes países, abordando dados, exemplos e reflexões sobre como a privatização nem sempre significa mais eficiência ou melhor atendimento ao público.

As Privatizações e a Ampliação do Capitalismo na Atualidade

É difícil fornecer números precisos e atualizados para o número de empresas públicas e privadas em cada país, pois estes números podem variar dependendo da fonte e da definição de empresa pública ou privada.

No entanto, é possível oferecer uma visão geral com os dados mais relevantes.

Inglaterra

Empresas Privadas:

A Inglaterra possui uma economia de mercado liberal, caracterizada por um vasto número de empresas privadas.

Empresas Públicas:

Apesar da predominância privada, o Reino Unido mantém importantes empresas públicas, como o National Health Service (NHS), além de empresas de transporte público e outras organizações de serviços essenciais.

Espanha    Barcelona

Empresas Privadas:

A Espanha conta com um setor empresarial privado diversificado e fundamental para a sua economia.

Empresas Públicas:

O país mantém algumas empresas públicas de relevância, como a empresa de telecomunicações estatal Telefónica, além de outras entidades ligadas a setores estratégicos.

Itália

Empresas Privadas:

A Itália abriga um grande número de empresas privadas, incluindo marcas globais renomadas como Ferrari e FIAT.

Empresas Públicas:

O Estado italiano também participa de setores importantes, com empresas como a companhia de energia ENEL, além de outras ligadas a infraestrutura e serviços públicos.

França

Empresas Privadas:

O setor privado francês é vibrante e diversificado, com forte presença em setores como luxo, tecnologia e indústria.

Empresas Públicas:

Ainda assim, a França mantém estatais estratégicas, como a empresa de energia EDF, além de outras importantes para a segurança e o bem-estar nacional.

Japão

Empresas Privadas:

O Japão é reconhecido mundialmente por sua economia altamente competitiva, repleta de empresas privadas que lideram setores como tecnologia, automóveis e eletrônicos.

Empresas Públicas:

Entretanto, o país mantém empresas públicas significativas, sobretudo em áreas como transporte público e energia, assegurando serviços essenciais para a população.

Estados Unidos

Empresas Privadas:


Os EUA concentram um número colossal de empresas privadas, incluindo grandes corporações multinacionais e milhões de pequenas e médias empresas. Estima-se que existam cerca de 33 milhões de empresas no país.

Empresas Públicas:

Apesar de sua imagem de economia liberal, os Estados Unidos possuem aproximadamente 7.000 estatais em níveis federal, estadual e municipal, responsáveis pela oferta de serviços públicos variados.


O Protecionismo dos Países Desenvolvidos

Os países mais desenvolvidos preservam como estatais empresas de importância estratégica.

Mesmo economias marcadas pelo capitalismo e pela livre iniciativa mantêm sob controle público setores essenciais como energia, transporte, saúde e segurança, reconhecendo que tais áreas são fundamentais para a soberania nacional e o bem-estar coletivo.

No Brasil, por exemplo, apesar das pressões privatizantes, existem empresas públicas como a Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos (ECT).

A ECT, que por muitos anos gerou lucro ao governo federal, cumpre sobretudo uma função social e estratégica: conectar pessoas em todo o território nacional, assegurando o transporte de encomendas, correspondências, urnas eletrônicas e prestando auxílio emergencial em casos de tragédias, como ocorreu recentemente no Rio Grande do Sul.

Esse exemplo ilustra como a presença estatal em determinados setores é fundamental, não apenas para garantir eficiência, mas para assegurar direitos sociais, apoio em emergências e a coesão nacional.

Por outro lado, muitos países em desenvolvimento optam por uma estratégia oposta, abrindo suas economias a investimentos estrangeiros e privatizando empresas estatais.

Embora essa abertura seja vista como uma forma de atrair capital e tecnologia, também pode gerar vulnerabilidades, principalmente frente à competição global.

Um exemplo marcante dessas diferenças políticas está na proteção agrícola: a União Europeia e os Estados Unidos impõem barreiras rigorosas para proteger seus produtores, enquanto países como o Brasil têm reduzido restrições comerciais em busca de novos mercados.

Estatísticas recentes mostram que tarifas aplicadas por economias desenvolvidas em produtos agrícolas permanecem significativamente mais altas do que as praticadas por países em desenvolvimento.

Essas políticas refletem uma complexa dinâmica entre proteção e abertura, com impactos não apenas econômicos, mas também sociais e ambientais.


Privatizações: Eficácia ou Lucro?

Um dos argumentos mais frequentemente promovidos na imprensa para defender a privatização é a premissa de que a transferência de serviços públicos para mãos privadas resulta em maior eficiência e qualidade.

Contudo, tal narrativa frequentemente encobre os verdadeiros interesses financeiros envolvidos.

Privatizações em setores como saúde, educação e saneamento básico revelam que, na prática, a busca pelo lucro frequentemente se sobrepõe ao bem-estar social.

