Propaganda musical e Empobrecimento cultural

A uniformidade na promoção dos estilos musicais populares tem contribuído para o empobrecimento cultural.

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Lá estão eles: nas plataformas digitais, rádios e mesmo na televisão. Cantores diferentes (!?), cantando com as mesmas vozes, nos mesmos estilos, músicas que parecem serem as mesmas!

Você talvez não se pergunte o por quê da falta de variedade, talvez ache normal. Mas, trata-se de uma fórmula comercial e o valor investido na divulgação desta fórmula é absurdo.

-Mas, se está dando certo, por que não continuar investindo no mesmo?

Investir em algo que dá resultados, gerando lucros – esse é o objetivo comercial. Mas, como isso afeta a arte?

Como a Falta de Variação na Divulgação dos Estilos Musicais de Sucesso Tem Empobrecido a Cultura?

A Qualidade Artística Ofuscada pela Propaganda

Este é um trecho da crônica presente no livro
Crônicas do Cotidiano – Um Novo Jeito de Ver
Disponível na Amazon e Clube dos Autores

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DJ’s – Artistas ou não? – Um bom debate

DJ's - Artistas ou não?

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Você chega naquela festa e lá está ele, balançando os braços no ar como se regesse uma melodia que foi escolhida para animar o ambiente. E, por favor, evitem a piadinha dos bonecos de posto…

Manter a energia lá em cima, não desanimar… não deixar a festa cair.

As pessoas dançam, curtem, e depois de mais uma balada, ele recolhe seu equipamento. Sem aplausos, muitos não o veem como um artista.

Como surgiram os DJs? São artistas ou não?

A Origem dos DJs

A figura do DJ começou a ganhar destaque nos anos 1950, quando as festas se tornaram populares e a demanda por entretenimento musical aumentou.

Eles substituíram bandas ao vivo e trouxeram uma seleção diversificada de músicas, moldando a cultura das festas.

DJs – Artistas ou não?

Enquanto artistas músicos primam em apresentar seus próprios talentos em interpretações e composições, o objetivo dos DJs é animar a festa e manter a energia do público.

Sua performance é baseada na curadoria e mixagem, criando uma atmosfera única.

A discussão sobre se o DJ deve ser considerado um artista é relevante.

Apesar de não criarem músicas originais, sua habilidade em mixar e manipular faixas é uma forma de arte, reconhecida especialmente com a ascensão da música eletrônica.

O Trabalho do DJ

O trabalho de um DJ vai além de tocar músicas; envolve entender o público e criar uma narrativa musical que mantenha a energia da festa. Desde os anos 1970 e 1980, eles começaram a ganhar mais reconhecimento, e hoje muitos DJs são celebrados mundialmente.

Alguns dos DJs mais influentes incluem Grandmaster Flash, David Guetta, Tiësto e Carl Cox, que ajudaram a moldar a cultura DJ.

O trabalho do DJ, escolhendo as canções certas para criar uma experiência animada, é uma forma de arte. Portanto, após aquela festa, quando você sentir a energia pulsando, manda um “salve” pro DJ. Sua alegria é o resultado da arte dele!

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Poema ao início do Inverno

Poema ao início do Inverno.

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Gilson Cruz

Os passarinhos se escondem

abraçados em seus ninhos

E o sol frio, da última manhã do Outono

ainda ilumina os caminhos

E sigo só,

sigo o Sol

e a luz no orvalho das folhas

como uma melodia em Dó

Me faz dó,

Me traz a dor do vazio

do que era a esperança,

o aconchego

mas, que se esconde, no frio…

E a saudade aumenta

enquanto a folha cai

e levada pelo vento

sem rumo, não vem, não vai.

Enquanto os passaros ensaiam

ao leste breve estadia

Meus pensamentos divagam

em busca de alegria.

Da presença da amada

no triste frio, do inverno

Do riso, ardente, sereno

e abraços meigos e ternos…

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Reggae – da Jamaica para o mundo!

