Insônia (Poema das minhas noites em claro)

Um lindo por de sol. Um poema sobre a angústia causada pela insônia.

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O corpo dói
o sono vai
a ansiedade chega
e os pensamentos voam

As horas passam sem pressa
e os sonhos dão adeus
a mais uma noite

A tosse no quarto ao lado
a tristeza acordada sem motivos
e uma madrugada inteira, sem estrelas, sem lua…

feita para lamentar o cansaço…

Os grilos cantam
Os galos respondem
e a sinfonia parece não ter fim…

E a noite pesa
como a escuridão em Saturno
pois a vontade de dormir

já não é suficiente…

Os milésimos
Os segundos
Os minutos
As horas…
A noite finda.
E enfim,

o dia.

Triste dia…

Leia mais em: Corre, Menino (Seja feliz, hoje) – Jeito de ver.

O valor das coisas simples

O verdadeiro valor está além dos olhos.

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O que há no âmago de cada pessoa?

O que há por trás dos olhos,

dos risos

e até mesmo, do jeito de falar?

O que há por trás das palavras,

dos gestos

e do jeito de andar?

O que há por trás do choro,

do grito

e do jeito de calar?

As histórias são silenciosas

as cores reais são invisíveis

Mas, quais tolos explicamos tudo aquilo que não sabemos…

risíveis…

tolos!

Não sabemos os motivos,

dos motivos

Sabemos quase nada a respeito de tudo

e não ficamos mudos

 subjetivos…

Contemplamos meras superfícies

Estagnamos em margens

sem curiosidade, coragem de nadar ,

de se aventurar,

de poder errar tantas vezes, até acertar…

Para se certificar

de encontrar o tesouro escondido nas coisas simples

e esse universo explorar.

E enfim, poder crescer.

Leia mais em: Transformar ( Bem simples) – Jeito de ver.

Corre, Menino (Seja feliz, hoje)

Menino corre feliz. Um poema sobre aproveitar a vida.

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Corre Menino,

mesmo contra o vento.

Desfruta a tua liberdade

e não tenha medo.

Corre.

Tropece, caia…

Levante quantas vezes necessário for

Se permita, levantar.

Corre, Menino

ria das tolices, ria de si mesmo

Mas, se permita chorar

e pedir colo

quando sentir medo.

Corre, Menino.

Seja menino enquanto ainda é tempo,

se permita ser…

Menino.

Pois chegará tempos

e estas liberdades serão apenas recordações,

e que recordações!

Corre Menino, brinca

vive a tua meninice pois o futuro te espera.

E quando o encontrar

ele não te devolverá esta chance.

Por isso…

Corre…

Pois a meninice passa correndo

e este hoje, jamais será o mesmo.

Não apresse os seus sonhos

viva os teus dias, sonhe as tuas noites

e abrace o teu tempo.

E quando o tempo te convidar para brincar

brinque, viva…

mesmo contra o vento,

mesmo na chuva

e quando a chuva molhar o teu caminho

Não pare…

Corra…seja feliz hoje

E quando o futuro te alcançar,

ainda te encontrará correndo, mas agora em direção a novos sonhos.

Leia mais em: A Marionete ( por um sorriso) – Jeito de ver.

Eterno Menino (Lembranças de um amigo)

Um menino

O tempo vive pregando peças e nestas viagens do tempo conheci um menino, bom de bola, amante das poesias e com talento nato para belas composições.
Falava muito, sorria muito – como todo menino.

Mas, sonhava em crescer… e rápido!

Falava do dia quando não seria mais um menino. Seria pai e ensinaria a seus filhos o que se espera da vida.
O tempo parecia bem distante.
O moleque falava de tudo…não parecia ter a idade que tinha.

Mas, ele tinha pressa em crescer.

