Independência do Brasil – Uma História

Imagem idealizada do grito do Ipiranga

Pintura de Pedro Américo, 1888.

Independência do Brasil – Uma História Mal Contada

Nos bons tempos de escola, lembro da professora com olhos marejados, apontando o quadro de Pedro Américo, de 1888, narrando com emoção os eventos que levaram até as margens do Rio Ipiranga onde o Grande Dom Pedro I, deu o famoso grito: ” AAAiiiiiiii…”

Bem, não foi bem isso que ela ensinou, ela não poderia.

“Independência ou morte!” – foram as palavras do Imperador.

O segundo grito foi tão verdadeiro quanto o primeiro!

O fato é que as pessoas frequentemente embelezam a história para criar uma identidade própria.

No entanto, a verdadeira história desmistifica certos heróis e auxilia na compreensão mais profunda da estrutura atual da sociedade brasileira.

A Construção dos Heróis na História da Independência

A história da independência do Brasil é comumente contada de forma romantizada, especialmente na maneira como heróis são retratados.

Este é um trecho do texto presente no livro
Crônicas do Cotidiano – Um Novo Jeito de Ver
Disponível na Amazon e Clube dos Autores

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Setembro – História e curiosidades ‣ Jeito de ver

Nos 200 anos da independência do Brasil, conheça mitos e verdades sobre o 7 de setembro | National Geographic (nationalgeographicbrasil.com)

Setembro – História e curiosidades

Histórias e curiosidades do mês de Setembro

Imagem de yeon woo lee por Pixabay

Setembro é um mês especial. Por essas bandas, o frio se despede, dando início ao primeiro verão, ou primavera.

Setembro também traz o sorriso de Bell, minha irmã mais nova, que nasceu neste mês, no dia 16, assim como as saudades da minha irmã Léia, que também nasceu no dia 17 e que, neste mês, passou a viver apenas nos meus sonhos e memórias.

Setembro é também marcado como o mês dos atentados terroristas ao World Trade Center.

Que tal mergulharmos um pouco na história deste mês?

Apresentando…

Setembro é o nono mês do ano no calendário gregoriano, com duração de 30 dias.

Seu nome tem origem na palavra latina “septem” (sete), pois era o sétimo mês no calendário romano, que originalmente começava em março.

A introdução dos meses de janeiro e fevereiro em 451 a.C. reposicionou setembro como o nono mês do ano.

No hemisfério norte, setembro marca o início do outono, enquanto no hemisfério sul, é o início da primavera, sendo sazonalmente equivalente a março no hemisfério norte.

Em 21 ou 22 de setembro, ocorre o equinócio de setembro, quando o Sol cruza o equador celeste rumo ao sul, sinalizando o começo do outono no Hemisfério Norte e da primavera no Hemisfério Sul.

História

Historicamente, setembro era dedicado ao deus romano do fogo, Vulcano, devido às altas temperaturas associadas ao mês quando ainda era o sétimo mês do calendário.

Os anglo-saxões também o chamavam de “Gerst Monath” (mês da cevada) e “Haefest Monath” (mês da colheita), refletindo sua importância agrícola.

Acontecimentos na história

Setembro é rico em simbolismo e eventos históricos.

Em 1752, o Império Britânico omitiu 11 dias no mês, entre os dias 2 e 14, ao transitar do calendário juliano para o gregoriano.

O 1º de setembro de 1939 marca o início da Segunda Guerra Mundial, com a invasão da Polônia por Adolf Hitler.

Já em 11 de setembro, o mundo relembra dois eventos trágicos: os ataques terroristas nos EUA em 2001, que causaram a morte de 2.996 pessoas, e o golpe militar no Chile em 1973, liderado por Augusto Pinochet.

Mês de conscientização

Além disso, setembro é conhecido por suas campanhas de conscientização.

A campanha Setembro Amarelo, adotada no Brasil em 2015, visa prevenir o suicídio, conscientizando sobre a saúde mental e reduzindo o estigma associado a transtornos mentais.

Ela foi inspirada pela história de Mike Emme, um jovem que cometeu suicídio aos 17 anos, em setembro de 1994, nos Estados Unidos.