Exemplos claros podem ser observados na privatização de empresas de energia, onde a prometida eficiência se confronta com tarifas mais elevadas e redução no acesso.

São Paulo no Brasil sofreu vários apagões elétricos embora o sistema esteja privatizado há alguns anos. Uma possível causa dos apagões e atraso na solução foi a redução do número de trabalhadores de manutenção.

Outro caso emblemático é a privatização de serviços de água e esgoto: em diversos países, essa medida gerou deterioração no atendimento, cortes de custos que comprometeram a segurança sanitária e ampliaram problemas sociais e de saúde pública.

Diante disso, é essencial questionar o discurso que associa privatização à eficácia.

Muitas vezes, o impacto sobre as comunidades é negativo, revelando uma discrepância entre interesses financeiros e necessidades sociais.


Privatização e Subornos: Uma Relação Perigosa

Embora as privatizações devessem ser pautadas pela transparência e pelo interesse público, frequentemente tornam-se palco para práticas corruptas, incluindo o suborno.

A relação entre interesses privados e contratos públicos pode obscurecer processos legítimos, transformando a privatização em vetor de corrupção.

Na América Latina, por exemplo, várias privatizações de serviços públicos foram celebradas sob promessas de eficiência, mas acabaram beneficiando financeiramente apenas um seleto grupo, graças a esquemas de subornos e favorecimentos.

Essa conivência entre empresas e autoridades compromete a integridade das instituições democráticas e gera um ciclo vicioso onde a corrupção se perpetua, tornando a sociedade mais desconfiada das reformas.

É, portanto, imperativo estabelecer regulamentações rigorosas e mecanismos de accountability, para que a privatização não se converta em um instrumento de corrupção, mas em uma ferramenta legítima de desenvolvimento social e econômico.


Reflexões Finais sobre o Futuro das Privatizações

O futuro das privatizações segue como um tema de intensos debates.

Nota-se uma crescente polarização entre os defensores dos modelos privatizantes e aqueles que alertam para seus impactos sociais.

Embora se reconheça que a privatização possa proporcionar eficiência e inovação, ela também pode agravar desigualdades e limitar o acesso a serviços essenciais, especialmente em sociedades já fragilizadas.

Nesse contexto, o papel da sociedade civil é crucial: comunidades precisam estar vigilantes e ativamente engajadas nos processos de privatização, buscando garantir que os interesses coletivos sejam protegidos.

Assim, vislumbra-se um futuro onde as privatizações não sejam apenas instrumentos de capital, mas caminhos que conciliem eficiência econômica com justiça e inclusão social.

O desafio é construir um paradigma que reconheça a necessidade do lucro, mas que, acima de tudo, valorize e proteja o bem comum.

O que a experiência mostra neste respeito? Que na maioria das vezes as privatizações são efetuadas sem consulta pública e que empresas são sucateadas e vendidas por valores abaixo do mercado.

Privatização X Serviço Público

A privatização nem sempre significa melhoria nos serviços ou no atendimento ao público, pois os interesses das empresas privadas geralmente estão voltados ao lucro, e não à garantia de acesso universal e de qualidade.

Muitas vezes, após a privatização, há aumento das tarifas, redução de investimentos em áreas menos lucrativas e precarização das condições de trabalho, afetando diretamente a população mais vulnerável.

Setores essenciais como energia, saneamento e transporte, quando privatizados sem uma regulação eficiente, acabam transformando antigos monopólios públicos em monopólios privados, prejudicando a concorrência e ampliando desigualdades regionais.

A experiência internacional e brasileira demonstra que a eficiência prometida com a privatização depende de vários fatores, como a presença de uma agência reguladora forte, a existência de concorrência real e o compromisso social da empresa.

– O que na maioria das vezes não acontecem em países em desenvolvimento!

Casos como o das ferrovias britânicas, a telefonia no Brasil e o saneamento em algumas cidades revelam que a busca por lucro pode comprometer a qualidade e a acessibilidade dos serviços. Estudos indicam que não há evidência conclusiva de que a privatização, por si só, melhore a eficiência ou beneficie a população.

Assim, a decisão de privatizar deve ser sempre acompanhada de um debate público qualificado, com avaliação dos riscos e garantias de proteção aos direitos coletivos.

Leia também:  Os Riscos da Privatização da Educação ‣ Jeito de ver

Revisão ortográfica e gramatical por IA.

Reforma Trabalhista e Previdenciária

Imagem de Carlos CJ por Pixabay

Os Efeitos Negativos das Reformas Trabalhistas e da Previdência no Brasil: Uma Análise Crítica

Entendendo as Reformas  – Promessas

As reformas trabalhistas e da previdência no Brasil, implementadas a partir de 2017, tornaram-se temas recorrentes no debate político e econômico nacional.