Um ritmo contagiante. O reggae surgiu na Jamaica no final dos anos 60.

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Um ritmo contagiante.

O Reggae pode ser definido como mais que uma música, um estilo, mas como uma energia capaz de transcender barreiras étnicas, continentais e levar uma mensagem ao mundo.

O estilo capaz de expressar com a mesma força a paz, a luta pela igualdade, histórias e declarações de amor.

Mas, como surgiu o Reggae, essse ritmo gostoso de ouvir e dançar?

Vamos embarcar suavemente no ritmo desta história!

História do Reggae

O reggae surgiu na Jamaica no final dos anos 60, desenvolvendo-se a partir do ska e do rocksteady.

É notável pelo ritmo único, marcado especialmente nas segundas e quartas batidas, muitas vezes referido como “skank”. Mais lento que seus predecessores, o reggae se destaca pela “terceira batida” e linhas de baixo intrincadas.

Bob Marley, cantor e compositor, é conhecido mundialmente por popularizar o gênero.

Etimologia

A palavra “reggae” foi usada pela primeira vez no single “Do the Reggay” de 1968, dos The Maytals, apesar de já ser empregada em Kingston para descrever uma dança e um estilo de rocksteady.

Derrick Morgan, um artista do gênero, relatou que a batida do rocksteady evoluiu para algo novo que se assemelhava ao “reggae”.

O historiador Steve Barrow sugere que “reggae” pode derivar de “streggae”, uma gíria jamaicana para uma mulher promíscua, enquanto Toots Hibbert disse que o termo surgiu naturalmente durante uma gravação.

HIstória – 2 Parte Principais influências e precursores

O reggae foi profundamente influenciado pela música tradicional africana e caribenha, bem como pelo rhythm and blues americano.

O ska, antecessor imediato do reggae, emergiu entre 1959 e 1961, marcado por linhas de baixo marcantes e ritmos intensos.

O rocksteady, uma versão mais lenta do ska com foco nas linhas de baixo, antecedeu o reggae e se estendeu até 1968.

A hora da evolução

A transição do rocksteady para o reggae é marcada pelo uso do órgão shuffle, uma inovação de Bunny Lee.

Gravações pioneiras de reggae, como “Nanny Goat” de Larry Marshall e “No More Heartaches” dos Beltones, emergiram em 1968.

The Wailers, formado por Bob Marley, Peter Tosh e Bunny Wailer, é tido como o grupo mais emblemático a percorrer todas as etapas do reggae.

Entre outros pioneiros estão Prince Buster, Desmond Dekker e Jackie Mittoo.

Produtores jamaicanos como Coxsone Dodd e Lee “Scratch” Perry desempenharam um papel crucial no desenvolvimento do gênero.

O cenário mundial

O filme “The Harder They Come” de 1972, protagonizado por Jimmy Cliff, e a versão de “I Shot the Sheriff” por Eric Clapton em 1974, foram fundamentais para popularizar o reggae nos Estados Unidos e no mundo.

Durante a década de 1970, o reggae começou a se destacar nas rádios do Reino Unido, em particular no programa de John Peel.

Este período é conhecido como a “Era de Ouro do Reggae”, marcando o apogeu do roots reggae.

As bandas punk do Reino Unido também começaram a integrar elementos do reggae em sua música.

Reggae e Sociedade

O reggae se divide em dois subgêneros principais: o roots reggae e o dancehall reggae.

Comumente ligado ao movimento rastafari, que impactou diversos artistas do estilo, o reggae também explora temas variados como amor, sexo e, em especial, crítica social.

E enfim na “terrae brasilis”

O cantor Gilberto Gil, já trazia em suas canções influência do Reggae em 1979 na bela “Não Chores Mais” versão de “No woman, no cry” de Bob Marley.

No Brasil, o reggae ganhou destaque no Maranhão a partir da década de 1980, popularizado através dos sistemas de som chamados “radiolas”.