A campanha é simbolizada por fitas amarelas, e dados alarmantes da Organização Mundial da Saúde (OMS) revelam que mais de 700 mil pessoas morrem por suicídio anualmente no mundo. No Brasil, a taxa média é de 14 mil suicídios por ano.

Um mês cultural

O mês de setembro também tem relevância cultural e social.

É marcado pelo início do ano letivo em muitos países do hemisfério norte, além de abrigar o famoso Festival de Cinema de Veneza. Nos Estados Unidos, setembro é o mês nacional do mel, do frango e do piano.

As pedras de nascimento associadas a setembro são a safira e o lápis-lazúli.

Em resumo, setembro é um mês cheio de histórias, tradições e peculiaridades que vão muito além do que geralmente se conhece, destacando-se tanto por seu significado histórico quanto por seu impacto cultural e social.

Um setembro cheio de histórias para você…

Fonte: Wikipedia

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O árbitro perfeito -uma crônica futebolística

A crônica bem humorada de Aristóbulo -o árbitro perfeito

O mais querido venceu – uma crônica.

O Árbitro Imparcial

Árbitros de futebol são imparciais. Mas, nenhum foi tão perfeito quando Aristóbulo Duarte, este parecia odiar times de futebol!

Explica-se: não dava nenhuma demonstração de paixão ou a mínima quedinha por qualquer time em qualquer partida que arbitrou.

Mas, mesmo o coração dos árbitros pode ser traiçoeiro.

O campeonato não estava bom para o mais querido. A primeira partida da final foi difícil, e o time da Fala Mansa venceu por um gol de diferença.

O clima estava terrível, pois o futebol nunca fora tão equilibrado. O jogo da volta era uma incógnita.

Mas, chegou a data!

Todos temiam, menos a turma que venceu a primeira partida. Aristóbulo era o árbitro. Com ele haveria, no mínimo, uma partida justa. Mas Aristóbulo tremia por dentro.

O Mais Querido também era o mais querido do árbitro, que estava triste — nada podia fazer.


O Fantasma Invisível

E começou a partida.

O time da casa deu o pontapé inicial.

A pressão nos primeiros minutos era horrível, mas o João do Fala Mansa pegava tudo, o que queria e até mesmo o que não queria — gripe foi uma delas.

A calma adversária irritava o Mais Querido, que precisava vencer por dois gols de diferença. Trinta minutos, o empate persistia.

Mas, num lance de pura sorte, Cabeludinho entra na área, e algum fantasma adversário deu-lhe uma rasteira que o fez rolar por cinco metros.

Fantasma? Deve ter sido, pois ninguém viu o autor da falta, só o Aristóbulo. Gol do Mais Querido! Pênalti!

O Fala Mansa EC se revoltou. Cercou o árbitro, reclamou, brigou.

Mas, não se ousou a dizer que ele estava roubando.

Perninha, o atacante adversário, se ousou a dizer: “com ou sem juiz, a gente vence.” Foi a gota d’água! Aristóbulo sacou um vermelho imediato e mandou o Perninha pro chuveiro.

O engenhoso técnico Martins não entendeu. E tratou de organizar o time. E acabou o primeiro tempo.

O Mais Querido ainda precisava de mais dois gols para levar o título, mas estava difícil.


O Gol de Aristóbulo

Trinta minutos da mais pura pressão e nada. Já que o Mais Querido não podia fazer nada, cabia ao sobrenatural dar um jeito!

E aos trinta, Baixinho entra velozmente na área pelo lado esquerdo.

Sem marcação e também sem bola — e acidentalmente tropeça nas pernas de quem? Acho que do mesmo fantasma, pois ninguém viu — exceto Aristóbulo.

Pênalti.

Segundo pênalti em circunstâncias idênticas.

Algo deveria estar errado!

Mas, quem se ousaria a falar? O time já estava com um a menos!

Mas, Getúlio não suportou e reclamou. E de quebra levou o vermelho, no meio da testa.

A revolta foi geral e mais dois do Fala Mansa foram para o chuveiro!

Agora, estava fácil! Mas, o Mais Querido não ajudava.

Dois a zero. E, num lance absurdo, pra se livrar da bola, Antônio Grosso, dos visitantes, chutou a bola pra cima… E ela morreu no fundo das redes do Mais Querido!