Justificadas pelos governos como medidas para modernizar as relações de trabalho, gerar empregos e assegurar a sustentabilidade fiscal, essas reformas promoveram alterações profundas na legislação, com consequências que ainda reverberam na vida dos trabalhadores e na estrutura do mercado de trabalho.

Embora tenham sido amplamente divulgadas como necessárias ao desenvolvimento do país, seus impactos negativos permanecem pouco discutidos na grande imprensa.

A reforma trabalhista, sancionada pela Lei 13.467/2017, alterou de forma significativa a Consolidação das Leis do Trabalho (CLT), introduzindo novas modalidades de contrato, como o trabalho intermitente, flexibilizando a jornada de trabalho, ampliando a terceirização para atividades-fim e promovendo o princípio da prevalência do negociado sobre o legislado.

A realidade – Precarização e favorecimento a empregadores

Essas mudanças foram apresentadas como soluções para tornar o ambiente de negócios mais dinâmico e menos engessado por regras antigas. No entanto, ao flexibilizar direitos, a reforma abriu espaço para a precarização do trabalho.

A introdução do trabalho intermitente, por exemplo, permitiu que empresas contratassem funcionários apenas quando necessário, sem garantia de jornada fixa ou estabilidade financeira.

Ao mesmo tempo, a ampliação da terceirização, antes restrita a atividades-meio, passou a abranger todas as áreas da empresa, o que, na prática, tem resultado em salários menores e em menor acesso a benefícios trabalhistas.

A flexibilização também favoreceu os empregadores na hora de demitir.

A rescisão contratual foi simplificada, resultando em um aumento das demissões sem justa causa. Relatos de trabalhadores da indústria e do setor de serviços apontam a perda de garantias mínimas e o crescimento da insegurança profissional.

As consequências

Dados do IBGE revelam que a informalidade no mercado de trabalho passou de aproximadamente 38% em 2015 para cerca de 41% em 2022, indicando que a promessa de geração de empregos formais não se concretizou — ao contrário, muitos trabalhadores foram empurrados para formas de ocupação desprovidas de proteção legal.

Outro ponto de destaque é o enfraquecimento das entidades sindicais.

A reforma tornou a contribuição sindical opcional, comprometendo o financiamento das instituições responsáveis por defender os direitos da categoria trabalhadora.

A consequência direta foi a perda de poder de negociação coletiva, justamente em um momento em que os empregadores passaram a dispor de maior liberdade para impor condições menos favoráveis nos contratos de trabalho.

A reforma da previdência – A promessa

Paralelamente, a reforma da previdência, aprovada em 2019 por meio da Emenda Constitucional nº 103, também foi promovida sob o argumento de que era preciso garantir a sustentabilidade do sistema frente ao envelhecimento populacional e ao crescente déficit fiscal.

As mudanças incluíram o estabelecimento de uma idade mínima para aposentadoria (65 anos para homens e 62 para mulheres), o aumento do tempo mínimo de contribuição e alterações no cálculo do benefício.

No entanto, seus efeitos práticos apontam para um cenário de exclusão social e agravamento das desigualdades.

A realidade

Trabalhadores mais jovens enfrentam hoje dificuldades adicionais para se inserir no mercado formal.

Com pessoas mais velhas permanecendo ativas por mais tempo, a rotatividade diminuiu, reduzindo as oportunidades para os novos ingressantes.

O resultado é a expansão da informalidade entre os jovens, que buscam alternativas no trabalho precário, sem registro ou proteção previdenciária.

Além disso, o tempo mais longo exigido para a contribuição integral desestimula a regularidade no recolhimento das contribuições, fragilizando ainda mais o financiamento do sistema.

A situação é especialmente crítica no campo.

A reforma previdenciária desconsiderou as especificidades da previdência rural, impondo requisitos que muitos trabalhadores do campo não conseguem cumprir, seja pela informalidade da ocupação, seja pelas dificuldades estruturais de acesso ao INSS.

Isso pode estimular o êxodo rural e reduzir ainda mais a base contributiva do sistema.

Efeitos colaterais

Do ponto de vista fiscal, embora a reforma tenha sido apresentada como ferramenta para equilibrar as contas públicas, seu efeito colateral foi a redução da arrecadação previdenciária, consequência direta da informalidade crescente.

Com menos pessoas contribuindo e mais idosos dependendo dos benefícios, a tendência é de agravamento do déficit no longo prazo — o que, ironicamente, poderá servir de justificativa para novas reformas ainda mais severas.

Enquanto isso, a mídia, que deveria exercer o papel de fiscal crítico das políticas públicas, tem, em muitos casos, adotado uma postura conivente com as reformas.

A imprensa parcial

A maior parte da imprensa atuou como influencers a favor do governo da época.

A cobertura jornalística dos principais veículos de comunicação priorizou as vozes dos empresários e representantes do governo, apresentando as reformas como inevitáveis e positivas para o crescimento econômico.

