O ontem ( um conto simples )

O Início do dia

Acordei meio desesperado, era o dia do meu casamento e quase perdi o horário, de novo.

Levantei às pressas e vi que as coisas estavam bem diferentes.

A casa, a cama, a escrivaninha, o gato, a cachorrinha – não eram mais os mesmos…

Corri até a sala que não era mais a mesma e vi o calendário que não era mais o mesmo, que marcava uma data, que lógico… não era mais a mesma.

As mesmas pessoas passavam com a mesma pressa, fugindo do mesmo calor – torcendo pelas mesmas nuvens de chuva, que certamente não desaguariam …

Parecia o ontem…

Então resolvi fazer um exercício, pensei: – “Acho que já vi este dia…”

E comecei a narrar as coisas de que me lembrava…

“Daqui a pouco, a vizinha vai colocar o lixo no lugar errado novamente…”

“Seu Carlos, o carteiro, vai me trazer a mesma carta… e também vai reclamar do sol e vai me falar de sua aposentadoria que esta se aproximando…”

“Meu amigo Tomaz, retornará da maratona – com mais uma medalha…”

“Ranne fará novamente ( ou pela primeira vez) aquele blues…”

“Paulinho me convidará para o lançamento do livro “Minhas poesias”…”

“O ônibus vai atrasar novamente, então vai dar tempo…”

E as coisas iam acontecendo conforme eu previa – ou sei lá, conforme eu já tinha visto.

Rodrigo me dizia: -“Cara, pensa bem…”

E enquanto ele falava novamente, as mesmas coisas, a minha mente narrava os passos seguintes daquele dia…

As mesmas coisas

O carro atrasado…

Minha mãe desesperada…

A incerteza do futuro…

A certeza de que eu não saberia mais narrar o amanhã.

E novamente. o carro das oito passou às onze e meia, em ponto! Meu Deus, não atrasou nem um segundo!

E entrei no mesmo ônibus, rumo à mesma cidade.

Passando pelas mesmas curvas, ouvindo as mesmas queixas do motorista, que dizia ao Fabrício – o jovem cobrador:

-“A gente não vai ter tempo nem pra almoçar…”

As mesmas pequenas cidades passavam e as mesmas pessoas embarcavam. Por um momento, pensei: -“Acho que vou fazer algo diferente…vou mudar este dia!” – Comecei a contar piadas, entreter os passageiros que riam, a cantar com os bêbados que se divertiam nas últimas poltronas…

E quando me dei conta, foi exatamente isso o que fiz, ontem! Eu estava preso!

Desesperado, pensei em sair do carro, sair correndo e quando levantei, percebi – o ontem não se muda, ainda que acorde nele!

Não daria para mudar o ontem, o ontem já estava moldado.

O futuro ainda era incerto…

Então, resolvi deixar o o ontem acontecer.

Novamente, coloquei o lixo da vizinha no lugar certo, agradeci ao Seu Carlos e desejei a felicidade que ele merecia, após tantos anos de serviço…- Eu não sabia que seu coração não resistiria por mais quatro anos, o futuro era incerto.

Ele faleceria aos 54 anos.

Chorei novamente com o blues na voz do Ranne e me emocionei novamente com as poesias do Paulinho.

Contemplei cada curva da estrada, rindo do incentivo do Rodrigo.

E quando cheguei ao destino, o destino me aguardava com um lindo sorriso.

Chateada, estressada, com uma irmã maluquinha pela casa, enlouquecendo todo mundo…

E as coisas aconteceram novamente naquele ontem cheio de surpresas, que eu não poderia mudar – mesmo que tentasse por milhares de vezes.

E assim para sempre seria a minha vida.

O futuro certamente traria novas e belas histórias, que seriam contadas num dia – como um dia, o ontem.

Veja mais em: O tempo ( Contador de histórias) ‣ Jeito de ver

Se pudesse voltar no tempo

Um por de sol e alguém refletindo. Se você pudesse voltar no tempo e dar um conselho a si mesmo, que conselho daria? - Para reletir.

Imagem de PublicDomainPictures por Pixabay

“Um Abraço ao Passado”

Se você pudesse voltar no tempo e dar um conselho ao você jovem, que conselho daria?

Se isso acontecesse comigo…

Sei que antes de tudo eu me daria um abraço…
Sim, me daria um abraço, pois sinto saudades daquele jovem.
Lembro sua inocência, seus sonhos e até mesmo das besteiras que fez (ou, que fiz!).