E cresceu

Num desses dias em 1999 ele aparecia com uma bela letra de música: Parapeito.
Músico intuitivo se concentrava na métrica e na perfeição das rimas.
A primeira gravação foi feita por Rogério Alves no piano, Floriano Filho no contrabaixo, eu fingindo tocar guitarra e fazendo coro com o Autor e a bela voz de Julice – no Estúdio Rogério Alves, em Castro Alves.
A linda música foi posteriormente gravada por uma dupla de forró do município de Castro Alves no início da década seguinte.

Apaixonado como todo jovem é um dia, expressava com clareza os sentimentos em letras de músicas.
E aí…conhece mais uma razão para compor: Dani.
E as mais lindas composições nascem, duas meninas.

E aquele menino – seria então, pai.
….

E a vida me surpreende novamente, pois num desses sábados da vida, o amigo, me liga, com mais uma composição. E me sugere uma parceria: A música “Tanto pra falar”.
Tive o prazer de colaborar com o Refrão e parte do ritmo.
E ao enviar de volta o resultado daquele trabalho, ouvi as mesmas palavras que ouvia dele, quando menino.
Dizia emocionado: ” Melhor do que esperei!”

Lembrei naquele instante que quando o conheci, ele costumava me encorajar nas minhas tristezas exatamente com essas palavras.
Eu sabia que tinha falhado…mas, o coração de menino, buscava sempre o melhor para um amigo triste.

E enfim…

Hoje vejo o Alan…um pai, um irmão, um amigo e percebo que mesmo o tempo não tirou dele, aquilo que ele sempre teve de melhor:A vontade de ajudar, mesmo quando as nuvens escurecem o caminho…

E agradeço, pelas conversas, pelas músicas e a lembrança de uma amizade sincera.

E o tempo, sempre ele, pregando peças, me ensina mais uma vez, que ele não passa, não envelhece quem no coração é um eterno menino.

 

Ao amigo e irmão

Alan Sampaio

 

Conheça a música: Parapeito

Autor: Alan Sampaio

Intérprete: Grupo Terra

Veja mais Corre, Menino (Seja feliz, hoje) ‣ Jeito de ver

 

 

 

Um novo tempo – Parte 1 (Apesar do perigo)

 

Você conhece o conto  “Flor vermelha de caule verde?” de Helen Barckley?

Hora de conhecer…

REIMAGINAR…

 

Conto: Flor vermelha de caule verde!

Helen Barckley

Era uma vez um menino. Ele era bastante pequeno e estudava numa grande escola. Mas, quando o menino descobriu que podia ir à escola e, caminhando, passar através da porta ficou feliz.

E a escola não parecia mais tão grande quanto antes.
Certa manhã, quando o menininho estava na aula, a professora disse:
– Hoje faremos um desenho.
– Que bom! Pensou o menino. Ele gostava de fazer desenhos. Podia fazê-los de todos os tipos: leões, tigres, galinhas, vacas, barcos e trens. Pegou então sua caixa de lápis e começou a
desenhar.

Mas a professora disse:
– Esperem. Ainda não é hora de começar. E ele esperou até que todos estivessem prontos.
– Agora, disse a professora, desenharemos flores.
– Que bom! Pensou o menininho. Ele gostava de desenhar flores. E começou a desenhar flores com seus lápis cor-de-rosa, laranja e azul.

Mas a professora disse:
– Esperem. Vou mostrar como fazer. E a flor era vermelha com o caule verde.
Num outro dia, quando o menininho estava em aula ao ar livre, a professora disse:
– Hoje faremos alguma coisa com barro.
– Que bom! Pensou o menininho. Ele gostava de barro. Ele podia fazer todos os tipos de
coisas com barro: elefantes, camundongos, carros e caminhões. Começou a juntar e a amassar a sua bola de barro. Mas a professora disse:
– Esperem. Não é hora de começar. E ele esperou até que todos estivessem prontos.
– Agora, disse a professora, faremos um prato.
– Que bom! Pensou o menininho. Ele gostava de fazer pratos de todas as formas e tamanhos.