Ao minimizar ou silenciar os impactos negativos sobre os trabalhadores, a imprensa contribuiu para uma narrativa hegemônica que legitima a flexibilização de direitos e o enfraquecimento das garantias sociais.

Reportagens que destacam os problemas enfrentados por trabalhadores afetados pelas novas regras são pouco visíveis nos grandes meios.

A ausência de um debate mais plural, que envolva especialistas independentes, representantes sindicais e os próprios trabalhadores, cria uma percepção distorcida da realidade.

Essa omissão compromete o direito à informação e, por consequência, a qualidade da democracia.

Retrocessos e desvalorização do trabalhador

Embora as reformas tenham sido apresentadas como medidas de modernização, seus efeitos revelam um quadro de retrocessos.

Trabalhadores perderam direitos, viram sua estabilidade diminuir, e muitos passaram a atuar à margem da legalidade, sem acesso a benefícios essenciais.

Jovens enfrentam um futuro incerto, enquanto o sistema previdenciário continua ameaçado pela baixa arrecadação.

Os benefícios obtidos pelas empresas — como a redução de custos trabalhistas, o aumento do poder de negociação e a diminuição de processos judiciais — contrastam com a crescente vulnerabilidade dos trabalhadores.

A análise crítica das reformas trabalhista e previdenciária mostra que, ao invés de promover o equilíbrio entre crescimento econômico e justiça social, essas medidas aprofundaram a desigualdade e fragilizaram a proteção do trabalho no Brasil.

Ao lado disso, a atuação da mídia como aliada do discurso oficial reforça a necessidade de um jornalismo mais responsável, plural e comprometido com os direitos humanos e sociais.

Em um país marcado por desigualdades históricas, reformas que desconsideram o impacto social não podem ser tratadas com superficialidade ou silêncio.

Leia também: A Origem do Dia do Trabalho ‣ Jeito de ver

Material adicional:

Reforma trabalhista: maior parte da mídia não aborda o impacto negativo das mudanças – Repórter Brasil

Mídia ignora críticas à Reforma da Previdência – Repórter Brasil

Temer mandou, a imprensa obedeceu: cobertura não fala ou foca na greve – CartaCapital

A Origem do Dia do Trabalho

O valor de um trabalhador

Introdução: Por que ainda precisamos falar sobre o Dia do Trabalho?

Uma reflexão sobre o passado, o presente e os perigos do esquecimento.

O 1º de maio não é apenas uma data no calendário — é um símbolo de resistência, conquista e também de alerta.
Neste texto, você vai reencontrar histórias que parecem distantes, mas que seguem mais atuais do que nunca: jornadas exaustivas, exploração disfarçada de progresso, direitos suprimidos em nome de uma suposta ordem.

Vamos lembrar de onde viemos para entender onde estamos — e, principalmente, para questionar para onde estamos indo.
Porque esquecer a luta dos trabalhadores é abrir espaço para que os retrocessos se repitam.


A Origem do Dia do Trabalho
Reflexão sobre os Direitos dos Trabalhadores


O que é o Dia do Trabalho?

Celebrado em diversos países no dia 1º de maio, o Dia do Trabalho é uma data simbólica que destaca a importância da luta dos trabalhadores.

Essa comemoração remonta ao final do século XIX, quando movimentos trabalhistas começaram a se mobilizar por melhores condições de trabalho e por direitos fundamentais.

Você sabia que, no passado, crianças eram tratadas como adultos em miniatura e chegavam a trabalhar entre dez e doze horas por dia?
Parece absurdo? Pois é — na época, o que hoje nos causa indignação era visto como uma maneira de aproveitar mão de obra barata.

Essas crianças eram exploradas ainda mais que os adultos, privadas do direito à aprendizagem e do desenvolvimento pessoal.
A infância era um privilégio restrito aos filhos dos patrões.


Uma História de Lutas e Conquistas

A origem do Dia do Trabalho é marcada por eventos como a greve de Haymarket, em Chicago, onde trabalhadores protestaram exigindo a jornada de oito horas.

A Revolta de Haymarket foi um conflito que eclodiu após a explosão de uma bomba em uma manifestação em prol da jornada de oito horas de trabalho, em 4 de maio de 1886, na Haymarket Square, em Chicago, nos Estados Unidos. Fonte:  Wikipedia

Com o tempo, essa luta resultou em conquistas como férias, salários mais justos, licenças trabalhistas e direitos básicos que, hoje, muitos consideram garantidos — mas que sempre correm riscos de retrocesso.

Celebrar essa data é manter viva a memória das vitórias passadas e lembrar da necessidade constante de proteger os direitos dos trabalhadores.


Por que é necessário celebrar o Dia do Trabalho?

Mais do que um simples feriado, o 1º de maio é uma oportunidade de reflexão.

Já repararam como, muitas vezes, reformas econômicas anunciadas pelos governos penalizam o trabalhador e desvalorizam seu esforço?