…e como foi difícil para ele (para mim).

Diria a ele, (isto é, a mim mesmo) que não tivesse medo de se apaixonar tantas vezes,
E de passar por tolo, várias vezes…

“Permita-se Sentir”

Diria que aquela tristeza seria superada, e que com o tempo ele iria até achar engraçado…

Diria também que não tivesse medo de dançar,
De parecer ridículo, e de ser menino várias vezes na vida…

Diria também que ele (eu) chorasse sempre que tivesse vontade, pois os humanos choram.
E que aquele papo de homens não choram, é conversa de imbecil insensível.
Que ele se (eu me) permitisse chorar.

Ah! Eu diria àquele jovem
Que não tivesse medo do estranho, e que fosse paciente com os carentes…
Pois todos são carentes em alguns momentos.

“Não Tema o Futuro”

Se eu pudesse voltar no tempo
E me dar um conselho
Diria a mim mesmo, que me permitisse amar e ser amado,
Pois, ainda que clichê, amar é um privilégio dos vivos…

E se aquele jovem curioso me indagasse sobre o futuro, eu não o diria.
Diria apenas que não tivesse medo do futuro…
Que não temesse noites sem sono, não falaria a respeito da filha que viria a nascer quando ele menos esperasse…

Não falaria sobre perdas…
As perdas aconteceriam – mas, ele não precisaria saber,
Isso o permitiria amar espontaneamente…

Que não tivesse medo de dizer “eu te amo”
E que não deixasse passar as oportunidades.
Pois, ele ainda teria várias oportunidades, então que amasse…

Não diria que aqueles seus amigos só estariam até a página 12,
E que eles precisariam seguir suas vidas.

Também não falaria dos falsos amigos…
Eles o ensinariam muito sobre a vida…

E que doenças acontecem.
Que se permitisse chorar.
Sorrir…
Mas que não ficasse ansioso,
Pois tudo aconteceria em sua vida…
E ele precisaria disso tudo…

E se ele, isto é, eu chorasse,
Eu o (me) diria…
Não tenha medo… nem fique triste.
Eu vou estar olhando para você, em seus olhos todos os dias,
Todos os dias, esperando para ser quem sou.

Todas as vezes que ele se olhar no espelho.

Veja mais em: Conselhos a um jovem (pra quê a pressa?) – Jeito de ver

Palavras de 2023 – o ano que passou! ‣ Jeito de ver

A indústria armamentista – um tema em debate

Soldados em Guerra. Aidna há muitas guerras em curso.

Imagem de Defence-Imagery por Pixabay

 

A paz em um mundo de conflitos

O conteúdo a seguir apresenta um resumo das pesquisas acerca das guerras e seus impactos na economia mundial e, sobretudo, na vida dos que sobrevivem.

Encorajamos os leitores a realizar uma investigação mais aprofundada utilizando os materiais e links mencionados.

O site Jeito de Ver (Jeitodever.com) defende aquilo que foi expresso nas palavras do pensador, que disse uma certa vez: “Não importam os motivos da guerra, a paz é mais importante que eles.” – John Lennon.


Guerras em andamento

“Além da Guerra na Ucrânia: 7 conflitos sangrentos que ocorrem hoje no mundo” – BBC News Brasil.

O século XX foi marcado por duas guerras mundiais. O site sohistoria.com.br lista as guerras e os respectivos anos – Guerras e Conflitos – Século XX – Só História.

O mesmo site lista os principais conflitos do século XXI – Guerras e Conflitos – Século XXI – Só História. Um desses conflitos, a Guerra do Iraque, foi justificada pela alegação de que o ditador iraquiano Saddam Hussein estava desenvolvendo armas de destruição em massa.

A Guerra do Iraque terminou, o ditador iraquiano foi executado, deixando para trás um legado de destruição, pobreza, ataques terroristas e um país vulnerável a radicais.

De acordo com alguns analistas, o governo dos EUA tinha outras intenções com a ocupação, pois não haviam armas de destruição em massa.

Segundo eles, foram criados vários acordos financeiros para assegurar o controle americano sobre as reservas de petróleo do país.

Mais de cinco anos após a invasão, o Iraque ainda enfrenta sérios problemas de infraestrutura que se agravaram após a guerra.” – História do Mundo.


Os impactos das guerras na humanidade

Ao analisar as guerras, nota-se que, segundo o Brasil Escola, os conflitos do século XX foram responsáveis pela morte de aproximadamente 95 milhões de pessoas globalmente.