A professora disse:
– Esperem. Vou mostrar como se faz. E ela mostrou a todos como fazer um prato fundo.
Assim, disse a professora, podem começar agora.
O menininho olhou para o prato da professora. Então olhou para seu próprio prato. Ele gostava mais de seu prato do que do da professora. Mas não podia dizer isso.

Amassou o seu barro numa grande bola novamente e fez um prato igual ao da professora. Era um prato fundo.
E, muito cedo, o menininho aprendeu a esperar e a olhar, e a fazer as coisas exatamente  como a professora fazia. E, muito cedo, ele não fazia mais as coisas por si mesmo.

Então aconteceu que o menino e sua família mudaram-se para outra casa, em outracidade, e o menininho teve que ir para outra escola.
No primeiro dia, ele estava lá. A professora disse:
– Hoje faremos um desenho.
– Que bom! Pensou o menininho. E ele esperou que a professora dissesse o que fazer.
Mas a professora não disse. Ela apenas andava pela sala. Então, veio até ele e falou:
– Você não quer desenhar?
– Sim, disse o menininho. O que é que nós vamos fazer?
– Eu não sei até que você o faça, disse a professora.
– Como eu posso fazer? Perguntou o menininho.
– Da mesma maneira que você gostar. Respondeu a professora.
– De que cor? Perguntou o menininho.
– Se todos fizerem o mesmo desenho e usarem as mesmas cores, como eu posso saber quem fez o quê e qual o desenho de cada um?
– Eu não sei, disse o menininho.
E ele começou a desenhar uma flor vermelha com caule verde.

Conto de Helen Barckley – 201

História comovente, não é verdade?

Vocês já perceberam como é fácil se achar um inovador, quando na verdade estamos perpetuando velhos costumes e ideias?

As pessoas temem aceitar o novo, o diferente.

Mas, é um novo tempo e apesar dos perigos, é tempo de repensar e principalmente: REFAZER.

Desenvolveremos a série “UM NOVO TEMPO” em três partes.

Esperamos alcançar o objetivo maior que é estimular o debate, e por meio dele: REPENSAR, REIMAGINAR E principalmente REFAZER  aquilo que precisa ser refeito.

 

Veja mais: Um novo tempo – Parte 3 Refazer ‣ Jeito de ver

 

Música: Parapeito ( Alan Sampaio)

Alguém tocando o violão. Ouça a composição Parapeito, de Alan Sampaio.

Imagem de Firmbee por Pixabay

 

 

Detalhes da música

Música: Parapeito

Compositor: Alan Sampaio

Intérprete: Grupo Terra (Ensaio)

Gravada durante os ensaios do Grupo Terra, de Iaçu.

 

Veja mais em:

Que tal compor a sua obra de arte? ‣ Jeito de ver

 

 

Do começo ao fim… ( Como a vida é )

O amor é o resumo de tudo

Imagem de skalekar1992 por Pixabay

O amor é o resumo,

mesmo que as palavras não descrevam plenamente a história

do começo ao fim.

O amor

o bercinho

os primeiros esboços de risos

o amor renovado…

A insegurança

os primeiros passos

as primeiras quedinhas

e a preocupação…

As primeiras palavras

e os risos orgulhosos de quem nos ama

A igualdade

as brincadeiras da infância

a primeira escola

A diferença

as dúvidas

as espinhas

o primeiro beijo.

Os erros

o choro

o medo de ficar só

O encanto

os primeiros encontros

o medo de errar novamente

Uma proposta

a certeza

o sim…

Um dia feliz

a festa

um susto.

A barriguinha

um cantar a noite inteira…

e suas primeiras palavrinhas erradas…

E então

rir com nossas crianças, novamente,

como nossos pais riam

e ver nossos adolescentes.

Novos traços, primeiras rugas

Ver novamente e pela primeira vez

os primeiros fios brancos

e talvez, tentar esconder novamente.