Certa vez, um Presidente iniciou seu discurso com palavras como:

“A situação crítica demanda ações drásticas. Precisamos cortar na carne para manter a ordem e o controle.”

Mas o corte nunca foi na própria carne. A tal reforma trabalhista desmontou direitos adquiridos, favoreceu patrões, reduziu 94% dos serviços assistenciais e acelerou o processo de entrega de empresas públicas à administração privada.

É claro: a reforma não arranhou nem de leve a pele de políticos e empresários.


O papel da imprensa

A imprensa, financiada por grandes empresários, assumiu o papel de convencer — ou confundir — a população. Manchetes exaltavam os “benefícios” da Nova Reforma, enquanto o trabalhador via, na prática, o desmonte de suas garantias.

Houve até governo que chegou a sugerir que os pobres pudessem vender os próprios órgãos…

Enquanto isso, projetos importantes, como o que propõe o fim da escala 6×1 no Brasil, são deixados de lado por parlamentares mais preocupados com pautas de uma suposta moralidade — muitas vezes alinhados com os interesses de seus financiadores de campanha: os patrões, que também são, com frequência, os exploradores.


Valorizar o trabalhador é valorizar a sociedade

A valorização do trabalhador deve ser uma prioridade em qualquer sociedade.
Em diversos países, a redução de jornadas e escalas resultou em ganhos reais: produtividade, saúde mental e desenvolvimento empresarial. (Abordaremos esse ponto em um post futuro.)

Ao reconhecer a importância do 1º de maio, renovamos o compromisso com a justiça social, com melhores condições de trabalho e com o espírito de solidariedade entre os que constroem, de fato, o mundo com seu esforço: os trabalhadores.

Leia também:

A falta de Educação Política e a corrupção ‣ Jeito de ver

4 de maio de 1886: acontece o Massacre de Haymarket, confronto entre policiais e manifestantes que influenciou a criação do Dia Internacional dos Trabalhadores

Fonte: Wikipedia

Brasil Escola

A origem da expressão “Passar Pano”

Pixabay

Você já percebeu que algumas expressões são incorporadas ao nosso vocabulário no dia a dia e, quando nos damos conta, já as estamos usando?

Por exemplo, quando queremos dizer que a insistência leva ao sucesso, às vezes usamos “Água mole em pedra dura...”, ou quando queremos dizer que cada pessoa deve cuidar de seus próprios assuntos, dizemos “Cada macaco no seu galho”.

Outras expressões não desaparecerão “nem que a vaca tussa”, pois já criaram raízes em nosso vernáculo.

Uma expressão tem me chamado a atenção: “Passar pano”. Já ouviu essa expressão?

Vamos às origens…

Passar Pano: Origem e Significado

A expressão “passar pano” tem origem no ato literal de limpar algo com um pano.

No entanto, seu significado evoluiu para o sentido figurado de encobrir, minimizar ou defender algo negativo.

Há registros de que, no período escravista, os senhores passavam um pano úmido nas costas dos escravizados para remover a sujeira e o suor, disfarçando as condições em que viviam. Além disso, a ideia de “passar pano também remete ao ato de disfarçar imperfeições em serviços malfeitos, reforçando seu uso no sentido de acobertar ou amenizar falhas.

Significado e Uso

“Passar pano” é sinônimo de defender, omitir ou minimizar erros e atitudes negativas, seja desviando o foco da crítica, citando outro fato para relativizar a situação ou tentando proteger alguém de julgamentos.

Exemplos de Uso:

✔ “Eu sei que ele falou mal de mim. Você está passando pano para ele!
✔ “Não podemos passar pano para situações de assédio.”
✔ “O governo errou, mas sempre aparece alguém para passar pano, citando escândalos antigos.”
✔ “Maria nunca errou, e se errar, eu passo pano.”

Popularidade da Expressão

Embora não seja recente, a expressão ganhou força entre os jovens e passou a figurar em dicionários informais, sendo comparada a “varrer para debaixo do tapete”. Seu uso é frequente em debates políticos, sociais e no dia a dia, para descrever a tentativa de absolver alguém de críticas ou esconder problemas.

Fontes:
🔗 Toda Matéria
🔗 Dicionário Informal

Leia também Qual o seu idioma? – Tem certeza? ‣ Jeito de ver

A canção que determinou o fim de um grupo!

New Orleans, início do Sécuo XX

New Orleans, 1910 Pinterest

There is a house in New Orleans

They called the Rising Sun

And it´s been the ruin of many a poor boy

And God, I know I’m One” – The house of the rising Sun

The House of the Rising Sun – Uma história

Origem da Canção

‘The House of the Rising Sun’ é uma canção tradicional folk americana cuja autoria exata permanece desconhecida.

Acredita-se que a música tenha sido transmitida oralmente através de gerações, com raízes que remontam ao início do século XX.

A natureza oral dessa tradição significa que a letra e a melodia foram modificadas ao longo do tempo, refletindo influências culturais e sociais de diferentes épocas e regiões dos Estados Unidos.

