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Crianças ( Vítimas inocentes dos conflitos)

Menina Palestina. As crianças são vítimas inocentes, esquecidas.

Imagem de hosny salah por Pixabay

 

Gilson Cruz

“Pensem nas crianças
Mudas, telepáticas…”

(Rosa de Hiroshima, Vinicius de Morais)

A Rosa de Hiroshima: Uma Reflexão Sobre a Humanidade

Nota: O poema Rosa de Hiroshima é usada neste texto como um símbolo da destruição e do descaso com a vida humana em conflitos armados.

A Rosa de Hiroshima permanece como um símbolo trágico da destruição humana. Embora o palco e os atores mudem, a história se repete. A imposição pela força continua sendo uma realidade, frequentemente ignorando mulheres e crianças.

As convenções internacionais reconhecem o direito à defesa nacional, mas também preconizam a preservação da vida como um valor supremo. No entanto, essa teoria nem sempre se reflete na prática.

O Dilema Moral da Guerra

Considere a seguinte situação:

“Quatro criminosos sequestram um avião com 200 passageiros, exigindo resgate.

Para manter a ordem e prevenir ataques futuros, um líder decide por uma medida extrema:

‘Destruam o avião, com todos a bordo. Garantam que os sequestradores não sobrevivam!’

Qual seria sua reação? Aplaudiria a eficiência em eliminar a ameaça ou ficaria aterrorizado com a perda de vidas inocentes?”

Essa reflexão nos leva a questionar o real custo das chamadas “guerras cirúrgicas” e do impacto das decisões tomadas em nome da segurança.

Bombas de Precisão e Suas Consequências

Durante a Guerra do Golfo Pérsico, houve admiração pelo avanço das “bombas inteligentes” usadas pelo exército dos EUA. Contudo, mesmo as armas de “precisão” causam devastação ao seu redor.

Ao noticiar a eliminação de um líder militante escondido em um hospital, creche ou campo de refugiados, muitos veem apenas a morte do alvo, enquanto as vidas inocentes perdidas ao redor são frequentemente negligenciadas.

Essas vítimas, na prática, são tratadas como colaterais, descartáveis e sem lamento.

Os Investimentos na Guerra vs. na Humanidade

Se quisermos entender os valores de uma sociedade, basta observar onde ela investe seus recursos.

Em 2021, os gastos militares mundiais ultrapassaram dois trilhões de dólares, enquanto os investimentos anuais para o combate à fome giravam em torno de apenas 10 bilhões.

Estudos indicam que seriam necessários entre 50 e 700 bilhões para erradicar a fome no mundo, um valor significativamente inferior ao gasto com armamentos.

A discrepância entre esses números nos leva a uma pergunta incômoda: realmente valorizamos a vida?

A Percepção Seletiva da Vida Humana

Nos sensibilizamos de forma diferente diante das tragédias. Como reagimos às vítimas da fome na África e na América do Sul em comparação aos massacres ocorridos na Europa e na América do Norte? Por que a morte de crianças israelenses ou palestinas desperta reações distintas, dependendo do ponto de vista político ou midiático?

Se atribuímos maior valor à vida de um grupo étnico em detrimento de outro, já revelamos uma das principais razões dos conflitos.

Mudanças Necessárias

Diz-se que as maiores transformações começam dentro de cada indivíduo. A infância é um exemplo claro de como o preconceito é algo aprendido. Crianças de diferentes etnias frequentemente se reconhecem como iguais, sem a divisão imposta pelos adultos.

Histórias como a de um menino branco e um negro, que se vestiram igual e se consideravam gêmeos, nos fazem refletir sobre a pureza da percepção infantil.

Outro caso emblemático foi o de uma criança vestida como um membro da Ku Klux Klan, que, sem compreender o simbolismo, se encantou pelo escudo de um policial negro, aproximando-se sem medo ou ódio.

O que aprendemos ao longo da vida molda aquilo que somos. Ainda é tempo de reaprender.

A Desonestidade e a Exploração do Sofrimento

Além dos horrores da guerra, a desonestidade humana se manifesta em diversas formas.

