Carol – As flores ao redor

Imagem de myeongae lim por Pixabay

Há perguntas que só o amor sabe responder. Escrevi este poema para minha sobrinha Carol, tentando mostrar que o amor e a ternura que tanto buscamos no mundo, muitas vezes, já habitam dentro de nós. É um convite à delicadeza, à coragem de sonhar e à confiança no próprio caminho — mesmo quando ele parece longo.

Porque, no fim, o amor mais bonito não se encontra: ele acontece, suavemente, no nosso jeito de ser.

POEMA PARA CAROL

Se você me perguntasse

Onde se esconde o amor mais lindo

E a ternura mais bela do mundo

Eu responderia…

Não está tão distante

quanto o vento frio faz parecer

Nem tão perto

que não se exija um porção de esforço…

Mas principalmente,

te mostraria um caminho…

E esse caminho pode ser longo…

As pequenas pedras podem machucar os pezinhos

e desviar os seus olhos da beleza

das flores ao redor

E na caminhada,

O mundo perde o sentido,

As coisas podem perder o sentido.

Andar na estrada

Parece difícil para quem merece voar…

Mas, os pensamentos voam

Não é verdade?

Por isso, não tenha medo do ar, do mar, da altura…

Pois os sonhos alcançam

Os pensamentos possíveis.

Onde amores perfeitos

Desejam nascer

E a ternura mais bela do mundo

Acontece num riso.

Mas, se ainda insistir em perguntar

Te responderia, calmamente

Carol…

O amor mais lindo

E a ternura mais bela

Estão juntos no seu jeitinho de ser.

Não procure tanto…

Deixe acontecer.

Apenas pra rir…

Leia também: Os sonhos de Lay ( Novas histórias a contar) ‣ Jeito de ver

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TRISTEZA DE INVERNO ( Canção de solidão)

Imagem de Lorry McCarthy por Pixabay

 

TRISTEZA DE INVERNO

 

A fria chuva fina cai

Lenta, calma

Posso ouvir o cair delicado dos pingos.

Torturantes.

As montanhas se encolhem na névoa

E as folhas das árvores

tentam proteger o solo.

Não há proteção.

Os passarinhos se escondem

Seu canto não traz mais a alegria,

mas, lamento.

Não há gente nas ruas

Ou mesmo um tímido sol.

Os velhos livros imploram…

Querem ser revisitados

Assim como as memórias de Agosto

Não abandonam o meu dia.

Preso,

Dentro de mim

de recolho ao canto,

onde se escondem as lembranças

Buscando bons momentos

que não aquecem meu coração

Que se recusa a abandonar

a dor, o medo, os momentos

Esfriando a minha alma

Como o inverno lá fora.

Leia também: Escrever ( Os motivos da vida) ‣ Jeito de ver

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O louco e a lua (Contos de solidão)

O louco e a lua

Iluminado, sob um céu estrelado, ele se perdia entre o brilho da lua e das estrelas e o sopro do vento norte.
As pessoas diziam: “É um louco”, pois com as mesmas velhas roupas sujas, maltrapilhas, e um bastão castigado pelos anos, vivia o seu dia a andar pelas ruas da cidade.
Todos sabiam o seu nome, mas os anos pareciam não passar.

Ninguém percebia em sua face um novo traço ou em seus cabelos uma nova cor, mas sabiam que dia após dia, pelas ruas da cidade estaria ele, caminhando lentamente, como que contando seus passos…
… pois talvez não houvesse histórias pra contar.

Mas, por quanto tempo ele esteve lá?
Quantas vezes presenciou o nascer e o pôr do sol? Ou quantas estrelas conseguiu contar?
Talvez soubessem de onde veio, mas onde iria?
Ria ao sentir-se amado e irritava-se quando se sentia ameaçado.
Queria saber as horas… mas, para quê?
Sem passado pra contar, qual seria seu futuro?

Talvez buscando esse futuro saiu pelas ruas, olhando as estrelas pela última vez.
E as pessoas, ao acordarem da paz de seus sonhos, viam uma rua vazia… cheia de pessoas vivendo a pressa de seus dias.
Onde está ele?
Perguntaram-se no abrigo de seus lares, enquanto a lua vigiava o silêncio esquecido do louco que a amava.

E os dias se passaram…

Não se formaram grupos de buscas como em sociedades organizadas, é verdade. Mas todos queriam saber.
E foi sob o sol de inverno, vazio de lembranças e de pensamentos, que o encontraram.

Todos se lembraram dele.
Escreveram mensagens de conforto a uma família de que não se ouvia falar.
Muitos choraram nas ruas.

E nos dias que se seguiram, procurando e enviando preces desde o abrigo de seus lares, receberam o desfecho da história do louco…
Mas, que apenas a lua viu.


