Imagem de Niek Verlaan por Pixabay
Vivemos na era da superexposição.
As pessoas fazem o impossível para prolongar os 15 minutos de fama desde plantar na mídia notícias sobre novos relacionamentos até mostrar demais numa praia, desde envolver-se em confusões até fazer tatuagens em partes íntimas – que não deveriam ser interessantes a mais ninguém.
Mas, visto que a curiosidade é algo inerente à natureza humana – a tática funciona e enquanto estiver dando certo será usada, sem nenhum pudor até que a fórmula perca o efeito e seja necessário a criação de novos métodos.
Por exemplo, os reality shows exploram ao máximo aquilo que pode gerar algum entretenimento. A superexposição de celebridades e de pessoas polêmicas, gera bons índices de audiência.
Numa premiação de melhor reality, uma das Kardashians, do reality “Acompanhado as Kardashians” (tradução livre), que se trata de um programa de televisão que acompanha o dia-a-dia desta família, declarou:”Nossa família sabe como a televisão verdadeiramente atraente vem de pessoas reais sendo elas mesmas”… “Contando suas histórias sem filtros e sem roteiro” – completou a outra, provocando o deboche da plateia – Plateia debocha da “vida real” das superexpostas Kardashians (terra.com.br)
A superexposição pode ser observada também em notícias a respeito de políticos que para não serem postos na prateleira merecida do esquecimento, fazem declarações bombásticas, não importando quão ofensivas e falsas estas sejam.
Por exemplo, nas eleições de 2018, o partido vencedor com o apoio de voluntários, inclusive do campo religioso e midiático, se empenhou na propagação de notícias falsas – como a chamada “mamadeira fálica”.
O medo e a ignorância afetaram profundamente o resultado daquelas eleições.
Porém, uma vez eleito e sem projetos sérios a serem aplicados, os eleitos passaram a se destacar pelas declarações bombásticas, como as da senadora que acusou sem prova o tráfico de crianças na ilha de Marajó. – saiba mais nos links: Investigamos a violência sexual no Marajó – e não é nada do que a ministra Damares diz – Agência Pública (apublica.org); Em culto, Damares acusa sem provas tráfico de crianças na Ilha de Marajó (globo.com).
Um detalhe interessante na notícia acima é que tais notícias falsas ganharam terreno inicialmente dentro de igrejas. Por causar choque e ser divulgada por pessoas, que deveriam ser, no mínimo, sérias e honestas, os fiéis sem poder de questionamento as espalham como deveriam fazer com o que aprendem sobre Deus.
O governo foi entregue aos cuidados de uma Câmara, que adquiriu superpoderes e o presidente passou aparecer em motociatas, carreatas e em um monte de bravatas.
A superexposição nestes casos, deu certo?
A resposta é sim.
O resultado das eleições seguintes não surpreendeu pelo número de falsos moralistas, de influencers e de envolvidos em polêmicas.
Pessoas que transformaram o púlpito da Câmara em palanques eternos, que estão lá apenas para polemizar e sem nenhum projeto de futuro, que não seja garantir os seus próprios.
Apesar deste método de superexposição ser usado com sucesso por pessoas do meio artístico e da política – a superexposição pode ser danosa, principalmente a quem não está preparado para isso.
Com o avanço tecnológico e a criação das mídias sociais as pessoas costumam postar muitas coisas a respeito de si, como viagens, localização e postagens de informações não recomendadas. Fotos da hora em que despertam, fotos da hora do almoço e daquilo que estão comendo e também fotos de intimidades em seus relacionamentos.
Quais os riscos?
Além de problemas à saúde mental, o indivíduo pode estar fornecendo aos cybercriminosos todas as informações necessárias para um golpe. Saiba mais no link Quais são os efeitos da superexposição nas redes sociais? (hotmart.com).
O que muitos não sabem é que, na maioria das vezes, a superexposição de artistas e políticos, é milimetricamente calculada por acessores que sabem lucrar com a venda da imagem.
O Direito à Privacidade
O Direito à Privacidade é um Direito Fundamental, previsto na Constituição Federal onde se estabelece que não deve ser violado. – saiba mais no página Direito a Privacidade e sua Importância: Guia completo e Jurídico (diegocastro.adv.br)
A experiência mostra que o respeito a privacidade não é muito comum. Veja exemplos no link a seguir “Manda Nudes”: Histórias de quem expôs a intimidade – Revide – Notícias de Ribeirão Preto e região
Os danos colaterais podem ser ainda maiores, como no caso da jovem que cometeu suicídio após ter suas imagens íntimas divulgadas. – RS: adolescente comete suicídio após ter fotos íntimas divulgadas na web (terra.com.br).
Infelizmente, casos como este não são incomuns.
Compartilhar imagens íntimas sem autorização é crime. Saiba mais Compartilhar imagem íntima sem autorização é crime; veja como denunciar – BBC News Brasil.
O que se pode fazer?
Quando se passam os 15 minutos de fama, o que resta?
Para aqueles que usam a superexposição profissionalmente os lucros talvez compensem.
Mas, será que vale à pena vender a própria privacidade?
Mesmo alguns que investiram profissionalmente na superexposição revelaram o stress e a possível depressão consequentes disso.
Portanto, mesmo quando alguém íntimo pede um Nude, como prova de amor, tenha bom senso. Não é uma prova válida e pode gerar um monte de dor de cabeça no futuro, como nos casos de revenge porn ( vingança pornô), em que um namorado sai criminosamente divulgando imagens íntimas, após o fim de um relacionamento.
A resposta é NÃO NEGOCIE A SUA PRIVACIDADE!
Em casos de divulgação de imagens íntimas, denuncie a SAFERNET, que possui vínculos com o Ministério Público Federal. – O que fazer caso alguém publique suas imagens íntimas na Internet | Exame.
Embora a superexposição seja amplamente explorada e produza certa popularidade, a vida precisa significar mais que apenas os 15 minutos de fama.
Gilson Cruz
Vivemos na era da superexposição.
As pessoas fazem o impossível para prolongar os 15 minutos de fama desde plantar na mídia notícias sobre novos relacionamentos até mostrar demais numa praia, desde envolver-se em confusões até fazer tatuagens em partes íntimas – que não deveriam ser interessantes a mais ninguém.
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