O goleiro não esperava, o time não esperava… e Aristóbulo não esperava.

Acréscimo: 3 minutos.

O Mais Querido foi pra cima. 2×1 no placar, quatro jogadores a mais… Era tudo ou nada!

A pressão foi terrível… E naquelas maravilhas do futebol, Garotinho chuta a última bola, cruzada, o jogo iria para os pênaltis…

E a bola corre para fora no que seria o último lance da partida…

Ninguém para esticar a perna e colocar pra dentro…

E Aristóbulo, como um atleta, deu o seu último pique e se atirou como um herói… Deslizando no gramado do Mais Querido e, como um artilheiro, colocando a bola pra dentro e apitando abruptamente o final do jogo, saindo pra comemorar com os jogadores…

Não houve quem reclamasse. Todos, inclusive os dirigentes do futebol, amavam o Mais Querido. Não haveria possibilidade de mudar!

E nas fotos do título, Aristóbulo realizava seu sonho:

Erguer a taça de campeão, pelo Mais Querido!

E ninguém mais se importou com o resultado…

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Máfias da loteria e do apito: o que aconteceu nos outros escândalos de manipulação no Brasil | futebol | ge (globo.com)

A Evolução da Indústria Fonográfica

A evolução da indústria fonográfica e o consumo de música.

Imagem de Bruno por Pixabay

O Walkman completou 40 anos neste dia 1º de julho. Primeiro reprodutor portátil da história, o aparelho da Sony marcou diferentes gerações, totalizando mais de 385 milhões de unidades vendidas. Além disso, ajudou a criar a cultura de ouvir músicas em qualquer lugar, hoje algo super comum com os smartphones.

O dispositivo nasceu a partir da necessidade de executivos japoneses de ouvir ópera durante os longos voos internacionais. Com o passar do tempo, seu impacto na cultura popular foi tão importante que o nome Walkman resistiu em outros produtos, mesmo após o fim do cassete. Confira a seguir dez fatos sobre o aparelho para comemorar os 40 anos do som portátil”.
– Extraído do site Techtudo.
O Walkman... O que seria do Mundo sem ele?

Walkman

 

Interessante, não é verdade?
Os meios de consumo de música evoluem a cada dia, então, que tal falarmos um pouco sobre a evolução da indústria fonográfica?
Vamos lá…
A Revolução Fonográfica

Ao longo dos anos, a indústria fonográfica passou por transformações drásticas. Desde os tempos dos discos de vinil até os atuais serviços de streaming, a maneira como consumimos música mudou radicalmente. A evolução não envolve apenas tecnologia, mas também a forma como a música é produzida, distribuída e consumida pelos ouvintes.

Do Vinil ao Digital

No início, os discos de vinil eram a principal forma de reprodução musical. Esses grandes e frágeis discos prestaram enormes serviços à cultura musical, mas trouxeram limitações, como a durabilidade e a qualidade do som. A chegada das fitas cassete nos anos 70 e dos CDs nos anos 80 trouxe praticidade e melhor qualidade de áudio.

Porém, a verdadeira revolução aconteceu com a chegada da internet e do formato digital. MP3s e plataformas de compartilhamento de música mudaram completamente o jogo. Agora, não só a portabilidade aumentava, mas também o acesso e a diversificação musical às amplas massas.

O Impacto na Nossa Vida

Sem a evolução da indústria fonográfica, a forma como interagimos com a música seria completamente diferente. Podemos imaginar um mundo onde ainda dependêssemos exclusivamente de aparelhos físicos para ouvir música, limitando nossa capacidade de acesso e descoberta de novos artistas e gêneros.

Além disso, a globalização musical que presenciamos hoje seria muito mais lenta.

Artistas independentes, que hoje fazem sucesso graças à facilidade de distribuição digital, teriam muito mais dificuldade para serem ouvidos. Sem essa evolução, a variedade musical que nós experienciamos diariamente seria muito menos diversificada.

O Futuro da Música

Olhando para o futuro, podemos esperar ainda mais inovações na indústria fonográfica. Tecnologias emergentes como inteligência artificial e realidade virtual estão começando a fazer seu caminho na produção e na experiência musical, prometendo revolucionar ainda mais a forma como criamos e consumimos música.