Leia também: Pobre Pedro ( e o tempo que passou.) ‣ Jeito de ver


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Mas, apenas a lua viu. A lua testemunha.

Imagem de Bruno por Pixabay

Pobre Pedro ( e o tempo que passou.)

alt= Homem solitário à beira do mar.

Imagem de Engin Akyurt por Pixabay

Sinopse
A poesia “Pobre Pedro” retrata a solidão e o abandono de um homem incompreendido pela sociedade. Entre julgamentos apressados e a indiferença cotidiana, Pedro, fragilizado pelo desemprego e pela doença, vê a vida escapar em silêncio. Uma narrativa poética que expõe o contraste entre a dureza dos olhares alheios e a dor invisível de quem sofre sozinho.

Pobre Pedro

O galo cantou,
Despertador gritou,
O vizinho resmungou,
Mas Pedro não acordava.

O cachorro latia,
O circular se contorcia,
E mesmo com o barulho do dia,
Ele não despertava.

Pobre Pedro,
Do emprego dispensado,
Vivia agora abatido,
Sempre havia trabalhado.

O olho sequer
Fechava,
A realidade em confusão
Com os sonhos que sonhava.

“Que noite foi essa?” — diziam.
“Irresponsável, curtiu à beça,
Vive sem pressa…”
E ele, nem se importava.

Deixaram pra lá,
Pra que se importar?
Saíam dizendo:
“Vagabundo, vai trabalhar!”
E o pobre Pedro nada fazia.

Os dias passaram,
Já não se importavam
Se o sol nascia,
Se as portas fechavam.

Maldiziam:
“O boêmio,
O irresponsável,
O vagabundo,
O pobre Pedro…

… o defunto.”

Sozinho nas agonias,
Sem ajuda, sem nada,
Viu a vida escapar pela janela,
Enquanto o dia passava.

Pobre Pedro…
Ninguém o entendia.

Se você é apaixonado por poesias recomendo um excelente blog:

Blog dos Poetas – Poemas selecionados de escritores famosos e consagrados

Leia também Um bom rapaz – uma crônica. ‣ Jeito de ver

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A ilusão do brilho… Vaga-lume.

alt="Ouriço escondido entre folhas secas no outono"

Imagem de Anthony Jarrin por Pixabay

Introdução:

Às vezes, é no silêncio da noite e na simplicidade de um jardim que surgem as reflexões mais profundas.

Entre formigas silenciosas, grilos repetitivos e o brilho passageiro de um pirilampo, este pequeno texto convida à contemplação da vida que pulsa discretamente à nossa volta — e dentro de nós.

Nesta breve alegoria, o vaga-lume se torna símbolo da efemeridade do brilho, da ilusão de grandeza, e da fragilidade dos instantes em que buscamos ser mais do que somos.

Será que, ao brilhar, deixamos de ver o mundo?
Será que a verdadeira duração da vida está nos momentos em que apenas existimos, sem precisar encantar?

Convido você a vagar por esse jardim noturno de pensamentos, onde até a menor luz pode carregar um universo de sentidos.

 

A ilusão do brilho… Vaga-lume

Na escuridão da noite, no pequeno jardim, brilha o pirilampo.

De vaga luz, flutuando entre outros que apenas se encantam com o seu luzir confunde-se com o piscar das estrelas no infinito.

As formigas em silêncio, constroem as suas vidas.

Os grilos cantam as mesmas canções, falta-lhes inspiração?

No jardim a vida continua e enquanto pisca, não vê o mundo ao redor…

Vaga-lume….

Pirilampo…

Vives bem mais enquanto não brilhas…

O teu brilhar é passageiro

Dias? Semanas?

Teu céu finito…

Não és uma estrela.

Vaga…

Vaga-lume.

Leia também: Voo efêmero – um breve encontro ‣ Jeito de ver

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Reconciliação (Coisas do passado)

Imagem de Otávio Trinck por Pixabay

Reconciliação (Coisas do passado)

Dona Maria
Sentada à porta
Na porta
algumas chaves
E entre as chaves
a mais antiga,
de aro bordado
e de cor escura
Que lhe abre os segredos

No baú escuro
Fotografias desbotadas
Memórias desbotadas
de momentos felizes
E segredos velados
De uma noite sob o luar
O convite para dançar
Até o adeus repentino…
de momentos
Que se prefere esquecer.

Dona Maria
suspira
revira a fotografia
Procura personagens
presos na memória
Até onde a memória vai ?
Não tão longe quanto os sonhos…

Do baú escuro
Retira a fotografia
e beija silenciosamente…
Olhando para o céu
suspira como numa prece
Como num desabafo
Por apenas mais um momento
Um reencontro.
rogando a paz
para o presente
para o futuro…e dorme
no mundo que sonhou encontrar…

Fazendo as pazes com o passado.

