“Foi Deus que fez a gente, somente para amar…só para amar!”
Foi Deus Quem Fez você – Canção de Luiz Ramalho, 1980, interpretada por Amelinha.
Os mais românticos costumam dizer: – “Só se ama uma vez na vida!”
Embora exista uma verdade por trás destas palavras, o fato é que é possível amar várias vezes na vida.
Parece contraditório? Explicamos…
A verdade é que o amor é um sentimento complexo e pode se manifestar de diversas maneiras ao longo da vida. Não confundir com paixão ou fascínio que é às vezes definido como sendo a falsificação do amor, por basear-se em coisas superficiais e passageiras.
Como o amor é algo mais maduro, ele se desenvolve em momentos distintos, com diferentes intensidades e direções.
Para entender melhor, vamos relembrar dois clássicos do cinema (com um pouco de spoiler!, para alegrar…):
O clássico de 1970, Love Story (Uma História de Amor) conta a história de Oliver, um jovem de família rica inglesa, jovem sem muita graça ou objetivos na vida, que se apaixona por Jennifer, uma jovem estudante de música e se casam.
Os pais de Oliver são contra o relacionamento pois Jennifer é de família humilde, e deserdam o filho.
O casal tenta ter um filho, sem êxito e quando fazem os exames, descobrem uma doença gravíssima em Jennifer.
Esta doença tira a sua vida. ( Eu falei que teria spoiler! Mas, mesmo assim, vale a pena assistir ao drama, há muitas lições!)
O filme A história de Oliver (1978) pode ser descrito como uma continuação de Love Story e mostra os desafios, de um mais amadurecido, Oliver em frente aos negócios da família e também aprendendo a amar novamente. (O drama também merece atenção).
Os filmes mostram as dificuldades de amar e amar novamente, após a perda.
Na vida real algumas pessoas que perderam a pessoa amada, podem nutrir sentimentos de culpa, por desenvolverem sentimentos românticos por outro alguém, e muitas vezes sabotam a sim mesmas. Não se permitem uma nova chance.
Amar faz parte da natureza humana, apesar de vivermos num tempo em que os relacionamentos são conhecidos pela falta de substância, pela falta de compromisso, em que a experiência de amar é confundida com a satisfação instintiva dos próprios desejos.
Não é sobre este tipo de relacionamento que estamos falando neste post.
Falamos sobre o compromisso apenas entre duas pessoas, em que ambas têm um sentimento de pertencimento, sem culpa e sem pressão.
Algumas pessoas amaram tanto a alguém que, após a morte da pessoa amada, acreditam ter vivenciado o amor eterno e não desenvolvem mais sentimentos romênticos ou desejo por mais ninguém – e são felizes assim!
Embora seja difícil resistir à tentação de tecer julgamentos, quem somos nós para determinar o que é bom para os outros, não é verdade?
Outras pessoas, passam a desenvolver sentimentos, mas temem reviver as experiências ou mesmo esquecer a pessoa que ocupou um espaço tão importante em sua vida.
Mas, a vida precisa ser vivida.
Não há erro em tentar!
Nesta situação, em especial, a pessoa não deve se sentir culpada. Querer amar a alguém é super natural e passar a gostar de alguém, não significa que o primeiro amor não foi verdadeiro.
Visto que cada pessoa é diferente, cada pessoa é amada por motivos diferentes!
À medida que se vive novas experiências, as pessoas crescem e mudam e, com isso as capacidades de entender e amar também evoluem.
Portanto é vital entender que vivemos em constante aprendizagem e na vida, as pessoas podem amar pessoas diferentes por motivos diferentes – e isto também será amor e não significará apagar uma história que foi vivida e sim, dar continuidade àquilo que é essencial – a vida.
Gilson Cruz
Veja mais em Amar novamente (acreditar sempre) – Jeito de ver
Comentário (2)
Nilmar dos Santos Chaves| 21 de novembro de 2023
“…compromisso apenas entre duas pessoas, em que ambas têm um sentimento de pertencimento, sem culpa e sem pressão.”
Que definição maravilhosa do que é o verdadeiro amor!
Gilson Cruz| 23 de novembro de 2023
Obrigado, Nilmar. Os seus comentários valorizam o nosso conteúdo. Abraços.