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Walkman faz 40 anos: veja curiosidades sobre aparelho ‘febre’ nos anos 90 (techtudo.com.br)

Furacões – Histórias e Curiosidades

Conheça a um pouco da história dos furacões.

Por que os furacões recebem nomes de pessoas?

Arlene, Bret, Cindy, Don, Emily, Franklin, Harvey, Beatriz, Calvin, Dora, Eugene, Fernanda, Greg, Hilary, Irwin e Kenneth… a lista é extensa!

Quem são essas personalidades?

Veja a manchete a seguir:

Em 25 de junho de 2024, às 19:00, “o furacão Beryl” se formou no Atlântico Norte com uma velocidade de vento inicial de 28 km/h.

Todos os nomes mencionados referem-se a furacões.

Mas, qual é o motivo para se atribuir nomes a furacões nos Estados Unidos?

Vamos entender melhor…

Um furacão é um tipo de ciclone tropical caracterizado por ventos fortes que atingem velocidades de pelo menos 119 km/h, e é frequentemente associado a chuvas torrenciais e nuvens que se organizam em um padrão espiral.

Quando Começa e Termina a Temporada de Furacões nos Estados Unidos?

A temporada de furacões no Atlântico começa em 1º de junho e vai até 30 de novembro, impactando principalmente os EUA. Esse período foi definido com base na tendência histórica de formação de furacões, mas eles podem ocorrer fora dessas datas.

O Centro Nacional de Furacões (NHC), ligado à NOAA, é essencial na monitoração e previsão desses eventos.

Estados e cidades mais atingidos, como Flórida, Texas e Carolina do Norte, se preparam com antecedência, atualizando planos de emergência, realizando simulações de evacuação e se coordenando com agências e organizações de socorro

Como São Dados os Nomes dos Furacões?

A nomeação organizada de furacões começou nos anos 50 pela Organização Meteorológica Mundial (OMM), que criou listas padronizadas para esses eventos climáticos.

Originalmente, só se usavam nomes femininos, mas nos anos 70, a OMM incluiu nomes masculinos para promover igualdade de gênero. Desde então, os nomes alternam entre masculinos e femininos.

Há uma lista de nomes para cada ano, que se repete a cada seis anos.

A OMM elabora e mantém essas listas, escolhendo nomes fáceis de reconhecer e distintos para evitar confusão.

Os nomes seguem a ordem alfabética: o primeiro furacão da temporada começa com “A”, o segundo com “B”, e assim sucessivamente.

Quando o nome de um furacão é removido?

Se um furacão é particularmente devastador ou letal, seu nome é removido das listas em respeito às vítimas e para evitar conotações negativas.

Nomes como Katrina (2005) e Sandy (2012) foram retirados após causarem grandes estragos.

As listas são periodicamente revisadas para incluir nomes mais modernos e culturalmente apropriados.

Quando um furacão provoca danos significativos ou resulta em muitas mortes, seu nome é “aposentado” para evitar confusão e insensibilidade em eventos futuros.

A Organização Meteorológica Mundial (OMM) é encarregada de remover esses nomes das listas e substituí-los por outros.

Nomes de furacões com impactos memoráveis são retirados para evitar associações negativas em futuros eventos climáticos.

Por exemplo, o furacão Maria, que em 2017 causou destruição em massa em Porto Rico, resultando em milhares de mortes e um impacto econômico significativo, também teve seu nome aposentado.

Novos nomes são sugeridos pelos comitês regionais da OMM, que apresentam uma lista de nomes não ofensivos e de fácil pronúncia em diversas línguas.

Retirar os nomes de furacões do uso é crucial para garantir clareza e respeito em futuras previsões e relatórios meteorológicos, prevenindo confusões e prestando homenagem àqueles impactados pelos desastres naturais mais devastadores.

Relembrando os Furacões e Tornados Mais Violentos da História

Os Estados Unidos têm uma longa história de enfrentamento de furacões e tornados devastadores, eventos climáticos que muitas vezes resultam em perdas humanas significativas e danos econômicos extensivos.

Entre os mais notáveis estão o Furacão Katrina, o Furacão Harvey e o Tornado de Joplin, cada um deixando uma marca indelével na memória coletiva do país.