As primeiras gravações conhecidas datam de 1933, quando Clarence Ashley e Gwen Foster registraram suas versões. A interpretação de Ashley é significativa, pois ele aprendeu a música com seu avô, demonstrando sua transmissão geracional. Sua versão refletia as influências do folk e do blues, gêneros profundamente enraizados na cultura americana da época.

Contexto Cultural

O contexto dos Estados Unidos durante o surgimento da canção foi marcado por grandes mudanças e desafios.

A Grande Depressão, que assolou o país na década de 1930, impactou profundamente a vida dos americanos, e a música folk serviu como uma forma de expressão das dificuldades e aspirações da classe trabalhadora. ‘The House of the Rising Sun’ capturava essas realidades, com letras evocando histórias de perda, arrependimento e redenção.

A casa mencionada na canção é frequentemente interpretada como um bordel ou uma casa de jogo, refletindo temas de vício e decadência moral, prevalentes na sociedade da época. Assim, a canção se destacou tanto como peça musical quanto como documento cultural.

Versões e Regravações ao Longo dos Anos

Uma das primeiras interpretações notáveis foi feita por Woody Guthrie na década de 1940. Guthrie trouxe um estilo folk característico, com um arranjo simples e direto que refletia a tradição oral da música.

Musicologistas afirmam que há versões bastante antigas, possivelmente originárias da Inglaterra ou dos Estados Unidos antes da Guerra Civil. As gravações mais antigas conhecidas são de Clarence “Tom” Ashley, Doc Walsh e Gwen Foster (1932) e dos Callahan Brothers (1934), que ouviram a música de seu avô, Enoch Foster.

Texas Alexander, famoso cantor americano, gravou ‘Rising Sun’ em 1928, mas a música era bastante diferente, embora seus acordes tivessem alguma semelhança.

Em 1937, Alan Lomax gravou uma versão cantada por Georgia Turner, filha de mineiros do Kentucky, intitulada “Rising Sun Blues”. Nos anos 1940, novas gravações foram feitas por Woody Guthrie (1941), Josh White (1947) e Huddie “Lead Belly” (1944 e 1948).

Outro intérprete crucial foi Lead Belly, cujo estilo blues adicionou profundidade emocional à música. Sua interpretação destacou-se pelo uso da guitarra ressonadora e uma vocalização intensa.

Nos anos 1960, foi gravada por Joan Baez (1960), Bob Dylan (1961, publicado em 1962), Nina Simone (1962), The Animals (1964), Los Speakers (1965) e Frijid Pink (1969). Em seu disco de 1962, Bob Dylan atribuía ter conhecido a música através de Dave Van Ronk.

The Animals…

A versão mais famosa veio com The Animals em 1964. A banda descobriu a música durante uma turnê com o cantor folk Johnny Handle.

The Animals, The house of the Rising Sun

Capa The house of the rising Sun

Inspirados pela melodia sombria e pela narrativa envolvente, decidiram dar uma nova roupagem à canção.

O arranjo inovador destacou-se imediatamente. O icônico arpejo de guitarra e o uso marcante do órgão contribuíram para que essa versão se tornasse um marco na história da música popular, catapultando a canção para o topo das paradas internacionais.

Muitos outros artistas revisitaram ‘The House of the Rising Sun’, trazendo suas próprias visões e estilos. Nina Simone, Frijid Pink e Five Finger Death Punch adicionaram elementos de jazz, hard rock e metal, respectivamente.

O topo das paradas

O single rapidamente alcançou o topo das paradas no Reino Unido, nos Estados Unidos e em outros países, consolidando-se como um hit mundial. Esse sucesso alavancou a carreira dos The Animals e colocou a banda no mapa do rock dos anos 60.

O impacto cultural dessa versão é inegável. Ela ajudou a popularizar o folk rock e abriu portas para que outras bandas experimentassem com arranjos mais ousados e inovadores.

Além disso, foi frequentemente utilizada em trilhas sonoras de filmes e programas de televisão, perpetuando sua presença na cultura popular.

Até hoje, a interpretação dos The Animals é considerada um marco na história do rock, destacando-se como um exemplo clássico de como uma reinterpretação pode redefinir uma canção e deixá-la eternamente marcada na memória coletiva.

Os Problemas Internos no Grupo The Animals

O sucesso de ‘The House of the Rising Sun’ trouxe notoriedade e fortuna para The Animals, mas também desencadeou problemas internos que contribuíram para a dissolução do grupo original.

Um dos principais pontos de discórdia foi a questão dos direitos autorais e dos royalties.

Cada membro participou do processo criativo da versão definitiva, mas apenas Alan Price, tecladista responsável pelo solo do órgão, foi creditado pela adaptação da canção tradicional – sem o conhecimento dos outros membros.

Isso levou a uma distribuição desigual dos lucros e gerou tensões significativas dentro da banda.