A Primeira Guerra Mundial resultou em 15 a 20 milhões de mortes, enquanto a Segunda Guerra Mundial ocasionou 60 a 70 milhões de fatalidades.

Os números são insensíveis ao relatar os milhões que pereceram ou que ainda estão em perigo nos conflitos ao redor do mundo.

Eles não capturam o sofrimento das famílias que perderam entes queridos.

Contudo, permanece uma indagação: qual é o valor da vida de cada indivíduo sacrificado nas guerras? Quem realmente se beneficia com os conflitos?

Quem se beneficia com os conflitos

É intrigante observar que, atualmente, os fabricantes de armamentos estão intensamente comercializando armas ofensivas e defensivas para russos e ucranianos.

A potencial adesão da Ucrânia à OTAN foi vista como uma ameaça e um desafio pela Rússia, o que alguns consideram como a raiz do conflito atual.

“As razões deste conflito, se é que alguma justificativa é válida para uma morte, são detalhadas na seguinte matéria: A possível entrada da Ucrânia na OTAN, a crise na Crimeia e na região de Donbass são fundamentais para entender a guerra entre Rússia e Ucrânia, que começou em 2022.” – Brasil Escola.

“A indústria armamentista tem lucrado significativamente com a Guerra na Ucrânia, mais de um ano após a invasão russa, segundo reportagem da Folha de S.Paulo. As dez maiores empresas de armamentos e munições dos Estados Unidos e Europa registraram um aumento médio de 7,5% no último trimestre de 2022.” – Brasil 247.

Quando nações fornecem armamentos para países em conflito, raramente o fazem por motivos altruístas. É um fato que a maioria dos países investe mais em indústria bélica (defesa) do que em educação, saúde e combate à fome.

Esse preço…

Inúmeras guerras começaram e terminaram, mas deixaram como consequência pessoas com estresse pós-traumático, mutilações e um aumento nos casos de suicídios e homicídios.

Não existe um país vencedor! Somente a indústria armamentista se beneficia.


Um pouco mais de história (mantenha-se acordado!)

Durante a Guerra do Vietnã, um conflito entre socialistas e capitalistas, o governo do Vietnã do Norte expressou o desejo de reunificar o país e incentivou a Frente Nacionalista de Libertação do Vietnã do Sul.

Para decidir a unificação, um plebiscito estava previsto para 1956, com expectativas de vitória comunista. Contudo, em 1955, o primeiro-ministro Ngo Dinh Diem, com apoio dos EUA, realizou um golpe militar, desencadeando uma guerra civil.

Em 1959, forças do Vietnã do Norte atacaram uma base dos EUA no Vietnã do Sul, e em 1963, Diem foi assassinado.

Após o ataque, o presidente John Kennedy começou a enviar tropas americanas, apesar das hesitações dos EUA em se envolver após a Revolução Cubana.

Em 1964, um incidente forjado no Golfo de Tonkin pelo serviço secreto americano levou o presidente Lyndon Johnson a enviar 500.000 soldados para o Vietnã, mesmo sem aprovação do Congresso.

Em números:

  • Vítimas mortais:
    • 4 milhões de vietnamitas,
    • 2 milhões de cambojanos e laocianos,
    • mais de 60 mil soldados norte-americanos.
  • Calcula-se que 2 milhões de vietnamitas fugiram para outros países.
  • Nesta campanha, mais de 3 milhões de militares estadunidenses serviram no Vietnã. Estima-se que a ação militar custou mais de 123 bilhões de dólares, entre custos da guerra e investimentos no Vietnã do Sul – Toda Matéria.

A Guerra do Vietnã recebeu ampla cobertura dos meios de comunicação, que divulgaram mundialmente barbaridades como ataques com agentes químicos, encarceramento em campos de concentração e o massacre indiscriminado de civis.

Nos Estados Unidos, o retorno de soldados mutilados e traumatizados intensificava a percepção negativa da opinião pública sobre o conflito. Manifestações pacifistas tomaram as ruas dos EUA e de outros lugares do mundo, pressionando pelo fim dos conflitos e pela retirada das tropas.

A Guerra e o “Filho de Sorte”

Vietnam. Crianças correm de bombardeio.

Nick Ut World Photography Day

Nos Estados Unidos, o retorno de soldados mutilados e traumatizados intensificava ainda mais a percepção negativa da opinião pública sobre o conflito.