Lá a galera dança juntinho, agarradinho, in a maranhon style, como diz a Tribo de Jah.

Na Bahia, o samba reggae de bandas como Olodum, Banda Reflexus e Timbalada misturou elementos do reggae com a música local.

Edson Gomes é amplamente considerado o maior nome do reggae brasileiro, com letras poderosas e um vocal perfeito.

O reggae é um estilo musical diversificado e rico, enraizado profundamente na cultura da Jamaica e com uma influência global marcante.

Uma notinha camarada…

“The Harder They Come”, de Jimmy Cliff, é considerado um hino de resistência contra a opressão e a injustiça, inspirado no reggae jamaicano.

A canção critica a promessa ilusória de uma vida melhor após a morte, conhecida como “pie in the sky”, e destaca a importância da luta por justiça em vida.

O refrão “the harder they come, the harder they fall” serve como um mantra de fortalecimento, sugerindo que quanto maior a opressão, mais dura será a queda dos opressores.

A música também celebra a liberdade individual, como expresso no verso “I’d rather be a free man in my grave than living as a puppet or a slave”. Jimmy Cliff utiliza sua arte para inspirar esperança e resistência, encorajando os ouvintes a defenderem seus direitos. – THE HARDER THEY COME (SIGNIFICADO) – Jimmy Cliff (letras.mus.br)

Sentiu a vibe?

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E aí, gostou da história?

Que tal curtir um pouco da nossa playlista abaixo?

O reggae é um estilo musical diversificado e rico, enraizado profundamente na cultura da Jamaica e com uma influência global marcante.

Desde suas origens no ska e rocksteady, sua popularização através de ícones como Bob Marley, até suas variações em países como o Brasil, o reggae se mantém como uma expressão musical influente, tratando de questões sociais e culturais importantes.

O mistério dos pedalinhos mágicos

Pedalinhos, Gramado

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Para lembrar a infância…

O Pedalinho Mágico

Aquele pobre menino tinha um sonho, apesar da tristeza de crescer naquele lugar.

Longe do frio de sua casa, encontrava paz naquele refúgio distante dos sons da cidade e dos gritos de sua família.

Era o seu paraíso…

De fato, era um lugar encantador.

A grande casa amarela, rodeada de árvores refletidas no lago, era uma imagem para se guardar na memória e nunca mais esquecer.

Dizia-se que o encanto daquele lugar trazia paz às mentes conturbadas que visitavam aquele ambiente paradisíaco. Pessoas de todos os cantos traziam suas dores, medos e preconceitos, e sentavam-se à beira do lago…

Mas o verdadeiro encanto se revelava ao deslizar sobre aquelas águas. As memórias se dissipavam e as pessoas se renovavam ao partir dali…

Quem descobrisse o poder daqueles pedalinhos se tornaria rei…

E ele descobriu.

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Porque se chamava moço…Clube da Esquina

Clube da Esquina

Celebração ao Movimento Clube da Esquina

Eu sou da América do Sul, eu sei vocês não vão saber!

Sou do mundo, sou Minas Gerais…

-“Para Lennon e McCartney”

A Originalidade do Clube da Esquina

A obra de Fernando Brant, Márcio Borges e Lô Borges, integrantes do Clube da Esquina, mostra que, mesmo sob influência de seus ídolos, o grupo possuía contribuições valiosas para o cenário musical.

Eles apresentaram uma mistura inovadora de ritmos que se equiparava à música do circuito anglo-saxão.

Isso fica sutilmente evidente na canção, que por meio de sua mensagem e diálogo, propõe uma troca cultural dos músicos com seus ídolos, refletindo a possível frustração do grupo em reconhecer seu potencial musical, limitado apenas pela barreira geográfica em comparação ao resto do mundo.

De fato, o Clube da Esquina é reconhecido como um dos movimentos musicais mais ricos e belos da história.

Início do Movimento e Contexto Cultural

Há cerca de 60 anos, nasceu em Minas Gerais o movimento conhecido como Clube da Esquina.