Relatos informais afirmam que, ao ser descoberto, Price abandonou a banda no meio de uma turnê.

A decisão de creditar exclusivamente Alan Price gerou ressentimentos, especialmente porque ‘The House of the Rising Sun’ era o maior sucesso da banda.

As tensões e o fim

Os outros membros sentiam que suas contribuições não estavam sendo reconhecidas, levando a conflitos que corroeram a coesão do grupo. A falta de uma gestão eficiente exacerbou esses problemas, dificultando a resolução das disputas.

Os conflitos internos afetaram negativamente a dinâmica do grupo, minando a moral dos integrantes.

Eric Burdon, vocalista principal, frequentemente tentava mediar as discussões, sem sucesso.

Eventualmente, as divergências tornaram-se insustentáveis, culminando na dissolução da formação original em 1966.

Cada membro seguiu caminhos diferentes, com Alan Price lançando uma carreira solo e Eric Burdon formando novas bandas.

No entanto, os problemas internos gerados pelo sucesso da canção deixaram cicatrizes duradouras, influenciando suas trajetórias.

Assim, enquanto a canção permanece como um marco na história da música, os conflitos que ela gerou no seio de The Animals são um lembrete de como o sucesso pode, paradoxalmente, levar à desintegração de laços criativos e pessoais.

Veja mais: A história do “dia que a música morreu” ‣ Jeito de ver

Recomendamos também o PodCast A hora da Vitrola, com André Góis, da Rádio Eldorado FM, para histórias incríveis como esta.

Aprenda a tocar House of The Rising Sun – The Animals – Cifra Club

 

O Laço de Fita – Poesia de Castro Alves

Pelourinho, Salvador-Bahia

Imagem de digasalinas por Pixabay

O Laço de Fita

Castro Alves

Não sabes criança? ‘Stou louco de amores…
Prendi meus afetos, formosa Pepita.
Mas onde? No templo, no espaço, nas névoas?!
Não rias, prendi-me
Num laço de fita.
Na selva sombria de tuas madeixas,
Nos negros cabelos da moça bonita,
Fingindo a serpente qu’enlaça a folhagem,
Formoso enroscava-se
O laço de fita.
Meu ser, que voava nas luzes da festa,
Qual pássaro bravo, que os ares agita,
Eu vi de repente cativo, submisso
Rolar prisioneiro
Num laço de fita.
E agora enleada na tênue cadeia
Debalde minh’alma se embate, se irrita…
O braço, que rompe cadeias de ferro,
Não quebra teus elos,
Ó laço de fita!
Meu Deus! As falenas têm asas de opala,
Os astros se libram na plaga infinita.
Os anjos repousam nas penas brilhantes…
Mas tu… tens por asas
Um laço de fita.
Há pouco voavas na célere valsa,
Na valsa que anseia, que estua e palpita.
Por que é que tremeste? Não eram meus lábios…
Beijava-te apenas…
Teu laço de fita.
Mas ai! findo o baile, despindo os adornos
N’alcova onde a vela ciosa… crepita,
Talvez da cadeia libertes as tranças
Mas eu… fico preso
No laço de fita.
Pois bem! Quando um dia na sombra do vale
Abrirem-me a cova… formosa Pepita!
Ao menos arranca meus louros da fronte,
E dá-me por c’roa…
Teu laço de fita.

Comentando o Poema

A quem foi dedicado?

Este belo poema certamente tinha de ser dedicado a alguém.

É contado em alguns lugares que o poema “O Laço de Fita” foi dedicado a uma formosa jovem paulistana chamada Maria Amália Lopes de Azevedo:

“Não sabes, criança? ‘stou louco de amores… Prendi meus afetos, formosa Pepita. Mas onde? No templo, no espaço, nas névoas? Não rias, prendi-me num laço de fita…”

A bela jovem mais tarde se tornaria dona das terras que hoje compõem o bairro do Tremembé, cuja principal avenida leva seu nome. Essa versão, porém, que faz dela a musa inspiradora de “O Laço de Fita”, não é confirmada pelos historiadores.

Simbolismos

Essa poesia de Castro Alves é um belíssimo exemplo do lirismo romântico, repleto de musicalidade, imagens vívidas e uma intensa entrega sentimental.

A repetição do símbolo do “laço de fita” confere unidade ao poema, transformando um simples adorno em um poderoso emblema da paixão e do aprisionamento amoroso.

O eu lírico se declara enfeitiçado por Pepita, e sua paixão não está presa a conceitos abstratos como templo ou névoas, mas sim a um elemento concreto e delicado: o laço de fita nos cabelos da amada.

O laço adquire um simbolismo duplo, representando tanto a suavidade do amor quanto a força de sua escravidão sentimental. A metáfora da serpente que se enrosca na folhagem reforça essa ideia de encantamento e domínio.