E então, filhos crescidos

e, eternas crianças, ganhando asas…

As velhas preocupações

o cansaço dos anos de serviço

um amor renovado a cada dia.

Ver então,

nossos cabelos totalmente prateados, escassos

resumindo tudo,

e não pouco.

E cabelos como a neve e a pele enrugada

nos mesmos traços, lindos,

coisas que só o amor pode ver.

E então,

abrir os olhos pela ultima vez

e contemplar novamente a mesma pessoa amada

E lembrar, de tudo…

Do começo ao fim

e poder fechar os olhos,

em paz.

Leia mais em: Do fim ao começo (a vida ao inverso) ‣ Jeito de ver

“Funk Brasileiro – Raízes e impacto social

Um contrabaixo. Um pouco das origens do FUNK.

Imagem de Jose Araica por Pixabay

Um ritmo pulsante

Sabe aquelas canções de ritmo pulsante, repetitivo e que muitas vezes choca pela agressividade e obscenidade das letras?*

Calminha, eu não estou falando de alguns pagodes da Bahia. – Não neste Post.

Falaremos um pouco sobre o Funk no Brasil, suas origens e influências.

Revoluções

Se no Brasil, a Bossa Nova crescia no final dos anos 1950 e no início da década seguinte se tornava popular entre jovens de classe média alta, filhos de pais ricos e com cargos influentes na sociedade e nos governos da época…

Nos EUA os jovens negros curtiam algo bem mais politizado, bem mais provocador.

Se por aqui, os jovens que amavam o estilo João Gilberto de sussurrar perfeitamente letras e acordes dissonantes naquela fusão do jazz norte americano com o samba brasileiro, e tinham tempo livre para ver “o barquinho a navegar no macio azul da mar” e viver o romantismo de quem sabia”que iria te amar, por toda a vida…

Lá, do outro lado, os jovens tinham pressa, queriam mudanças. Passavam a admirar ícones como James Brown e Miles Davis.

Esqueça toda a calma e paz da Bossa Nova  –  o Funk é bem diferente…

Um pouco de história e teorias

O Funk cresceria em outro solo…  a água, porém, viria quase da mesma fonte.

Ambos são influenciados pela  música negra americana e entre muitos estilos, compartilham um pouco da vibe do R&B, Soul e do Jazz.

As origens do jazz, que influenciaram a bossa nova, remontam às festas de escravos que parodiavam os estilos dos colonizadores, à mistura de ritmos tribais  e também às jams Sessions de Blues ( se é que se pode chamar assim!) .

O Jazz era a fusão de muito estilos.

Negra em suas origens, essa fusão carregava também um pouco de banzo – canção que expressava a tristeza e era cantada melodicamente em repetições de frases e improvisos por escravos em campos de algodão.

O banzo narrava o sofrimento, a ânsia de libertação e a saudade de um mundo que não mais existiria, desde que foram sequestrados e vendidos como mercadorias.

A expressão deste sofrimento é clara nos blues do Delta do Mississipi nas primeiras décadas do século XX.

O Funk foi desenvolvido pela comunidade negra nos Estados Unidos no início da década de 1960, quando a mesma ânsia de libertação ganhava força num país preconceituoso, onde a segregação racial era questão política e os negros lutavam agora pela igualdade.

Desigualdade social 

É notório que em países como o Brasil, após a lei que abolia a escravidão, havia um projeto de lei que indenizava os donos dos escravos com grandes compensações monetárias, face à pressão de antigos” proprietários”,  ao passo que os escravos, os maiores prejudicados pelo sistema, foram totalmente esquecidos – sem nenhuma compensação ( e às vezes, sem a própria roupa do corpo!).

Fonte:  Indenização aos ex-proprietários de escravos no Brasil – Wikipédia, a enciclopédia livre (wikipedia.org)

Documentos relativos à escravidão, registros de compras e vendas de escravos, que poderiam atualmente ser úteis ao entendimento da história foram destruídos no início da república, para dificultar as coisas aos donos de escravos que pleitevam uma compensação pelas perdas decorrentes da abolição.

