
Imagem de Michelle Pitzel por Pixabay
Ao meu mano e amigo, Anderson
Dançando a mesma música
Talvez alguém já tenha comparado alguma vez a vida a uma dança, num baile, não sei. Mas, a cada dia, percebo que viver é aprender a seguir o ritmo.
Às vezes, somos aqueles desengonçados que atrapalham a dança, que envergonham os nossos pares no salão. A natureza é cruel… pois não há pares perfeitos!
E, quando percebemos que não estamos indo bem na dança, mesmo tristes, abrimos caminho…
e dançamos sozinhos ao som dos ventos.
Balançamos, rodopiamos, e muitas vezes a dança parece muito mais fácil quando estamos dançando sozinhos.
Mas, daí… encontramos um par!
Alguém que talvez dance tão mal quanto a gente ou que esteja disposto a aprender os passos para seguir na mesma dança.
Pisamos os pés e somos pisados muitas vezes — mas desistir na metade da música, sem ao menos aprender a sentir a melodia, é se deixar desperdiçar.
Por isso, a gente tenta…
Mesmo sabendo que as palavras que ouvimos não têm o mesmo significado para outros ouvidos.
Sabendo que, mesmo os corações, pulsam em sentidos distintos, reagindo à mesma melodia.
Daí, aprendemos a seguir o ritmo.
E, enquanto a dança continua, haverá lindos momentos, como se dançássemos ao longo do salão, no mesmo baile… sentindo, em nossas costas, o toque suave daquele par que fará a dança ganhar sentido.
E, mesmo assim, quando pensamos que entendemos a música, há variações rítmicas que nos forçam a ajustar o passo… improvisos artísticos tornam mais belas as apresentações.
É triste saber que muitos que iniciaram o mesmo baile soltaram as mãos dos seus pares… que não souberam aceitar as diferenças, seguir o ritmo. Por isso, percebemos o esvaziar da festa e nos questionamos: vale a pena continuar a dança?
Durante a dança, permita-se abrir os olhos, observar o brilho no piso do salão e contemplar o riso de quem acompanha você.
Ouça a música, escute o coração do parceiro e fale no tom que você gostaria de ouvir.
Ouça o silêncio…
E, no fim do baile, contemple o quanto você evoluiu… desistir é muito fácil.
Aprender o ritmo é uma questão de amor.
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