Leia mais: Varandas vazias e tradições perdidas ‣ Jeito de ver

 

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Enquanto a Música Tocava ( O Fim do Baile)

alt= O cantor e a bailarina.
O amor nos antigos bailes

Enquanto a música tocava

Dentre as poucas coisas que consigo me lembrar, estão ainda os cabelos negros, dançando ao som da música, e eu torcia para que a música jamais acabasse.

Era como se o sonho fosse real e estivesse lá, ao alcance das mãos…

Este é um trecho da crônica presente no livro
Crônicas do Cotidiano – Um Novo Jeito de Ver
Disponível na Amazon e Clube dos Autores

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Um poema para Brenda (Com H de “hoje”)

Um poema para Brenda.

Imagem de beasternchen por Pixabay

Brenda

Por que a luz se esconde à noite
E as palavras somem no silêncio?
Por que o riso se recolhe
no momento mais necessário?
Ah! Brenda
Se eu pudesse te explicar a vida
De modo simples,
Te diria que o céu é azul
Pra acalentar teus sonhos
E que a lua prata
Brilha para te mostrar o caminho…
E no final do caminho
Depois de cantarem os grilos
E as estrelas se esconderem
Há uma nova estrada…
Talvez, não tão diferente…
Pois diferentes são os olhares
Os passos e as esperas
A beleza estará sempre no olhar
As histórias,
nos passos…
E é na espera que se cresce e vive
o amor.
Te diria que a escuridão da noite
É prenúncio de um dia de luz
E que as palavras se calam…
Para que o silêncio

fale o que em palavras não se pode dizer…
Por isso, Menina
Olha o céu azul…
E se um dia estiver cinza…
Permita que o teu sorriso
O ilumine…
E lumine…
Brenda.

Leia também Quando o Amor Começa o Dia ‣ Jeito de ver

Do autor:

Um poema para Brenda (Com H de ‘hoje’)” é uma delicada reflexão poética sobre o crescer, o tempo e os sentimentos que se escondem nos silêncios da vida.

Com imagens que evocam a noite, o céu, a lua e o riso que às vezes se perde, o texto convida à escuta interior e ao acolhimento das dúvidas que surgem no caminho.

É um gesto de amor que procura suavizar as incertezas, lembrando que até os dias cinzentos podem ser iluminados por um sorriso.

Mais que um poema dedicado, é um lembrete de que a beleza está no olhar — e que, mesmo quando tudo parece calar, o amor continua a falar suavemente.

Querido leitor:

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Rabiscos e memórias (traços do tempo)

Uma breve reflexão poética sobre o tempo

Imagem de Petra por Pixabay

Talvez eu seja apenas um velho

Com pensamentos gastos, sonhos empoeirados e ideias que não foram aproveitadas

Talvez um velho livro de páginas em branco, rabiscos mal sonhados, de velhas memórias apagadas…

Talvez eu seja O velho traço de um sonho que não durou uma noite inteira ou a velha luz de uma estrela que se espalhou como poeira

E na vastidão deste universo Insisto em velhas ideias, velhos sonhos e em velhos versos

E este velho livro, sem palavras, sem verbos, sem frases descansa, na estante do tempo guardando velhos segredos, motivos desbotados e eternos ideais…

No canto da memória de quem ama o que viveu…

Leia também Voo efêmero – um breve encontro ‣ Jeito de ver

Géssica ( Como num dia de Domingo)

Um poema para Géssica

Imagem de Kev por Pixabay

Dedicado a Géssica —
com amor, para que ela saiba
que há um sol por trás das nuvens
e um tio que a vê, sempre,
como no primeiro domingo.

Gel,

o que te falar dos dias de domingo?
Que as flores nos jardins sorriem
nas suaves chuvas de primavera?
Ou que crianças
ainda brincam nos velhos parques?

Ah, Gel,
se eu puder te contar,
te contaria que, nos mesmos velhos jardins,
novas crianças cantam,
assim como você costumava fazer,

e se encantam com novos “tulílis” —
como você chamava os arco-íris,
quando “arco-íris” era impronunciável…

E que os dias vão e vêm,
e a infância, como os dias inconstantes,
vai e volta em momentos
— apenas para nos lembrar que não podemos parar.

Que não se pode desistir dos sonhos.
Que as descobertas alegram, entristecem…
mas jamais nos deixam indiferentes.

Géssica,
eu te diria
que, mesmo por detrás das nuvens, há um sol
brilhando, orgulhoso, dizendo sem palavras:

Neste meu dia, ela nasceu…

É domingo.

Domingo.

Leia também: Os sonhos de Lay ( Novas histórias a contar) ‣ Jeito de ver

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© Gilson da Cruz Chaves – Jeito de Ver Reprodução permitida com créditos ao autor e ao site.