O mesmo Brasil que não ofereceu condições para que os negros tivessem uma estrutura social,  objetivando um povoamento maior da região sul, agraciou ( com toda a sorte de incentivos ) a europeus, dando desde casa a ajuda financeira para que estes tivessem condições de se estabelecer na preconceituosa terra brasilis.

700 mil libertos não tiveram acesso a terra e nem à educação.

Foram condenados a viver nas partes menos favorecidas da cidade.

Será que mudou muita coisa por aqui?

Nos Estados Unidos não foi, assim, tão diferente…

Os negros eram vítimas de grupos racistas, eram proibidos de ter acesso à educação igualitária e não podiam sequer usar os mesmos transportes públicos ou os mesmos banheiros que os brancos – muitos foram covardemente assassinados!

Neste ambiente politizado, o blues, o jazz e o Soul ganharam novas abordagens em suas letras.
E agora, um pulsante novo ritmo trazia a alegria, o protesto e a sensualidade ao movimento.

Sensualidade? Isso mesmo, era comum entre os músicos negros americanos na época usar a expressão “Coloca um pouco mais de Funk nisso aí”, quando queriam mais sensualidade, mais ousadia, mais provocação nas interpretações.

O Funk no Brasil

No início dos anos 1970 cantores como Tim Maia e Tony Tornado traziam a influência das Soul Music e do R&B americanos para os solos tupiniquins.
Nessa época, eram organizados no Canecão, casa de espetáculos famosa no Río de Janeiro, encontros conhecidos como Bailes da Pesada, onde o Funk era a “Novidade”!

Com o tempo essas festas acabaram e os produtores passaram a promover bailes regados a Rhythm’ Blues, Soul e advinha?
-O Funk!

Apesar da variedade , o termo Baile Funk popularizou esses encontros.

A polêmica das Letras -1

Assim como as antigas canções caipiras eram inspiradas na nostalgia do homem do campo que se mudou para a cidade e a tristeza de quem ficou para lidar com a suscetibilidade do clima, a jovem guarda se inspirava nas paixões juvenis e amores, por vezes, não correspondidos, a bossa nova se inspirava no otimismo de tudo, o Tropicalismo na busca de mudanças e o sertanejo universitário…bem, esse eu não consegui entender a inspiração ainda … (risos) o Funk se inspira nas realidades e nos desejos dos seus compositores.

A expressão de raiva, a desconfiança nas leis e por vezes, o louvor a nomes do crime são reflexos de uma sociedade abandonada pelo estado, em que a ” lei e a segurança” estão a cargo de milícias e outros criminosos.

Uma sociedade que só é lembrada para fins de repressão.

A polêmica das Letras -2

Entendendo a Cultura

As letras de quaisquer canções refletem a cultura e os valores a que são expostos os compositores.

Isso talvez explique superficialmente, pois há ainda uma grande variedade de estilos dentro do Funk: o Melody, o Pagofunk, o Brega Funk e o Proibidão que se caracteriza por letras pornográficas, a apologia ao tráfico e ao uso de drogas ilícitas.

Música é um reflexo da cultura e uma forma de expressão.

É necessário critério ao se analisar as vertentes musicais.

Aquilo que ouvimos influencia de modo positivo ou negativo as nossas emoções e como em tudo, o mesmo se aplica ao Funk.

Confira os links abaixo:

Bossa nova e jazz: ‘um caso de influência recíproca’, segundo Tom — Senado Notícias

Como o funk surgiu no Brasil e quais são suas principais polêmicas? | Politize!

* A agressivade e obscenidade nas letras também são usadas com o objetivo de causar impacto, que é um método para gerar engajamento bem usado em nossos dias, nos mais variados estilos.

Leia também

O drama do músico – As escolhas ‣ Jeito de ver

A música atual está tão pior assim? ‣ Jeito de ver

E quando as coisas não dão certo…

A bela imagem de um pianista e o piano. Um texto sobre a persistência.