Furacão Katrina (2005): Formado em agosto de 2005, o Furacão Katrina rapidamente se intensificou, atingindo a categoria 5 no Golfo do México.

Após tocar terra como um furacão de categoria 3 perto de Nova Orleans, a cidade foi devastada devido à falha dos diques, resultando em inundações catastróficas.

O Katrina causou mais de 1.800 mortes e danos econômicos estimados em 125 bilhões de dólares, tornando-se um dos desastres naturais mais caros da história dos Estados Unidos.

Furacão Harvey (2017): Em agosto de 2017, o Furacão Harvey atingiu o Texas como um furacão de categoria 4.

Harvey é particularmente lembrado pela quantidade de chuva que trouxe, resultando em inundações históricas na área de Houston.

A tempestade permaneceu praticamente estacionária por vários dias, despejando mais de 60 polegadas de chuva em algumas regiões.

Os danos econômicos foram estimados em 125 bilhões de dólares, e o evento resultou em 107 mortes.

Tornado de Joplin (2011): Em 22 de maio de 2011, um tornado de categoria EF5 atingiu a cidade de Joplin, Missouri.

Com ventos superiores a 200 mph, o tornado devastou grande parte da cidade, resultando na morte de 158 pessoas e ferindo mais de 1.000.

O Tornado de Joplin é um dos tornados mais mortais da história recente dos Estados Unidos e causou danos estimados em 2,8 bilhões de dólares.

Esses eventos sublinham a necessidade de preparação e resiliência diante de fenômenos climáticos extremos.

Os esforços de recuperação, que muitas vezes envolvem anos de trabalho e bilhões de dólares, são testemunho do impacto duradouro que esses desastres podem ter sobre as comunidades afetadas.

Interessante, não é verdade? Há um alerta porém:

ALERTA:

“Mudanças nos ventos da alta atmosfera terrestre, provocadas pelo aquecimento da superfície marítima no Oceano Pacífico Oriental, são responsáveis pelo aumento previsto na frequência de furacões nas áreas costeiras”.

Aquecimento global aumenta a frequência dos furacões – Instituto Humanitas Unisinos – IHU.

Há a possibilidade do aumento de tais ocorrências.

Embora a probabilidade de eventos de grande magnitude ocorrer no Brasil seja pequena, não é impossível. A atividade humana predatória tem causado danos quase irreversíveis.

A ação baseada no conhecimento de tais fenômenos pode preservar vidas. As atividades de preservação podem salvar muito mais.

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Praça Honesto dos Santos – Uma crônica

"Praça Honesto dos Santos - Uma crônica" - Uma história pra contar nas praças.

Imagem de Ofoto Ray por Pixabay

A cidade estava agitada com a chegada das novas eleições.

O cenário era de Copa do Mundo, ruas enfeitadas com santinhos e cartazes daqueles rostinhos que nem Photoshop e nem promessas de campanha conseguiriam harmonizar.

Mas, dessa vez, havia um probleminha: eram dois candidatos muito queridos pela população e, o pior, eram honestos e conseguiram grandes avanços na educação, saúde e empregos.

A população comemorava, mas estava angustiada por causa das dúvidas.

E agora: os dois candidatos à reeleição são exatamente idênticos, conseguiram os mesmos números, não perseguiram adversários políticos e dividem exatamente a mesma quantidade de votos válidos. Não é empate técnico, é exatamente um empate!

Os jornais da cidade não sabiam a quem difamar, isto é, favorecer — não me entendam mal.

Ambos candidatos eram idôneos, e qualquer calúnia significaria o fim do jornal, pois a população consciente não mais consumiria quem propagasse notícias falsas.

O locutor da cidade estava confuso… nunca em sua história estivera impedido de caluniar… isto é, inventar novos fatos.

As praças públicas em dias de comícios pareciam encontros de amigos, pois mesmo que discordassem quanto à opção, todos tinham esse direito!

As canções irritantes de outros períodos eleitorais, de cantores que desperdiçavam seus talentos em canções que irritavam adversários, foram substituídas por versos de campanha.

Pareciam mais promessas religiosas…

E nesta cidade, os candidatos passeavam em praças públicas, não como deuses hipócritas, mas como humanos capazes de enxergar as dificuldades das pessoas.