Esse jogo entre liberdade e cativeiro é um dos grandes temas do poema.

O eu lírico começa como um pássaro que voa livremente, mas é subitamente capturado.

Ele compara sua paixão a uma cadeia quase invisível, pois, embora sua força possa romper cadeias de ferro, ele é incapaz de se libertar do suave e frágil laço de fita. Essa contradição ressalta o poder avassalador do amor.

Romantismo

Na última estrofe, o tom se torna mais melancólico, evocando a morte como o destino final.

Mesmo após a morte, ele deseja que o laço esteja presente como sua coroa fúnebre, demonstrando a ideia romântica da paixão eterna, que transcende a vida.

Castro Alves, com sua habilidade descritiva, transforma um detalhe aparentemente simples — um laço nos cabelos — em um elemento que amplifica o fascínio de Pepita. O “laço de fita” não é apenas um símbolo de aprisionamento amoroso, mas também um adorno que intensifica a beleza da amada.

O verso “Na selva sombria de tuas madeixas, / Nos negros cabelos da moça bonita” destaca como o laço não apenas enfeita, mas dialoga com a imagem dos cabelos negros, criando um contraste e um jogo de luz e sombra que potencializam o magnetismo da personagem.

Esse detalhe sugere que a beleza de Pepita não está apenas em sua aparência, mas também no efeito que ela causa no olhar do apaixonado.

A eternidade

O laço, por ser um objeto delicado e passageiro, torna-se um símbolo da efemeridade dos momentos de encanto.

A forma como ele se movimenta na dança, como é beijado pelo vento (e não pelos lábios do eu lírico), reforça a ideia de que o desejo e a adoração se voltam para algo quase etéreo, um detalhe que, paradoxalmente, aprisiona e liberta ao mesmo tempo.

Os últimos versos:

“Pois bem! Quando um dia na sombra do vale Abrirem-me a cova… formosa Pepita! Ao menos arranca meus louros da fronte, E dá-me por c’roa… Teu laço de fita.”

O poeta dramatiza o amor como algo tão essencial que ele quer levá-lo consigo para a eternidade.

Não é apenas a lembrança de Pepita que ele deseja no túmulo, mas o próprio laço, símbolo de sua submissão apaixonada, de sua prisão voluntária nos encantos da amada.

Esse pedido final torna o poema mais intenso e sentimental porque sugere que o amor não termina com a vida, mas permanece como um desejo derradeiro, uma espécie de última vontade sagrada.

Essa visão reforça o tom romântico exacerbado de Castro Alves, onde o sentimento amoroso é vivido com tal plenitude que não há distinção entre amor e destino.

A força da poesia vem justamente desse exagero belo e arrebatador, onde um simples ornamento se transforma no emblema de um amor que transcende tempo e matéria.

Resumo biográfico

Castro Alves: O Poeta da Liberdade
Castro Alves é um representante importante do romantismo no Brasil.

O poeta Castro Alves foi uma grande expressão do Romantismo no Brasil.

Antônio Frederico de Castro Alves (1847-1871) foi um dos maiores poetas românticos do Brasil, destacado por seu engajamento social e político.

Nascido na Fazenda Cabaceiras, na Bahia, cresceu em um ambiente culto e, desde cedo, demonstrou talento para a poesia. Iniciou sua produção literária ainda adolescente e, aos 17 anos, já escrevia os versos de Os Escravos, tornando-se um ícone da luta abolicionista.

Publicou Espumas Flutuantes em vida, mas sua morte prematura, aos 24 anos, interrompeu uma carreira brilhante. Seu legado, no entanto, permanece vivo, inspirando gerações com sua poesia apaixonada e combativa.

Eugênia Câmara, grande amor do poeta

A vida intensa, somada às circunstâncias da época, contribuiu para seu declínio e, posteriormente, sua morte.

Castro Alves foi um homem de muitas paixões, apaixonando-se intensa e constantemente. Podemos citar Leonídia Fraga, que o amou desde o início sem ser correspondida, como merecia, ou mesmo sua primeira mulher, Idalina, e as irmãs hebreias.

Sua última paixão não correspondida foi a cantora italiana Agnese Trinci Murri.

Aquela que, porém, refletia seu espírito intenso e aventureiro foi a atriz Eugênia Câmara. Talvez por isso tenha sofrido tanto com as consequências da separação, marcada por brigas e traições.

Após uma vida intensa, faleceu em 1871.

A sua vida e importãncia serão abordados em futuros posts.

No centenário de sua morte, em 1971, decidiu-se pelo traslado de seus restos mortais para o monumento na Praça Castro Alves, em Salvador, sob determinação do então prefeito Antônio Carlos Magalhães.

A decisão contrariou um sobrinho-neto do poeta, que defendia a construção de um panteão. A transferência ocorreu sem cerimônia especial no dia 6 de julho daquele ano.

Veja também: Poeta (Sinfonia de asas e versos) ‣ Jeito de ver