Essa expressão artística e cultural emergiu da amizade entre Milton Nascimento e os irmãos Márcio Borges e Lô Borges.

O primeiro encontro entre eles foi mágico: Lô Borges, com apenas dez anos, ouviu sons vindos dos andares de baixo e se deparou com Milton tocando uma belíssima canção.

Assim começou uma amizade que marcaria a música brasileira.

Analisando o contexto cultural e político

Durante a década de 1970, o Brasil vivia sob um regime militar autoritário.

A censura era forte, mas houve resistência artística e cultural.

Mesmo diante da intensa repressão ao talento e à liberdade de expressão, a letra de “Clube da Esquina II” faz um apelo à liberdade, insistindo que, apesar das adversidades, não se deve desistir de um sonho, pois “sonhos não envelhecem!”

Poesia e melodia

O Clube da Esquina, com suas letras poéticas e melodias envolventes, tornou-se um símbolo de liberdade e criatividade em meio à repressão.

O Clube da Esquina é um termo usado para se referir a um grupo de músicos, compositores e letristas que surgiu na década de 1960 em Belo Horizonte.

O movimento teve figuras proeminentes como Milton Nascimento, Toninho Horta, Wagner Tiso, Lô Borges, Beto Guedes e Márcio Borges.

As influências do Clube da Esquina são vastas.

Milton Nascimento incorporou elementos da música afro e latino-americana. Lô Borges e Beto Guedes reinventaram os Beatles e o rock progressivo, enquanto Toninho Horta mesclou características do jazz com a Bossa Nova.

Essas influências são evidentes em todos os aspectos do movimento, abrangendo desde a composição e arranjos musicais até as letras, processos de gravação em estúdio e as performances ao vivo.

Marco…

O álbum “Clube da Esquina” (lançado no início dos anos 70) é um dos maiores clássicos da música brasileira. Canções como “Trem Azul,” “Cais,” “Nuvem Cigana” e “Clube da Esquina No. 2” marcaram época e emocionaram gerações.

A melodia envolvente e as letras profundas abordavam temas como amor, política e justiça social.Famosa Capa do disco Clube da Esquina

Os primeiros discos de Milton Nascimento, embora não sejam estritamente de Bossa Nova, apresentam uma sonoridade muito próxima desse estilo, com arranjos orquestrados e o formato de canção “voz e violão.”

Na medida em que Milton agregava cada vez mais pessoas na produção de seus discos, a sonoridade foi se diferenciando.

O disco “Clube da Esquina” (1972) é tido como o marco inicial do movimento, com arranjos que expandem o horizonte das músicas para uma sonoridade próxima da música erudita e jazzística.

Discografia e Impacto do Clube da Esquina

Embora o Clube da Esquina não tenha sido uma banda formal, vários discos são considerados parte de seu legado devido à unidade sonora que apresentavam:

Clube da Esquina (1972): Com influência das odisseias dos mineiros, o disco queria mudar o mundo, inseminado por jovens com explosão de inventividade musical.

Clube da Esquina II (1978): Neste disco, Milton Nascimento e amigos organizaram uma produção musicalmente rica, com produção de Ronaldo Bastos.

O impacto político do Clube da Esquina foi significativo, embora o movimento não tenha sido explicitamente político.

Durante a década de 1970, a música popular era uma das formas de resistência e expressão da sociedade.

Artistas como Milton Nascimento e Lô Borges usaram sua música para transmitir mensagens de esperança, amor e crítica social.

Canções como “Cais” e “Trem Azul” abordavam temas universais, mas também carregavam uma mensagem implícita de resistência contra o regime.

A diversidade musical do movimento refletia a diversidade cultural e étnica do Brasil, promovendo a valorização das raízes brasileiras.

O Clube da Esquina influenciou muitos artistas da Música Popular Brasileira.

Inspiração para o nome…

Seu nome foi inspirado no cruzamento das ruas Divinópolis e Paraisópolis, localizado no bairro Santa Tereza, em Belo Horizonte.