Assim, as manifestações pacifistas tomaram as ruas dos EUA e de outros lugares do mundo. Com protestos, multidões pressionavam pelo fim dos conflitos e pela retirada das tropas. – Guerra do Vietnã: resumo, motivos e participantes (Toda Matéria).

Neste contexto, em 1968, John Fogerty, da banda Creedence Clearwater Revival, compôs uma obra-prima do rock ‘n’ roll em apenas 20 minutos: a canção “Fortunate Son” (Filho de Sorte, em tradução livre). A música critica como alguns nascidos em situações privilegiadas, filhos de políticos e pessoas influentes, não precisam enfrentar os horrores da guerra.

“Era 1968, no auge da Guerra do Vietnã. Movido por sentimentos de raiva e indignação, surgiu um movimento: o movimento hippie.

Jovens criticavam o governo e as políticas que os forçavam a lutar em uma guerra que não era pelo seu próprio país. A música ‘Fortunate Son’ nasceu nesse contexto.”

John Fogerty estava furioso por ser obrigado a se alistar na guerra, enquanto aqueles que a promoviam não enfrentariam o mesmo destino. C

omposta em 20 minutos e parte do álbum Willy and the Poor Boys (1969), Fortunate Son é considerada uma das maiores músicas do movimento anti-guerra. – Monomaníacos.

Sim, os filhos desafortunados recebem no peito uma medalha, quando não uma bala ou uma placa hipócrita de elogios à sua bravura.

Leia também:

E esquecemos as Guerras … ‣ Jeito de ver

 

Romântico (Uma poesia simples)

 

 

Ser romântico

É poder sonhar, ao menos um pouco,
e planejar,
mesmo sabendo que a realidade não é um sonho.

É acreditar que é possível,
é ter uma razão para ser otimista
quando as luzes apagam
e acreditar na luz
quando outros se escondem na escuridão.

É acreditar…

Ser romântico é parecer tolo
aos insensíveis,
cegos aos hedonistas
e irreal aos vazios de alma,
aos que sobrevivem apenas ao dia.

É ter no riso uma razão a mais,
e nas palavras algo certo a dizer,
nas mãos a simplicidade,
mas ter algo,
ter algo sempre…

Ser romântico
é não desejar mais que o possível,
é não desprezar o que se tem.
Sim… é amar o que se tem.

É poder sonhar e lutar
quando outros se escondem,
e talvez parecer tolo aos insensíveis.

É valorizar o riso da pessoa amada…
e amar tudo, tudo que se pode ter.

 

Leia mais Versos sem destino ( um conto ) ‣ Jeito de ver

 

Trem da vida (uma mensagem simples)

Trilhos. Uma poesia sobre passageiros no trem da vida.

Imagem de dae jeung kim por Pixabay

 

Você nunca sabe se aquele aceno

foi um até breve

ou um adeus

Ou se o seu primeiro amor

será o seu eterno amor.

Você nunca saberá se aquele riso lindo

escondia uma história triste e não quis contar

– para que seu dia fosse mais belo.

Ou mesmo, o que se escondia por trás daquelas lágrimas.

Você não saberá se os tapinhas nas costas

eram sinceros ou apenas afagos vazios.

Ou se as pessoas caladas eram frias

ou se precisavam apenas de um momento de silêncio.

Você jamais saberá se a paisagem da janela

se transformará amanhã

ou se a pessoa amada estará lá, te esperando…

pra sempre!

Pois, esse trem é a viagem da vida,

sinuosa estrada…

Lentamente, o cenário mudará

apagando então os detalhes, que você não viu até o momento

E aos poucos, o fim de linha se aproxima….

E que na bagagem, se leve o amor ao sair de casa

o beijo dos até breves

O olhar do primeiro encontro…

e o sonho de voltar…

Enquanto as cabecinhas de nossas crianças ainda dormem, em casa

e nosso amor nos mantém acordados

Enquanto aguardamos o mesmo abraço que deixamos

quando tivemos que partir…

Veja mais em Se pudesse voltar no tempo ‣ Jeito de ver

 

 

O oitavo dia (Um dia terrível! )

A destruição e a tentativa de golpe de 8 de Janeiro de 2023. O que se via era cidadãos de bem dispostos a destruir tudo o que vissem pela frente…

Imagem de wendy CORNIQUET por Pixabay

Tive um sonho ruim…

Os policiais olhavam perplexos…
Não havia nenhum trabalhador protestando contra a reforma da previdência,
como atirar?