E agora, quem seria o eleito? Quem venceria a eleição? Não importava quem seria o eleito, a cidade ganharia.

E assim se deu.

No dia da eleição, o morador mais velho da cidade faleceu e, com ele, o voto do empate.

E em sua homenagem, o novo prefeito, o escolhido, inaugurou uma nova praça: Honesto dos Santos. E as pessoas de outras cidades caminham por ela, distraídas… sem entender o porquê da história.

Veja mais Canções do Silêncio e das Estrelas ‣ Jeito de ver

Agosto – História e Curiosidades

Imagem de Marijana por Pixabay

E lá vem você com essa conversa estranha de que começou o mês do “Desgosto”! Sempre essa velha conversa!

Só porque um monte de coisas ruins aconteceram no mês de “Agosto” não significa que ele mereça essa pecha.

Sei que é por causa desta fama que as noivas raramente escolhem casar neste mês.

É verdade que, num mês de agosto, o presidente brasileiro Getúlio Vargas cometeu suicídio, Nagasaki e Hiroshima foram dizimadas por bombas atômicas estadunidenses, o Muro de Berlim começou a ser erguido, Pompeia desapareceu do mapa devido à erupção do Vesúvio e a rainha Cleópatra cometeu suicídio, segundo alguns historiadores ela se deixou picar…

Pois é, a belíssima cantora Whitney Houston e até mesmo Elvis Presley faleceram num mês de agosto!

Mas, antes que eu também caia em desgosto, permita-me contar um pouco a história deste mês.

A HISTÓRIA

Agosto, vem do latim “augustus”, é o oitavo mês do calendário gregoriano, nomeado em homenagem ao imperador César Augusto. Antes disso, agosto era chamado de Sextilis, o sexto mês no calendário de Rômulo.

Originalmente, agosto era o sexto mês no calendário de Rômulo, que começava em março e tinha 10 meses, totalizando 304 dias, deixando o inverno fora do calendário.

Numa Pompílio, segundo rei de Roma, reformou o calendário por volta de 713 a.C., adicionando os meses de Januarius e Februarius, aumentando o ano para 355 dias. Inicialmente, as semanas tinham 8 dias, mudando para 7 dias no início do período imperial.

Júlio César, em 46 a.C., reorganizou o calendário para alinhar com as estações, introduzindo anos bissextos.

Quintilis foi renomeado para julho em sua honra, e César Augusto seguiu seu exemplo, renomeando Sextilis para agosto, igualando o número de dias de ambos os meses ao tirar um dia de fevereiro.

O calendário juliano, introduzido por Júlio César, foi posteriormente ajustado por Augusto e, em 1578, pelo Papa Gregório XIII, que corrigiu a discrepância acumulada, introduzindo o calendário gregoriano.

Isso incluiu um avanço de 11 dias em 1582, quando os dias 5 a 14 de outubro foram eliminados, para realinhar o equinócio da primavera ao dia 20 de março de 1583.

O calendário gregoriano continua a ser usado mundialmente por razões financeiras e organizacionais, apesar de outros calendários como o judaico, islâmico e chinês serem usados em diferentes culturas. Nestas bandas, conhecida como hemisfério sul, agosto é equivalente a fevereiro no hemisfério norte.

Em muitos países europeus, agosto é o mês de férias para a maioria dos trabalhadores.

O aglomerado estelar Messier 17.

Imagem de Chaos07 por Pixabay

UM MÊS ESPECIAL

Na Roma antiga, vários feriados religiosos ocorriam em agosto.

Diversas chuvas de meteoros são visíveis em agosto, incluindo Kappa Cygnids, Alpha Capricornids, Aquariids do Delta do Sul e Perseidas,

sendo esta última uma grande chuva de meteoros com pico geralmente em meados de agosto.

O aglomerado estelar Messier 30 também é mais visível neste mês.

Agosto também é conhecido popularmente como o “mês do desgosto”, uma superstição que remonta a tempos antigos e é frequentemente mencionada de forma casual.

Essa má fama está associada a uma série de eventos históricos e culturais negativos que ocorreram em agosto, como guerras e catástrofes, além de tradições e crenças populares que reforçam a ideia de um período de azar e infortúnios.