Seja através de políticos que superfaturam contratos durante crises, criminosos que se aproveitam da impunidade ou jornalistas que justificam abusos conforme suas preferências ideológicas.

Também há líderes religiosos que enriquecem enquanto seus fiéis enfrentam dificuldades.

A indiferença diante dessas práticas reforça um ciclo de impunidade e desigualdade.

Não Esqueçamos das Rosas

A lembrança da Rosa de Hiroshima se expande para as incontáveis tragédias ao redor do mundo: Haiti, Iraque, Afeganistão, Ucrânia, Rússia, Israel, Gaza, e tantos outros lugares esquecidos.

Que não nos esqueçamos das rosas. Das vidas ceifadas. Dos horrores que poderíamos evitar se, de fato, valorizássemos a vida humana em todas as suas formas.


Matéria publicada originalmente em novembro de 2023.

Fontes:

O papel da imprensa e a História ‣ Jeito de ver

A Rosa de Hiroshima, de Vinícius de Moraes (interpretação e significado) – Cultura Genial

Guerra contra o Hamas: Armas dos EUA chegam a Israel – 11/10/2023 – Mundo – Folha (uol.com.br)

Conflito Israel-Hamas: o que explica o apoio incondicional dos EUA a israelenses – BBC News Brasil

Gasto militar mundial bate recorde e supera US$ 2 | Internacional (brasildefato.com.br)

Como combater a fome no mundo – e no Brasil? | Exame

Acervo do Conhecimento Histórico: Criança vestida de membro da Ku Klux Klan, tocando o escudo de um policial negro, (achistorico.blogspot.com)

 

Consequências ( Não há futuro)

O ódio e suas consequências

Imagem de hosny salah por Pixabay

 

De um lado

A razão escapava

E do outro

O ódio tomara seu lugar

Fazia companhia à morte…

 

A razão
E a esperança
Fugiam juntas para longe…

Não haveria mais
valores,
Amores,
Cores…

Apenas um cenário destruído.

O tirano
Que se referia a um povo
Como a animais
encontrava um pretexto
para a tirania.

O extremista
Conseguia os olhos do mundo
Enquanto
as crianças inocentes
Morriam…

Crimes de guerra aconteciam…

Enquanto as cores em sépia
Tomavam conta do quadro
Numa pintura de tristeza
A sede se desesperava…
E os inocentes crentes
Erguiam os olhos aos céus
Imaginando um Paraíso além…

Pois não havia mais
outra esperança.

E os senhores da Guerra
Ignoravam convenções
Inventavam novas histórias…
Enganavam seu próprio povo

Eliminavam um povo..

Os perversos sorriam
Ao passo que
nações perplexas
Se perdiam
Sem acordos, sem palavras
E a humanidade perplexa
Perecia.
Perdia-se a humanidade.

Gilson Cruz

Veja mais em Notícias de Guerras – o jogo da informação ‣ Jeito de ver

 

 

 

História do World Trade Center

As Torres Gêmeas

Imagem de Gerd Altmann por Pixabay

Ao chegar em casa após uma manhã cansativa de trabalho em setembro de 2001, liguei a televisão e me deparei com imagens que mais pareciam saídas de um filme de Hollywood..

Dois aviões haviam colidido com o World Trade Center, símbolos do poder econômico dos Estados Unidos e sua influência no comércio global e na economia.

Os jornais repetiam a notícia incansavelmente. Confesso que fiquei perplexo, pois não compreendia nada do que estava acontecendo naquele momento.

Vinte e três anos mais tarde, temos a oportunidade de analisar com serenidade os eventos daquele dia e tentar compreender o absurdo.

É possível revisitar ambas as perspectivas da história.

Vamos analisar a história e os efeitos colaterais desses ataques? É hora de História.

A Fundação do World Trade Center

O World Trade Center foi projetado na década de 1960 como um emblema de prosperidade e globalização.

Composto por sete edifícios, incluindo as icônicas Torres Gêmeas, o complexo foi uma colaboração entre a Autoridade Portuária de Nova York e Nova Jersey e a firma de arquitetura de Minoru Yamasaki.

O principal objetivo do World Trade Center era centralizar o mundo dos negócios e do comércio na cidade de Nova York, servindo como um hub internacional de finanças e oferecendo infraestrutura de ponta.