Não havia professores a pedir melhoras salariais
e um tratamento digno,
o que fazer?

Não havia alunos protestando contra a farinata,
a ração para alunos…
como usar a força necessária?

Não havia ninguém pedindo reforma agrária,
nem Herzogs, Jobins,
ou estudantes de medicina lutando por liberdade e dignidade.

Então, como agir?

O que se via era cidadãos de bem
dispostos a destruir tudo o que vissem pela frente…
Tudo o que, a duras penas,
fora construído com luta e impostos.

Dispostos a rasgar leis,
destruir obras de arte
e até mesmo roubar portas.

Eram cidadãos de bem,
desrespeitando aquilo que os humanos civilizados
lutaram por um dia, de 21 anos.

Poucos policiais tentaram cumprir suas missões,
mas foram derrubados de suas montarias
e talvez espancados.
E os outros, o que poderiam fazer,
se eram homens de bem?

E o exército levantou sua voz:
“Não serão presos, são pessoas de bem!”

E no oitavo dia,
passei a temer as pessoas de bem.

Então, assustado, acordei!

Publicado originalmente no blog nojeitodever.
Oitavo dia… – Jeito de ver (wordpress.com)

Vamos brincar de índio? (Informativo)

Pequenos indígenas. Cerca de 3,5 milhões de índios habitavam o Brasil na época do descobrimento.

Imagem de Kátia por Pixabay

A matéria a seguir resume a história e as consequências da exploração gananciosa e irresponsável durante a colonização, apenas estimular o interesse do leitor.

O Jeito de Ver recomenda a leitura do conteúdo nos links, que certamente acrescentarão conhecimento detalhado e suporte ao estudante. Agora, vamos ao assunto:

Uma velha canção

Este artigo evoca uma canção interpretada por Xuxa, que, se você já foi criança, certamente se lembrará.

A obra, criada por Michael Sullivan e Paulo Massadas em 1988, tem melodia vibrante e a voz suave da cantora, mas a letra traz um contraste: narra o cotidiano numa tribo, seus rituais e a luta pela sobrevivência, enquanto expressa o desejo do indígena de recuperar sua paz.

Ele clama por não ser mais visto como nos antigos filmes de faroeste — um vilão, um selvagem.

Outra velha canção…

Como cantou Edson Gomes:

“Eu vou contar pra vocês, uma certa história do Brasil…”

Vamos focar nos povos indígenas, por ora.


Um pouco de História

Em 22 de abril de 1500, os portugueses chegaram a esta terra “que tudo dava” — e, se não desse, seria tomado à força. Alguns ainda chamam esse evento de “descobrimento do Brasil”.

O contexto europeu

Entre 1383 e 1385, Portugal vivenciou um período de estabilidade política, que favoreceu o crescimento comercial e avanços na navegação. A localização geográfica do país permitia acesso facilitado às correntes marítimas do Atlântico, e Lisboa floresceu como centro comercial.

Após a queda de Constantinopla em 1453, os europeus buscaram novas rotas para o Oriente. Portugal liderava as Grandes Navegações, destacando-se no comércio de especiarias — produtos como pimenta-do-reino, noz-moscada e incensos, altamente valiosos no mercado europeu.

A chegada dos espanhóis à América, em 1492, intensificou a disputa territorial. Foram criados dois acordos importantes: a bula Inter Caetera (1493) e o Tratado de Tordesilhas (1494).


Pedro Álvares Cabral e o início da ocupação

Nesse cenário, Portugal organizou uma nova expedição, liderada por Pedro Álvares Cabral, cavaleiro da Ordem de Cristo desde 1494.

Sua frota partiu de Lisboa em 9 de março de 1500, com 13 embarcações e entre 1200 e 1500 homens. Apesar de sua limitada experiência, foi o escolhido, em vez de navegadores renomados como Bartolomeu Dias.

Em 22 de abril, avistaram terras, conforme relatado por Pero Vaz de Caminha:

“Avistamos terra! Primeiro, um grande monte, muito alto e redondo… Monte Pascoal. À terra, o Capitão deu o nome de Terra de Vera Cruz.”


Os primeiros contatos

No dia seguinte, o capitão enviou homens à terra. A primeira expedição foi liderada por Nicolau Coelho, e o contato inicial com os indígenas foi pacífico.

