
Imagem de 2341007 por Pixabay
A Inspiração que Falta
O que mais tortura um escritor, se não a falta do que escrever?
Bem, quando se refere a este trabalho, até a falta de inspiração é objeto de escrita.
Me fogem ideias, me faltam palavras…
Poderia falar sobre aquele jovem senhor que cuidava de sete cachorrinhos e que, diariamente, repetia a Deus que ficaria rico. Que seria um dia cantor de músicas internacionais, ficaria famoso e ganharia também numa dessas loterias da vida.
As estações pareciam longas e intensas…
O fato é que todos os dias, antes mesmo de o sol sorrir, ele, acompanhado de seus amiguinhos, revirava os recicláveis para lotar o seu carrinho e extrair das sobras dos restaurantes o alimento dos pequenos companheiros.
Alguns poucos anos se passaram, e num desses invernos, os cachorrinhos vagavam pelas ruas, procurando amizade e, consequentemente, um pouco de alimento.
Cães também comem, é verdade!
O amigo dos cães desaparecera! Ele abandonara os seus amiguinhos. Segundo alguns, “a vida lhe sorriu”.
Diziam que aquele homem, sem nome, estava agora bem de vida. “Que Deus lhe ouvira as preces…” Que bom! Mas não digam isso aos cachorrinhos… estavam sozinhos agora!
Entre o Palco e as Ruas
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Quer ler o texto completo? Ele está no livro “Crônicas do Cotidiano – Para Continuar a Estrada”, atualmente em pré-lançamento no Clube dos Autores.
Gilson Cruz
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Comentário (4)
Nilmar Chaves| 2 de abril de 2024
Me lembro da ocasião. Inclusive me senti muito mal com o descaso, pois o homem, que agora tinha se tornado um cadáver, ficou por horas e horas no mesmo lugar, do mesmo jeito que tinha adormecido. Mas fiquei ainda pior quando passei novamente pela praça e os seus leais amigos, os cachorrinhos, ainda mantinham sua lealdade, mesmo aquele homem estando sem vida. Eu confesso que não contive as lágrimas
Gilson Cruz| 2 de abril de 2024
Obrigado, Nilmar.
Gilmar Chaves| 7 de abril de 2024
Aquela imagem que também presenciava daquele corpo imóvel e sem vida me deixou bastante atônito, pois, não pronunciava palavras por não saber o que dizer, apenas sentir!
Muito chocante a cena do fiel amigo ao redor do corpo. Amo cães, e por esse motivo sofri com a inocência e fidelidade daqueles animais que, mesmo tendo um dono adormecido definitivamente, eles jamais desistiriam dele!
Embora a sociedade invisibilisava aquele homem, os seus cães o enxergavam nitidamente todos os santos dias. Com certeza, ainda sentem falta do seu dono.
Gilson Cruz| 8 de abril de 2024
Realmente, Gilmar, foi uma cena chocante. Seu comentário conseguiu sintetizar a essência do que aconteceu. Excelente!