COISAS BOAS TAMBÉM ACONTECEM…

Você talvez esteja pensando: E as coisas boas?

Dia 1° de agosto é o dia do Maracatu!

O maracatu é uma manifestação cultural brasileira que combina música e dança. Sua origem remonta ao Brasil Colonial e envolve uma mistura das culturas africana, portuguesa e indígena.

O maracatu é uma forma de resistência e preservação da cultura afro-brasileira.

Dia 5 de agosto é o dia Nacional da Saúde (Boa saúde pra você). O dia 19 é o dia de lembrar os historiadores.

Poderíamos citar muitas e muitas datas comemorativas deste mês, mas torná-lo um bom mês dependerá da atitude de cada um. Faça um agosto ainda melhor!

A história dos meses de julho e agosto, ambos com 31 dias, remete ao desejo dos imperadores romanos de deixar suas marcas no calendário. A busca por um calendário mais preciso, alinhado ao ciclo solar, influenciou a estrutura dos meses que usamos hoje.

Veja também: As estações do ano – História ‣ Jeito de ver

Clube dos 27 – Não há glamour na tragédia

Clube dos 27 - A glamourização da tragédia.

O que é o Clube dos 27? (Imagem: Pinterest)

Clube dos 27 – Não há glamour na tragédia

Amy Winehouse, Kurt Cobain, Robert Johnson, Brian Jones (membro fundador dos Rolling Stones), Janis Joplin, Jimi Hendrix, Jim Morrison (do The Doors) – o que eles têm em comum?

Artistas de sucesso do mundo da música que tiveram suas vidas interrompidas aos 27 anos. Daí a origem do termo “Clube dos 27”.

A criação de termos como “Clube dos 27” visa dar uma áurea de glamour, magia e mesmo mistério ao fato trágico de que pessoas públicas foram trituradas pela máquina da indústria da música.

Não há glamour algum na morte da jovem Amy Winehouse, que teve uma vida conturbada e seu talento natural explorado por todos ao seu redor.

Seu estilo único de cantar, que trazia um misto da dor do Soul dos anos 60 e a energia pulsante do Jazz dos anos 40, numa roupagem moderna e eletrizante, chegou ao fim no dia 23 de julho de 2011.

Ela ingeriu altas doses de álcool.

Consegue imaginar quão perturbada estava a mente dessa jovem cantora?

Não há beleza em se perder tão jovem!

Brian Jones, membro fundador dos Rolling Stones, foi afastado da banda que criou, pois já não conseguia mais cumprir compromissos, nem ter o mesmo desempenho como músico, devido ao seu vício em drogas.

No dia 3 de julho de 1969, foi encontrado morto em sua piscina. A suspeita é que o uso de drogas tenha facilitado sua morte.

Consegue imaginar o drama ou desespero causado pelo vício em drogas?

Artistas virtuosos como Jimi Hendrix (18/09/1970), Jim Morrison (3/07/1971) e Janis Joplin (4/10/1970) tiveram morte similar.

O desespero de escapar, por instantes, dos seus pesadelos, ou de esquecer as pressões do sucesso, resultou no abreviamento de suas vidas e, consequentemente, carreiras.

Robert Johnson, chamado de Rei dos Delta Blues, morreu de sífilis em 16 de agosto de 1938.

Alguns defendem a ideia de que morrer no auge é uma maneira de eternizar-se, ser lembrado como jovem – jovem para sempre! Essa ideia romantiza todo o sofrimento e desespero escondidos em cada segundo das vidas dos biografados.

Romantizam a Tragédia…

É um pensamento explorado pelas indústrias que continuam lucrando com os espólios de artistas que, sob a resposta primária de não serem esquecidos, geram bilhões em lucros.

O fato de alguns perderem a liberdade de sair às ruas por causa de fotógrafos clicando cada centímetro de seus passos, que gostariam de voltar para casa após os shows e receber o abraço de alguém que sentisse amor de verdade por eles, é tão romântico quanto o vazio que deixaram em suas famílias.

Romantiza o fato de que perderam também a liberdade criativa e se tornaram reféns de uma indústria que suga cada gota de suor e sangue criado cuidadosamente para seus personagens.

Romantiza o fato de que muitos se perderam em seus personagens.