Mesmo após décadas, sua sonoridade e poesia continuam a encantar e inspirar novas gerações.

O Clube da Esquina foi além das esquinas de Belo Horizonte e se estabeleceu como um ícone na música brasileira, exaltando a diversidade, a amizade e a inovação.

Não só deixou sua marca na música do Brasil, mas também atuou como um delicado instrumento de resistência e esperança em épocas turbulentas, criando um legado que continua a ecoar nos dias de hoje.

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Confira também A história de Clube da Esquina (uol.com.br)

Explore nossa seleção musical que apresenta canções icônicas dos artistas do Clube da Esquina e de outros que se inspiraram nesse movimento singular.

O que se desejar para o dia?

O que se desejar para o dia? Uma reflexão para um bom dia.

O que se desejar para o dia?

Gilson Cruz

O que desejar para o dia?

Primeiro, que ele comece preguiçosamente,

como todos os outros.

Que na falta de pressa de passar,

cada um aproveite a oportunidade de contemplar os momentos.

Que o nascer do sol seja sempre belo

e não apenas o sinal do fim de uma noite.

E que as horas seguintes

sejam apressadas como nos momentos bons,

mas que mesmo assim, se aproveite os momentos.

Quando o vento da tarde sinalizar o fim de mais um dia de rotina,

que a noite e as estrelas sejam bem-vindas,

e que se criem novos motivos,

novos momentos para não esquecer.

Momentos que tornem mais belos os sonhos…

E que nos sonhos se leve a certeza de que os momentos passam,

mesmo os bons e maus momentos…

Ah! Eles passam…

O que desejar para o dia?

Que ele não seja apenas repetições,

mas continuações.

E que nessas continuações se aprenda a não cometer os mesmos erros,

mas a se tornar ainda melhor,

apesar das falhas e da tristeza de falhar.

E que quando se despertar novamente,

se lembre de sorrir e de continuar.

E continue…

E continue, mesmo se parecer que nada deu certo,

para que se possa aproveitar as novas oportunidades.

Por isso, deseje apenas mais um dia,

e viva plenamente,

viva plenamente esse dia.

 

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Veja como aliviar o estresse rapidamente e algumas dicas quanto ao que se fazer (padrao.com.br)

O Arrocha: Uma viagem na música brasileira

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Enquanto me esforço para focar no meu texto, um vizinho resolve ligar seu rádio, e eis que surge: uma voz penetrante, uma melodia simples, letras que falam de amor, traição, dor… meu Deus, que sofrência!

Ah, o famoso Arrocha!

De fato, acostumado com os desafios da vida, permiti que minha mente viajasse até o final dos anos 90 e início dos 2000, uma época em que as rádios tocavam canções que já apresentavam características desse estilo musical.

Artistas emergentes criavam suas obras ou faziam versões de clássicos ao som de teclados eletrônicos.

Deixe de lado o preconceito e venha fazer parte desta história também.

Vamos lá…

Origem e influências

O arrocha é um gênero musical originário da Bahia no final dos anos 90, resultado da mistura de seresta, música brega e bolero, e foi influenciado por artistas como Odair José e Reginaldo Rossi, das décadas de 70.

Caracteriza-se por uma instrumentação simples de teclado, bateria eletrônica e saxofone, com letras que exploram temas amorosos.

Lairton e seus teclados se sobressaíram como pioneiros do estilo com a música “Morango do Nordeste” na década de 90. Esta música se tornou uma febre, sendo regravada por cantores de vários estilos.

Promovendo ainda mais a sua popularidade nas rádios da Bahia, artistas como Júlio Nascimento, Tayrone Cigano e o Grupo Asas Livres ganharam espaço pelo Nordeste e pelo Brasil.

Inicialmente associado às classes populares, o arrocha superou barreiras sociais e alcançou grande popularidade. Eventos como o “Reino do Arrocha” foram cruciais para consolidar o gênero na mídia e nas estações de rádio.