Além disso, o WTC se transformou em um símbolo de poder econômico e orgulho nacional, atraindo milhões de turistas a cada ano.

A Tragédia de 11 de Setembro

No dia 11 de setembro de 2001, o World Trade Center foi alvo de ataques terroristas que culminaram na queda das Torres Gêmeas e na morte de quase 3.000 pessoas.

Quais seriam os motivos dos ataques?

As coisas não costumam acontecer por acaso, elencamos abaixo algumas das alegações para o que resultou na tragédia.] do 11 de Setembro de 2001.

Entre os motivos alegados para o ataque, destacamos:

Oposição à Política Externa dos EUA: Os terroristas, ligados à Al-Qaeda, criticavam a presença militar americana no Oriente Médio, particularmente em nações muçulmanas como Arábia Saudita e Iraque.

World Trade Center destroços

Imagem de WikiImages por Pixabay

Conflito com Israel: Extremistas que influenciaram os ataques consideravam o suporte dos EUA a Israel um insulto às causas palestinas.

Resistência à Globalização: O World Trade Center representava a globalização e o capitalismo do Ocidente, percebidos pelos agressores como uma ameaça aos seus princípios e modo de vida.

Intenção de Gerar Medo e Instabilidade: A Al-Qaeda pretendia semear terror e desordem, desafiando o poderio militar e econômico dos EUA e buscando ampliar o apoio à sua ideologia radical.

Esse evento não apenas se tornou um dos mais trágicos na história dos Estados Unidos, mas também provocou impactos mundiais, afetando políticas de segurança e as relações internacionais.

O Legado do World Trade Center

Em resposta aos ataques, os Estados Unidos iniciaram o que chamaram de “Guerra ao Terror”, com o objetivo de combater grupos terroristas e os estados que os apoiam.

Isso envolveu operações militares para desmantelar a Al-Qaeda e capturar seu líder, Osama bin Laden.

A invasão do Afeganistão em outubro de 2001 pelos EUA visava derrubar o regime Talibã, que abrigava a Al-Qaeda, e capturar seus líderes.

Além disso, os EUA promoveram uma campanha global de informação e diplomacia para formar coalizões internacionais contra o terrorismo e fortalecer a segurança mundial.

Consequências da Invasão

O prolongamento do conflito resultou em uma guerra de mais de duas décadas, trazendo enormes perdas humanas e financeiras para os EUA, seus aliados e a população civil afegã.

– A instabilidade regional exacerbou conflitos internos e fortaleceu a insurgência talibã, culminando na sua retomada do poder no Afeganistão.

– Uma crise humanitária severa se manifestou, com milhões de deslocados e refugiados, além da destruição significativa de infraestrutura e serviços básicos.

– O impacto nas políticas e segurança global foi notável, com o redirecionamento de recursos e atenção para outras questões críticas.

– Houve críticas às estratégias militares e à abordagem de reconstrução nacional, bem como preocupações com violações dos direitos humanos e práticas de detenção.

E, como uma consequência adicional, emergiu o Estado Islâmico… mas isso é tema para outra discussão.

Um novo One World Trade Center

Atualmente, o local onde ficava o World Trade Center é conhecido como Ground Zero.

Esse espaço foi convertido em um memorial e museu em tributo às vítimas dos atentados.

Adicionalmente, o novo One World Trade Center ergue-se como um símbolo de resiliência e renascimento, mantendo vivo o legado do complexo original.

O WTC segue sendo um emblemático símbolo de superação e da força do espírito humano.

Entendendo a história:

As grandes potências frequentemente se envolvem em assuntos internacionais quando há interesses econômicos significativos.

Embora o petróleo ( talvez) não tenha sido o único fator nas decisões dos Estados Unidos, a localização estratégica do Afeganistão era crucial para o transporte e acesso aos recursos energéticos do Oriente Médio.

A estabilidade da Ásia Central e do Oriente Médio, áreas que abrigam importantes oleodutos e vias comerciais, era essencial para os interesses dos EUA e seus aliados.

Veja também:

A indústria armamentista – um tema em debate ‣ Jeito de ver

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