Imagem de Pexels por Pixabay

Viver é mais que uma arte e a arte de viver nem sempre é fácil.

Seria comparável ao músico que dedicou sua vida  preparando-se para aquilo que seria o seu mais importante recital e que na hora “H” é traído pela ansiedade. que não o deixa enxergar as linhas na partitura.

É como se as notas parecessem dançar, mudar constantemente de posição na pauta.

Traído pelas emoções do momento, vê as notas perderem sentimento e intensidade.

Enquanto isso a plateia triste, observa apreensiva, enquanto ele… sente o  medo de errar pela segunda vez.

E o medo o paralisa…

O medo pode nos paralisar..

Mas, como em toda a arte, viver exige perseverança, como a de um músico que não pensa em desistir.

Exige uma ação em cada oportunidade, uma reação a cada erro.

Exige a coragem de se levantar depois do tombo e de rir depois da vergonha.

Exige a humildade de ver outros cruzarem a ponte enquanto não é a sua vez.

Exige traçar rabiscos, antes de completar o quadro.

E se os rabiscos, não estiverem certos…apagá-los e começar tudo, novamente.

Exige-se reler a partitura, sim, decorar a folha inteira, se necessário.

Repeti-la um milhão de vezes, até que todas as notas estejam nos tempos e lugares certos.

Para depois desse esforço maior, sentir uma alegria multiplicada por cada segundo que se planejou acertar.

Viver, é sim, mais que uma arte.

Leia mais Viver Plenamente o Presente ‣ Jeito de ver

Esse bonde chamado tempo ( Hora de partir )

Um bonde. Em um texto comovente e inspirador.

Imagem de Mazarik por Pixabay

Lamento dizer…

mas o bonde está passando.

Você talvez não se lembre,

mas quando você apareceu por aqui, você chorava.

Não estranhe, por favor,

todos os que pegam a próxima parada

também saem chorando

Enquanto outros ficam a chorar também,

olhando pela janela

os que descem.

Com o tempo você vai entender

que você perdeu uma boa parte da viagem

mas o bom é que a sua viagem começa aqui.

Você conhecerá um monte de gente

boa e má

pois muitos se conheceram nessa linha,

aqui se apaixonaram, amaram, se decepcionaram, amaram novamente

tiveram filhos, construíram uma história

Outros decidiram viajar sozinhos…

e foram felizes, mesmo assim.

Alguns abraçaram

o que outros deixaram partir

Alguns desistiram da viagem no meio do caminho

Outros foram obrigados a sair…

quando isso aconteceu

infelizmente, eu não pude parar.

Esse bonde corre em apenas uma direção

Não para, nem pode voltar.

Você às vezes terá pressa

noutras, você vai querer que o bonde ande bem devagarinho.

Ficará chateado e desapontado uma porção de vezes

noutras, você você vai esquecer estes momentos,

destes acidentes de percurso…

Talvez você veja até mesmo o amor de sua vida

descer no meio do caminho…

ou mudar de assento.

Isso pode acontecer

Mas, não desanime,

o amor sempre acontece nesta viagem

Não deixe que os desastres do caminho te façam desistir de amar

de ser feliz…

A viagem é única… aproveite!

aproveite as experiências

as companhias

o trajeto

Viva a estrada…

Pois,

lamento te dizer, uma hora

você também terá que abandonar a este bonde

E que outros assim como você, entrarão chorando…

os que te amam, ou te odeiam, te verão apenas pelas janelas

e delas chorarão.

E você não saberá, nem mesmo lembrará

desta viagem apressada

assim como não lembra como entrou aqui

Neste bonde

implacável

chamado tempo.

Gilson Cruz

Veja mais em: Presos ( Onde está a tua liberdade?) – Jeito de ver.

© Gilson da Cruz Chaves – Jeito de Ver Reprodução permitida com créditos ao autor e ao site.