Pero Vaz de Caminha descreveu:

“Eles eram pardos, todos nus, com arcos e flechas. Tinham bons rostos, nariz bem-feito e lábios perfurados com ossos brancos inseridos, que não atrapalhavam a fala nem a alimentação.”

Houve troca de presentes. Alguns indígenas foram levados ao navio, mas rejeitaram a comida e o vinho oferecidos.

Bonitinha a história, não?


A história real

O site Mundo Educação complementa:

A colonização portuguesa no Brasil foi marcada pela submissão e extermínio de milhões de indígenas — algo que também ocorreu em outras colônias europeias.

Durante as Grandes Navegações (séculos XV e XVI), os principais objetivos da Coroa portuguesa eram lucro comercial e obtenção de produtos exóticos para a Europa.

Os indígenas, tratados pejorativamente como “selvagens”, foram forçados a trabalhar. Historiadores tentam suavizar o impacto desse encontro chamando-o de “encontro de culturas”, mas o que houve foi, na verdade, um desencontro de culturas.


O desencontro de culturas

A colonização foi marcada pelo extermínio e subjugação dos nativos, seja por meio de conflitos, seja por doenças trazidas pelos europeus, como gripe, tuberculose e sífilis.

No século XVI, os portugueses estabeleceram feitorias e extraíram pau-brasil, usando mão de obra escravizada indígena.

Mas os indígenas resistiram — muitos fugiram para o interior. Com o fracasso da escravidão indígena, os portugueses passaram a explorar a escravidão africana.

“Os nativos não querem trabalhar…” era o que se dizia.
(Já ouviu algo semelhante sobre os brasileiros? Quem, afinal, quer ser escravizado?)


O extermínio dos povos indígenas

Na época da chegada dos portugueses, cerca de 3,5 milhões de indígenas viviam no Brasil, divididos em quatro grandes grupos linguístico-culturais: tupi, jê, aruaque e caraíba, com predominância tupi.

A tragédia não ficou no passado: a mineração ilegal continua matando. O uso de mercúrio contamina solo e águas, causando desnutrição e morte em terras indígenas.


Tempos de corrupção e desinformação

Vivemos tempos em que desinformação e discursos preconceituosos ganham espaço.

Um ex-jornalista, por exemplo, questionou por que cerca de 18 mil Yanomami vivem em uma área do tamanho de Pernambuco e ainda sofrem de fome — como se a culpa fosse deles.

“Lembra-se da velha narrativa dos nativos preguiçosos?”

Mas o que se omite é que suas terras estão contaminadas, os peixes morreram, e o que se planta não prospera. O que prospera, causa morte.

“Homem branco tem pensamento equivocado!”
(Como diriam os indígenas nos antigos filmes americanos, agora com sotaque brasileiro.)


Reflexão

E quanto aos nossos representantes?

Continuarão emitindo notas de repúdio enquanto enriquecem às custas dos bestializados, que jamais entenderão uma simples canção infantil.


📚 O Jeito de Ver recomenda a leitura dos conteúdos nos links ao longo do texto, que certamente acrescentarão conhecimento detalhado e apoio ao estudante.

 

Fonte:

Escravidão indígena: contexto, causas, resistência – Brasil Escola (uol.com.br)

Portugueses e indígenas: encontro ou desencontro de culturas? (uol.com.br)

As sociedades indígenas brasileiras no século XVI (rio.rj.gov.br)

– Último censo do IBGE registrou quase 900 mil indígenas no país; dados serão atualizados em 2022 — Fundação Nacional dos Povos Indígenas (www.gov.br).

Fonte : Descobrimento do Brasil: contexto, curiosidades – Brasil Escola (uol.com.br)

Saiba mais em Os índios e o velho Oeste (História) – Jeito de ver.

Aqueles olhos – Apenas mais uma poesia

Uma jovem em um jardim. Uma poesia sobre os olhos inesquecíveis.

Imagem de Екатерина Александровна por Pixabay

Gilson Cruz

Jamais me esquecerei,

aqueles olhos que traziam brilhos de esperança

Não eram pretos, como a noite

castanhos, ou azuis como o céu no verão…

eram verdes

Mas, não era um verde qualquer

era um verde que apaixonava

cada vez que sorria.