E enquanto isso, meros sonhadores romantizam a eternidade não usufruída pelos artistas, que não tiveram o prazer de ver seus filhos correndo no jardim, envelhecer ao lado da pessoa amada e se tornarem apenas meros adultos quadrados – mas, amados de verdade.

Não há beleza em se perder tão jovem.

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O cantor sincero que ninguém ouviu!

Uma ficção sobre a indústria da música.

Imagem de Pexels por Pixabay

Sabe aquele tipo de cantor que tem tudo pra dar errado? Carlos Alvinegro era um desse tipo.

Apesar da bela voz, da barba bem feita e do incrível talento, ele tinha um probema: Era sincero demais!

Não, não. Sinceridade não é aquilo que alguns confundem com grosseria. É a qualidade de dizer a verdade de forma honesta e sem falsidade, expressando os próprios sentimentos e pensamentos genuínos.

Ele sabia que ao longo do tempo suas canções vinham caindo de qualidade, mas o público continuava fiel – não importava as letras.

Ele tinha o apoio total da gravadora e sobreviveu às mudanças da era digital, passou a investir também no Sertanejo.

Bem, são tantos caminhos do Sertanejo que não sei exatamente em qual ele entrou.

Os empresários adoraram e a partir daí houve uma transformação brutal no estilo e nas letras do Carlos. Passou a falar de bois, tratores, soja, do romantismo que era ser empresário e comprar um monte de amores…

Ele tentou…

Mas, Carlos odiava tudo aquilo.

Não se identificava com a música engessada, as letras hipócritas e não raro iniciava os shows com palavras de carinho ao público, que podiam ser facilmente mal interpretadas:

-“Essa canção eu não fiz e não entendo o que a letra quer dizer, mas se vocês gostam… deve significar alguma coisa! Vocês são demais!!!”

A voz suave e o jeito amável de dizer tais palavras cativavam o público.

Assim como era comum no mundo musical, Carlos não compunha as suas próprias músicas. Ele apenas interpretava aquilo que os empresários mandavam cantar. Letras rasas para um grande público raso!

E foi assim por muitos anos, até que ele cansou. Brigou com todo mundo! Ele queria fazer as suas próprias músicas, voltar ao seu estilo!

Mas, os empresários não gostaram da ideia. Explicaram: “Se você quiser sair… a gente cria outro! O povo nem vai perceber!”

Carlos, chateado, sentindo-se usado pelo sistema, decidiu: “Vou estragar tudo!”

E, num estádio lotado, de pessoas da cidade, vestindo roupas de couro sintético, com celulares apontando para o palco, mecanicamente como das outras vezes, em meio às luzes coloridas e escuras do palco ele cantou:

Ouça (escute) a letra:

E o povo chorava, aplaudia, pedia bis.

Não escutaram nada. O público já estava estragado!

E foi o último show do desiludido Carlos Alvinegro.

Veja também A música atual está tão pior assim? ‣ Jeito de ver

Melodia com o auxílio do Udio.IA

Propaganda musical e Empobrecimento cultural

A uniformidade na promoção dos estilos musicais populares tem contribuído para o empobrecimento cultural.

Imagem de Thomas Wolter por Pixabay

Lá estão eles: nas plataformas digitais, rádios e mesmo na televisão. Cantores diferentes (!?), cantando com as mesmas vozes, nos mesmos estilos, músicas que parecem serem as mesmas!

Você talvez não se pergunte o por quê da falta de variedade, talvez ache normal. Mas, trata-se de uma fórmula comercial e o valor investido na divulgação desta fórmula é absurdo.

-Mas, se está dando certo, por que não continuar investindo no mesmo?

Investir em algo que dá resultados, gerando lucros – esse é o objetivo comercial. Mas, como isso afeta a arte?

Como a Falta de Variação na Divulgação dos Estilos Musicais de Sucesso Tem Empobrecido a Cultura?

A Qualidade Artística Ofuscada pela Propaganda

Este é um trecho da crônica presente no livro
Crônicas do Cotidiano – Um Novo Jeito de Ver
Disponível na Amazon e Clube dos Autores

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© Gilson da Cruz Chaves – Jeito de Ver Reprodução permitida com créditos ao autor e ao site.