Com o passar do tempo, o arrocha evoluiu, mesclando-se com outros ritmos musicais, como o sertanejo, dando origem ao sertanejo arrocha, que combina batidas eletrônicas e teclados com a alma do arrocha.

Hoje, o arrocha continua com sua marcante presença na música brasileira, representando paixão e autenticidade, influenciando diversos gêneros musicais e conquistando novos fãs.

A palavra “arrocha”, que denota “apertar com força” ou “dar um abraço apertado”, se popularizou com o cantor Pablo, um dos precursores do estilo.

Artistas como Pablo, Nara Costa, Silvano Salles e Tayrone Cigano destacaram-se no arrocha, ampliando sua popularidade nacional através de apresentações em programas de TV de grande audiência.

Aceitação

Apesar das críticas iniciais e da resistência de setores elitistas, o arrocha obteve aceitação e reconhecimento, alcançando um patamar inédito na música brasileira. Este gênero musical é notável pela simplicidade instrumental, envolvendo geralmente teclado arranjador, bateria eletrônica e saxofone, com letras que versam sobre romance e sensualidade.

O gênero também exerceu influência sobre a música sertaneja, criando o estilo “sofrência”, o que impactou, até certo ponto, os artistas de arrocha. A sofrência foi vista como sinônimo de arrocha, especialmente quando o cantor Pablo atingiu sucesso nacional em 2014 com a canção “Fui Fiel”, inspirando artistas sertanejos a adotarem o estilo do arrocha.

Enquanto concluo esta jornada pela história, noto como antigas tendências ressurgem, inspirando novos estilos que, em sua essência, são muito semelhantes aos originais, mas que criam trajetórias que perpetuam o legado da arte e da cultura.

Como todos os estilos, o Arrocha pode ser encarado como uma nova roupagem para antigos estilos, que também foram evoluções de outros e outros.

Ao contrário do que muitos pensam, a linguagem deste estilo é a linguagem popular, aquilo que é comum à vida e para ressignificar a vida.

Paixões passageiras, relacionamentos e crises — todo estilo em evidência traz um pouco daquilo que acontece no dia a dia. E para entender o que acontece na sociedade, observe o que trazem as letras das canções: elas trazem muito mais que palavras desconexas ou frases bonitinhas — elas trazem histórias: agradáveis ou não.

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Voo efêmero – um breve encontro

Borboletas no jardim.

Imagem de Bradley Howington por Pixabay

Soube da chegada das borboletas.

O sol estava lindo,

não demoraria.

Preparei o jardim

com as mais belas flores,

elas ficariam

E enquanto a relva ainda era verde

e o orvalho da manhã

acentuava as cores de alegria,

elas partiram…

Borboletas vivem brevemente.

Gilson Cruz

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Você conhece a “River’s B. Band “?

Rivers B Band, a Banda Virtual.

Primeira formação do River’s B Band, com Jeremy and Judah.

Em uma época em que tudo é líquido, e até mesmo aquilo que você deve ouvir é decidido por empresários, não seria surpresa alguma se a resposta à pergunta acima fosse um sonoro ‘NÃO’.

Mas, permita-me falar um pouco desta Banda característica dos anos 1960…

Ah! Mas, como é que deveria saber deles… os Beatles e os Rolling Stones ofuscaram quase tudo?” – você diz.

Mas, calma…deixe-me explicar.

Confira um pouco da trajetória da Banda nas canções abaixo:
The Best of Rivers B Band.

The Best of Rivers B Band.

Ao ouvir você percebe a influência Rock Ballad que dominava as rádios dos anos 1950 a 1960.

Este é um trecho do texto presente no livro
Crônicas do Cotidiano – Um Novo Jeito de Ver
Disponível na Amazon e Clube dos Autores

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© Gilson da Cruz Chaves – Jeito de Ver Reprodução permitida com créditos ao autor e ao site.