Que me fazia esquecer das letras de músicas

dos poemas que escrevia…

e que me fazia tímido…

Ah! não bastavam serem verdes

eram também mágicos…

Falavam milhares de coisas – sem palavras

Traziam melodias prontas – mesmo sem notas

Fazia que desejasse que os segundos, fossem séculos…

Triste, que até mesmo séculos passam…

Mas, sinto falta daquele olhar

que trazia brilhos de esperança,

melodias, desejos e poesias…

E que não eram pretos, lindos como a noite

ou castanhos como eram seus cabelos…

Eram verdes…

Sim, eram verdes.

Leia mais em Teus olhos verdes (Menina) – Jeito de ver

Depressão – como ajudar? (Informativo)

A depressão. Como a Depressão Afeta as Pessoas? Como podemos ajudar?

Imagem de Anemone123 por Pixabay

Contrário ao que muitos ainda podem pensar, a depressão não é uma fraqueza pessoal, mas sim uma doença.

Considerada o mal do século, essa enfermidade afeta cerca de 350 milhões de pessoas em todo o mundo, causando impactos significativos nas atividades diárias daqueles que a enfrentam (Fonte: Depressão: saiba mais sobre o mal do século XXI (apsen.com.br)).

Como a Depressão Afeta as Pessoas?

O transtorno depressivo maior pode impactar a vida em diversos aspectos. Os sintomas podem variar, incluindo ansiedade, apatia, desesperança, perda de interesse ou prazer em atividades, falta de concentração, solidão, tristeza, entre outros. Vale ressaltar que a presença de alguns desses sintomas não necessariamente indica a presença da depressão. Um diagnóstico médico é fundamental.

Sintomas e Prejuízos Associados à Depressão

Os prejuízos associados à doença estão intimamente ligados à presença dos sintomas depressivos. Esses sintomas podem afetar diretamente a forma como o indivíduo se relaciona com os outros, fragilizando seus vínculos sociais e comprometendo o engajamento em tarefas essenciais do dia a dia. Isso pode levar a hábitos de vida menos saudáveis, aumentando a vulnerabilidade a outras doenças (Fonte: Depressão: saiba mais sobre o mal do século XXI (apsen.com.br)).

Como Lidar com a Depressão

É crucial compreender que a depressão é uma doença e, portanto, deve ser tratada como tal. Ao lidar com pessoas deprimidas, evitar comentários superficiais e oferecer suporte real é essencial. (Fonte: medley.com.br)

  1. Ouvir e Acolher: Prestar atenção ao que a pessoa tem a dizer, sem desmerecer sua condição, é fundamental. Oferecer suporte com empatia e sem julgamentos é uma das melhores formas de ajudar.
  2. Buscar Ajuda Profissional: Estimular a procura por um profissional de saúde é crucial. Acompanhar e oferecer suporte nesse processo pode ser um passo importante.
  3. Desencorajar o Uso de Álcool e Drogas: Evitar estimular o consumo de substâncias que podem agravar o quadro depressivo.
  4. Incentivar a Atividade Física: A prática de exercícios físicos pode auxiliar no tratamento da depressão, melhorando o humor e a qualidade de vida.
  5. Promover a Socialização: Estimular a pessoa em tratamento a socializar-se gradualmente, apoiando-a nesse processo.
  6. Reforçar a Importância do Tratamento: Transmitir que a depressão é tratável, mesmo que inicialmente pareça desafiadora.
  7. Não Ignorar Comentários Suicidas: Levar a sério e encorajar a busca por ajuda profissional imediata diante de quaisquer indícios de pensamentos suicidas.

A depressão não é uma fraqueza nem “vitimismo”. Trata-se de uma doença séria que requer cuidados especializados (Fonte: Jeito de Ver).

É altamente recomendável a leitura completa dos artigos citados nos links fornecidos. Essas fontes oferecem informações detalhadas e cruciais sobre a depressão, uma doença que merece ser compreendida e tratada com seriedade.

O dia a dia (Um poema simples)

O maratonista e sua rotina, em uma poesia.

Imagem de kinkate por Pixabay

Gilson Cruz

A madrugada

os pés

os passos que se alternam

a velocidade

A estrada

O caminho

as curvas

as nuvens

o sol

eu sozinho

O suor

O cansaço

A alegria

O melhor

A meta

Os sonhos

A vida

A seta

Correr

Sentir o vento

Tocar os sonhos

Respirar…

Viver…

Veja mais em O dia a dia (Mais um poema simples) – Jeito de ver.

© Gilson da Cruz Chaves – Jeito de Ver Reprodução permitida com créditos ao autor e ao site.