Zé da Ladeira – uma história de futebol.

O fenômeno futebolístico da ladeira

Ele rolava e enrolava…

A Ascensão do Zezinho

Ninguém jogava tão bem quanto o Zezinho, que morava lá no fim da vila, no pé da ladeira, na casa 113. Poucas pessoas acreditavam que aquele magricela, driblador, faria tanto sucesso no bairro. Mas seu pai, o senhor José, o levava diariamente para os testes, pois sabia que ele era realmente bom.

O tempo o preparava… até que o dia chegou. Robson, o principal jogador da vila, torceu o tornozelo numa dividida com Marquinhos. Era apenas um treino, mas Robson não conseguiu tirar o pé do quarto buraco na lateral da grande área. E lá ficou o moleque, chorando e desesperado, pois o encontro dos bairros aconteceria e ele não jogaria.

Era a chance do Zezinho. Seu Lourival não tinha reservas no banco e, vendo o menino franzino ansioso por entrar, pensou: “É apenas um treino!” Convidou o Zé e, em tom de brincadeira, disse: “Arrasa aí, moleque!”

E o moleque arrasou. Na primeira bola, soberbo, driblou seu próprio companheiro de time, enganando os adversários que não entenderam aquilo. Desafiando as leis da gravidade, voou até a entrada da grande área e chutou suavemente a pelota, que morreu no ângulo direito. O goleiro voou ao máximo, mas onde a bola entrou, nem o Zetti chegaria.

O Fenômeno da Ladeira

Este é um trecho da crônica presente no livro
Crônicas do Cotidiano – Um Novo Jeito de Ver
Disponível na Amazon e Clube dos Autores

Gilson Cruz

 

Veja também: Quiprocuó Esporte Clube – Falando de futebol ‣ Jeito de ve

 

 

 

Comentário (2)

  • Francisco Alves Filho| 26 de junho de 2025

    O Zé da Ladeira existiu mesmo, ou é fictício para a história atingir vários jogadores que vemos hoje?!

    • Gilson Cruz| 26 de junho de 2025

      Olá, Francisco, obrigado por perguntar! O Zé da Ladeira realmente existiu (esse não era o seu nome verdadeiro) — era um colega dos tempos de infância que a gente apelidou assim porque, ao menor toque, ele já se jogava no chão como se estivesse rolando por uma ladeira. Mal sabíamos que, anos depois, ele acabaria virando quase um símbolo involuntário de certas cenas que vemos hoje nos campos e nas telas. A vida tem dessas ironias!(Nota bem humorada: Ele não ficou rico no futebol!)

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